Não é de todo invulgar que os nomes que conhecemos sobretudo nos créditos dos discos como produtores tenham passado, a dada altura das suas carreiras, por experiências com maior protagonismo artístico. O alemão Zeus B Held, que nos anos 80 teve a seu cargo a produção de discos dos Dead or Alive (antes da chegada do trio Stock Aitken e Waterman), dos Transvision Vamp ou Men Without Hats, chegou a desenvolver uma obra em nome próprio com alguma regularidade no plano de edições sobretudo em finais dos anos 70 e inícios dos 80.
Entre os quatro álbuns que editou entre 1978 e 1981 (o regresso aos discos chegaria depois, já em pleno século XXI) conta-se Europium, que podemos incluir entre uma segunda geração de projetos alemães centrados na exploração das potencialidades da música eletrónica.
Extraído do alinhamento de Europium, o single Musik, Music, Musique apresenta um claro exercício de uma visão pop com vontade de sugerir um futuro robotizado. Porém, apesar dos sintetizadores e do vocoder procuraram um sentido sci-fi (que era comum sobretudo na pop britânica mais visionária de então), a verdade é que o título da canção vinca os pólos de invenção da canção pop eletrónica que então se desenhava sobretudo entre a Alemanha, o Reino Unido e um espaço francófono que envolvia a França, Bélgica e Suíça… É verdade que o Japão também já jogava aqui cartas. Mas Musik, Music, Musique celebra sobretudo o berço europeu da pop eletrónica.
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