sexta-feira, 28 de junho de 2024

ALBUM DE SHOEGAZE/EXPERIMENTAL - Lorelle Meets The Obsolete - Corruptible Faces (2013)

 


Mais uma contribuição de Carlos Mora e seu espaço Viaje al Espacio Visceral para nos mostrar um pouco do quanto se passa no México, e é a vez do segundo álbum de uma dupla (menino e menina, dupla formada por Lorena Quintanilla ou Lorelle e Alberto González ou The Obsolete) que aposta na experimentação no puro Shoegaze e em quase todas as variedades de música psicodélica dos anos 60 e 70. Este trabalho está disponível para download direto através de seu espaço no Bandcamp, e reúne 10 músicas que vieram à tona. em 2013, de um projeto muito interessante, arriscado e surpreendente, ouça-os e me diga se estou errado...

Artista: Lorelle Meets The Obsolete
Álbum: Corruptible Faces
Ano: 2013
Gênero: Shoegaze / Experimental
Duração: 37:03
Referência: Discogs
Nacionalidade: México


Como única introdução que posso fazer, digo que Lorena Quintanilla (Lorelle, com uma voz interessante e sugestiva) é responsável não só pelos vocais, mas também pelas guitarras, baixo e órgão, enquanto Alberto González (The Obsolete ) vem cheio de bateria e percussão, baixo, órgão, sintetizador, piano e guitarras, e também oferece suporte com backing vocals e ocasionais vocais principais. E é melhor fazermos um comentário sério para que eles possam começar a dissecá-los...

O que é realmente emocionante em descobrir uma nova banda é quando você precisa se aprofundar para entender sua origem e analisar cada um de seus ingredientes. É o que acontece com uma dupla misteriosa de Guadalajara, no México, chamada Lorelle Meets the Obsolete. A banda estreou com On Welfare em 2011, álbum que lhes conferiu o status de banda cult em nosso país graças à sua psicodelia arriscada que lembra os sons estridentes e sedutores do The Velvet Underground. Dois anos depois, chegou a hora de amadurecer seu som e demonstrá-lo com seu segundo álbum, Corruptible Faces.
Lorelle Meets the Obsolete, projeto formado por Lorena Quintanilla e Alberto González, continua sob o teto da Captcha Records, selo muito seleto que inclui em seu catálogo bandas como Ty Segall, Thee Oh Sees e Ratas del Vaticano. Corruptible Faces começa com uma música que rapidamente gruda no cérebro: “Tales from a High Line”, que cresce gradualmente sob a fórmula de uma jam no mundo do shoegaze. A velocidade é lenta, mas bastante sólida, totalmente adequada à atmosfera sombria que predomina ao longo do álbum.
Há muito fuzz, som empoeirado, tudo com uma distorção doce, como se cada instrumento fosse levado ao limite, tanto na execução quanto no volume. É uma fórmula que não se vê muito no México. É possível distinguir muita ambição, muita sensibilidade artística e, acima de tudo, delicadeza no trabalho.
Corruptible Faces é uma grande homenagem ao shoegaze feita ao longo de quase cinco décadas. Às vezes encontramos a influência de My Bloody Valentine (“And Time Will Act Upon Them”), outras vezes aparece The Jesus & Mary Chain (“Strands of our Time”), e outras vezes você pode inquestionavelmente ouvir a influência de Mazzy Starr. É um álbum incansável mas ao mesmo tempo introvertido, com um som etéreo que vagueia por diferentes camadas sensoriais, todas baseadas num denominador comum baseado em ruídos inofensivos.
Lorelle Meets the Obsolete estabeleceu firmemente as bases de sua carreira graças a Corruptible Faces. Na verdade, não é nenhuma surpresa que este álbum tenha aberto as portas para eles como banda de abertura do último show do The Cure no México (Robert Smith e companhia os selecionaram como banda de abertura). E o mais provável e emocionante sobre este álbum é que o tempo o envelhecerá até que se torne um requintado item de colecionador de classe mundial, orgulhosamente criado na América Latina.

