sexta-feira, 20 de setembro de 2024

CRONICA - MINNESODA | Minnesoda (1972)

 

Já não podemos contar a quantidade de grupos com potencial interessante que surgiram na década de 70, mas que tiveram que jogar a toalha depois de apenas um álbum, por falta de apoio significativo ou de sorte. O MINNESODA, objeto desta coluna, era um desses grupos.

Vindo de Minneapolis, Minnesota (sem surpresa, dado o nome), MINNESODA começou como COPPERHEAD antes de mudar seu foco e escolher aquele com o que há de mais moderno em termos de conhecimento de Jazz-Rock. Assinado pela Capitol, o MINNESODA lançou apenas um álbum, sem título, em 1972.

O Jazz-Rock praticado pelo MINNESODA enquadra-se bastante bem no espírito da época. Trabalhada e rodopiante, “Let's Get It On” destaca cada músico com um canto caloroso, um solo de guitarra inebriante, bem como um ritmo que constitui a espinha dorsal desta peça, até mesmo a cimenta. Tocada num ritmo frenético e muito expansivo, "Smokin' Bitch" revela-se bastante calorosa, rica a nível musical, tem sotaques funky bem pronunciados e destaca uma cantora possuída, bem como um groove infernal para sustentar tudo. . Por mais caloroso que seja, "Maggie" é um título rastejante, bem arranjado e impecável e o colorido "Misery Isn't Free" transcreve muito bem a magia que caracterizou a cena musical do início dos anos 70 com seus tons blues e uma cantor que deslumbra, faz faíscas. Rítmica e melódica, “Child's Play” tem um lado cativante e hit que a torna muito apreciável e mereceria ser conhecida pelo maior número de pessoas possível. Já o mid-tempo “When's My Season” é mais imbuído de melancolia, mas suficientemente vigoroso e estimulante para manter o ouvinte alerta e também é dotado de um bom refrão. Como balada, “Partly” é bastante calmante, sendo ao mesmo tempo suave e cheia de sutileza e sensibilidade. Por fim, 2 instrumentais completam este álbum. “Shop Talk”, particularmente bem temperado, cheio de vitalidade, vivacidade, com ritmo sincopado, revela-se suculento, viciante e os músicos não hesitam em divertir-se. Quanto a “Flex”, é uma peça bastante bem construída que permite transparecer emoções variadas e destaca músicos que se estabelecem como melodistas formidáveis ​​com um sentido de improvisação e sentimento bastante pronunciado.

No final das contas, este álbum único do MINNESODA é de qualidade. Os títulos presentes foram bem trabalhados, com especial cuidado. Homogêneo, nunca enfadonho, este álbum merece ser redescoberto, até porque MINNESODA tinha qualidades para fazer sucesso na época.

Tracklist:
1. Let's Get It On
2. Smokin' Bitch
3. Misery Isn't Free
4. Shop Talk
5. When's My Season
6. Flex
7. Child's Play
8. Partly
9. Maggie

Formação:
John Elms (vocal, congas)
Charles Dahle (guitarra)
Wayne Cafarella (baixo)
Bob Anderson (bateria)
Rick Warneke (saxofone tenor)
Dave Gustafson (saxofone tenor)
Don Lehnhoff (trombone)

Produtor : Bob Johnston

Gravadora : Capitol Records




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