terça-feira, 22 de outubro de 2024

Jorge Palma “A Última Canção” (1973)

 lembramos aqui um EP de 1973 que corresponde às primeiras canções que grava em português, duas delas já com letra de sua autoria (nas outras as palavras são de Ary dos Santos). 

Lado A: Arraial + 20 Anos

Lado B: A Última Canção + Colheita

(Zip Zip, 1973)

Depois de ter passado pelos Sindicato, Jorge Palma tinha feito a sua estreia a solo em disco em 1972 com o single The Nine Billion Names of God, lançado pela Orfeu. Trabalhava então sobretudo em discos de outros, assinando arranjos. E trabalhou com muitos, de facto, de Tonicha e Paco Bandeira a Amália ou Ruy Mingas, de Pedro Barroso a Manuela Bravo… Já tinha escutado os primeiros discos de José Mário Branco e Sérgio Godinho. E, tal como neles notou, sentia que cantar em português podia fazer diferença na arte de comunicar. Num café, em Lisboa, explica a Fernando Tordo o que o atormenta… E o encontro termina com um papel com um número de telefone. O número de Ary dos Santos.

Jorge liga-lhe. E do outro lado da linha Ary dos Santos diz-lhe que apareça e leve a guitarra… Começam a trabalhar. E nesse processo Jorge Palma encontra caminhos para procurar a sua voz em português. E o disco que traduz os primeiros resultados dessa convivência é este EP, editado em 1973 pela Zip Zip.

No lado B estão duas das canções criadas em parceria. Letra de Ary dos Santos e música de Jorge Palma. Mas no lado A encontramos as primeiras canções com letra e música de sua autoria que fixa em disco. São canções que partem do processo de aprendizagem junto do poeta e que procuram já um caminho autoral depois de aprendidas grandes lições, desde as questões práticas das técnicas da escrita às da libertação de receios, rumo à afirmação de uma identidade.

Estas quatro canções são pérolas raras que, mais dia menos dia, mereciam lugar numa edição antológica sobre o percurso da obra de Jorge Palma.




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