sexta-feira, 13 de setembro de 2024

CRONICA - TERJE RYPDAL | Terje Rypdal (1971)

 

A publicação de Bleak House em 1968 pela Polydor estava longe de cumprir todas as suas promessas. Como resultado, o guitarrista norueguês Terje Rypdal deixa a gravadora e faz uma pausa em sua carreira solo. Isso não significa que ele esteja ocioso. Na verdade, presta os seus serviços ao saxofonista de jazz Jan Garbarek, também norueguês. Juntos gravaram o álbum Esoteric Circle em 1969 que só veria a luz do dia dois anos depois. Entretanto Jan Garbarek assinou com a ECM e publicou Afric Pepperbird em 1970 . Disco que servirá de trampolim para Terje Rypdal que por sua vez assina com a casa de Munique.

Em 1971, ele lançou seu segundo esforço com a ajuda do baterista Jon Christensen, do pianista elétrico Bobo Stenson, do contrabaixista/baixista Arild Andersen, do oboé e trompista inglês Ekkehard Fintl, mas também de Jan Garbarek no sax e de sua esposa Inger Lise Rypdal no vocais. Observe que Terje Rypdal também é creditado na flauta.

Este Lp homónimo composto por 5 peças oferece um jazz rock perturbador que tenta ocupar o espaço sonoro e onde paira o fantasma de Jimi Hendrix. Abre em clima pesado com os 12 minutos de “Keep It Like That – Tight” com uma linha de baixo arrepiante e assustadora. À procura desta guitarra wah-wah que toca acordes sombrios. Em seguida, o sax acende seguido por uma guitarra elétrica de seis cordas com solos metálicos, secos e agudos.

Outro ponto forte do disco, os 15 minutos de “Electric Fantasy” com esse início comatoso e caleidoscópico. O sax cinzela camadas impenetráveis. O baixo tenta um alcance discreto com uma bateria sutil na parte de trás. O piano elétrico cria teclas intangíveis. As palavras da guitarra são vaporosas. Quando surgem vocalizações fantasmagóricas que nos cativam. Em seguida, aumenta a intensidade em uma fusão próxima de Miles Davis antes de terminar em uma sequência alucinante.

De resto deparamo-nos com o etéreo “Rainbow” com este misterioso saxofone e esta estranha flauta. Título onde você navega visualmente, no meio da neblina. O lúgubre “Lontano II” é experimental (o primeiro “Lontano” está em Sart de Jan Garbarek impresso no mesmo ano). Por outro lado, o groove obscuro de “Tough Enough”, um pouco funky na conclusão, tenta nos acordar desse torpor com esse guitarrista perseguindo John McLaughlin. Finale que contrasta com o que se ouviu até agora.

Lindo álbum que inspiraria outras pessoas.

Títulos:
1. Keep It Like That – Tight
2. Rainbow
3. Electric Fantasy
4. Lontano II
5. Tough Enough

Músicos:
Terje Rypdal: Guitarra, Flauta
Jan Garbarek: Saxofone, Flauta, Clarinete
Ekkehard Fintl: Oboé, Trompa
Bobo Stenson: Piano Elétrico
Arild Andersen: Contrabaixo, Baixo
Jon Christensen: Bateria
Inger Lise Rypdal: Vocais

Produção: Manfred Eicher



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