Whitesnake é uma banda de hard rock que foi formada em Londres em 1978. Originalmente, a banda foi formada como um grupo de apoio para David Coverdale depois que ele deixou o Deep Purple. No entanto, a banda logo desenvolveu sua própria entidade. O único membro constante da banda na história da banda é David Coverdale. Whitesnake esteve ativo de 1978 a 1990, então brevemente reformado em 1994 e 1997. Em 2003, a banda reformou novamente , e eles continuaram a se apresentar juntos desde então. Desde que a banda foi formada, Whitesnake lançou 13 álbuns de estúdio, nove álbuns ao vivo, 12 álbuns de compilação, nove álbuns de vídeo, dois EPs, 30 videoclipes, cinco box sets e 44 singles. Aqui estão todos os álbuns de estúdio do Whitesnake classificados.
13. Restless Heart (1997)
'Restless Heart' é o nono álbum de estúdio do Whitesnake e o primeiro lançamento da banda na década de 1990. Não alcançou o mesmo nível de sucesso que a música da banda na década de 1980, alcançando apenas a posição 34 nas paradas do Reino Unido. No entanto, foi um hit no top dez na Finlândia e na Noruega. Embora Adam Vandenberg fosse membro do Whitesnake desde 1987, 'Restless Heart' foi o primeiro álbum da banda a apresentá-lo em todos os lugares.
12. Forevermore (2011)
'Forevermore' foi o décimo primeiro álbum de estúdio do Whitesnake, e alcançou a posição 33 nas paradas do Reino Unido. A banda começou a ter ideias para este álbum em 2009, um ano após lançarem o álbum 'Good to Be Bad'. O Whitesnake lançou três singles deste álbum, incluindo 'Love Will Set You Free', 'One of These Day' e 'Easier Said Than Done'.
11. Trouble (1978)
'Trouble' foi o álbum de estreia do Whitesnake, e foi gravado quando a formação da banda incluía John Lord, embora Lord tenha contribuído apenas para uma faixa em termos de composição. Coverdale afirmou que escolheu o nome do álbum porque seu primeiro filho nasceu enquanto eles estavam gravando o álbum. Os três singles lançados de 'Trouble' foram 'Lie Down', 'Day Tripper' e 'The Time Is Right for Love'. Este álbum só entrou nas paradas do Reino Unido, e chegou ao número 50.
10. Lovehunter (1979)
Como o segundo álbum de estúdio lançado pelo Whitesnake, o som de 'Lovehunter' é muito similar ao do Deep Purple. Foi o último álbum do Whitesnake a contar com o baterista Dave Dowle. O álbum atingiu o pico de número 29 na parada de álbuns do Reino Unido. Seu single principal foi 'Long Way from Home', que alcançou o número 55 no Reino Unido.
9. The Purple Album (2015)
O penúltimo álbum lançado pela banda foi 'The Purple Album', que foi mais bem-sucedido na Finlândia, onde atingiu o pico de número dois nas paradas. O álbum consistia em 13 faixas, com uma faixa adicional na edição japonesa e duas faixas bônus na edição deluxe. O Whitesnake lançou os singles 'Stormbringer', 'Burn', 'Lay Down Stay Down', 'Soldier of Fortune' e 'Mistreated'.
8. Slip of the Tongue (1989)
'Slip of the Tongue' liderou as paradas na Finlândia e alcançou a décima posição no Reino Unido e nos Estados Unidos. Foi o oitavo álbum de estúdio da banda e vendeu mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos. Os singles lançados do álbum foram 'Now You're Gone', 'The Deeper the Love' e 'Fool for Your Living '89'. Este último foi originalmente gravado para o álbum 'Ready an' Willing'.
7. Slide It In (1984)
É claro que o Whitesnake tem muitos seguidores na Finlândia, já que 'Slide It In' é um dos nove dos onze álbuns da banda a se tornar um hit top dez naquele país. Foi o sexto álbum de estúdio da banda, e chegou ao número nove no Reino Unido. Este álbum marcou a mudança do Whitesnake para o glam metal, e tem um som mais pesado do que seus trabalhos anteriores.
6. Saints & Sinners (1982)
'Saints & Sinners' é um álbum sólido do começo ao fim, sem nenhuma música ruim na lista de faixas. Foi o quinto álbum de estúdio do Whitesnake e foi um hit no top dez no Reino Unido e na Finlândia. Nos Estados Unidos, o álbum alcançou a posição 40. Os três singles lançados do álbum foram 'Here I Go Again', 'Bloody Luxury' e 'Victim of Love'.
