segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
GRAVETOS & BERLOQUES (MORGAN JAMES )
CRONICA - SPIROGYRA | St Radigunds (1971)
A Spirogyra foi criada no final dos anos 60 por iniciativa do guitarrista/cantor Martin Cockerham que, frequentando a Universidade de Kent em Canterbury, cercou-se da cantora Barbara Gaskin, do baixista Steve Borrill e do violinista Julian Cusack. Os músicos conseguem tirar da universidade um ano de folga que lhes permite refinar seu repertório e abrir o palco para o Traffic na Inglaterra, mas também na Holanda. Prestes a assinar com a gravadora dos Beatles, a Apple finalmente a B&C Records deu as boas-vindas à Spirogyra para publicar um LP em 1971 intitulado St Radigunds , inspirado na rua onde os membros moravam. Para a ocasião, o baterista Dave Mattacks, o trompetista Robert Kirkby e o tecladista Tony Cox intervêm em alguns títulos.
Composto por dez canções com apontamentos anticapitalistas e antimaterialistas, o quarteto oferece-nos um álbum de folk rock com aromas progressivos complexos. Começa com "The Future Won't Be Long" e a voz anasalada por vezes melancólica de Martin Cockerham dando um toque rústico que contrasta com a de Barbara Gaskin mais suave e sonhadora num fundo de acordes de guitarra acústica e um violino em locais vertiginosos. Além disso, é este violino que define a cena e impõe a atmosfera. Um tanto árabe na "Ilha" medieval e escura. Bluegrass e drama nos inebriantes 6 minutos de “Magical Mary” tornam os refrões excêntricos. Clássico nos estranhos 5 minutos de "Time Will Tell"
Claro que este LP vai jogar na dualidade voz feminina/masculina, oferecendo belas harmonizações como podemos ouvir na desencantada "Cogwheels Crutches And Cyanide" ou na nostálgica "We Were A Happy Crew" rica em melodia (provavelmente a mais bela pedaço deste disco) mas principalmente na épica "The Duke Of Beaufoot" de 7 min de conclusão, com as mudanças de tempos e climas.
De resto, o grupo oferece belos interlúdios rurais com "Captain's Log" que cheira a mar, "At Home In The World" e o seu piano melódico acompanhado por sumptuosas trompas francesas assim como a pastoral "Love Is A Funny Thing" e suas flautas de feltro.
Em suma, um bom disco produzido por um grupo para ser classificado entre Fairport Convention e Renaissance. Um grande esforço que exigiria outros.
Títulos:
1. The Future Won´t Be Long
2. Island
3. Magical Mary
4. Captain’s Log
5. At Home In The World
6. Cogwheels Crutches And Cyanide
7. Time Will Tell
8. We Were A Happy Crew
9. Love Is A Funny Thing
10. The Duke Of Beaufootitres
Músicos:
Steve Borrill: Baixo
Martin Cockerham: Guitarra, Vocais
Tony Cox: Teclados
Julian Cusack: Violino, Teclados
Barbara Gaskin: Vocais
CRONICA - HEART | Jupiters Darling (2004)
As irmãs Wilson relançaram a Heart machine no início do novo milénio e, depois de uma digressão, eis que lançam um novo álbum de estúdio, o primeiro desde Desire Walks Ononze anos antes. Dito isto, do grupo Heart, apenas as irmãs Wilson permanecem. Até o fiel Howard Leese partiu, enojado ao se ver desacreditado após tantos anos de devoção. Podemos, portanto, lamentar a tendência dos dois protagonistas em negar a importância dos músicos que fizeram parte do grupo (em particular Roger Fisher e Howard Leese), como se o reconhecimento do seu contributo pudesse desvalorizar os seus talentos como compositores e músicos. Em suma, o Heart of the 21st century será reduzido às irmãs Wilson e uma banda de apoio. Neste, nessa altura, pudemos encontrar também Mike Inez, baixista dos Alice In Chains, em situação de desemprego forçado devido à inactividade do seu grupo. Levando o nome de um musical da MGM dos anos 50, Jupiters Darlingnão apresenta de forma alguma as vocalizações de Howard Keel ou os ballets náuticos de Esther Williams mas procura registar de uma certa forma o regresso às fontes.