LifeBoxset

E como sempre, a melhor forma de conhecê-los é ouvindo-os...



E estamos fechando mais um disco muito interessante com o último comentário de terceiros.

Como verdadeiros viajantes globais, Lorelle Meets The Obsolete teve que abrir suas próprias portas, mesmo que isso significasse mudar de cidade continuamente. Eles começaram em Guadalajara, depois se mudaram para a Cidade do México e daqui a banda operou por muito tempo, depois se mudaram para o norte do país para finalmente escolher os Estados Unidos como sua nova casa. Não tiveram medo de arriscar tudo para se dedicarem a tempo inteiro à música; e não se pode culpá-los, fazem um tipo de música tão estranho que é difícil encontrar outras bandas nacionais semelhantes a eles.
A dupla formada por Lorena Quintanilla e Alberto González nos mostra em seu segundo material, Corruptible Faces, que seu som não é obra do acaso. A psicodelia fantasmagórica se funde com densas camadas de sons que lembram muito bandas como Velvet Underground, The Jesus And Mary Chain e My Bloody Valentine, e como resultado se obtém um som sombrio e esparso.
Além da sonoridade, o que distingue o dueto mexicano é a honestidade e a forma de fazer as coisas. Há algum tempo publicaram uma espécie de manifesto em que explicavam a forma de pensar e agir do grupo. O destaque diz que eles cuidam de todo o processo musical, que envolve composição, mixagem e gravação. Eles não possuem engenheiros de som ou produtores e muito menos gravaram em estúdio profissional. A atitude DIY está presente em todos os momentos.
Quanto ao conteúdo, aparecem 10 músicas de distorção hipnótica, com ritmos chatos e monótonos que acabam ficando embutidos no subconsciente e como é de praxe no grupo, deixam a voz em segundo plano.
Destacam-se músicas como "The In-Between", "Tales From A High Line" e "The Lonely". Embora todos os instrumentos tenham sido tocados pelos dois integrantes deste grupo de Guadalajara, em três músicas contaram com a colaboração na bateria de Alejandro Elizondo (60 Tigres, Los Mundos), um amigo muito próximo da banda que até participa com frequência de alguns shows .do LMTO.
Tal como aconteceu com o LP anterior e 7", aqui repetem com a editora americana Captcha Records. O álbum foi lançado em pequena tiragem em vinil branco do qual restam poucas cópias, o que tornou obrigatória a publicação também de uma edição em CD.
O talento e a vontade de fazer as coisas do seu jeito fizeram com que a banda já se apresentasse em diversas cidades dos Estados Unidos, além da atual turnê europeia (para a qual precisam de um pouco de apoio financeiro em troca de alguns. benefícios); tudo isso conseguido sem grande apoio de rádios ou revistas, tudo graças às recomendações boca a boca e ao poder que demonstram durante suas apresentações ao vivo, onde conquistam principalmente novos adeptos.

Rodrigo R. Herrera

Eles não têm desculpas para não ouvi-los e não conhecê-los.
Você pode ouvir o álbum nesta playlist...

Ou no espaço deles no Bandcamp, onde você também pode baixar o álbum:
https://obsoletelorelle.bandcamp.com/album/corruptible-faces



Lista de faixas:
1. Tales from a high line
2. The in-between
3. Aging places
4. Morning darkness
5. The december riots
6. Art for free
7. The lonely
8. And time will act upon them
9. Strands of our time
10. Abyss of the future

Formação:
- Lorelle / vocal, violão, guitarra elétrica, baixo elétrico e órgão elétrico
- The Obsolete / bateria e percussão, baixo elétrico, casiotone, órgão elétrico, sintetizador, piano elétrico, violão e voz
Convidado especial:
Alejando Elizondo - bateria nos 1, 2 e 7





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