quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Pavement – Brighten the Corners (1997)


Brighten the Corners é o quarto e penúltimo álbum de originais dos Pavement. Editado já com o britpop em alta e o indie norte-americano a lume baixo, é um ótimo disco que não deve ser menorizado por não ser, apesar de tudo, o clássico maior do grupo.

“Stereo”, “Shady Lane” e “Date With Ikea” são temas enormes, fundamentais num compêndio de temas maiores dos Pavement e do indie norte-americano. Onde é que Brighten the Corners não atinge o Olimpo, afinal? A resposta está na encruzilhada em que Malkmus e amigos se encontravam por estes dias.

Depois de três discos seminais – ou perto disso -, 1997 viu os Pavement crescer. O rock mediático que se fazia no mundo pós-Kurt Cobain tinha foco agora no Reino Unido, e já se ouviam os primeiros ecos do que viria a ser o dispensável (eufemismo) nu-metal.

Malkmus define-se a certa altura como “uma ilha de grande complexidade”, mas a imagem cola tão bem com o músico como com a sua banda. Em 1997, era óbvio que os Pavement não iriam crescer mais em termos mediáticos (o anterior Wowee Zowee  não foi o sucesso comercial que muitos esperavam), e o impasse entre a eterna melancolia jovem – eletrificada e liricamente inspiradíssima – e o crescimento para uma qualquer maioridade rock (à imagem, por exemplo, de uns R.E.M.) não foi gerido com sucesso.

E, no entanto, pouco rock houve melhor que este naqueles anos. Brighten the Corners é um disco muito focado, culto, orelhudo q.b. mas de redescobertas permanentes, de fruição constante ainda hoje, 21 anos volvidos. Ser adulto é uma merda, mas fossem todas as dores de crescimento assim e teríamos um mundo melhor.


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