De facto, o regresso aos tons electroacústicos dos anos 70, mas com uma sonoridade mais moderna, fica patente em "Make Me", um mid-tempo bastante agradável. Certamente não temos o poder ou o aperto de um "Crazy On You", mas esse rock calmo não deixa saudades e mostra que as irmãs ainda têm belos vestígios. Francamente Hard Rock, "Oldest Story In The World" tem um excelente riff com influências de zeppelin. Pena, porém, que a produção atenua o lado forte. Nancy pega o microfone para Country Folk “Things”, só para mostrar a esse poser de Sheryl Crow quem manda. "The Perfect Goodbye" talvez esteja um pouco demais na veia desse Pop eletroacústico do final dos anos 90 início dos anos 2000 para realmente convencer. Tudo isso carece de originalidade, apesar da voz aveludada de Ann. Preferimos o suave acústico "Enough" e seu discreto mellotron, título que vai aumentando gradativamente de intensidade para nosso maior prazer. Se ficarmos felizes em encontrar a guitarra elétrica em "Move On", devemos admitir que este título com sons sujos tem apenas metade do sucesso. Nancy puxa o bandolim para “I Need The Rain”, a segunda música que ela canta solo, um belo ritornello Folk Pop onde quase encontramos o charme de “Dream Of The Archer”.
O Rock de "I Give Up" é provavelmente um pouco suave demais, mas notamos um refrão pop cativante que poderia ter seduzido as rádios. Apesar de um riff bastante musculoso (mas aqui também falta força por causa da produção), "Vainglorious" realmente não consegue decolar enquanto a balada de Chuck Prophet "No Other Love" acaba sendo francamente dispensável. Não é como se faltassem faixas no álbum. Sem chegar às alturas do Led Zeppelin na matéria, o folk árabe “Led To One” – cujo título indica claramente a influência, cantado por Nancy, não é desagradável. O rock tranquilo "Down The Nile" tem algo pairando sobre ela, mesmo que falte um refrão mais percussivo para prender a atenção. Por outro lado, não vamos nos deter em "I'm Fine", bastante perdida em seus versos no nível melódico e isso, como nos dois títulos anteriores, apesar da presença de Mike McCready do Pearl Jam na guitarra. Em "Fallen One", é outro guitarrista grunge do Grunge, Jerry Cantrell, que vem interpretar os convidados. Mais pesado, este Hard Rock eletroacústico vê Ann em grande forma, mas novamente carece de um refrão suficientemente memorável. São elas a balada “Lost Angel” que vai endurecendo e a suave “Hello Moonglow”, quinto título cantada por Nancy (que nunca terá pegado tanto no microfone) fecham essa volta.
Não vamos cortar atalhos, este querido de Júpiter é muito longo. Dezesseis títulos é realmente abusivo (e, novamente, algumas edições terão bônus). É ainda mais quando há tantos títulos dispensáveis. Como resultado, as boas canções, porque há algumas, encontram-se afogadas na enxurrada de títulos de rock pouco cativantes ou de quaisquer peças acústicas. Certamente, as irmãs Wilson teriam feito melhor em moderar o entusiasmo de seu retorno para manter apenas dez pistas. Deixa para lá. Ainda ficaremos felizes em vê-los voltar à frente do palco, mas parecia claro que o momento de graça havia passado.