5. Flesh & Blood (2019)
Apesar de ter sido fundado há mais de 40 anos, o Whitesnake mostrou que ainda conseguia atrair fãs quando lançou o álbum 'Flesh & Blood' em 2019. Ele alcançou o número três na Alemanha, o número quatro na Finlândia e o número sete no Reino Unido. O single principal do álbum foi 'Shut Up & Kiss Me', e os outros singles lançados foram 'Trouble Is Your Middle Name', 'Hey You (You Make Me Rock)' e 'Always & Forever'.
4. Good to Be Bad (2008)
O Whitesnake era um pouco mais experimental com seu som durante os anos 2000, e isso é evidente pela variedade de estilos em 'Good to Be Bad'. Enquanto a banda era mais conhecida por ser uma banda de hair rock , este álbum apresenta um pouco de blues-rock ao lado de algumas baladas excelentes. 'Good to Be Bad' alcançou a sétima posição na parada de álbuns do Reino Unido.
3. Ready an’ Willing (1980)
O terceiro álbum de estúdio do Whitesnake foi 'Ready an' Willing.' A banda conquistou seguidores nos dois anos desde seu álbum de estreia, então este álbum alcançou a sexta posição nas paradas do Reino Unido. Foi o primeiro álbum da banda a entrar nas paradas dos Estados Unidos, chegando ao número 90. Além da música-título, os outros singles lançados deste álbum foram 'Fool for Your Loving' e 'Sweet Talker.'
2. Come and Get It (1981)
Em 1981, quando o Whitesnake lançou "Come and Get It", a banda estava se tornando um grande sucesso, e este álbum alcançou o número dois nas paradas de álbuns do Reino Unido. Ele só foi mantido fora do primeiro lugar por "Kings of the Wild Frontier" do Adam and the Ants. Os singles deste álbum foram "Don't Break My Heart Again" e "Would I Lie to You".
1. Whitesnake (1987)
De acordo com o Return of Rock , o melhor álbum do Whitesnake é o álbum autointitulado de 1987. Nos primeiros dias, o som do Whitesnake era semelhante ao do Deep Purple, mas quando eles lançaram este álbum, eles começaram a desenvolver um som próprio. Uma das características de destaque do álbum é a guitarra de Sykes. Foi este álbum que levou o Whitesnake ao mercado mainstream e os tornou um nome conhecido.
Nos últimos tempos, as pessoas podem ter visto Kanye West mencionado nas notícias porque ele mudou seu nome para Ye sem sobrenome. Independentemente disso, ele continua sendo um dos artistas mais notáveis a surgir nos anos 2000. Claro, alguns dos álbuns de estúdio de West foram melhores do que os outros, embora qual deles tenha qual classificação seja uma questão de opinião pessoal.
10. Ye
Ye é o oitavo álbum de estúdio de Kanye West . É interessante notar que foi dito que ele foi regravado ao longo de duas semanas após uma entrevista ao TMZ na qual ele fez seu comentário controverso sobre a escravidão ser uma "escolha". No geral, Ye tem alguns destaques. No entanto, eles não são suficientes para compensar o restante sinuoso, que muitas vezes parece incompleto, sem polimento ou uma mistura de ambos.
9. 808s & Heartbreak
O nome 808s & Heartbreak não é coincidência. Para quem não conhece, West perdeu a mãe por complicações relacionadas a uma cirurgia plástica. Além disso, ele terminou com sua noiva Alexis Phifer, com quem estava junto desde 2002. Além disso, West estava lutando com a forma como sua vida havia mudado por causa do estrelato internacional que ele havia buscado. Como tal, não é de se admirar que 808s & Heartbreak seja cheio de emoção. Ainda assim, embora tenha provado ser uma grande influência no hip-hop como um todo, há uma razão pela qual a maioria das pessoas não o consideraria um dos melhores álbuns de estúdio de West.
8. The Life of Pablo
The Life of Pablo tinha potencial. No entanto, foi arrastado para baixo por algumas coisas. Uma seria a famosa tendência de West de pular de projeto em projeto, o que resulta em uma grande quantidade de produção, mas não necessariamente uma grande quantidade de boa produção. A outra seria a relutância de West em se envolver em autoedição. Às vezes, isso pode ser uma coisa benéfica porque resulta em uma sensação mais autêntica. Outras vezes, bem, basta dizer que The Life of Pablo é um pouco longo demais com 20 músicas.
7. Jesus Is King
Dado o seu nome, não deveria ser nenhuma surpresa saber que Jesus Is King tem temática cristã , o que provocou uma boa quantidade de discussão entre indivíduos interessados quando foi revelado. É um álbum mais coeso do que alguns de seus outros equivalentes recentes. Infelizmente, a execução de Jesus Is King não é particularmente inovadora, o que significa que não se destaca particularmente.
