sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

PEROLAS DO ROCK N´ROLL - PROG/FUSION - RAINBOW BAND - Rainbow Band

Grupo da Dinamarca formado em København em 1970 e que só lançou um álbum em 1970 com esse nome, logo depois o grupo ficou sabendo que havia uma outra banda do Canadá que existia com o mesmo nome e mudou o nome do grupo para Midnight Sun, relançando o álbum Rainbow Band em 1971 com o nome de Midnight Sun e com um vocalista novo (Allan Mortensen), lançando além desse, outros dois álbuns até acabar no final de 1974 .

O álbum Rainbow Band foi uma pérola com um som bem variado, que tem na sua maioria rock progressivo e jazz rock/fusion, mas com alguns toques de música psicodélicas e blues (faixas como King of the Sun), contando ainda com algumas boas passagens mais pesadas na guitarra e faixas como Nobody onde o destaque é o piano e a flauta.
Pérola Recomendada!!!

- Peer Frost / guitars
- Carsten Smedegaard / drums
- Bent Hasselmann / winds
- Lars Bisgaard / vocals
- Bo Stief / bass
- Niels Bronstad / piano

01. Where Do You Live 4:27
02. King Of The Sun 5:06
03. Nobody 4:57
04. B.M. 2:45
05. Where Are You Going To Be 2:48
06. Living On The Hill 14:13
07. Rainbow Song 3:49



Wild Nothing – Life Of Pause (2016)

 

As canções de Jack Tatum, cintilantes e nostálgicas, funcionam como atraentes confecções pop encamadas numa envolvente, por vezes surreal, atmosfera narcotizante rica em detalhes. Persistem não na memória pelos orelhudos refrões ou melodias, mas como estes nos emergem instantaneamente reconhecíveis assim que os revisitamos. O modo como o homem por detrás dos Wild Nothing explora as potencialidades harmoniosas, rítmicas e estruturais de cada uma das suas canções fará porventura com que as mesmas não tenham (ou melhor, não cedam) ao imediatismo dos seus pares, mas aí reside porventura o seu fascínio: a pop como subliminar memória que refulge na sua fascinante totalidade assim que regressamos a ela – talvez a música de Tatum seja a que mais se aproxima, no espectro actual, da concepção literal do dream em dream pop.

Nocturne, o excelente registo anterior, distinguia-se do antecessor Gemini pela riqueza e diversidade instrumental, a beleza dos arranjos e a superior qualidade de gravação, potenciando a experiência mirabolante e absorvente do som dos Wild Nothing. Apontando como influências Todd Rundgrensoul de Filadélfia neste novo registo, a voz de “Shadow” dá proeminência na mistura a uma secção rítmica forte e fluida, sendo clara o papel dos dois na abordagem que Tatum tomou na produção de Life Of Pause. É graças à conjugação de um baixo petulante e inventivo e a persecutória e hábil precursão, presentes em todas as faixas, abrangendo desde krautrock em “TV Queen” à disco em “Reichpop”, que este é o disco mais coeso, homogéneo e fluido de toda a discografia do grupo.

A sensação de espaço físico criada pelas camadas sonoras cativantes de Tatum tem, neste disco, resultados que variam desde o muito bom ao mediano. Infelizmente, encontra-se aqui em falta a dimensão emocional, pungência sónica, criatividade composicional e momentos sónicos inesperados que permeavam Nocturne, ainda o melhor trabalho no seu catálogo. O refrescante solo de marimba na primeira faixa “Reichpop”, seguido por saltitante ritmo acompanhado de óptimos rasgares solares na guitarra, é um dos melhores momentos do disco. Após este, a qualidade fraqueja nas quatro faixas seguintes, um kitsch 80s pouco inventivo, demasiadamente estéril e pouco enérgico. Todavia, após a foleira faixa-título, o disco melhora substancialmente, seguindo-se as faixas mais exploratórias, densas e aventurosas, onde o álbum arrisca mais sair da sua zona de conforto. “Alien” e “Whenever I” incorporam os ritmos sensuais Motown para resultados felizes, esta última com um dos melhores refrões da carreira da banda. A sónicamente irrequieta “Adore”, faixa que melhor conjuga a nova dimensão corporal e dançante de Life of Pause com a etérea e sonhadora dos dois registos anteriores, é um verdadeiro doce para os ouvidos, o seu psicadelismo extasiante, rico em texturas surpreendentes que efervescem e desvanecem para a outras dar lugar, dominado com uma mestria e classe fora do comum, culmina numa jam arrebatadora e hipnotizante. “To Know You” serve-se de uma batida motorik e de um ruidoso sintetizador para dotar a faixa de uma qualidade agridoce e agressiva previamente desconhecida à habitualmente acessível ambiência dos Wild Nothing.

