Excitante é capaz de ser o melhor adjectivo para se colocar ao terceiro álbum da banda britânica.
Os Shopping, trio com base em Londres, assumem que o seu único objectivo como banda é fazerem as pessoas dançar. Ouvir este The Official Body e não o fazer, é missão só ao alcance quiçá de um Ethan Hunt, já que um comum mortal terá uma enorme dificuldade em evitar que o seu corpo queira acompanhar o ritmo. Isto poderá levar, como é fácil de depreender, a situações embaraçosas por parte de quem, de fones colocados nos ouvidos, se esqueça de onde está. Cuidado, portanto, na escolha do local para audição deste disco.
Produzido pelo mítico Edwyn Collins, The Official Body é disco que tresanda a B-52’s, sendo enriquecido também por letras com fortes críticas a alguns aspectos menos positivos da sociedade em que vivemos – exemplo A: logo na primeira música, “The Hype”, instiga o ouvinte a “Don’t believe / Ask questions”, ao mesmo tempo que “Don’t they teach us / Procrastination”. Recusemos portanto o que nos é dado como verdade indisputável e questionemos as coisas por nós.
Mais à frente “Wild Child” tem um excelente ritmo, contagiante, electrizante, baixo a marcar o compasso, “Asking for a Friend” é mais a guitarra de Rachel Aggs (vocalista também) a dar o tom e a puxar pelo pézinho que teima em querer acompanhar. “Suddenly Gone” cria um excelente dinamismo entre voz e instrumentos. Em “Shave Your Head” é Andrew Milk (baterista) a assumir as despesas de vocalista.
Disco que passa num instante (dura apenas 31 minutos), faz jus a uma herança punk (músicas curtas e diretas ao ponto), mesclando isso com um ritmo abrasivo dos quais os já acima referidos B-52’s são a melhor mostra.
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