Alberto Ginastera dividiu sua carreira de compositor em três fases, e cada um de seus quartetos de cordas se enquadra convenientemente em uma delas. Composto em 1948, o Quarteto de Cordas nº 1 pertence ao que Ginastera chamou de seu período de "nacionalismo objetivo", quando, seguindo o exemplo de seu professor Aaron Copland, incorporou a música folclórica de sua Argentina natal, mais ou menos inalterada, à sua própria música; 10 anos depois, no "nacionalismo subjetivo" do segundo quarteto, esses elementos colorísticos foram absorvidos pelas texturas energizadas de suas obras, organizadas utilizando a técnica dodecafônica de Schoenberg.
Como demonstram as interpretações dos dois primeiros quartetos pelo Quarteto Miró, ambos são obras atraentes...
...repleto de incidentes vívidos, que merecem ser incluídos em recitais com muito mais frequência do que são. Mas é o terceiro quarteto a verdadeira descoberta aqui. Na época em que foi composto, em 1973, Ginastera vivia na Europa (ele faleceria em Genebra em 1983) e vivia o que ele descreveu como sua fase "neoexpressionista". Inspirado no segundo quarteto de Schoenberg, o quarteto adiciona uma soprano solo à composição, para composições apaixonadas e dramáticas de textos de três poetas espanhóis do século XX: Juan Ramón Jiménez, Federico García Lorca e Rafael Alberti. A gravação coloca a soprano, Kiera Duffy, um pouco mais à frente do que o ideal, mas não há como negar que o efeito é totalmente envolvente
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