segunda-feira, 3 de outubro de 2022

MÚSICA AFRICANA

 Tonecas Prazeres - Quem quer conhecer boa gente  2020



Sara Tavares - Balance (Ao vivo)  2020




Hélio Baiano - Conexões Angola & Brasil (2020)



Arcade Fire – WE (2022)


 

Os Arcade Fire regressam na sua melhor forma, com um disco que soa indubitavelmente a Arcade Fire, aperfeiçoado, um regresso a um tempo pré Reflektor mas que não esquece o que nos trouxeram neste trabalho e em Everything Now e que é o disco que todos queríamos ouvir.

Foi com grande expectativa que os fãs receberam WE, o sexto trabalho de estúdio de Arcade Fire, depois de cinco anos sem novos discos. Mais uma vez os Arcade Fire usam a música para criticar a sociedade atual. Se em Everything Now fizeram uma sátira à sociedade de consumo, aqui temos uma crítica a estar sempre ligado, sempre contactável, sempre observado.

Vagamente inspirado no romance distópico homónimo de 1924 (e que influenciou o livro de culto “1984”, de George Orwell) -, onde os cidadãos vivem em apartamentos de vidro para serem mais facilmente vigiados e tudo lhes é atribuído através de um algoritmo, do emprego ao parceiro – os Arcade Fire trazem-nos um trabalho curto, mas onde todos os elementos que os caracterizam estão presentes.

Sentimos logo a opressão na abertura do disco, em “Age of Anxiety I”, com um piano tenso e enclausurado, em que Win Butler canta “Fight the fever with TV in the age when nobody sleeps” – uma referência aos anos da pandemia e do confinamento. E depois, nesse piano preso e melancólico, lento, vem uma explosão eletrónica e Régine Chassagne, cantando sobre a sociedade, e regressa Win, apelo desesperado “Another lost soul just trying to feel something”. E depois a calma, com “Age of Anxiety II (Rabbit Hole), como se recuperássemos desta febre e do delírio noturno provocado pela doença.

No meio deste turbilhão, parece que recuamos no tempo, para uma altura pré Reflektor e pré Everything Now. Conseguimos encontrar um bocadinho de todos os trabalhos de Arcade Fire, mesmo dos mais recentes, mas WE podia ser o sucessor de The Suburbs e é um disco curto, sem gorduras, com tudo no sítio certo. As canções têm a composição perfeita, o equilíbrio difícil entre os momentos de explosão e de calma é facilmente encontrado, há êxitos de estádio para cantar em coro como com “Unconditional I (Lookout Kid)”, portentos da pista de dança como o single “The Lightning II” e temas melancólicos como “End of Empire I-III”.

Se nos dois trabalhos anteriores os Arcade Fire tentaram contar uma história e fizeram discos mais artificiais e cheios de composição e sátira (sobretudo Everything Now) aqui temos um regresso à candura inicial e à narrativa de composição de The Suburbs nas primeiras faixas, uma ligeira claustrofobia, que se sente sobretudo em “End of Empire IV – Sagittarius A*”) o querer rebentar e não chegar lá – até que nos brindam “The Lightning I” e com “The Lightning II”.

Não foi por acaso que esta canção foi escolhida para ser o cartão de visita do novo trabalho. Fica imediatamente no ouvido, é totalmente Arcade Fire, dançável, uma loucura frenética de ritmos e palavras, uma explosão incrível de som que até nos faz ficar sem ar, uma euforia que nos transporta aos primeiros trabalhos. E marca, assim, uma mudança no disco, que a partir deste momento deixa de ser abafado, melancólico e pesado e se liberta num tom alegre com “Unconditional I (Lookout Kid)”, com um crescendo bem humorado e o som característico de Arcade Fire e com os teclados de “Everything Now” ou os agudos de “Haiti”, como se uma porta se abrisse para sair do confinamento.

Em “Unconditional II (Race and Religion)” temos um discreto Peter Gabriel como convidado, combinando a voz com o tom agudo e característico de Régine e um fundo synthpop atrás e outro êxito imediato na pista de dança.

