sábado, 3 de fevereiro de 2024

Tom Zé - Todos Os Olhos [1973]

 




Um dos compositores mais malucos que o nosso Brasil pariu é sem sombra de dúvidas o baiano Antonio José Santana Martins, mais conhecido como Tom Zé. Filho de uma família pobre, que tornou-se rica da noite para o dia após ganharem na loteria, o músico marcou presença na origem do tropicalismo, sendo uma das referências para Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de um braço direito nos arranjos e ideias do maestro Rogério Duprat.

Tom foi um dos idealizadores do projeto Nós, Por Exemplo n° 2, que revelou Caetano, Gil, Gal Costa e Maria Bethânia com apresentações no famoso Teatro Castro Alves, em Salvador. O projeto fez tanto sucesso que levou-os para São Paulo, aonde encenam Arena Canta Bahia, conhecem Os Mutantes e gravam o aclamado e cultuado Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968, mesmo ano em que Tom recebe o primeiro prêmio no IV Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com "São Paulo, Meu Amor". 
Tom Zé, anos 70

1968 foi O Ano da carreira de Tom Zé. Além de Tropicália ou Panis Et Circensis, e da premiação na TV Record, foi o ano também do lançamento de Grande Liquidação, para muitos, o melhor disco da carreira do baiano, e que foi lançado pelo emblemático selo Rozemblit.

Tão emblemático quanto as histórias da Rozemblit é o quarto disco de Tom Zé, batizado de Todos Os Olhos. Depois de afastar-se dos amigos tropicalistas por questões de divergência cultural, Tom apareceu ligado ao selo Continental em 1972, com o álbum Tom Zé, conhecido posteriormente como Se O Caso É Chorar. A mistura irreverente de estilos chamou a atenção do grande público, que no ano seguinte, chocou-se com Todos Os Olhos.


Odair Cabeça de Poeta e grupo O Capote
Responsáveis pelo instrumental de Todos Os Olhos


O ritmo arrastado da curta "Complexo de Épico" nos apresenta um pseudo-samba tropicalista, com uma letra irônica: "Todo compositor brasileiro é um complexado, ... ah meu Deus do céu vá ser sério assim no inferno", saindo em uma viola caipira que faz as notas iniciais de "A Noite do Meu Bem", uma soturna composição com Tom Zé acompanhado apenas por longos acordes de órgão e as notas de viola como que imitando o som de berimbau, em uma das canções mais obscuras e assustadoras da carreira do músico.

"Cademar" é o representante psicodélico-sertanejo, com notas marcadas, imitando um relógio, e Tom Zé cantando o nome da canção de forma gaguejada em pouco menos de 40 segundos, chegando na faixa-título, mais uma deliciosa ironia advinda da mente do baiano, em um ritmo swingado e um refrão encantador, com diversas vocalizações cantando "Mas eu sou inocente" e "Mas eu não sei de nada" entre outras frases que encerram a canção, que trata da visão de Jesus sobre seus fieis seguidores, querendo descansar no céu, ao invés de atender aos mesmos na Terra.

A engraçada "Dodô e Zezé" e uma brincadeira sertaneja entre Odair Cabeça de Poeta (Dodô) e Tom Zé (Zezé), na qual Dodô faz uma série de perguntas para Zezé responder de forma extremamente irônica, chegando inclusive a Zezé simular que não entende o que está sendo pergutado, e ironizar a si mesmo. Essa canção canta com a participação de Rogério Duprat no cavaquinho, e, conforme indicado no encarte, tocando apenas os acordes G7 e C.

O lado A encerra-se com "Quando Eu Era Sem Ninguém", uma canção alegre, no ritmo nordestino que lembra bastante algumas canções de Novos Baianos. Destaque para a voz de Tom Zé, melodiosa e simples. A participação do grupo Capote, responsável pela parte instrumental do álbum, fica evidente nessa canção.


Capa interna de Todos Os Olhos


O lado B começa com uma homenagem para "Brigitte Bardot", um samba-choro, no estilo João Gilberto, lamentando o envelhecimento da atriz, destruindo sonhos de rapazes e homens que a admiraram quando a mesma era bonita, e com uma ironia enorme em toda a letra. "Augusta, Angélica e Consolação" é outro fantástico samba-rock a la Novos Baianos, com talvez a letra mais engraçada da carreira de Tom Zé. A forma como ele lamenta a separação de suas esposas, Augusta e Angélica, e as vocalizações dando a dramaticidade necessária para os lamentos de Tom Zé, certamente irão dar boas risadas com uma letra sensacional.

"Botaram Tanta Fumaça" retorna aos ritmos nordestinos, misturando samba e baião, e mandando ver na população brasileira, com a clássica frase: "Tá, tá, tá com a consciência podre", enquanto "O Riso e a Faca" acalma os ânimos, levada pela viola e por um bonito arranjo de cordas.

A curta "Um "Oh" e um "Ah"" é um divertido jogo de palavras sobre as vogais que aparecem no nome da canção, além de vocalizações, retornando para uma versão estendida de sete minutos para "Complexo de Épico", repetindo a letra da canção que abre o álbum e ampliando-a para mais críticas aos compositores brasileiros, deixando a pergunta na mente do ouvinte: "Por que todo compositor brasileiro é um complexado?".