Muitas pessoas chamaram Donda de algo como um ressurgimento em miniatura. Isso porque é o último álbum de estúdio de West, o que significa que vem depois de Ye e Jesus Is King. Donda tem várias músicas que são bem fortes. No entanto, tem o mesmo problema de Life of Pablo, ou seja, West decidiu dar tudo aos ouvintes em vez de editar nada. Graças a isso, Donda tem quase duas horas de duração. Algo que é problemático porque não é tão consistentemente bom quanto seus destaques.
5. Yeezus
Yeezus pode ser considerado o trabalho mais experimental de West. Isso pode ser visto em sua ampla gama de influências, que incluem, mas não estão limitadas a electro, industrial e punk. Como tal, algumas pessoas o chamaram abertamente de uma tentativa de desafiar, provocar e até mesmo alienar os ouvintes. Os críticos adoraram Yeezus por sua ousadia. Enquanto isso, os consumidores tiveram uma opinião mais mista. Ainda assim, parece que há uma boa chance de que ele se torne um daqueles álbuns de estúdio que são avaliados cada vez melhor com o passar do tempo.
4. Graduation
Graduation foi sólido do começo ao fim. Como prova, não procure mais do que o fato de que rendeu a West seu terceiro Grammy de Melhor Álbum de Rap, sendo seu terceiro álbum de estúdio, o que é o tipo de feito que cria lendas. Graduation foi lançado quase na mesma época que Curtis, de 50 Cent. Algo que levou a mídia a se envolver em um frenesi de especulações sobre uma competição de vendas. Ambos os álbuns quebraram recordes por causa disso. No entanto, Graduation foi o que saiu vencedor no final, com o resultado de que às vezes é creditado por encerrar a era da preeminência do rap gangsta no hip-hop mainstream.
3. The College Dropout
Falando nisso, The College Dropout pode ser considerado um dos álbuns de estúdio que confirmou o status de West como um pioneiro do hip-hop. Isso porque seu sucesso abriu um novo mundo de possibilidades para o que o hip-hop mainstream poderia ser. Coisas que parecem normais agora, mas não eram em meados dos anos 2000. Hoje em dia, The College Dropout não é mais o destaque que já foi. No entanto, continua sendo um disco incrível.
2. Late Registration
É comum ouvir as pessoas falando sobre a maldição do segundo ano. Afinal, ninguém tem um entendimento perfeito dos segredos do sucesso musical, então há muitos artistas que conseguem fazer sucesso com seus álbuns de estreia antes de lançar algo menos impressionante com seu esforço de acompanhamento. Late Registration deixou bem claro que West não era um desses artistas. Ele continuou identificável. Simultaneamente, ele mostrou uma melhora clara ao mesmo tempo em que demonstrava real consideração. Tudo isso se juntou para fazer de Late Registration outro grande sucesso de meados dos anos 2000.
1. My Beautiful Dark Twisted Fantasy
Retornos criam histórias interessantes. Como tal, não foi de se admirar que o lançamento de My Beautiful Dark Twisted Fantasy tenha recebido tanta atenção da mídia quando foi lançado. Afinal, West conseguiu alienar não apenas uma boa parte de sua base de fãs com 808s & Heartbreak, mas também uma boa parte da base geral de consumidores por causa de suas travessuras no MTV Music Awards. Graças a isso, houve um enorme interesse em ver se sua tentativa de criar um álbum de estúdio capaz de lavar todas as manchas funcionaria ou não. A maioria dos artistas teria estragado. No entanto, My Beautiful Dark Twisted Fantasy deixou claro mais uma vez que West não era a maioria dos artistas.
Chama-se “Lost” e é um EP com gravações inéditas que traduzem alguns dos caminhos mais clássicos já ensaiados pela dupla. O disco, em suporte físico (CD apenas) está disponível com a mais recente edição do anuário que o grupo regularmente publica.
Música nova dos Pet Shop Boys… Sim, na verdade quase nova, já que “Lost” recolhe gravações contemporâneas das sessões nas quais nasceu o álbum “Super”, editado em 2016. Não serão exatamente peças “perdidas”, já que o sentido do título do EP parece na verdade decorrer da canção que abre o alinhamento, “The Lost Room”, ao qual é assim dado o “tratamento” habitual em hora de dar nome aos discos por parte dos Pet Shop Boys, sob a regra: uma palavra basta.
Apesar da elegância e inegável “qualidade” do material aqui recolhido fica claro que nem havia entre este lote de canções uma candidata a single e, de certa forma, talvez à exceção do mais angular “Skeletons In The Closet”, talvez destoassem do alinhamento de “Super”. A já referida “The Lost Room” segue a linha clássica das criações mid-tempo dos dias de “Behaviour”, seguindo-se em “I Will Fall” uma deliciosa evocação de memórias dos sabores das electrónicas de um Patrick Cowley. “Kaputnik”, que encerra o alinhamento da versão em suporte físico do EP, é igualmente uma expressão clássica das visões pop dos Pet Shop Boys, escola “Panninaro”. Faltava a balada? A resposta chega em “Living In The Past”, que contudo só tem expressão na edição disponível para streaming.