Régine canta com a doçura de sempre e Win Butler leva-nos pela mão pelas várias canções. É um disco feito com esmero, bem produzido, onde é notória a experiência de estúdio e de palco dos Arcade Fire. Não há demasiada inovação ou pretensiosismo (que correu menos bem em Everything Now). É Arcade Fire que soa a Arcade Fire, indo beber um pouco a todos os trabalhos anteriores, sem surpresas mas sublime. E era o disco que todos nós queríamos ouvir, este regresso ao conforto daquilo que os Arcade Fire melhor sabem fazer.

A fechar, “WE”, um tema calmo, de guitarra simples e teclado melancólico, pautado pela voz de Win, como se depois da explosão de dança, cor e liberdade recolhêssemos outra vez, mas com um tom de esperança. “When everything ends / Can we do it again?” canta Win. E é isso mesmo que queremos fazer: ouvir o disco uma e outra vez.

domingo, 2 de outubro de 2022

OS YEAH YEAH YEAHS ESTÃO DE VOLTA COM O ÁLBUM ”COOL IT DOWN”


 Primeiro registo em mais de 8 anos, “Cool It Down” marca o regresso dos Yeah Yeah Yeahs.

Este que é o 5º álbum de estúdio, e o primeiro para a Secretly Canadian, conta com a participação de Perfume Genius no single “Spitting Off the Edge of the World” e produção de Dave Sitek, guitarrista dos TV On The Radio.


“THE BIBLE” MARCA O REGRESSO DOS NORTE-AMERICANOS LAMBCHOP


 The Bible” é o 16º álbum de originais dos norte-americanos, liderada por Kurt Wagner, Lambchop.

Com o selo da City Slang, “The Bible” foi gravado em Minneapolis e conta com a produção de Ryan Olson e de Andrew Broder.


JULIAN LENNON PARTILHA SINGLE SOBRE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS… “CHANGE”


 Julian Lennon acaba de lançar um novo single sobre a emergência climática em parceria com a organização de marketing de conservação da floresta Everland


O single, intitulado “Change“, foi encomendado a Julian Lennon pela Everland para sensibilização sobre a necessidade imediata de agir em nome do clima.

Brandi Carlile – In These Silent Days [Deluxe Edition] / In the Canyon Haze (2022)

 

CarlileA edição de luxo do aclamado álbum número 1 de Brandi Carlile , In These Silent Days , intitulado In The Canyon Haze , apresenta novas versões inspiradas em Laurel Canyon de cada música do álbum original, além de uma versão especial de “Space Oddity” de David Bowie. ” O álbum foi produzido por Carlile e os gêmeos, Phil e Tim Hanseroth, e gravado em seu estúdio caseiro.
“Eu sabia que queria oferecer aos nossos fãs mais do que apenas a 'faixa bônus' usual que sempre parece uma maneira criativa de pedir aos fãs que comprem seu álbum duas vezes!” explica Brandi. “Então, as gêmeas e eu nos trancamos no estúdio do sótão no meu celeiro como nos velhos tempos… e reimaginamos todo o nosso álbum.
“Inspirado por esses últimos anos de mudança de vida de 'Joni Jams', eu conjurei imagens…

MUSICA&SOM

…da cena musical infame em Laurel Canyon…

“Eu podia ver o elenco de California Dreamers com flores bordadas e sinais de paz nas costas flutuando em uma névoa polaroid. Eu podia sentir o cheiro da maconha e do incenso. Eu podia ouvir as harmonias da CSN viajando pelo desfiladeiro da Lookout Mountain e as risadas de Mama Cass. Eu podia ouvir o reverb de madeira envelhecida e o dulcimer sendo dedilhado como um tambor. As progressões de acordes familiares, confissões e espírito comunitário que dariam origem a músicas atemporais... músicas que todos nós gostaríamos de ter escrito. Eu podia sentir a libertação, o atrito e a liberdade das distrações digitais modernas que colocaram um terreno tão fértil aos pés dos poetas e trovadores da costa oeste.”

