quinta-feira, 17 de outubro de 2024

A história de… “Don’t Stop Believin’” (JOURNEY))

 

Essa música nunca para de convencer o público, que se renova de geração em geração desde seu lançamento em outubro de 1981. Na época, "Don't Stop Believin" teve uma carreira notável, mas ficou limitada ao nono lugar na parada de singles. no mercado americano. Em janeiro passado, o hino to hope do Journey foi oficialmente reconhecido pela RIAA (Recording Industry Association of America) como a música mais popular dos Estados Unidos, um título honorário que duraria apenas algumas semanas. mercado musical. Mas com até hoje mais de 18 milhões de downloads acumulados só nos Estados Unidos desde o início dos anos 2000, Journey mantém o segundo lugar no ranking, atrás de uma bobagem bem contemporânea (“Sunflower”, de Post Malone & Swae Lee). É também o único grupo desta época a aparecer no ranking. Some-se a isso os quase 600 milhões de visualizações acumuladas pelos diversos vídeos oficiais oferecidos no YouTube, e podemos ter uma ideia do renascimento que esta canção de quarenta anos vem desfrutando há cerca de quinze anos em todo o mundo.

Quando foi composto, o grupo havia acabado de recrutar Jonathan Cain, substituindo o membro fundador Gregg Rolie. O Journey, na época, começava a surgir, mas foi com o álbum Escape , do qual é tirado “Don't Stop Believin'”, que os americanos realmente explodiram em casa. Foi do novo recruta que surgiu a primeira ideia para esta canção, cuja música, tal como a letra, continha todos os ingredientes para atrair a atenção do maior número de pessoas possível. A melodia, obviamente, que se instala gradualmente após uma introdução soberba onde se juntam o piano de Jonathan Cain e uma linha de baixo, cuja ideia vem do guitarrista Neal Schon. É uma peça mais complexa do que parece, com um desenvolvimento por etapas e uma estrutura que contém o refrão até uma apoteose final. Você tem que esperar mais de três minutos para ouvir essas poucas palavras encorajando a perseverança, essas palavras que o pai de Jonathan Cain nunca parou de repetir para seu filho em seus tempos difíceis.

Há toda a genialidade deste grupo nesta música onde cada músico desempenha um papel eminente. O tecladista Jonathan Cain – um excelente melodista – e Ross Valory estalando as cordas do baixo desde a introdução; claro, a voz poderosa e calorosa de Steve Perry, que te emociona desde os primeiros momentos; o guitarrista Neal Schon que pontua o primeiro minuto de desenvolvimento com uma esplêndida cascata melódica da qual guarda o segredo, e por último o baterista Steve Smith que soube criar um ritmo complexo, digno desta peça extraordinária. Todos os planetas foram então alinhados. A gravação será feita em duas etapas com o auxílio do produtor Mike Stone. Os músicos primeiro, depois de superarem algumas dificuldades técnicas, gravaram as partes instrumentais de uma só vez, enquanto Steve Perry tratava de um resfriado que o impedia de cantar corretamente ao mesmo tempo. Recuperado na semana seguinte, o cantor também apresentará suas partes vocais quase em um único take. Não demorou muito para que o Journey mudasse de dimensão e se estabelecesse como um dos maiores embaixadores dos anos 80, e da AOR em particular.



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