Como uma montra de caminhos “clássicos” entre os que a obra do grupo já seguiu, antecipando assim, embora com inéditos, a evocação de memórias que chegará em breve numa grande antologia dos singles do grupo, “Lost” é um mimo para colecionadores, estando o CD apenas disponível com a mais recente edição do anuário “Annually”, repetindo assim o modelo de edição que nos dera já, em 2020, o EP com a música que tinham criado para uma produção de “My Beautiful Laundrette”.
Em 1982, estava o grupo em rampa ascendente, a estratégia da EMI para sublinhar o afastamento dos Duran Duran do movimento new romantic ao qual tinham sido associados no ano anterior, procurando assim assegurar a sua sobrevivência e maior projecção global, passou, além do investimento no vídeo, pela aposta numa afirmação da sua identidade como uma nova força na música de dança. Daí a ideia de, em finais do verão de 1982, lançar um EP que recolhesse remisturas de canções do álbum “Rio”, tornando-as candidatas a morar nas pistas de dança da rentrée, assim como assegurando eventual nova passagem pelas rádios aos temas de um álbum que então somava já alguns meses de vida. O EP, que recebeu como título “Carnival”, vincava também um contraste face a “Save a Prayer”, o mais recente single do grupo: uma balada…
Por detrás do EP está David Kershenbaum, produtor com credenciais na música de dança que assegurou a remistura dos temas mais dançáveis do álbum, não apenas com o EP em vista, mas também para os máxi-singles entretanto editados e, inclusivamente, uma versão susbtancialmente remisturada do próprio álbum “Rio”, que a Capitol lançou depois no mercado norte-americano.
“Carnival” foi apenas lançado em cinco países (EUA, Holanda, Espanha, Japão e Taiwan), para cada edição a EMI tendo apostado em capas e alinhamentos distintos. A melhor colecção de remisturas é a que se apresenta na edição japonesa, cujo alinhamento foi mais tarde integralmente editado em CD num álbum duplo lançado pela Toshiba EMI (e no qual se juntavam a este três outros EP, respetivamente associados aos álbuns de 1981, 1983 e 1986). A edição japonesa juntou “New Religion” a remisturas de “Hold Back The Rain”, “Hungry Like The Wolf”, “Rio” e “My Own Way”, todas elas canções do álbum de 1982. O EP japonês teve também edição em cassete.
A edição holandesa apostou numa capa branca, com fotos de 1982 dos cinco elementos do grupo. O alinhamento divide atenções entre os temas desse ano e a memória do ano anterior, como que sugerindo o melhor da história “dançável” dos Duran Duran até então. Juntam-se aqui as Night Versions já lançadas nos máxis de “Rio”, “Hungry Like The Wolf” e “Planet Earth” com uma versão alternativa de “Girls on Film”. A versão espanhola de “Carnival” apresentava essencialmente num alinhamento semelhante à deste EP holandês. A principal diferença residiu na capa, com a (habitual) tradução dos títulos das canções para castelhano e o título igualmente traduzido para… “Carnaval”.
A edição norte-americana, que foi também editada no Canadá, foi a comercialmente mais bem sucedida de todas. Em vez de EP, o “Carnival” norte-americano foi encarado como um mini-LP e chegou a marcar entrada na tabela de álbuns mais vendidos por uma semana (tendo então alcançado o número 98). O alinhamento foca essencialmente os temas mais dançáveis de “Rio”. Ou seja, “Hungry Like The Wolf” (na remistura do máxi-single lançado alguns meses antes), “My Own Way” e “Hold Back The Rain”, estas em novas misturas. E, para recordar 1981, este EP nascido do outro lado do Atlântico acrescentava ainda “Girls On Film (Night Version)”. Esta versão americana de “Carnival” conheceu também lançamento em cassete.
Há uma cassete editada por esta altura na Arábia Saudita sob o título Carnival, mas na verdade esse lançamento corresponde a um “best of” com temas dos dois primeiros álbuns, não se tratando por isso de uma outra versão deste EP de 1982.
Agora, 41 anos depois, as remisturas de canções do álbum “Rio” que surgiram em máxis e nas diversas edições do EP “Carnival” foram reunidas no álbum “Rio Carnival”, um álbum com apenas lançamento em vinil, que surgiu como um dos lançamentos especiais da edição de 2023 do Record Store Day. Este álbum, que deixa assim de fora as memórias de 1981 dos EPs lançados nos mercados europeus e americano corresponde a uma edição limitada a dez mil exemplares.
“Rio Carnival” dos Duran Duran é um lançamento exclusivamente em vinil numa edição da Parlophone/Warner.