Tatum apresenta ainda um talento nato para pérolas melódicas subjacentes ao imediato nas suas faixas e Life Of Pause é disco para muitas escutas. Todavia, peca por ter um par de canções menos inspiradas e nenhum momento que nos verdadeiramente destoe ou consideremos imprevisível. Aplaude-se a mudança, mas reticentemente sai-se deste álbum com a impressão de que poderia ter sido mais especial do que realmente foi.


Brian Eno – The Ship (2016)

Sou um admirador incondicional de Brian Eno e da sua vasta obra, mesmo quando grava (ou gravou) discos que considero de menor ou até mesmo residual interesse. É um mago, um pioneiro, um artista multifacetado, sempre uns bons quilómetros à frente dos seus pares, sempre visionário, sempre desbravador dos caminhos tortuosos da música e dos sons que a edificam. Não somente como autor em nome próprio, mas também como parceiro de outros, e até mesmo como produtor. Num tempo ceifante como este em que vivemos, terrível para os grandes nomes da música, a existência de Brian Eno é, desde logo, um conforto, um motivo adicional de contentamento, e também um sinal claro de que um novo disco de Eno nunca nos engana(rá). Tem sido quase sempre assim, e a esperança gerúndia que a marca Eno faz crer, leva-nos a nunca duvidar da qualidade de sua próxima obra. Claro que há quem o prefira dos tempos (e dos modos) de Here Come The Warm Jets (o seu disco de estreia a solo, em 1974), de  Tiger Mountain (By Strategy) (também de 74, e para mim o melhor disco de Eno na sua faceta de criador de canções), ou até mesmo de parte de Before And After Science (1977), embora outras, e são também muitas e acérrimas, mostrem maior apreço pela versão mais ambiental do mesmo autor, onde discos maiores como No Pussyfooting (em colaboração com Robert Fripp, de 1973) Discreet Music (1975) ou Ambient 1: Music For Airports (1978) se destacam claramente. No entanto, e mesmo sabendo que a versatilidade de Eno não se esgota nas obras citadas (e por isso não resisto a mencionar mais uma, a “avant la lettre” My Life In The Bush Of Ghosts, de 1981, em parceria com a cabeça falante David Byrne), o que nos chega neste momento às mãos é The Ship, álbum que baralha e volta a dar (no que a expressão tem de melhor, acreditem) todo um passado e toda uma memória sonora que dele fomos construindo durante largas décadas, agora elegantemente revisitada.

The Ship é um disco dividido em duas grandes partes, a primeira com o mesmo título do álbum e a segunda designada por “Fickle Sun” que, por sua vez, se desmembra em três andamentos: “Fickle Sun”, “The Hour Is Thin” e “I’m Set Free”, cover dos eternamente saudosos The Velvet Underground. Parece-me claro (mas falo de uma clareza nebulosa, com alguma opacidade, mas mesmo assim repleta de uma vastíssima limpidez) que este The Ship, trabalho inspirado pelo afundamento do Titanic, é uma obra densa, que descobre na voz e nos efeitos que surgem a partir dela, um universo sonoro de enorme beleza, como se a voz de Eno pudesse, ela mesma, criar um universo paralelo às normais estruturas da composição musical. A voz como centro sonoro de tudo quanto existe!, parece-me uma possível e justa interpretação do que se ouve em The Ship, o primeiro tema do disco. E assim, em seu redor, outras vozes se elevam, outras ainda se reduzem, aumentando e minimizando amplitudes espaciais que se transformam em dilatadas paisagens sonoras, lençóis de sons que envolvem aquele que as escuta. Adivinham-se os silêncios anteriores a estes sons, e os ruídos burilados que chegam até nós vindos do vazio das profundezas surpreendem pela beleza trágica que encerram.

Na segunda faixa do disco, no andamento “Fickle Sun (i)”, ouvimos um poema dito pelo ator Peter Serafinowicz, criado por um software de nome Markov Chain Generator, capaz de produzir linhas e linhas de texto sequencial, mas também ruídos de maquinaria, excertos dormentes de velhas canções da primeira guerra mundial entre muitas outras coisas sem nome e sem lugar, como se estivessem perdidas no espaço. Tudo em pouco mais de dezoito minutos de inquietação…

Outro momento de grande interesse, talvez o maior de todos, sobretudo para os mais acostumados e amigos do formato canção, reside nos últimos cinco minutos e vinte segundos do disco, através do conhecidíssimo “I’m Set Free”, do álbum homónimo dos The Velvet Underground. A canção de Lou Reed permanece intacta na sua deslumbrante graciosidade, e a voz de Brian Eno dá-lhe a tonalidade perfeita para que este The Ship acabe com delicadeza e circunstância.

Reitero, para terminar este discurso, a ideia inicial destas linhas: ouvir Brian Eno é sempre um grande prazer! Se for ouvido em condições de exceção, como seria bom que acontecesse, o deleite será ainda maior. Permitir que The Ship se afunde, de forma distinta e requintada dentro de si, pode ter um impacto saudavelmente devastador!