Foto da sessão para a capa do álbum, gentilmente cedida por
Chico Andrade

Com a repressão política da ditadura militar em nosso país, o músico superou barreiras, e ainda, enganou os militares com um disco ousado, criticando a tudo e a todos com uma rispidez áspera. Para complementar, uma capa ainda mais ousada que as irônicas e geniais canções que abrilhantam o LP.


A arte foi feita pelo artista Chico Andrade, e foi considerada pela revista Folha de São Paulo como a segunda melhor capa de álbum do século XX, além de fazer parte de uma exposição com as cincoenta melhores capas de todos os tempos, realizada em 2011.

Tom Zé já tinha o nome do álbum quando procurou Décio Pignatari, pedindo por uma capa provocante, mas que ao mesmo tempo enganasse a censura. Décio era sócio de Chico, que logo teve a ideia do famoso "olho do cú". Então, pensou em colocar uma bola de gude no cú de uma pessoa, ampliar a imagem e tornar irreconhecível o entorno da região.


Tom Zé, anos 2000

Envolvendo a participação de diversas pessoas, dentre elas Silvio Vasconcellos (fotografia), Marcos Pedro (edição) e Marco Antonio Rezende (redator), Chico encaminhou o projeto para aprovação de Tom Zé. É nesse momento que surge a pessoa principal da imagem, a dona do "olho". O nome perdeu-se no tempo, mas segundo o site chicoandrade.wordpress.com, a moça era uma garota de programa, que fazia ponto próximo ao Jockey Clube de São Paulo.

A ideia então foi aprovada, e ao mesmo tempo que a prostituta do Jockey era fotografada, Reinaldo Moraes, um fotógrafo profissional, fazia a mesma imagem com outra mulher, que acabou entrando na versão final, e ele acabou levando a fama pela capa, apesar da ideia original ser de Chico. 


Todos os olhos de Todos Os Olhos
Cinquenta  anos de um disco genial, que ainda está para ser descoberto pelos brasileiros e pelo mundo!



Track list


1. Complexo de Épico 
2. A Noite do Meu Bem
3. Cademar 
4. Todos os Olhos 
5. Dodô e Zezé 
6. Quando Eu Era Sem Ninguém 
7. Brigitte Bardot 
8. Augusta, Angélica e Consolação 
9. Botaram Tanta Fumaça 
10. O Riso e a Faca
11. Um "Oh" e um "Ah" 
12. Complexo de Épico 







Maravilhas do Mundo Prog: Yes - The Revealing Science of God (Dance of Dawn) [1973]

 




Pertencente ao sexto disco do grupo, Tales from Topographic Oceans, ela possui mais três irmãs gêmeas, todas lindas e capazes de serem categorizadas como Maravilhas. Mas acabei recorrendo a "The Revealing Science of God (Dance of Dawn)" por três aspectos: primeiro, o fato de que é a única canção do álbum na qual o Yes trabalho em conjunto, não havendo um destaque individual; a segunda, é por conta de ela ser a responsável por abrir os trabalhos no vinil duplo, lançado no dia 14 de dezembro de 1973, completando portanto quarenta anos no próximo sábado, e eu já aproveito para convidar o leitor a comemorar essa importante data com um texto alusivo ao aniversário de um dos Melhores (ou seria Piores) álbuns da história. A terceira explico mais adiante.

Preciso primeiro citar que antes do lançamento de Tales from Topographic Oceans, uma mudança na formação do Yes ocorreu, e que foi muito importante para o andamento do grupo nos anos subsequentes. Jon Anderson (vocais, violões, percussão, flauta), Steve Howe (guitarras, violões, Danelectro Sitar, vocais), Chris Squire (baixo, harmônica, violões, percussão, vocais), Rick Wakeman (teclados) e Bill Bruford (bateria, percussão) haviam acabado de lançar Close to the Edge, um dos principais discos do rock progressivo, detentor da Maravilhosa faixa-título, além das essenciais "And You And I" e "Siberian Khatru", que colocaram o álbum em um patamar muito acima dos demais álbuns do grupo no quesito importância para o rock progressivo.


Porém, Bruford estava desgostoso com os caminhos que o Yes começou a trilhar, mergulhando em composições pesadas, densas e complexas, fugindo do lado jazzístico e repleto de improvisos que caracterizou a fase inicial do grupo. Assim, pediu as contas e foi parar no King Crimson de Robert Fripp, abrindo um enorme buraco na parede de sustentação do grupo.

Klaus Voormann, Alan White, Yoko Ono, John Lennon e Eric Clapton. A Plastic Ono Band, em 1969.

Foi o produtor Eddie Offord que encontrou a solução para os problemas. Eddie era amigo de John Lennon, e havia ficado hipnotizado com a performance do baterista da Plastic Ono Band. O grupo de John e Yoko Ono fazia suas experimentações com blues, jazz e rock, e estava bem longe da linha progressiva que o Yes caminhava, mas White mostrou que podia sim segurar as baquetas do grupo. Sua pegada era mais forte, sem tanta virtualidade como Bruford, e foi aprovado logo no primeiro ensaio, quando tocou "Siberian Khatru".