Por baixo ficam as capas e os alinhamentos das diversas edições do EP “Carnival”, de 1982.
Edição europeia:
Lado A: Hungry Like The Wolf (Night Version) + Rio (Night Version) Lado B: Planet Earth (Night Version) + Girls On Film (Night Version)
Edição japonesa:
Lado A: Rio (Pt. II) + Hold Back The Rain (Re-Mix) + My Own Way Lado B: Hungry Like The Wolf (Night Version) + New Religion
Edição americana:
Lado A: Hungry Like The Wolf + Girls On Film Lado B: Hold Back The Rain + My Own Way
O single editado em 1964 como Davie Jones and The King Bees e os três que Bowie lançou já pelo seu nome, na Deram, entre 1966 e 67, juntando ainda mais um extra inédito, fazem uma caixa que surgiu por ocasião do Record Store Day 2023.
Davie Jones and The King Bees. Era assim que se apresentava a banda com a qual David Bowie (David Jones, no passaporte) conseguiu a sua estreia discográfica em junho de 1964. A seu lado estava, entre os outros músicos, o guitarrista George Underwood, que o acompanhara já nos Kon-Rads (a sua primeira banda, na qual militou entre junho de 1963 e setembro de 1963) e os The Hooker Brothers (de vida breve entre julho e setembro de 1963). Os três meses de vida dos King Bees deram contudo a Bowie a primeira oportunidade para gravar, numa sessão de apenas uma hora, curiosamente no mesmo estúdio da Decca em West Hampstead onde meses antes tentara uma (menos bem sucedida) audição com os Kon-Rads. Apesar de creditada a Leslie Conn (o manager da banda), Liza Jane, a canção que ocupa o lado A do single nasceu na verdade de uma série de variações sobre um velho espiritual negro, tanto que, em Complete David Bowie, de Nicholas Pegg, George Underwood é citado numa entrevista na qual diz não ter entendido nunca o crédito que surge prensado no disco (a Leslie sendo ainda atribuída a produção e direção musical). Em clima mod, sem grandes sinais de personalidade face ao que era a linha média dos acontecimentos de tantas outras jovens bandas britânicas cativadas pelo rhythm’n’blues, Liza Jane foi editado pela Vocalion, uma etiqueta subsidiária da Decca que, por sua vez, reeditaria o single, com uma custom sleeve, em 1978.
A canção teve estreia televisiva na BBC a 6 de junho, um dia depois da edição do single, no Juke Box Jury, um programa no qual “especialistas” foram convidados a pronunciar-se se seria ou não um êxito, apenas colhendo um entre quatro votos. David e a banda atuariam dias depois no Ready Strady Go! Da ITV e, a 27 de julho, num outro programa da BBC. Apesar da exposição o single, que no lado B incluía uma versão de Louie, Louis Go Home (original de Paul Revere & The Raiders), passou ao lado do mercado… Consta que foram impressas 500 cópias da versão original do single, uma edição contrafeita de origem norte-americana tendo surgido logo depois, a original distinguindo-se pelo facto do vinil ter rodela central e número de série impresso no vinil pela máquina (a edição americana tem centro largo e números escritos à mão). A mais curiosa das histórias de Liza Jane surge anos mais tarde, numa ocasião em que, ao fazer limpezas em casa, a mãe de Leslie Conn perguntou ao filho o que fazer com umas caixas com singles que tinha na garagem, ao que este lhe responde que os deite fora, assim tendo feito (entre eles estando várias cópias deste single). Hoje, um exemplar original de Liza Jane pode custar acima de 1300 euros.
Liza Jane representa a mais antiga memória recuperada nesta caixa. A ela juntam-se os três singles que Bowie lançou pela Dream Records para acompanhar a edição, em 1967, do seu álbum de estreia. Ou seja, a caixa omite os singles lançados em 1965 como Manish Boys e Davy Jones with the Lower Third e os três que, já em 1966, editou na Pye Records. Retomemos então a narrativa com Rubber Band…
Em finais de 1966, terminada a breve passagem pelo catálogo da Pye Records, David Bowie começava nova (e importante) etapa da sua vida acompanhado pelo novo manager Ken Pitt. O primeiro sinal discográfico desta nova fase chegou, em dezembro de 1966 na forma de um primeiro single que apresentava no lado A Rubber Band, um dos três temas que, na forma de primeira maquete, tinha ajudado Pitt a garantir o contrato discográfico com esta etiqueta da Decca. Distante das abordagens mais evidentes aos universos da cultura mod e aos caminhos herdados do rhythm’n’blues em que tinha seguido nos singles anteriores, Rubber Band mostrava um David Bowie vocal e musicalmente diferente. A canção, mais próxima das genéticas do vaudeville que de terrenos rock, expressava sinais de um interesse maior pela música de Anthony Newley (que de resto caracterizaria a etapa de ligação à Deram, refletindo-se no alinhamento do álbum que editaria em 1967). No lado B surge aquela que é talvez a primeira grande composição sua. Com o título London Boys, junta este mesmo espaço de referências, mas aprofunda o que podemos entender como expressão mais evidente de uma personalidade. Apesar das críticas favoráveis, o single conheceu o mesmo destino dos anteriores e passou bem longe das atenções. O tema do lado B seria reeditado, nove anos depois, como lado A de um single.