Dälek – Asphalt For Eden (2016)

 

É finalmente primavera e parece que o sol e o calorzinho chegaram e se instalaram. Tempo perfeito, só que não. Nunca nos últimos dias quis tanto céu carregado e ventania, ou um daqueles dias de nevoeiro cerrado que parece que vai levantar, mas depois não acontece nada. Este meu desejo de horário de inverno e meteorologia correspondente é o resultado de escutas sucessivas de Asphalt For Eden que assinala o regresso aos discos dos Dälek ao fim de sete anos desde Gutter Tactics.

Dificilmente o trabalho de outros artistas de hip hop tem este efeito particular. Mas os Dälek sempre se distanciaram do cânone do género, incorporando samples de ambient e apostando na criação de ambientes tão shoegaze como os que criam os Have A Nice Life.

Não é à toa que o álbum é editado pela Profound Lore Records, mais direccionada para géneros mais pesados e experimentais (ainda no ano passado nos deu o incrível A Northern Meadow, dos Pyramids), ao invés de ter o selo de uma editora com um catálogo mais virado para aquilo que achamos que é o público-alvo do hip hop. A própria carreira dos Dälek acabou por afastá-los deste target quando embarcaram em digressões com bandas como The Dillinger Escape Plan, Tool ou Godflesh

A maioria das referências dos Dälek talvez nem se cruze com as dos nomes maiores do hip hop dos últimos quinze anos, e é isso precisamente que faz com o seu som seja distinto em relação a outros artistas, e que os deixe mais próximos de uma onda mais experimental. “Masked Laughter (Nothing’s Left)” ou a instrumental “6db” facilitam a compreensão desta descrição, envoltas numa neblina que resulta desta combinação menos óbvia de géneros.

Mas depois também há o contraste em “Critical” e “Control”, onde o hip hop se coloca numa posição mais dominadora do que nos restantes temas. Os beats mais rápidos e o tom mais inflamado de MC Dälek (Will Brooks) deixam estes temas mais perto da zona mais popular do género, como que a fazer-nos lembrar que no final do dia, em Asphalt For Eden e no cerne dos Dälek há muito, muito hip hop, e do bom.

Na verdade, quanto mais ouço Dälek, mais me parece que eles são uma das melhores bandas de entrada para aqueles que, como eu, um dia disseram que não gostavam de hip hop. O que torna o trabalho dos Dälek tão peculiar, e Asphalt For Eden não é excepção, é esta personalidade um tanto à margem de géneros, que resulta numa combinação daquele groove instantâneo do hip hop à mistura com a cadência lenta e cinzenta do material mais noise incorporado desde o início ao fim do disco.

Sejam mais hip hop e menos experimental ou vice-versa (ou nenhuma das duas) e mesmo sob as nuvens cinzentas que traz consigo, a escuta de Asphalt for Eden é mais que recomendada.



Mayer Hawthorne – Man About Town (2016)

 

Quando me caiu no ouvido Man About Town, desconhecia por completo quem fosse Mayer Hawthorne. Pensava eu. Porque depois fui ao Google, que me disse que de cada vez que eu acompanhei na rádio o refrão “just ain’t gonna work out, just ain’t gonna work out, girl”, estava a cantar Mayer Hawthorne. Pronto, já podiam ter dito.

E oiço o disco com um pouco mais de atenção. Está lá o groove, a soul e o funk, todos delicadamente conjugados, nem demasiado pop, nem demasiado disco. O falsete continua sexy, os coros são suaves e nada soa estranho ao nosso ouvido. Somos seduzidos pela voz em “Cosmic Girl”, namoramos ao som de “Breakfast in Bed”, balançamos com “Get You Back“, aceleramos o passo em “Love Like That” e ainda damos uma perninha no reggae com “Fancy Clothes”. Tudo cool, tudo certo.

E então sigo para a merecida segunda volta – afinal o disco está bem feito – e, aos poucos, vamos percebendo que a Man About Town lhe falta um pouco de sal e pimenta, aquele refrão que fica na cabeça, aquelas canções que se distanciam das outras e que fazem um disco único. No fundo, carregamos no play e é como se conduzíssemos auto-estrada fora de cabelos ao vento, alcatrão novo com curvas ligeiras à esquerda, outras à direita, sem trânsito, nem buracos, nem grandes emoções. Mayer prefere não se aventurar demasiado e sentir-se bem confortável ao volante do seu descapotável – com seguro contra todos – oferecendo-nos as suas melodias simples de mão beijada, sem precisarmos de mexer no volume.

Contas feitas, e depois de também espreitar o remanescente reportório do músico, Man About Town é só mais um disco bem feito de Mayer Hawthorne, um dos bons, que só não é brilhante porque não nos traz nada de novo. Não deixem, porém, de o espreitar pois, mesmo em auto-estrada, uma viagem ao som de Man About Town será sempre mais cool do que aborrecida.