Títulos:
1. Make Me
2. Oldest Story in the World
3. Things
4. The Perfect Goodbye
5. Enough
6. Move On
7. I Need the Rain
8. I Give Up
9. Vainglorious
10. No Other Love
11. Led to One
12. Down the Nile
13. I’m Fine
14. Fallen Ones
15. Lost Angel
16. Hello Moonglow
Músicos:
Ann Wilson: Vocal
Nancy Wilson: Guitarra, vocal, bandolim, mandocello
Craig Bartock: Guitarra, teclados
Darian Sahanaja: Teclados
Mike Inez: Baixo
Ben Smith: Bateria
+
Mike McCready: Guitarra (11,12,13)
Jerry Cantrell : Guitarra (14)
Terry Davison: pedal steel guitar
Produção: Nancy Wilson e Craig Bartock
ARENA - THE THEORY OF MOLECULAR INHERITANCE (2022)
Desde a abertura incrivelmente pesada “Time Capsule”, onde os vocais crescentes de Damian Wilson conduzem o ouvinte através de um labirinto sinuoso de melodias até o solo de guitarra maravilhoso e sincero de John Mitchell (Lonely Robot) em “Under The Microscope”. A épica faixa de encerramento “Life Goes On” pode ser o novo clássico dos Arena para cantar junto com a atemporal “Crying For Help Part I-VIII”.
Também devo agradecer ao cronometrista Mick Pointer, cujo desempenho em “TToMI” é simplesmente estrelar. Nunca foi o baterista mais equilibrado, mas aqui ele soa ótimo, firme e groovy ao mesmo tempo. Juntamente com o incrível Kylan Amos no baixo, eles formam uma formidável seção rítmica.
Oh, e Sir Clive então? Uhm, ele é incrível, como sempre, é claro. Concentrando-se mais na construção de estruturas musicais com redemoinhos de teclados majestosos e arrebatadores do que deixar seu Rick Wakeman interior sair para tocar como ele fazia durante as eras anteriores da banda. Ele sempre toca para o bem maior da música e é uma alegria ouvi-lo. Nolan é um dos meus teclistas e escritor favoritos de todos os tempos.
Esqueci me de mencionar que “The Theory of Molecular Inheritance” é um álbum conceitual! E eu gosto de álbuns conceituais! Eu classifico “Metropolis Part II – Scenes From a Memory” dos Dream Theater, o clássico “Operation: Mindcrime” dos Queensryche e “Similitude of a Dream” dos The Neal Morse Band e basicamente todos os álbuns dos Ayreon como algumas das melhores músicas já gravadas. E agora posso adicionar “TToMI” a essa colecção incrível também.
Isso é simplesmente brilhante e, em um mundo igualitário e justo, deveria estar no topo das tabelas em todo o mundo. Não é nada menos que espectacular que Arena possa criar outra obra-prima com dez álbuns de estúdio e 27 anos de carreira.
Absolutamente fenomenal .
01. Time Capsule (5:30)
02. The Equation (The Science of Magic) (6:28)
03. Twenty-One Grams (6:34)
04. Confession (2:20)
05. The Heiligenstadt Legacy (5:42)
06. Field of Sinners (6:27)
07. Pure of Heart (6:18)
08. Under the Microscope (6:51)
09. Integration (4:48)
10. Part of You (5:54)
11. Life Goes On (5:11)
Kylan Amos – Bass
John Mitchell – Guitars, Backing Vocals
Clive Nolan – Keyboards, Backing Vocals
Mick Pointer – Drums
Damian Wilson – Vocals
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domingo, 1 de janeiro de 2023
Disco Imortal: Slayer – South of Heaven (1988)
Def Jam Recordings, 1988
O metal sempre procurou ser extremo. Procurou gerar reações, assediar, incomodar e chamar a atenção, voltando seu disco para terrenos sombrios e violentos, musicalmente falando. Uma desculpa para afirmar que o inferno existiu. E “South of Heaven”, quarto álbum do Slayer, nos convida a fazer um passeio diferente, mas pelo mesmo inferno.
O álbum representou a segunda colaboração entre a banda e o produtor Rick Rubin, que deu forma a muitas obras de arte do metal e um dos responsáveis pelo "som Slayer", marca alcançada graças à explosão que foi o álbum anterior, o grandioso "Reign in Blood”, que contagiou os apresentadores do metal com tanto entusiasmo que alguns ficaram insatisfeitos com seu sucessor. Porém, os anos deram tanto peso a “South of Heaven”, que até hoje consegue sangrar e ser identificada como mais uma chave para abrir as portas daquele inferno, de onde o heavy metal dos anos 80 tanto bebeu.