Há quem aponte depois The Laughing Gnome como o mais embaraçoso dos singles de Bowie. E quem, pelo contrário, o dê como exemplo do bom humor do autor. Editado em abril de 1967, este single traduz mais um foco de atenção do músico sobre a figura e obra de Adrien Newley, afastando-se mais que nunca dos terrenos pop/rock contemporâneos (um pouco como o faria a essência do alinhamento do álbum de estreia, a que chamou David Bowie, que editou no mesmo ano mas em cujo alinhamento não surgiria esta canção).The Laughing Gnome é construído como um diálogo entre David Bowie e um visitante alienígena, a voz de Bowie tendo sido depois manipulada em estúdio para interpretar a figura do extra-terrestre. Conduzida por um fagote, a canção integra-se no quadro de referências que Bowie então criava mas que acabou num beco que abandonaria pouco depois, ao visitar, em Space Oddity, outros destinos espaciais. Tal como os singles que o antecederam, The Laughing Gnome passou ao lado das tabelas de vendas. Mas, reeditado em 1973, chegou a um inesperado sexto lugar no Reino Unido. Menos feliz foi uma outra reedição, em 1982, completamente ignorada. Conta a mitologia pop/rock que, por ocasião da Sound + Vision Tour de 1990 (na qual os espectadores de cada país podiam pedir uma canção por votação telefónica), o jornal NME tentou mobilizar leitores para uma votação em massa em The Laughing Gnome. Mas Bowie respondeu – muito no seu estilo – que até estaria a ponderar tocá-la na digressão, mas não se ia vergar aos pedidos da imprensa. Naturtalmente não a tocou. No lado B do single surge o algo experimental The Gospel According To Tony Day, tema gravado em janeiro de 1967 onde tece retratos (nada elogiosos) de várias figuras ficcionais, com a música conduzida por um oboé, um fagote e a presença minimalista de uma guitarra.
O melhor single da etapa inicial da carreira de David Bowie nasceu da regravação de uma canção originalmente registada em fevereiro de 1967 para o alinhamento ds David Bowie, o seu álbum de estreia (e o único que gravaria na Deram). Com novo take vocal e um arranjo para cordas, Love You Till Tuesday teve edição em single em julho de 1967, levando a David Bowie a primeira série generalizada de críticas positivas que frisavam, sobretudo, a capacidade de se destacar dos demais do seu tempo pela diferença na abordagem musical. O Melody Maker chegou mesmo a apontar Bowie como um dos poucos nomes verdadeiramente originais de então, numa mesma edição em que Syd Barrett (dos Pink Floyd) fala de Love You Till Tuesday com simpatia, mesmo sem revelar um grande entusiasmo. Também nos EUA, onde o single chegaria em setembro do mesmo ano, as opiniões publicadas foram geralmente favoráveis. Apesar do entusiasmo crítico e do facto de estar ter sido uma das canções que Bowie levou à sua primeira sessão gravada para a BBC, Love You Till Tuesday conheceu o mesmo destino de todos os seus singles anteriores e não chegou a entrar na tabela dos mais vendidos. No lado B surgiu uma canção originalmente gravada durante as sessões que geraram o álbum de estreia de Bowie, mas que acabaram fora do alinhamento do disco. Com um arranjo vaudevillesco, vincava claramente uma curiosidade por espaços mais próximos de tradições teatrais que pelos caminhos da cultura pop/rock do seu tempo.
A fechar esta caixa há um quinto single, inédito, que junta Side Space Oddity (Love You Til Tuesday version) no lado A e The Laughing Gnome (Vocal Take 1, Mix 1) no lado B.
“Laughing With Liza – The Vocation and Deram Singles 1964-1967” é uma caixa de 5 singles em vinil, editada pela Decca no Record Store Day 2023
Passou por uma etapa difícil. Chegou até a pensar que a música seria uma coisa a fechar no seu passado. Felizmente venceu a difícil travessia de uma década de silêncio e acaba de editar um EP no qual propõe um recomeço, em tudo fiel à sua identidade.
