Por alguma razão desconhecida, mas que provavelmente passa por um preconceito implícito ao próprio estilo, uma parcela do público ainda tem preconceito com rock pesado cantado em português. Essas pessoas não têm problema algum com rock cantado na nossa língua natal, mas apenas quando as guitarras pesam o sentimento de inadequação vem à tona. Sinceramente, azar de quem pensa assim, pois está deixando de curtir bandas excelentes como Carro Bomba, Baranga e a novata Masmorra.
O quinteto foi formado no final de 2016 em São Paulo e conta com Ricardo Peres (vocal), Ronaldo Martins (guitarra), Frank Gasparotto (guitarra), Airton Jr. (baixo) e Toni Estrella (bateria). Uma galera experiente, com boa rodagem e que sabe o que está fazendo. Uma curiosidade: o guitarrista Ronaldo Martins também é colecionador e já foi entrevistado duas vezes pela Collectors Room .
A estreia do Masmorra se dá através do EP auto-intitulado recém-lançado e que já está disponível nas lojas. São apenas quatro músicas, todas apresentando um hard rock calcado em bons riffs e com influências de nomes clássicos do gênero e algumas pitadas dos anos 1980, principalmente de nomes como Ratt e Dokken - “Tudo Fica Pra Trás”, por exemplo, tem um riff que parece saído dos primeiros discos da banda de Stephen Pearcy e Warren DeMartini.
As composições são bem construídas, com tudo no lugar e sem exageros. A banda deixa claro que sabe o que está fazendo e domina a linguagem sonora que explora. A produção, bem feita, intensifica ainda mais essas qualidades. E, ao final da audição do EP, fica o desejo de algo mais e a sensação de que os caras estão prontos para gravar um álbum completo.
Uma ótima surpresa, que me surpreendeu bastante.
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