A edição de 1996 do Festival da Canção teve lugar a 7 de março no Teatro Politeama, em Lisboa. Os ‘postcards’ de apresentação das canções e as atuações extra-concurso na segunda parte desenharam uma homenagem a grandes nomes e momentos do cinema português. O desfile das canções ficou entregue às vozes de Vânia Maroti, Tó Leal, Patrícia Antunes, Bárbara Reis, Elaisa, Somseis, Cristina Castro Pereira, Pedro Miguéis, João Portugal e Lúcia Moniz, esta última apresentando O Meu Coração Não Tem Cor, canção com música de Pedro Osório e letra de José Fanha.
Ao vencer o Festival da Canção O Meu Coração Não Tem Cor ganhou um passaporte para representar Portugal no Festival da Eurovisão que, nesse ano, se realizou em Oslo, na Noruega. E aí a presença da canção fez-se notar, terminando a noite com um sexto lugar o que, até 2017, representou a melhor classificação de uma canção portuguesa na Eurovisão. A presença de elementos da música tradicional portuguesa, incluindo um cavaquinho que a própria cantora levava nas mãos para o palco, inscreveu esta canção numa das tendências mais marcantes do que foi a canção eurovisiva dos anos 90. Alargavam-se então as fronteiras do concurso a Leste, mantinham-se as línguas oficias de cada país e expressava-se unidade através das diferenças de identidades de cada um.
O tema teve apenas uma edição em disco num CD Single promocional que a RTP criou para apresentar a canção em Oslo. Apesar da magnífica classificação obtida, O Meu Coração Não Tem Cor foi a primeira canção portuguesa na Eurovisão a não ter uma edição comercial em single. É um disco difícil de encontrar e, por isso, disputado entre colecionadores.
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