Quem é Patrick Wolf? Um violetista de sensibilidade rara, mas que gosta de contaminar a sua música com outras fontes de som? Um cantautor que partilha genéticas na música clássica e folk com um óbvio sentido pop? Um esteta à procura de porto, já com anos somados de vida nómada, os últimos quase invisíveis, a justificar os muitos caminhos até aqui experimentados? Em tempos, numa conversa, ele mesmo me contou que era tudo isto ao mesmo tempo. Discretamente revelado em 2003 com “Lycanthropy”, tendo cativado atenções maiores quando, dois anos depois, apresentou em “Wind In The Wires” uma proposta de desafio de formas, cruzando vivências folk e uma formação como violinista com uma demanda pop mais vincada, Patrick Wolf viu-se catapultado para um patamar de atenção maior em 2007, ao ver uma editora maior a integrá-lo no seu catálogo com “The Magic Position”, disco que acentuava um percurso de mergulho em linguagens pop. Agora, anos depois de um longo silêncio que se seguiu ao lançamento de um disco de revisão acústica da obra até então editada (“Sundark and Riverlight”, de 2012), ei-lo que surge a dar contra de toda uma vivência à beira do abismo que protagonizou nessa etapa, confessando que acabou mesmo por cair, somando momentos de questionamento, dependência e da consequente necessidade de fuga e libertação. O tempo passou. E eis que volta a surgir, sem a tempestade de atenções (em clima indie, claro) de outrora, propondo-nos um EP que tem o sabor de um recomeço.
Sem rejeitar a dimensão pop que aprofundara em “The Magic Position” e depois levara mais adiante nos seguintes “The Bachelor” (2009) e “Lupercalia” (2011), Patrick Wolf apresenta neste novo “The Night Safari” um conjunto de magníficas cinco canções pelas quais, mais do que procurar novos destinos, arruma antes, e de forma exemplar, as linhas pelas quais já antes havia demarcado uma identidade. O ponto de contacto mais próximo acaba por ser “Wind In The Wires”, o álbum que assim assume definitivamente uma ideia de ponto de encruzilhada do qual partira então um desafio do qual perdeu o controlo e o norte (tal como recentemente contou em entrevista ao Guardian). Esse era o disco onde, sem pressão nem expectativas maiores, preparava a sua voz e visão para um salto pop…
Sem que implique esquecer canções belíssimas como “The Bluebells”, “Get Lost” ou o próprio tema-título do álbum de 2007, “The Night Safari” procura agora dar, com outro pulso (e maior tranquilidade) uma ideia de flirt com as linguagens da pop que “The Night Position” então representou. O EP é como uma pequena montra de possibilidades, que ora visitam a exuberância das visões pop (algo barrocas) de Patrick Wolf, ora reduz a luz e intensidade do som a encontros da voz com arranjos mais discretos em canções como “Dodona” ou “Enter The Day”. A sua voz regressa segura e profunda, o gosto pela exploração de timbres menos vulgares e a elaborada visão cenográfica que gosta de pensar para cada canção traduzem um seguro reencontro com os seus melhores momentos. Ou seja, o regresso faz-se sólido e promissor. Agora é esperar pelo passo em frente (acreditando que a proximidade do abismo agora não está mais por ali).
“The Night Safari”, de Patrick Wolf, é um EP disponível em vinil e nas plataformas digitais, num lançamento da Apport.
Apresentado em 2022, transportando ecos de uma visão desencantada de Brian Eno sobre o mundo em que vivemos, o álbum “Foreverandevernomore” conheceu uma versão instrumental editada entre os lançamentos especiais do Record Store Day de 2023.
A criação de discos vocais, apesar do ritmo com que lançou os seus primeiros quatro álbuns de canções na década de 70 (entre 1973 e 1977), nunca assumiu um lugar de protagonismo maior no quadro de uma obra que optou, antes, por assumir desafios diferentes, entre colaborações, explorações e a criação de pontes com outras formas. Isto não secundária, contudo, os títulos vocais que lançou não apenas nesse arco de tempo nos setentas, mas também episódios posteriores que passam por parcerias com David Byrne ou John Cale ou álbuns como “Another Day On Earth” ou “The Ship”, criados já no século XXI. Os discos vocais eram, mesmo assim, acontecimentos bissextos na discografia em nome próprio de Brian Eno, tanto que foi notícia digna de destaque a edição, em 2022, do belo “Foreverandevernomore”.
Musicalmente mais próximo dos passos ensaiados em “The Ship” (de 2016) do que na memória dos seus clássicos discos pop/rock dos anos 70, o álbum lançado no ano passado revelou um lugar onde confluem não só ideias colhidas nas experiências de já mais de 40 anos daquilo a que se convencionou chamar “música ambiental”, mas também uma vontade em trabalhar a voz de forma diferente, dando ainda verbal ao homem atento ao mundo que desenhava aqui o disco mais assombrado (mas nem por isso menos realista) da sua obra.