Baoba Stereo Club + M. Takara – Baoba Stereo Club + M. Takara [EP] (2013)

 

O verão é a época por excelência do ser humano. É a época do riso, dos troncos nus camaleónicos, da cerveja – ou algo mais – ao fim da tarde. E é a época do amor fugaz, do beijo dado sem preocupações presentes e ressentimentos futuros. Desse verão poético e imaginativo faz-se a música dos Baoba Stereo Club, portento de fusão da linguagem jazz com tudo o que vier à rede, aqui auxiliados pelo multi-instrumentista Maurício Takara num EP reeditado em 2015 pela portuguesa A Traineira.

Baoba Stereo Club + M. Takara é fruta da época. No inverno, talvez os seus encantos não nos consigam seduzir; mas mal o nosso rosto sente a primeira aragem quente do ano eis que o EP serpenteia pela cóclea, transmite aquela sensação de alegria que só uma noite tórrida, por entre o amor e o ruído, consegue transmitir. É música que se dança, corpo a corpo, ou é música que se aprecia sentado em bares mais ou menos fumarentos. Eclético e multi-facetado e portador das mais diversas magias, como os bons discos devem ser.

O primeiro ato mágico não poderia ter melhor título: “Abre Caminho”. Porque é isso que o tema faz, através de um motif de piano repetido, ao qual se junta um maravilhoso – e turbulento – som de trompete, como que indicando a faca e o alguidar que se escondem nas vielas de Lisboa durante o Santo António. E isso também é estranho: os Baoba Stereo Club são oriundos de São Paulo. Não teriam como reinventar essa imagem de Lisboa. Mas fizeram-no… Até porque o jazz é uma linguagem universal e cada um vê nele o que bem entende.

É um disco curto para a qualidade que tem; apenas 20 minutos de deleite. Normalmente, dir-se-ia que não precisava de mais, mas a verdade é que esta música deveria ressoar como um verdadeiro amor de verão: durante três meses intensos e em que no final restassem as memórias bonitas e inapagáveis. Como assim não é, somos obrigados a rodá-lo duas, quatro, vinte vezes, deixando que a melancolia punk de “(Adeus) Fidel” e o passo apressado de “Para Moacir” marinem no goto até cansar. O que é impossível. Amar não cansa.


Discos que ficariam melhores se as sobras de estúdio estivessem incluídas neles – parte 2

 

Discos que ficariam melhores se as sobras de estúdio estivessem incluídas neles – parte 2

Como prometido, este texto dará continuidade à matéria já publicada aqui neste site, citando mais cinco discos que, na minha visão, não são necessariamente ruins, mas poderiam ser ainda melhores se algumas “sobras de estúdio” ou faixas lançadas apenas como “lados B” de singles (ou tocadas apenas ao vivo) fizessem parte do track list oficial do disco finalizado. Reforço que estas escolhas seguem somente o meu próprio gosto pessoal, e deixo ao leitor que se sinta livre para concordar ou discordar nos comentários, além de sugerir outros álbuns que poderiam passar pelo mesmo “processo” de “melhoria” em sua versão mercadológica. Sendo assim, seguem minhas escolhas para esta segunda parte, novamente em ordem cronológica de lançamento.


1. In the Court of the Crimson King (King Crimson – 1969)

Assim como ocorre com Red, a estreia do King Crimson é um dos meus discos favoritos do grupo, mas eu nunca consegui entender ou gostar da primeira faixa do lado B, chamada “Moonchild”. Da primeira parte, mais calma e com vocais, eu gosto bastante, mas, quando a música se torna instrumental e mais abstrata, minha mente não consegue acompanhar a “viagem” da banda. Coubesse a mim selecionar as faixas que viriam a compor este clássico do rock progressivo, teria mantido apenas a primeira parte desta composição (como a banda passou a fazer ao vivo nas encarnações com Jakko Jakszyk nos vocais), e completaria o lado B (que, obviamente, contaria também com a inclusão da faixa de encerramento do álbum, a clássica “The Court of the Crimson King”) com alguma das faixas que a banda costumava interpretar ao vivo na época, mas que não chegaram a ser registradas em estúdio, como a cover para “Get Thy Bearings” (originalmente gravada pelo cantor Donovan), ou as originais “Travel Weary Capricorn” ou “Mantra”, faixas que me agradam muito mais que a sessão instrumental de “Moonchild”, e que podem ser encontradas em diversos registros oficiais do período lançados posteriormente, como o box set Epitaph.


2. Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me (The Cure – 1987)

Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me sempre me soou como um daqueles muitos casos de um vinil duplo que, se fosse simples, seria muito melhor. Contente com o sucesso do disco anterior, The Head on the Door, de 1985, o líder Robert Smith solicitou aos outros membros do grupo que participassem do processo de composição do novo álbum, abrindo mão da quase ditadura autoral que havia no The Cure até então. O resultado disso foi que nada mais nada menos que quarenta músicas foram apresentadas, sendo que trinta chegaram a ser gravadas, com dezoito delas fazendo parte do disco oficial (que ficou tão longo que uma faixa, “Hey You!!!”, acabou ficando de fora da versão em CD original por falta de espaço). Das faixas gravadas e não aproveitadas, pelo menos cinco foram aproveitadas como lados B dos singles lançados para promover o disco (além de fazerem parte de um vinil laranja que vem como bônus em uma raríssima edição britânica do mesmo, que eu, infelizmente, nunca vi). Pois qualquer uma destas cinco faixas, a meu ver, teria potencial para fazer parte da versão finalizada do álbum, especialmente “Breathe” e “A Chain of Flowers” (as outras são “A Japanese Dream”, “Snow in Summer” e “Sugar Girl”), que poderiam facilmente substituir faixas pelas quais não tenho tanto apego, como “Like Cockatoos”, “Icing Sugar” ou “The Perfect Girl” (ou mesmo outras mais famosas, mas que também não me agradam muito, como “Hot Hot Hot!!!”, “Why Can’t I Be You?” ou “If Only Tonight We Could Sleep”). Acredito que estas alterações não fariam o conceito do disco “subir” muito na minha avaliação em relação à discografia do grupo, mas certamente fariam com que eu fosse atraído a ouvi-lo mais constantemente do que faço!


3. Eldorado (Neil Young – 1989)

Eldorado é um EP de cinco músicas lançado por Neil Young no começo de 1989, inicialmente apenas no Japão e na Austrália, segundo a wikipedia. Apenas seis meses depois, o canadense lançaria Freedom, álbum que “resgatou” sua credibilidade no meio musical (depois de uma década de 1980 cheia de percalços), e levou a carreira do músico de volta ao nível de popularidade que ele tinha durante os anos 1970, e que continha três faixas também presentes em Eldorado. Acontece que este EP de vinte e cinco minutos é tão interessante (a meu ver), que, se a ele fossem somadas as duas versões de “Rockin’ in the Free World” (uma acústica, outra elétrica) mais a longa “Crime in the City (Sixty to Zero Part I)” e a também bastante recomendável “No More” (todas presentes em Freedom), teríamos mais pelo menos vinte e três minutos, que comporiam um disco de quase uma hora ainda mais conciso (em termos de estilo musical) e interessante do que Freedom, e que seria, a meu ver, melhor que muita coisa que Young lançou nos últimos quarenta e poucos anos. A opção do canadense foi outra (com um resultado até que bem satisfatório, pois Freedom não é, nem de longe, um disco desprezível como alguns registros que vieram antes e depois), mas algo bem mais atraente poderia ter resultado das sessões de gravação que ele fez com seus colegas à época.


4. Falling Into Infinity (Dream Theater – 1997)

A versão lançada pelo Dream Theater de Falling Into Infinity não é aquela que a banda gostaria que fosse. A ideia inicial do quinteto era lançar um álbum duplo, com algumas faixas mais progressivas, incluindo uma longa suíte que ocuparia todo o lado D (pensando no vinil) e seria uma sequência para a faixa “Metropolis – Part I (The Miracle And The Sleeper)”, do álbum Images And Words. Algumas demos foram registradas, mas a gravadora não concordou com as ideias do grupo. Ela queria um álbum com maior potencial comercial, e, para isto, trouxe o produtor Kevin Shirley para “arredondar” mais algumas ideias das composições, além do famoso compositor Desmond Child, que trabalhou junto a Petrucci em uma nova versão para uma faixa até então chamada de “You or Me” (que viria a se tornar a conhecida “You Not Me”). O fato do grupo se ver obrigado a lançar a “versão da gravadora” no mercado ao invés da sua própria fez com que o disco soasse bastante diferente dos registros anteriores do Dream Theater, sendo até hoje alvo de controvérsias por parte dos fãs mais devotos da banda. Caso faixas como “Cover My Eyes”, “Where Are You Now?”, “The Way it Used to Be”, e, principalmente, “Speak to Me” e “Raise the Knife” (todas disponibilizadas anos depois na série de “bootlegs oficiais” lançada pelo grupo, a qual viria a ser relançada mais recentemente sob o nome “Lost Not Forgotten Archives”) tivessem sido lançadas à época (talvez, junto com a sequência de “Metropolis”, que, como sabemos, acabou virando depois um álbum completo, o aclamado Metropolis Pt. 2: Scenes From A Memory), como era o desejo do grupo (sendo que eu não gostaria de ver estas canções substituindo nenhuma faixa do álbum original, mas, sim, sendo agregadas a ele, formando o disco duplo que a banda desejava), Falling Into Infinity seria um álbum mais condizente com a carreira do Dream Theater até então, e, a meu ver, ainda melhor do que já é, ainda que muitos possam não concordar comigo!