“South of Heaven” abre este álbum, logo se tornando uma das peças mais incríveis que o Slayer já gravou. Sinistra, com uma melodia opaca, como Black Sabbath, como algo saído de um filme de terror, sempre em crescendo. Nota-se, sim, que o Slayer estava indo em uma velocidade diferente. “Live Undead” começa como um midtempo e soa mais progressivo, evoluindo para o thrash metal para um bate-cabeça louco. “Mandatory Suicide” é uma ótima música onde quer que você a ouça, um clássico absoluto. Força e potência desde a base, com guitarras que sim possuem uma carga energética típica do estilo. Encontramos mais variedade em outras faixas igualmente avassaladoras, como “Silent Scream”, “Ghost of War”, a sombria “Spill the Blood” e a versão que fizeram para “Dissident Agressor” do Judas Priest. Em cada tópico há risco,
Slayer estava provando que ele poderia ser mais do que apenas velocidade, que ele poderia dirigir, sem seguir regras rígidas, para a escuridão mais temível, e ainda ser fundamental para o metal. Para o Slayer, tudo sempre foi sem choro, mesmo num álbum classificado por alguns como “mais suave”. Da mesma forma, "South of Heaven" conseguiu ser um disco de ouro e alcançou a posição 57 na Billboard. No entanto, não é o álbum favorito de seus autores, que por décadas incluíram apenas a faixa "South of Heaven" em seus setlists.
Esta é uma grande obra do metal dos anos oitenta, uma das obras essenciais e memoráveis. A proposta de “South of Heaven” era atravessar o inferno mas de outra forma, surpreendendo os jovens que se encantaram com “Reign in Blood”. Em sua busca para convencer a cena de que o thrash metal não era velocidade por causa disso, nem bateria bestial ou cabelo maluco por causa disso, “South of Heaven” vê a luz e torna visíveis os flashes brilhantes de escuridão aos quais a banda sempre adorou. Obras de ainda maior destaque viriam depois, como “Seasons in the Abbys”, mas este é um clássico especial, igualmente mortal e amaldiçoado.
Disco Imortal: Judas Priest – British Steel (1980)
Columbia, 1980
Punk e disco desapareceram das paradas quando a new wave começou seu reinado. Porém, por volta de 1979, e no campo que Margareth Thatcher queria tornar invisível, começou a crescer fortemente a New Wave of British Heavy Metal, marca com a qual muitas bandas britânicas começaram a unir a raiva e a desesperança de uma geração.
O Judas Priest fazia metal há quase uma década, com letras geradas a partir do selo sabático; porém, os liderados por Ozzy foram evoluindo para o hard rock, saindo do nicho puramente metal com um caminho já iniciado e que poderia ser fértil para a semeadura de outras bandas. E foi aí que o Judas Priest plantou suas sementes, que germinaram vigorosamente em abril de 1980, quando lançaram “British Steel”.
Este é um disco que se firmou na história como um antes e depois, e muitos críticos chegam a considerá-lo o ponto de partida da NWOBHM. Este álbum percorreu um longo caminho e distingue-se pelo seu som duro, agudo e muito mais rápido do que os álbuns anteriores da banda e todos os produzidos em Inglaterra. “British Steel” foi gravado no estúdio de Ringo Starr em 28 dias, usando qualquer tecnologia analógica disponível; por isso, o trabalho encabeçado por Tom Allon é magnânimo. E o que dizer dos bastiões que se separaram dali.
“Breaking the Law” é um hino que se consolidou como essencial para o verdadeiro metaleiro. Seu riff principal é perfeito e tem sido a base criativa para centenas de bandas subsequentes, enquanto seu refrão o define como um hino anti-opressão. Eles fizeram seu primeiro vídeo estourando tímpanos com a guitarra e com as barras de flexão de Halford; Por seu conceito básico de ritmo, poderia ser colocada ao lado de “Smoke on the Water”, onde a simplicidade instrumental se enganchou com a raiva da classe trabalhadora. “Rapid Fire” é pura velocidade e fúria de Holland, que abre a batalha de riffs entre Downing e Tipton no estilo old-school, com alma pura, e um sensacional Rob Halford. "Metal Gods" até hoje permanece como parte do setlist básico porque a essência vem de seu ritmo forte e suas guitarras afiadas.