White participou da turnê de divulgação de Close to the Edge, e fez a maior parte da bateria do primeiro ao vivo do grupo, o triplo Yessongs, um dos principais álbuns ao vivo de todos os tempos, lançado em 1973. O disco apresenta Close to the Edge na íntegra, e conta com Bruford fazendo uma apresentação impecável nas faixas "Perpetual Change", "Long Distance Runaround" e "The Fish (Schindleria Praematurus)". Foi sétimo colocado no Reino Unido e décimo segundo nos Estados Unidos, mostrando que o Yes já desfilava como um dos preferidos pelos fãs.


Foi durante a turnê de Close to the Edge que começou a surgir a ideia da gravação de Tales from Topographic Oceans. Anderson teve contato com o livro Autobiography of a Yogi, de Paramhansa Yogananda, e despertou seu interesse pelas escrituras sagradas apresentadas pelo autor em uma nota de rodapé. As quatro escrituras principais foram vislumbradas por Anderson na forma de música, e acabaram se tornando o sexto álbum de estúdio do grupo.

Yessongs, primeiro registro ao vivo do Yes, e um dos álbuns essenciais do progressivo

Mais detalhes contarei no texto de aniversário do álbum, mas é fato que a ideia gerou um racha em três dentro do Yes. De um lado, Anderson e Howe, criador e configurador da ideia e da música do álbum, e primeiros "iniciados" na religião hindu, bem como assumirem o vegetarianismo. De outro, Squire e White, recém adeptos ao vegetarianismo, e indecisos se a ideia realmente deveria ser seguida, já que o projeto final levava para um álbum duplo com apenas quatro longas canções, cada uma ocupando um lado do vinil. Por fim, Wakeman, o único que bebia, comia carne vermelha e totalmente contrário as experimentações longas, definidas pelo próprio como enrolações.

O projeto foi levado adiante por pressão de Anderson e Howe, e foi o primeiro disco do Yes a ser o mais vendido dentro do Reino Unido, com oitenta mil cópias vendidas antes mesmo de seu lançamento, no sistema pre-order. Até hoje, é o álbum mais vendido da carreira do Yes no período progressivo, totalizando mais de cinco milhões de cópias, e ficando atrás apenas de 90125, com sete milhões de cópias. 


A complexidade do álbum acabou não agradando há muitos, mas conquistou uma enorme geração de fãs, e continua criando essa desavença. Para os que apreciam a obra, a discussão é acirrada sobre qual é o movimento preferido dentre os quatro. Uma recente pesquisa na página oficial do Yes no facebook, apontou no último domingo a comprovação dessa divisão de opiniões. 


43% dos que comentaram a publicação "Qual é a sua parte favorita em Tales from Topographic Oceans" escolheram "The Revealing Science of God", enquanto 42% escolheram "Ritual", a última parte do LP. As demais partes, "The Remembering" e "The Ancient", receberam respectivamente 11% e 4%, em um total de mais de quatrocentos comentários até aquele momento. Apesar do número não grande de comentários, isso ilustra bem o que pensam os fãs do grupo em todo o mundo, e essa é a terceira e última justificativa para apresentar "The Revealing Science of God" como a primeira Maravilha prog de Tales from Topographic Oceans, abrindo espaço para futuramente comentar sobre as demais. 

Chris Squire, Rick Wakeman e Steve Howe (acima);
Jon Anderson e Alan White (abaixo)

Nossa escolhida recebeu a seguinte definição por Anderson, na capa interna do vinil: "Primeiro Movimento: Shrutis (tradução: Textos Sagrados) A Ciência reveladora de Deus pode ser vista como uma flor permanentemente aberta, da qual emergem as verdades simples, registrando as complexidades e a magia do passado, e fazendo-nos ver que não deveríamos esquecer nunca a canção que nos foi dada escutar. O conhecimento de Deus é uma indagação objetiva e constante".

Não há divisões entre os vinte minutos e vinte e cinco segundos da suíte. Toda ela é uma única e hipnotizadora peça, surgindo com os vocais de Anderson e leves notas da guitarra, tocadas com o pedal de volume. A marcação de teclados e baixo cresce ao fundo, enquanto as vozes de Anderson começam a se sobrepor (ao vivo, Howe e Squire faziam as vozes de apoio). A canção não para de crescer, com cada instrumento ocupando seu espaço gradativamente, em uma incessante tensão, que conclui-se com uma virada de bateria.

Wakeman apresenta o primeiro tema da canção feita no moog, e temos uma breve sequência de solos de guitarra e moog, feitas sobre um andamento quebrado, arrastado, que repete-se por diversas vezes durante o álbum. 

É esse andamento que carrega o início real da letra, cantada por Howe, Anderson e Squire. Os teclados apenas fazem marcações, enquanto baixo e guitarra pequenas intervenções, e começamos a nos deparar com a série de mudanças que "The Revealing Science of God" apresenta. Quando Anderson fica sozinho, o andamento está mais alegre, sendo o refrão o ponto forte, com as frases "What happened to this song we once knew so well".