5. Death Magnetic (Metallica – 2008)

Death Magnetic resgatou muito do prestígio que o Metallica havia perdido junto aos fãs mais “true” com a dupla Load/Reload, e principalmente, com o fraco St. Anger. A volta a composições com mais características de “RÉVI METÁU” e o retorno dos solos (ausentes no disco anterior) atraíram uma multidão de fãs que havia se afastado do grupo nos anos anteriores. Aí, no começo de 2012, a banda lançou o EP Beyond Magnetic, com quatro faixas que “sobraram” das gravações do álbum original (e que até mereceu um War Room especial aqui no site). E foi aí que comecei a me perguntar como conseguiram deixar “Hate Train” e “Just a Bullet Away” de fora do Death Magnetic (sendo que “Rebel of Babylon” também podia muito bem ter se encaixado lá). Quais músicas tirar para colocar estas? Eu gosto bastante do disco original, mas trocaria facilmente “The Judas Kiss” ou “My Apocalypse” pelas duas “descartadas”. E tenho certeza que muita gente preferiria ver uma delas no lugar de “The Unforgiven III”, faixa que sei que não agrada muitos dos fãs da banda. Não sei se o álbum ficaria muito melhor do que já é, mas, pelo menos, as duas primeiras faixas do EP teriam uma chance maior de se destacarem na discografia do Metallica, ao invés de ficarem relegadas a meras “coadjuvantes” em um EP do qual poucos ainda se lembram!

Estas foram as minhas escolhas para a segunda parte desta matéria. Agora é com vocês! Deixem suas opiniões nos comentários, e indiquem outros álbuns que poderiam ser “alterados” em sua concepção, para quem sabe termos mais partes em breve, e transformar esta ideia em uma nova seção para o site!

Discos que ficariam melhores se as sobras de estúdio estivessem incluídas neles – parte 1

 

Discos que ficariam melhores se as sobras de estúdio estivessem incluídas neles – parte 1

Hoje em dia não é tão comum, mas houve um tempo em que as bandas gravavam (muito) mais material do que o necessário para preencher os dois lados do vinil de seu próximo lançamento. Não é raro sabermos de discos simples que foram originalmente pensados para serem duplos, mas, por diversos motivos, tiveram seus planos alterados ou pelos autores, ou (mais frequentemente) pelas gravadoras. Com o advento do CD, ficou mais fácil colocar mais músicas em um mesmo lançamento, mas, ainda assim, certos grupos ainda mantiveram a prática de registrar mais sessões do que o necessário.

O destino destas faixas “descartadas” muitas vezes foi o fundo de algum arquivo ou a lata de lixo, mesmo! Mas, em alguns casos, estas “sobras” encontraram espaço em coletâneas futuras ou em box sets de “raridades” do artista, ou até mesmo em discos “picaretas” lançados por empresários e gravadoras (em muitos casos, para “lucrar em cima” do nome de algum artista falecido). Em outras ocasiões, existem “pérolas” que precisam ser garimpadas em bootlegs registrados ao longo dos anos, pois foram executadas apenas nos palcos, sem chegarem a ser registradas adequadamente nos estúdios de gravação.

Na minha opinião, muitas vezes estas tais faixas “descartadas” são melhores do que as escolhidas para compor o disco “oficial” lançado no mercado. Foi com isto em mente que elaborei esta lista, onde aponto cinco discos que não são necessariamente “ruins”, mas que, a meu ver, ficariam ainda melhores com algumas substituições eu seu track list, considerando o período de gravação/composição dos mesmos. Claro que este é apenas o meu ponto de vista, e todos podem discordar o quanto quiserem, e até apontar outros álbuns que tenham ficado de fora (já adianto que a parte dois desta lista está por vir). Sendo assim, vamos aos discos que penso que poderiam ter sido ainda melhores (listados em ordem de lançamento), e nos encontramos nos comentários deste texto!


1. Atom Heart Mother (Pink Floyd – 1970)

Já vi pessoas se referindo ao “Disco da Vaca” como sendo o seu favorito na discografia do Pink Floyd, mas confesso que o mesmo nunca me “pegou” tanto quanto outros registros do grupo. Ainda que as três primeiras faixas do lado B sejam bastante aceitáveis (embora eu sempre as tenha encarado como uma continuação do que o grupo fez no disco de estúdio do álbum Ummagumma, não no sentido musical, mas por serem quase três faixas “solo” de seus respectivos autores, assim como as músicas do disco citado), eu nunca consegui compreender e apreciar devidamente a faixa de encerramento, “Alan’s Psychedelic Breakfast”. A faixa título é, dentre todas as “suítes” do Floyd, a que menos gosto, principalmente por conta da participação da orquestra, e de achar que algumas “viagens” sonoras no decorrer da composição não encaixam bem com o todo da faixa. O que acho curioso é que existem diversos bootlegs ao vivo gravados ao longo de 1970 que trazem versões “embrionárias” deste épico, chamado então de “The Amazing Pudding”, onde apenas a banda participa (sem a orquestra), e que, aos meus ouvidos, soam muito melhores que a faixa finalizada em estúdio. Nestes mesmos bootlegs do período, é quase certo, também, que o ouvinte encontrará uma música chamada “Embryo”, uma faixa psicodélica cujo início remete aos princípios da banda, mas depois abre espaço para improvisos diversos por parte do grupo, que podiam se estender de dez a quinze minutos dependendo da inspiração do quarteto. Apesar de algumas versões ao vivo terem sido lançadas oficialmente em box sets posteriores do Pink Floyd, a única versão de estúdio que conheço desta canção saiu na coletânea Works, de 1983 (em uma edição com menos de cinco minutos de duração, e que, segundo a wikipedia, foi registrada ainda durante as sessões de Ummagumma, e lançada oficialmente pela primeira vez em uma compilação com vários artistas da gravadora Harvest chamada Picnic – A Breath of Fresh Air), a qual não faz jus à qualidade de suas versões ao vivo do período. Para o meu gosto, se o Pink Floyd tivesse colocado uma versão “completa” de “Embryo” no lugar de “Alan’s Psychedelic Breakfast”, e tivesse mantido a faixa título mais próxima de sua versão inicial (“The Amazing Pudding”), Atom Heart Mother seria um disco bem mais forte, e subiria vários “degraus” no meu nível de apreciação da discografia da banda…


