1967 foi o último ano em que a emissão televisiva do Festival da Eurovisão se fez a preto e branco. Mas mesmo assim não faltaram novidades. Realizado numa sala do Hofburg, o antigo palácio imperial dos Habsburgos no coração da cidade de Viena, o festival apresentou uma cenografia inovadora, focada nas possibilidades de imagens de fundo geradas por espelhos rotativos colocados por detrás dos cantores. A outra grande novidade televisiva foi a estreia de um espaço até aí nunca visto: o da green room, onde os intérpretes aguardavam pelos resultados da votação.
A mais ousada das canções apresentadas a concurso em 1967 chegou do habitualmente mais conservador Mónaco (que curiosamente tinha sido o responsável pela presença eurovisiva de Françoise Hardy em 1963). A canção Boum Badaboum era interpretada por Minouche Barelli, filha de uma cantora francesa e de um músico de jazz, com carreira discográfica sobretudo mais visível entre 1966 e 1980 mas que obteve nesta participação no ESC 1967 o seu momento de maior reconhecimento internacional.
Dois anos depois de ter assinado a canção vencedora Poupée de Cire Poupée de Son (pelo Luxemburgo), Boum Badaboum representava a segunda experiência eurovisiva de Serge Gainsbourg como autor. A canção traduzia um fulgor rítmico que captava alguns ecos do seu álbum recente Gainsbourg Percussions… O músico francês regressaria à Eurovisão, uma vez mais como autor, em 1990. E dessa vez pela França.
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