Mais duas estrofes sobre o ritmo alegre e repete-se a melodia do refrão, alterando porém a letra ("What happened to wonders we once knew so well"), levando para a fantástica ponte que muda completamente a canção. Os três cantam ao mesmo tempo, com palavras soltas, em um andamento veloz aonde a bateria de White destaca-se com seu andamento percussivo, explorando bastante o bumbo. A guitarra cavalga, permeando as palavras do trio com escalas velozes e rasgadas.

A versão nacional de Tales from Topographic Oceans

Após esse momento, somos levados pelas mágicas notas com pedal de volume da guitarra de Howe. Baixo e bateria conduzem o ritmo marcado enquanto Howe repete o mesmo tema por diversas vezes, até que o moog repete o primeiro tema da canção. Começa então o jazzístico solo de Howe, acompanhado pelos acordes de mellotron e o bonito acompanhamento de baixo e bateria.

Anderson retorna, agora com o moog fazendo intervenções e Howe divertindo-se com os harmônicos. Viajamos pelos acordes de mellotron e moog, enquanto o ritmo da guitarra, baixo e bateria propulsiona força para essa magnífica viagem, conduzida pela voz de Anderson. A sobreposição dos instrumentos é perfeita, e surpreendentemente, retornarmos aos momentos tensões das palavras soltas, com Wakeman espancando o piano.

Entramos no meio da viagem de "The Revealing Science of God", talvez a melhor parte da suíte, com baixo e guitarra fazendo um excepcional duelo de notas, levando para o solo de Howe, carregado de distorção e notas velozes, acompanhado pela pegada de baixo e bateria e com pouca participação dos teclados. 

Steve Howe e Jon Anderson, durante a turnê de Tales from Topographic Oceans

Mais uma guinada surpreendente aparece, com todos os instrumentos parando repentinamente, deixando apenas Howe dedilhar sua guitarra. Tímpanos e pratos fazem intervenções, e eis que Anderson surge solando um emocionante tema em sua flauta, abrindo espaço para o moog. 

A voz de Anderson então apresenta mais uma parte inédita, cercado por mellotron, moog, sintetizadores, escalas de baixo e as notas aleatórias da guitarra, pisoteando o pedal de volume. Wakeman dá show com o mellotron, executando um mesmo tema junto a Danelectro Sitar de Howe, carregada de efeitos. O órgão de igreja e o mellotron ganham força, fazendo um lindo tema que é acompanhado pelas vocalizações de Anderson, enquanto guitarra e moog solam independentemente ao que está acontecendo ao fundo.

A explosão da bateria de White anuncia mais uma sequência pesada e tensa, na qual Wakeman extrapola o limite de sua genialidade com um alucinante solo de moog, perfeito para balançar pernas e cabeças em qualquer lugar que se ouve, encerrando com longos acordes de mellotron que levam a parte final da suíte.

Alan White, Chris Squire, Rick Wakeman e Jon Anderson, na turnê de Tales from Topographic Oceans
Somente com o mellotron, Anderson canta em notas longas, trazendo então as demais vozes e os instrumentos, voltando então para o ritmo quebrado e ao refrão "What happened to this song we once knew so well", concluindo nossa Maravilha conforme seu começo, apenas com as vozes sobrepostas enquanto os teclados fazem marcações e Howe desliza seus dedos pela guitarra, pisoteando o pedal de volume, em um encantador arranjo vocal.

Um espetáculo sonoro, mas que, se você não está disposto e preparado para o choque de mudanças que é apresentado, certamente não irá aprovar, assim como as demais três Maravilhosas suítes, que farei breves comentários no sábado. 

O Yes saiu em uma gigantesca turnê para divulgar o álbum, mas as coisas não andavam bem internamente. Conforme citado, Wakeman ficou bastante desgostoso com o resultado final de Tales from Topographic Oceans, e inclusive, foi a público declarar sua má vontade com o mesmo.

Parte interna da versão nacional

Para piorar, durante uma apresentação no Manchester Free Trade Hall, Wakeman começou a rever sua vida no Yes, principalmente depois de um incidente no mínimo curioso. Enquanto Howe solava sozinho ao violão na bela "The Ancient", o roadie de Wakeman estava comendo uma comida indiana, e havia levado um prato de mesma origem para o palco. Wakeman, sentindo o cheiro da comida, acabou comendo o prato em pleno palco, o que não agradou em nada aos demais, principalmente Howe.

Wakeman bebia, comia carne, gostava de "brincar" com groupies e também divertia-se em bares noturnos, estilo totalmente diferente ao que os demais membros haviam adquirido, muito religioso e familiar. Assim, devido a estas circunstâncias, e também por divergências musicais, no dia 18 de maio de 1975, dia do aniversário de Wakeman, quando começaram os ensaios de gravação do sétimo álbum, Rick deu adeus ao grupo (pela primeira vez), dedicando-se para sua carreira solo e na mesma data que descobriu que seu segundo álbum solo, Journey to the Centre of the Earth (1974), havia conquistado a primeira posição no Reino Unido, fato que se confirmaria na data de 25 de maio de 1974. 