“Grinder” é uma faixa muito pesada graças aos seus riffs abrasivos, enquanto Rob dá a ela um estilo baseado no poder. “United” tornar-se-ia mais um hino graças à sua dinâmica e ao seu refrão fantástico; algumas guitarras que destroem tudo em seu caminho, tanto que podem fazer você chorar ao vivo. “Living After Midnight” é outro golpe decisivo, que ao longo dos anos se tornou o melhor resumo da natureza do Judas Priest; Por isso é a mais coberta do grupo, embora nenhuma delas chegue perto de sombrear a original. “You Don't Have to Be Old to Be Wise” é puro poder, graças à sua mensagem e ao solo destrutivo que a acompanha.
“The Rage” é meio tempo com uma interessante introdução de baixo de Ian Hill, após a qual as guitarras se transformam em uma marcha avassaladora. E “Steeler” é uma música bem rápida, que hoje soa totalmente old school, e fecha o álbum com chave de ouro. Este breve resumo se refere a aspectos do Founding Metal, aquilo que atualmente não se faz e ao qual acabamos recorrendo com frequência, marcando a trajetória da “British Steel” como memorável.
A capa do álbum foi desenhada por Roslav Szaybo. Para criá-lo, ele se baseou na imagem de uma siderúrgica britânica chamada British Steel. Por ocasião do aniversário de 30 anos, o desenho foi retocado, acrescentando algumas gotas de sangue que não apareciam no original de 1980. Ligando a imagem com o conteúdo, o metal gerado pelo Judas Priest, instrumentalmente, não foi tão nocivo se comparado ao a crítica que continha em suas letras, que apoiava a multidão de trabalhadores de Birmingham que havia ficado sem trabalho após as reformas liberais de Thatcher.
Um ataque brutal de guitarra dupla graças ao trabalho prodigioso de Glenn Tipton e KK Downing. E a interpretação de Rob Halford que, depois do álbum, se tornou uma figura a ser imitada e hoje já é uma lenda, quase a par de Ronnie James Dio ou Lemmy. O sexto álbum do Judas Priest alternou hinos gloriosos que definiriam a cena dos anos 80 para inúmeras bandas ao redor do mundo, várias delas precursoras do thrash que logo nasceria. Tudo em “British Steel” dá origem a algum mito que simboliza o gênero metal, tanto criativa quanto esteticamente, mas couros e correntes falam por si.
Review: Ossamenta – Final (2022)
Na língua portuguesa, ossamenta é um dos nomes que se dá a uma ossada ou esqueleto de um animal. Na música, é uma das bandas mais interessantes surgidas no Brasil recentemente. O grupo conta com Luiz Moura e Pedro Conti, guitarrista e vocalista do Thriven, uma dos nomes mais criativos do metal brasileiro dos anos 2010, e que aqui se aventuram em um novo projeto.
Musicalmente, o EP Final, estreia do Ossamenta, não diferente muito do Thriven e entrega um metal com muito groove e influências atuais, e dá pra sentir algumas elementos de nomes conhecidos como Gojira na mistura. O principal contraste está nas letras, todas em português, que liricamente exploram caminhos mais filosóficos e que questionam a rotina do cotidiano.
São apenas cinco canções, todas muito bem produzidas e extremamente pesadas, onde Pedro alterna vocais limpos e guturais. As guitarras entregam riffs contemporâneos, enquanto a parceria entre baixo e bateria é vital na construção da sonoridade da banda.
Entre as músicas, gostei demais de “Remoto”, que abre o EP, além do peso aliado a passagens mais calmas em “Visão Dupla”e o lirismo de “A Mosca e a Fogueira”, porém as duas canções restantes, “Sintaxe” e “Final”, também apresentam excelentes qualidades.
Um belo cartão de visitas esse apresentado pelo Ossamenta em Final. Espero que seja o apenas começo de um futuro incrível para a banda.
Destaque
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