2. Red (King Crimson – 1974)

Red é não só o meu disco favorito do King Crimson, mas um dos meus favoritos em todo o gênero Rock Progressivo. Embora eu considere o lado A irretocável, nunca consegui entender a primeira faixa do lado B, chamada “Providence”. Gravada ao vivo na cidade que lhe dá nome, capital do estado de Rhode Island, nos EUA, esta composição é uma versão editada de um improviso realizado em um show de 30 de junho de 1974, e nunca fez muito sentido para mim. A versão completa deste improviso foi lançada oficialmente pela primeira vez no box set The Great Deceiver, de 1992 (aparecendo depois em outros lançamentos posteriores), e os pouco mais de dois minutos que “completam” a faixa dão, a meu ver, um significado completamente diferente à versão apresentada originalmente. Eu gostaria muito de ter a versão “completa” disponível em Red, ao invés da editada, mas, talvez, as limitações de tempo do vinil à época não permitissem sua inclusão. Mesmo assim, “Providence” poderia, a meu ver, ter sido substituída por um dos muitos improvisos registrados na turnê anterior (presentes tanto no citado box set The Great Deceiver quanto no posterior The Road To Red, de 2013), mas, principalmente, por uma faixa que consta nestes box sets e que nunca teve uma versão oficial de estúdio registrada, chamada “Doctor Diamond”, uma pérola desta encarnação da banda que foi “abandonada” porque o grupo não estava satisfeito com seu arranjo, fazendo com que o então quarteto nunca tenha chegado a completar uma versão “definitiva” da mesma (o que, a meu ver, é algo inexplicável, pois as poucas versões ao vivo disponibilizadas dela provam sua qualidade, ao menos para mim). Ainda que “Doctor Diamond” seja mais curta que “Providence”, os poucos minutos que “faltariam” para completar o lado B poderiam ser preenchidos por partes dos improvisos citados (até mesmo de “Providence”), e o disco ficaria, no meu entender, ainda mais forte desta forma. Para completar, quero citar que considero “Starless”, a faixa que encerra o disco, um clássico não apenas do King Crimson, mas também de todo o rock progressivo (em por que não, da música dos anos 1970), mas ainda prefiro ouvir sua versão “original” (com a presença do violino de David Cross, músico que foi desligado do grupo no início das sessões que levariam ao disco Red), presente em vários concertos ao vivo lançados oficialmente através dos anos, a qual, se tivesse chegado à forma final do vinil lançado, faria dele um registro ainda melhor para o meu gosto musical!


3. In Through the Out Door (Led Zeppelin – 1979)

In Through the Out Door está longe de ser um dos meus discos preferidos do Led Zeppelin. Embora considere o lado B como muito bom (não curto tanto “I’m Gonna Crawl”, mas a faixa não me desagrada em quase nada), acho o lado A muito fraco, e aprecio realmente apenas a abertura com “In the Evening”. As demais três faixas, a meu ver, não fazem justiça à discografia da banda, e, se tivessem sido substituídas por três “outtakes” que viriam a aparecer posteriormente na coletânea Coda (a saber, “Ozone Baby”, “Darlene” e, principalmente, “Wearing and Tearing”, todas registradas durante as sessões de gravação de In Through the Out Door), fariam com que o disco ficasse muito mais forte do que a versão disponibilizada no mercado. Não conheço outras sobras de estúdio desta época, mas não duvido que, mesmo com os problemas que enfrentava à época das gravações (com Bonzo lutando contra o alcoolismo e Page contra seu vício em heroína), o Led teria condições de compor faixas mais fortes do que “South Bound Saurez” ou “Fool in the Rain”, e as três faixas de Coda, para mim, provam isto!