Para o lugar de Wakeman, o tecladista grego Vangelis, que havia encerrado as atividades do fenomenal Aphrodite's Child, foi o convidado, mas problemas internos acabaram levando o Yes a buscar no Refugee o substituto para Wacko, no caso, o suíço Patrick Moraz. Moraz ficou apenas dois anos no grupo, mas suficientes para registrar o álbum Relayer, com mais três peças importantes para o rock progressivo, sendo uma delas, a Maravilhosa "Gates of Dellirium",





FADOS do FADO...letras de fados

 


A minha padeirinha

Letra e música de Fernando Farinha
Repertório do autor


Padeirinha, padeirinha  
Que me dás pão tão quentinho
Não me dês apenas pão 
Dá-me também teu carinho

Não é com pão que alivias  
As mágoas que me consomem
Repara bem, que na vida
Repara bem, que na vida 
Nem só de pão vive o homem

Ai padeirinha
Pãozinho quente a estalar
Cara linda cor do trigo 
E grão centeio no olhar
Duas cerejas 
São teus lábios de carmim
E teus seios mais parecem 
Duas bolas de Berlim

Se aos olhos meus 
És por graça ou simpatia
O pãozinho mais gostoso 
Que existe na padaria
Mata-me a fome
Tem pena da vida minha
Dá-me ao menos uma bucha 
Do teu amor, padeirinha

Padeirinha, padeirinha 
Por ti, o meu coração
Está mais em brasa que o forno 
Onde tu cozes o pão

Quem me dera, quem me dera 
Como sou também Farinha
Um dia, ser amassado
Um dia, ser amassado 
Por tuas mãos, padeirinha


A minha pronúncia

Alberto Rodrigues / Alfredo Duarte *fado marceneiro*
Intérprete: Argentina Santos

Tenho visto muito bem
Quando canto, alguém sorrir
Duma forma que afinal
Mostra não saber porém
Que a pronúncia é o sentir
Da nossa terra natal

Sem R não se escrevia

A palavra coração 
Onde vibra, tantas vezes
A tristeza e a alegria
Ternas virtudes que são 
Bem próprias dos portugueses

Sem R nem a guitarra

Teria o nome que tem 
Nem se escrevia o valor
De Portugal, nossa amarra
Onde se sente também 
A terna palavra amor

Há muita gente que ri
E tem no riso a denúncia 
Da sua grande fraqueza
Pode crer, ri-se de si
Quem ri da minha pronúncia 
Porque ela é bem portuguesa


A minha rica filhinha

Letra de Silva Tavares
Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel.
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*

A minha rica filhinha
Co’a sua saia de roda
Parece uma vassourinha
Varrendo-me a casa toda

Sou pobre por condição 
Mas tenho um grande tesouro
Que não dou por nenhum oiro 
Lançado em circulação
Fiz cofre do coração 
Porque outra coisa não tinha
E essa riqueza, que é minha 
Tão bem, lá dentro, me coube
Que d’ali não há quem roube
A minha rica filhinha

Nunca senti tanto enleio 
Como olhando a minha filha
Fala e pensa à maravilha 
Apenas com palmo e meio
Já mostra certo receio 
De que a não vistam à moda
E ninguém julgue que engoda 
Essa migalha de gente
Toda inchada de contente
Co’a sua saia de roda

A cada passo tropeça 
Por ser a saia comprida
Mas não chora e, de seguida 
Levanta-se e recomeça
Não há nada que não peça 
Pois tudo quer, coitadinha
Deita-se logo à noitinha 
Mas, de manhã até lá
Sempre d’aqui p’ra acolá
Parece uma vassourinha

Ela só, tão pequenina 
Enche-me a vida de luz
E o peso da minha cruz 
Resulta coisa divina
Ladina, muito ladina 
Não pára nem se acomoda
A tudo e todos apoda 
Numa estranha algaravia
E assim passa o santo dia
Varrendo-me a casa toda


Hagar, Schon, Aaronson, Shrieve - Through The Fire (1984)





Hagar Schon Aaronson Shrieve
 (também conhecido como HSAS) foi uma banda de supergrupo composta pelo vocalista Sammy Hagar, o guitarrista Neal Schon, o baixista Kenny Aaronson e o baterista Michael Shrieve. O grupo supostamente ensaiou por menos de um mês antes de tocar no show. Eles lançaram um álbum semi-ao vivo, gravado durante duas apresentações ao vivo no The Warfield em San Francisco, intitulado Through the Fire. O álbum inclui um cover de "A Whiter Shade of Pale" do Procol Harum.

Após o lançamento de Journey's Frontiers no início de 1983, o guitarrista Neal Schon decidiu seguir outro projeto com o vocalista/guitarrista Sammy Hagar. Hagar lançou seu álbum Three Lock Box no final de 1982 e depois tirou férias de três meses em um safári na África. Schon e Hagar começaram então a procurar outros músicos para completar a banda. Em entrevista de meados de 1983, Schon falou sobre a formação da banda: "Sammy e eu nos damos muito bem. Já estamos trabalhando em um álbum juntos, e é matador! No momento temos Denny Carmassi, que costumava Trabalhamos com Sammy na bateria e estamos procurando um baixista. Trabalhamos um pouco com Tom Petersson, mas acho que ele tinha outros compromissos."

