segunda-feira, 3 de novembro de 2025

In Flames: crítica de Siren Charms (2014)

 



A evolução, transformação e metamorfose - escolha o termo que preferir - pelo qual a música do In Flames passou ao longo dos anos é impressionante. De um dos pilares e responsáveis pela modernização do death metal melódico em discos como Whoracle (1997), Colony (1999) e Clayman (2000), o grupo deu um giro atordoante em seu som e inseriu elementos do metal moderno, aproximando-se do nu metal e do alternativo. Alguns curtiram, outros tantos, não. Faço parte do primeiro grupo.

Siren Charms, novo disco da banda, intensifica uma característica que vem sendo percebida em seus últimos trabalhos: a tentativa consciente, e geralmente bem sucedida, de unir os dois extremos que moldaram a carreira do In Flames até aqui. Ou seja, são canções que apresentam trechos de melodias em arranjos quebrados e com grandes doses de agressividade, resultando em um som que mostra que é perfeitamente possível trilhar, simultaneamente, estes dois caminhos que muitos pensam ser antagônicos.

Uma coisa sempre foi fato: por mais inovador que o In Flames tenha soado em diversos momentos de sua trajetória - e a banda sempre teve a inquietude artística como característica marcante -, as experimentações do grupo vieram ao mundo, invariavelmente, na forma de composições fortes e de grande qualidade. É só olhar pra trás e colocar pra rodar novamente  álbuns como Come Clarity (2006) e A Sense of Purpose (2008) para perceber isso. E esse alto nível foi mantido nas músicas que estão em Siren Charms. As onze faixas do disco formam um tracklist consistente, que atesta não apenas a importância do In Flames, mas, sobretudo, a longevidade de um trabalho em constante mutação.

Colocando em palavras mais claras, pode-se dizer que Siren Charms traz um metal moderno e atual, que utiliza alguns elementos do passado para se tornar ainda mais eficiente aos ouvidos. Ou seja, música pesada contemporânea que não assusta os bangers da velha guarda - ou, pelo menos, não deveria repelir esses ouvintes.

A consistência do In Flames segue mantida com este novo trabalho, e isso é uma ótima notícia.

Ah, e a capa é linda!




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