01. Right on Time (3:05)
02. You and Me On The Rock (feat. Lucius) (3:50)
03. This Time Tomorrow (3:26)
04. Broken Horses (5:03)
05. Letter To The Past (3:40)
06. Mama Werewolf (3:41)
07. When You’re Wrong (4:26)
08. Stay Gentle (2:28)
09. Sinners, Saints and Fools (4:32)
10. Throwing Good After Bad (4:07)
11. Right on Time (In The Canyon Haze) (3:08)
12. You and Me On The Rock (In The Canyon Haze) (4:17)
13. This Time Tomorrow (In The Canyon Haze) (3:47)
14. Broken Horses (In The Canyon Haze) (5:55)
15. Letter To The Past (In The Canyon Haze) (3:30)
16. Mama Werewolf (In The Canyon Haze) (4:14)
17. When You’re Wrong (In The Canyon Haze) (5:42)
18. Stay Gentle (In The Canyon Haze) (3:31)
19. Sinners, Saints and Fools (In The Canyon Haze) (4:41)
20. Throwing Good After Bad (In The Canyon Haze) (4:11)
21. Space Oddity (5:00)


Status Quo – Heavy Traffic (2022)

 

Trafégo pesadoDepois que o Status Quo se tornou uma novidade depois de lançar uma série de álbuns de covers, eles finalmente recuperaram seu mojo e começaram a gravar seu próprio material. Tráfego Pesado foi o início de seu retorno, e que retorno foi.
O shuffle de 3 acordes está de volta em grande quantidade e os 2 singles de sucesso Jam Side Down e All Stand Up (Never Say Never) foram suficientes para aguçar o apetite dos antigos e novos fãs do Status Quo ao redor do mundo. Já era hora deste álbum ter uma versão deluxe. A Universal fez justiça a este grande álbum.
Você não apenas recebe alguns b-sides e várias faixas demo, mas também recebe material ao vivo da Suíça quando eles estavam em turnê com o álbum. Então, mais uma vez, você obtém uma abundância de clássicos como o Mistério Medley, Rain, Caroline e Big…

MUSICA&SOM

…Fat Mama para uma boa medida ao vivo.
Este é provavelmente o melhor álbum de estúdio que Quo lançou no início dos anos 2000. Não é tão hard rock quanto o material anterior, mas faz o trabalho. É muito bom Quo.

CD1:

1. Blues And Rhythm (Remastered 2022) (4:30)
2. All Stand Up (Never Say Never) (Remastered 2022) (4:08)
3. The Oriental (Remastered 2022) (4:30)
4. Creepin’ Up On You (Remastered 2022) (5:01)
5. Heavy Traffic (Remastered 2022) (4:24)
6. Solid Gold (Remastered 2022) (4:13)
7. Green (Remastered 2022) (3:35)
8. Jam Side Down (Remastered 2022) (3:27)
9. Diggin’ Burt Bacharach (Remastered 2022) (2:32)
10. Do It Again (Remastered 2022) (3:40)
11. Another Day (Remastered 2022) (3:48)
12. I Don’t Remember Anymore (Remastered 2022) (3:39)
13. Money Don’t Matter (Remastered 2022) (3:45)
14. Rhythm Of Life (Remastered 2022) (5:05)

CD2:

1. The Madness (3:56)
2. You Let Me Down (5:04)
3. Let’s Start Again (Studio Demo 2001 / Remastered 2022) (3:58)
4. All Stand Up (Studio Demo 2001 / Remastered 2022) (3:06)
5. Solid Gold (Studio Demo 2001 / Remastered 2022) (3:42)
6. Caroline (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (6:13)
7. The Wanderer (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (2:52)
8. Something ‘Bout You Baby I Like (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (2:20)
9. Don’t Waste My Time (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (5:27)
10. Forty Five Hundred Times (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (4:52)
11. Rain (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (6:05)
12. All Stand Up (Never Say Never) (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (4:06)
13. Solid Gold (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (4:46)
14. Heavy Traffic (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (4:10)
15. Creepin’ Up On You (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (5:08)

CD3:

1. Mystery Medley (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (11:58)
2. Gerdundula (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (5:50)
3. Big Fat Mama (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (5:07)
4. Roll Over Lay Down (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (6:27)
5. Down Down (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (5:27)
6. Whatever You Want (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (5:30)
7. Rockin’ All Over The World (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (6:37)
8. Junior’s Wailing (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (2:18)
9. Encore Medley (Live At Heitere Festival, Zofingen, Switzerland / 2003) (7:14)


Destaque

BERNARD FÉVRE - Suspense (1975/ Musax)

  Volto ao fascinante mundo eletrônico francês dos anos 70, em muitos casos, muito mais avançado do que muito divinizado, e não apenas do se...