Schon fez a turnê Frontiers com Journey de fevereiro a setembro de 1983, e depois se reuniu novamente com Hagar. Nessa época, Carmassi havia deixado a banda para se juntar ao Heart, e os dois membros restantes da banda se tornaram Kenny Aaronson no baixo e Michael Shrieve na bateria. Shrieve e Schon tocaram juntos em Santana no início dos anos 1970.

Para gravar seu álbum, a banda tocou ao vivo de 9 de novembro de 1983 a 21 de novembro de 1983 no Warfield Theatre. Duas das datas, 14 e 15 de novembro em São Francisco, Califórnia, foram gravadas e transmitidas pela MTV. Esta filmagem foi ao ar pelo menos uma vez, mas nunca foi lançada em fitas de vídeo ou DVDs oficiais. O álbum Through the Fire foi editado em estúdio para reduzir o ruído da multidão, mas por outro lado foi deixado como gravado.

O primeiro single lançado foi a versão cover de "A Whiter Shade of Pale" em maio de 1984, que alcançou a 94ª posição nas paradas da Billboard Hot 100. Outro single lançado, "Top of the Rock" (apenas como promoção), alcançou a posição # 15 no Top Rock Tracks da "Billboard" e se tornou popular em várias regiões de airplay dos Estados Unidos. Além disso, um terceiro single do HSAS, "Missing You" (também apenas promocional), alcançou a posição #37 no Top Rock Tracks.

A banda fez uma breve turnê pela Califórnia em 1984, contratando o guitarrista Nick Sciorsci para apresentações ao vivo.

HSAS produziu apenas um álbum antes de Schon retornar ao Journey, e Hagar gravou seu álbum VOA e posteriormente se juntou ao Van Halen. Hagar e Schon se reuniram quase 20 anos depois para formar o projeto de curta duração Planet Us, que também contaria com o ex-Van Halen e o futuro Chickenfoot e Sammy Hagar e o baixista do Circle, Michael Anthony. [extratos de "The Guinness Who's Who of Heavy Metal", Colin Larkin, ed. (1995). Publicação Guinness. pág. 172/3]


Crítica do álbum 1
Não havia como negar as habilidades dos músicos reunidos, mas os resultados desta colaboração representaram pouco mais do que um rock de arena mediano de meados dos anos 80. Na verdade, muito do material agora aparece como um precursor subdesenvolvido do trabalho de Hagar com o Van Halen, especialmente o pop-metal de “Missing You” e “He Will Understanding”. A bastante estimulante faixa de abertura “Top Of The Rock” agora parece uma espécie de protótipo para o hit posterior do Van Halen, “Top Of The World”. É claro que o estilo de virtuosismo da guitarra de alta velocidade de Neal Schon é diferente daquele de Eddie Van Halen, mas não tanto quanto você imagina. A forma de tocar de Schon é o melhor atributo do álbum, mostrando o guitarrista se libertando da estrutura cada vez mais comercial do Journey. Aaronson e Shrieve trabalharam bem juntos para fornecer uma seção rítmica robusta para o material. Mas, como costuma acontecer com gravações de supergrupos, Through The Fire é menos do que a soma de suas partes – e o mesmo aconteceu com HSAS. Este álbum será apreciado principalmente pelos fãs de Van Hagar e dos primeiros álbuns de jam-band do Journey.


Crítica do álbum 2
Embora a maioria dos tipos modernos possam não se lembrar do HSAS, tenho certeza de que muitos metaleiros e alguns não se lembram. Quando Sammy Hagar fez uma turnê solo no final do ano e mesmo durante sua primeira turnê com o Van Halen, havia placas em muitas salas de concerto que diziam: “Sammy Hagar, Top of the rock”. Isso porque é a música mais conhecida do álbum. Ele tocou naquela noite em que o vi e é uma música brilhante. No entanto, é apenas o meu segundo favorito. O primeiro lugar vai para a próxima faixa, “Missing You”. Essa música realmente cozinha e Neil canta um ótimo solo de guitarra nela.

Ouvindo as próximas três faixas, estou convencido de que quando a banda tocou ao vivo, eles tocaram as três juntas como uma só música. Cada faixa passa rapidamente de uma para a outra, para que você não tenha realmente uma pausa. Além disso, todos os três estão no modo rock espacial e se encaixam muito bem. No show da MTV, apenas o título da primeira música, “Animation”, foi introduzido, mas durou muito mais do que os quatro minutos que diz que a música dura no rótulo. Na verdade, tenho quase certeza de que a música durou o tempo indicado pelas três músicas.

Hagar e Schon
Há um detalhe na comparação do álbum com o show e isso vem na forma do cover da banda do clássico “Whiter Shade of Pale”. A música encerra o show e acho que foi uma ótima música para encerrar o show. No entanto, não é o mais próximo do álbum e agora me pergunto se deveria ter sido. Ainda está muito bem feito e acho que Procol Harum teria ficado impressionado. Depois disso vem o hard rock, “Hot and Dirty”, que Sammy afirmou no show que era sobre Kenny, a namorada do baixista. Não posso culpar a música, é muito boa e Neil Schon mostra seu talento em tudo. Embora não seja uma balada, “He'll Understanding” é, para citar Sammy, um lado terno. Começa como uma balada, mas não muda muito e tem um solo de guitarra fumegante. A ironia está ainda mais próxima porque tenho quase certeza de que foi a abertura do show. No entanto, funciona nos dois sentidos.