4. Combat Rock (The Clash – 1982)

Já escrevi sobre este disco aqui no site, mas não quero perder a oportunidade de, mais uma vez, expressar meu desgosto com as escolhas feitas pelo grupo para este registro. Pensado originalmente como um álbum duplo chamado Rat Patrol from Fort Bragg, a versão “finalizada” produzida pelo guitarrista Mick Jones acabou sendo rejeitada por seus parceiros de banda, pelos empresários e pela gravadora da banda. O renomado produtor Glyn Johns foi então chamado para “dar um jeito” nas faixas já registradas, e, junto aos membros remanescentes do Clash (Jones quase não participou deste processo), fez diversas edições e “montagens” no material, selecionando partes para serem incluídas no que viria a ser o disco simples Combat Rock, e descartando muito do que a banda havia gravado antes da chegada do novo produtor. O resultado final do disco, apesar de ter alcançado o posto de álbum mais vendido da banda, é, para mim, um dos registros menos atraentes do Clash (perdendo apenas para o “canto do cisne” Cut the Crap, de 1985). Para o meu gosto, todo o lado B do disco poderia ter sido descartado (com exceção, talvez, de “Inoculated City”), e mesmo “Car Jamming” e “Red Angel Dragnet”, do lado A, poderiam ter suas posições comprometidas. Isto porque as sessões iniciais deixaram para a posteridade faixas muito melhores, como “Long Time Jerk” (que chegou a ser lançada como lado B do single “Rock The Casbah”), a instrumental “He Who Dares or Is Tired”, a excelente “Midnight to Stevens” (que ficou “perdida” por muitos anos até ser resgatada no box set Clash On Broadway) e duas faixas que precisavam, a meu ver, apenas de alguns ajustes para serem melhores que 75% do material final lançado oficialmente: “The Beautiful People Are Ugly Too” (lançada oficialmente na edição de quarenta anos como “The Fulham Connection”) e “Kill Time” (que foi renomeada como “Idle In Kangaroo Court” na mesma edição). Todas elas aparecerem na citada edição de quarenta anos do disco (já resenhada aqui no site), e, a meu ver, fariam de Combat Rock um disco muito mais agradável do que é, e, talvez, até aumentassem seu potencial comercial ainda mais. Infelizmente, não foi o que ocorreu, em um dos maiores “erros de julgamento” na hora de “montar” um disco que já escutei em minha vida!


5. Animal Boy (Ramones – 1986)

Embora não conheça ninguém que concorde comigo, Animal Boy é meu disco favorito dos Ramones desde a primeira vez que o ouvi. A mistura do lado mais hardcore do registro anterior (Too Tough to Die, de 1984) com alguns toques mais pop dos últimos discos antes da demissão de Marky (sem esquecer do punk rock mais simples do início da carreira) agradam em cheio aos meus ouvidos, em uma combinação com uma qualidade que quase chegou perto de ser alcançada no imediatamente posterior Halfway to Sanity, de 1987, mas que não teria o mesmo nível nos discos após a saída de Dee Dee (nem no último registro com o baixista original). Mesmo assim, saber que três faixas excelentes registradas neste período acabaram relegadas a meros “lados B” na discografia do grupo nunca foi um fato muito bem aceito por mim. Me refiro a “Go Home Ann” (lado B da versão 12″ do single “Bonzo Goes To Bitburg”, e, para mim, uma das melhores composições do grupo na fase com Richie na bateria), “(And) I Don’t Wanna Live This Life” (lado B da versão 12″ do single “Crummy Stuff”, que depois foi renomeada para “I Don’t Want To Live This Life (Anymore)” na coletânea All the Stuff (And More) Volume 2), e “(You) Can’t Say Anything Nice” (lado B da versão 12″ do single “Something To Believe In”, e, das três, talvez a que eu menos aprecie). Para mim, estas canções são mais fortes que faixas como “Apeman Hop”, “Crummy Stuff” ou “Hair of the Dog”, e se, para fazer estas trocas, o fator “espaço no vinil” fosse um problema, eu não teria dificuldade em sacrificar “Eat That Rat” ou “Freak of Nature” para colocar as três “dispensadas”. Animal Boy é um discaço do jeito que saiu, mas tinha potencial para ser ainda melhor. Pena que não ocorreu, nem mesmo em reedições, pois o excelente trabalho da Rhino em relançar os discos da banda com faixas bônus e encartes mais “atraentes” parou exatamente no já citado Too Tough to Die, sendo que nenhuma reedição posterior de Animal Boy teve a “sacada” (ou a possibilidade) de incluir estas faixas (e outras demos que circulam de forma “não oficial” pelos círculos de colecionadores) na relação oficial deste álbum!

Como já escrevi, tudo isto é apenas a minha opinião, baseada no meu gosto pessoal! Já adianto que uma segunda parte desta matéria está encaminhada para ser publicada em breve (com mais cinco discos que poderiam, a meu ver, ser “melhorados”), mas deixo o convite aos leitores que coloquem nos comentários as suas sugestões de discos que poderiam ter sido “aprimorados” utilizando-se sobras de estúdio ou faixas não aproveitadas na época!

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