“Foreverandevernomore” apresentou-nos uma experiência envolvente, cinematográfica e desafiante nos sons (por vezes com elementos angulosos ou desconfortáveis a impedir que os ambientes desenhados sejam um pano de fundo), definindo na música uma tela tranquila, mas tensa, sobre a qual Brian Eno reflete sobre sinais de perigo que assinala no mundo do nosso tempo. Das catástrofes ambientais aos focos de conflito nasce então o guião algo desencantado que nos acompanha ao longo de todo o disco.
Agora, meses volvidos sobre o lançamento do álbum vocal, eis que surge “Foreverandevernomore (Forever Voiceless Edition)”, uma versão instrumental do disco de 2022, que na verdade surgira já como complemento ao álbum nas plataformas de streaming. Prensado em vinil como um dos lançamentos especiais da edição de 2023 do “Record Store Day”, a versão instrumental vinca as ligações evidentes às demandas ambiente mais recentes de Brian Eno, mas não perde totalmente a carga narrativa que o disco vocal transportava. Afinal sabemos que aquela música nasceu com palavras e ideias mesmo que, omissas nesta versão, não deixam de ser as linhas que moldam o caminho que a música aqui quer comunicar. E mesmo sem escutarmos as palavras, há tensão e assombração ainda habitar ainda este lugar.
“Foreverandevernomore (Forever Voiceless Edition)”, de Brian Eno, está disponível numa edição em LP pela Universal.
O terceiro álbum do projeto Fever Ray reúne os irmãos Karin e Olof (The Knife), junta contribuições de Trent Reznor, Atticus Ross e da portuguesa Nídia Borges e abre novos rumos emocionais e temáticos numa obra que continua a ser desafiante.
Poucas foram as histórias de bandas com ponto final colocado relativamente cedo, mas após a edição da sua obra-prima. Aconteceu, por exemplo, com os Japan depois de “Tin Drum”. Voltou a acontecer, num outro tempo, com os suecos The Kife depois de “Shaking The Habitual”. Na verdade, em anos estes casos, houve ainda uma digressão após a edição destes dois álbuns marcantes, ambas depois com retratos fixados em áudio e vídeo, respectivamente em “Oil On Canvas” (1983) e “Live At Terminal 5” (2017). Em ambos os exemplos houve ainda carreiras a solo iniciadas antes dos momentos de separação, com Mick Karn e David Sylvian a gravar respetivamente um álbum e um single de estreia em 1982 e, no universo The Knife, Karin Elisabeth Dreijer a dar outros passos através do projeto Fever Ray, pelo qual lança um primeiro single em 2008, segundo-se um álbum no ano seguinte. A esse LP ao qual chamou “Fever Ray” fez seguir, em 2017, o sucessor “Plunge”, surgindo agora o terceiro capítulo, ao qual chamou “Radical Romantics”.
A principal surpresa do novo álbum, bem vincada no alinhamento do disco, é o reencontro entre Karin e o irmão Olof Dreijer, seu irmão e parceiro criativo nos The Knife, que mudou de ares e encontrou nova casa em Berlim. E de facto, mais do que em “Plunge”, onde se reconheciam possibilidades de alguns trilhos lançados por horizontes sugeridos em “Shaking The Habitual”, a sequência inicial de “Radical Romantics” (as quatro primeiras canções são co-assinadas e co-produzidas pelos dois irmãos) assenta num patamar que não esconde um reencontro com o espaço sonoro que poderia representar a descendência direta do que, há precisamente dez anos, se escutava no álbum de estúdio final dos The Knife. As maiores diferenças, num reencontro que não volta costas à identidade vincada pelos irmãos Deejer numa obra conjunta notável, notam-se contudo nas tonalidades emocionais de um alinhamento que, distinto do que moldava a visão crítica e ativista de “Shaking The Habitual”, olha mais agora para quem escreve, canta e faz música do que para o mundo ao seu redor e acrescenta um sentido aparentemente mais luminoso às partilhas de ideias e emoções que por aqui passam.
Além de Olof as contribuições da dupla Trent Rzenor /Atticus Ross na produção de dois temas, da DJ e produtora portuguesa Nídia Borges (que muitos certamente descobriram em edições da Príncipe) ou do produtor e compositor de Bristol, Vessel, amplificam o mapa de acontecimentos para além do que poderia ser uma sugestão eventual de segunda vida dos The Knife neste terceiro disco editado como Fever Ray. A linha da frente da criação da canção talhada com ferramentas electrónicas continua a contar, por isso, com Karin Elisabeth Dreijer como um dos talentos do nosso tempo a não perder de vista.
“Radical Romantics”, do projeto Fever Ray, está disponível em LP e CD e também nas plataformas de streaming num lançamento da Rabid.