A razão pela qual todas as nove músicas são tão boas se deve ao talento dos quatro homens que formavam o HSAS. Os vocais de Sammy e o trabalho de guitarra de Neil sempre seriam um coquetel letal, sem dúvida. Mas deveríamos levantar uma taça para a seção rítmica de Aaronson e Shrieve porque juntos eles formam uma ótima música. 

In For The Kill (ao vivo em San Jose, Califórnia, 1983)

Este post consiste em FLACS extraídos do meu vinil imaculado (embrulhado em plástico) que comprei na Reading Records em Carlton em meados dos anos 80. Fui atraído pela primeira vez por este álbum quando percebi que Neal Schon (ex-Santana e Journey) era um dos quatro artistas, mas também estava interessado em ouvir o cover de A Whiter Shade Of Pale. Embora eu não fosse um grande fã das bandas de metal dos anos 80, o HSAS era um supergrupo que eu achava que tinha verdadeiro talento e estava destinado a coisas maiores. Infelizmente, eles nunca mais gravaram e se separaram tão rapidamente quanto se juntaram. Talvez tenha sido melhor assim, pois duvido que eles pudessem ter superado este álbum de estreia. 

Incluí a capa completa do álbum em vinil e CD, bem como alguns documentos oficiais de comunicados de imprensa da Geffen que valem a pena ler. Também tomei a liberdade de fornecer um FLAC singular para as faixas 3,4 e 5, que se cruzam sem qualquer interrupção distinta. Se você não se preocupa com os números das faixas, achará esta faixa mais agradável de ouvir. Este álbum não irá decepcionar, especialmente os fãs de Journey e Van Halen
Tracklist
01 Top Of The Rock 4:18
02 Missing You 4:26
03 Animation 5:02
04 Valley Of The Kings 3:22
05 Giza 1:20
06 Whiter Shade Of Pale 4:46
07 Hot And Dirty 4:17
08 He Will Understand 4:47
09 My Home Town 4:05


HSAS são:
Sammy Hagar - Vocais
Neal Schon - guitarras
Kenny Aaronson - baixo
Michael Shrieve - bateria


Faixas ausentes
01 - Movin' In For The Kill
02 - Tough Enough
03 - Eyes Of Love
04 - Hope And Fear
05 - Ever Since You Came
06 - What Will Never Be






DISCOS QUE DEVE OUVIR


Spliff - 85555 (1982) (Germany, Neue Deutsche Welle)


Artista: Spliff
De: Alemanha
Álbum: 85555
Ano de lançamento: 1982
Gênero: Neue Deutsche Welle, Synth-Pop
Duração: 36:31

Tracks:
01. Déjà Vu (Herwig Mitteregger) - 4:06
02. Heut' Nacht (Manfred Praeker) - 4:22
03. Notausgang (Herwig Mitteregger) - 2:50
04. Carbonara (Reinhold Heil) - 4:18
05. Computer sind doof (Reinhold Heil) - 2:58
06. Kill! (Reinhold Heil, Bernhard Potschka, Manfred Praeker/Reinhold Heil) - 4:11
07. Duett komplett (Manfred Praeker) - 2:13
08. Jerusalem (Manfred Praeker/Herwig Mitteregger) - 4:14
09. Damals (Reinhold Heil/Hubert Skolud) - 7:19

Personnel:
- Herwig Mitteregger - drums, vocals
- Reinhold Heil - keyboards, vocals
- Manfred Praeker - bass, vocals
- Bernhard Potschka - guitars, vocals
+
- Spliff - producers










Shotgun Sawyer - Bury the Hatchet (Very Good Hardrock US 2019)

 



Shotgun Sawyer retorna com seu novo álbum felizmente pesado - Bury The Hatchet. O álbum é uma mistura de Hard Rock, Stoner Rock, Blues e Psych Rock com uma atitude irritada a condizer. O que faz o Shotgun Sawyer se destacar é sua inegável sede de se divertir com sua música. No entanto, você sabe, ouvindo o álbum dele, os caras sabem como se comportar, já que sua música tem uma atitude bastante volátil em alguns lugares, especialmente nas primeiras músicas de Ain't Tryin' To Go Down Slow, (Let Me) Take You Urso da Casa e do Sertão.




O álbum tem elementos do rock estilo “Americana” em seu DNA e Shotgun Sawyer não foge desse fato. A música é muito crua, mas pelo menos é honesta e os caras sabem como escrever e tocar um riff bem alto. A banda soa como All Them Witches da época antiga em partes do álbum e é um estilo de Blues Rock do qual sou um grande fã. A produção é excelente e as músicas contidas no álbum soam soberbas. Os vocais e a música são perfeitos, com a banda provando que eles estão bastante adaptados na mudança de gênero musical em certas músicas do álbum, como: You Got To Run, Son Of The Morning, Love You Right e When The Sun Breaks.




Talvez o álbum perca força no final. No entanto, isso não impediu que Shotgun Sawyer prestasse homenagem aos seus heróis musicais da lendária cena Hard Rock dos anos 70 e colocasse seu próprio toque no som padrão do Stoner/Hard Rock. Se você é fã de ZZ-Top e Led Zeppelin, então Shotgun Sawyer tem todas as bases cobertas com este álbum e eles ainda têm alguns truques próprios para impressionar as pessoas. Este não é apenas mais um excelente lançamento da Shotgun Sawyer, mas também da Ripple Music, que está provando porque é uma das melhores gravadoras independentes de Hard Rock da cena atual. No geral, Bury The Hatchet é um álbum extremamente divertido e que tem um impacto poderoso. Excelente e altamente recomendado.



Dois anos depois de seu álbum de estreia, Shotgun Sawyer da Califórnia retorna para a segunda rodada. Agora com contrato com o selo californiano Ripple Music, isso os fez atacar o estúdio cheios de confiança e o resultado é um caso estridente que chama sua atenção desde o riff de abertura e não para até que o silêncio chegue no final da faixa 9. A música a composição é ótima e o trio de Brett Sanders no baixo, David Lee na bateria e Dylan Jarman na guitarra/vocal entregam suas partes na mesma medida. Agora, de volta ao riff de abertura – o riff de 'Ain't Tryin' To Go Down Slow' é uma mistura híbrida de 'Stranglehold' e 'Whole Lotta Love' - é uma coisa linda e se houver um Riff Of The Prêmio do ano, considere ganho. O resto da música também não decepciona, já que a seção rítmica leva a música à submissão por trás do vocal apaixonado e do solo gritante de Jarman. '(Let Me) Take You Home' segue e é um número mais lento que segue um estilo blues, para para respirar e então serve uma saborosa passagem instrumental antes de retornar ao riff original.



'Backwoods Bear' vê o violão sair do case. A música é sustentada por um riff de slide acústico e solo e é provavelmente o mais próximo que este álbum chega do Blues. É um bom contraste com a salva de abertura que se segue e mostra que Shotgun Sawyer não se trata apenas de tocar alto. No entanto, 'You Got To Run' só pode ser descrito como alto. Lançado como single no ano passado, funciona ainda melhor como parte de um álbum e é uma música rock pura e simples.



'Son Of The Morning' é a música mais longa aqui (apenas) e começa com uma longa passagem instrumental antes dos vocais entrarem em ação. Acho que essa tem potencial para ser uma grande faixa em seu set ao vivo, à medida que se torna sua própria ' Bridge Of Sighs' ou 'Dazed & Confused' – dá aos caras a chance de se esticar e mostrar suas habilidades musicais e pode ser um verdadeiro showcase. Falando em influências dos anos 70, 'Hombre' segue e é a melhor música que ZZ Top nunca escreveu com um riff e shuffle semelhante ao poderoso 'La Grange'. Tiremos o chapéu para Sanders & Lee neste momento, enquanto eles entram no ritmo enquanto Jarman canta sobre seus problemas femininos. O zumbido de um amplificador saúda 'Love You Right' e é uma fatia alta de blues rock que irá agradar tanto aos fãs de Bonamassa quanto de Rival Sons. Ainda não se sabe se Shotgun Sawyer atingirá o nível comercial desses dois, mas musicalmente esse é o território em que eles trabalham, então não há razão para não. 'When The Sun Breaks' é o próximo - musicalmente tem influência do Led Zeppelin e, para meus ouvidos, é a versão deles de 'Since I've Been Loving You'. Não há nenhuma tentativa de imitar o estilo vocal de Plant (uma coisa boa), então ainda soa como uma música de Shotgun Sawyer, embora o solo de blues seja algo com que Jimmy Page ficaria satisfeito - isso é um elogio, a propósito. É outra música que poderia ser um show ao vivo, já que sua sutileza proporciona um bom contraste com o poder das músicas mais rápidas. Embora eu ame meus rocks rápidos, acho que 'Son Of The Morning' e 'When The Sun Breaks' mostram a verdadeira profundidade das habilidades da banda, embora 'Shallow Grave', mais próximo, aumente o ritmo novamente e apresente um ótimo slide guitar antes de desacelerar as coisas. recue enquanto se desenrola até o fim. Shotgun Sawyer fez uma longa turnê europeia em 2018 que perdeu o Reino Unido e esperamos que eles finalmente cheguem aqui em 2020. Acho que suas apresentações ao vivo serão a chave para seguidores no Reino Unido e se eles tiverem a oportunidade, quem sabe o que eles podem fazer alcançar. Enquanto isso, eles descartaram as preocupações do “segundo álbum difícil” para entregar um conjunto fantástico que merece ser bem feito.

01. Ain't Tryin' to Go Down Slow 03:16
02. (Let Me) Take You Home 04:44
03. Backwoods Bear 03:29
04. You Got to Run 04:55
05. Son of The Morning 05:31
06. Hombre 03:44
07. Love You Right 05:15
08. When the Sun Breaks 05:30
09. Shallow Grave 04:24








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