João Ricardo, também conhecido como Disco Rosa, é o primeiro disco de João Ricardo depois do fim da formação clássica dos Secos & Molhados, depois ele continuou usando o nome da banda já que era dele tanto o nome quanto a maioria das composições e ideias da banda.
A sonoridade do disco lembra a do grupo, com a mistura de sonoridades portuguesas,folk, latinas e glam rock.
João Ricardo -1975 – João Ricardo (Philips / Phonogram)
Faixas
- “Salve-se Quem Puder” (João Ricardo) – 1:40
- “Vira Safado” (João Ricardo) – 2:12
- “Janelas Verdes” (João Ricardo) – 2:32
- “Sorte Cigana” (João Ricardo) – 4:35
- “Se sabe, sabe” (João Ricardo) – 2:20
- “Balada para um Coiote” (João Ricardo) – 3:55
- “Rock & Role Comigo” (João Ricardo) – 2:45
- “Fofoquinha” (João Ricardo) – 1:45
- “Os metálicos senhores satânicos”(João Ricardo/João Apolinário) – 3:05
- “Doce Doçura” (João Ricardo/João Apolinário) – 0:30
- “Viva e Deixe Viver” (João Ricardo) – 3:05
Músicos
- (João Ricardo): Violão de 6/12 cordas e Harmonica de boca
- Roberto de Carvalho: Guitarra
- J.A. Pestana: Flauta e Sax
- Roberto de Barros: Bateria
- Willie Verdaguer: Baixo
- Emílio Carrera: Órgão, Piano, Sintetizador e Sanfona
Ficha Técnica
- Direção Musical: (João Ricardo)
- Mixagem: Humberto Gatica no Kendun Records (Los Angeles)
Abaixo uma resenha do meu amigo e jornalista Fabiano Oliveira. ” João Ricardo – João Ricardo (“Disco Rosa”) Philips – 1975 Por coincidência ou não, o primeiro disco do João Ricardo saiu no mesmo ano que dos seus antigos companheiros, só que com uma diferença básica: no seu lançamento, houve muito mais cartaz e mídia. Não era pra menos, afinal, João tinha sido contratado a peso de ouro pela Philips e vinha com o status de ser o mentor e líder do fenômeno Secos e Molhados. Com toda essa pressão, o álbum não atingiu seu principal objetivo. Não foi exatamente um fracasso, pois trata-se de um trabalho muito vibrante e constante, mas as vendas foram baixíssimas, com pouca repercussão e a idéia de Andre Midani e Roberto Menescal, de transformar João Ricardo na estrela maior da gravadora, caiu por terra. No entanto, não há como se lamentar, muito pelo contrário. Musicalmente, o “Disco Rosa” (como ficou conhecido) é um ótimo álbum, com várias tendências, influências e ainda com a produção segura e eficiente do gênio Marco Mazola e do próprio João Ricardo. A banda de apoio também dispensa comentários, com Roberto de Carvalho na guitarra, Willie Verdaguer no baixo, Roberto de Barros na bateria, Emilio Carrera no piano/órgão e J.A Pestana no sax/ flauta. Expressando suas origens portuguesas, João mostra logo de cara a bem sucedida mistura entre o Fado, o Folk e o Rock, nas canções “Salve-se Quem Puder” e “Vira Safado”. A última foi idealizada para ser o “hit” do disco, mas acabou tocando de uma forma bem modesta, mesmo após a regravação do novo Secos e Molhados, em 1980. Encontramos também uma boa dose de Rock Progressivo em “Sorte Cigana” e “Viva e Deixe Viver”, alto grau de psicodelismo em “Balada Para um Coiote”, música latina, na suingada “Os Metálicos Senhores Satânicos”, o show de contrabaixo e flauta em “Janelas Verdes” e puramente Rock n Roll nas “Rock e Role Comigo” e “Se Sabe, Sabe”. Apenas como registro, todas as canções foram compostas por João Ricardo, com a mesma maestria de sempre. Obviamente, o “Disco Rosa” não é do mesmo nível dos trabalhos do Secos e Molhados (e nem poderia ser), mas não chega a decepcionar. É divertido, bem produzido e acima de tudo, apresenta ótimas músicas, que prendem o ouvinte já na primeira audição. Sem pressões e sem comparações, deve ser reconhecido como um álbum importante da música brasileira, lançado no ano mágico de 1975. Para finalizar, João Ricardo mostra aqui toda a sua autenticidade, a começar pela capa. Muitos não entenderam a arte da capa na época, mas analisando friamente, ela transmite a ideia de liberdade que João Ricardo sentia na época e de certa forma, mantém o brilho de sua personalidade, que foi tão bem aceita na época dos Secos e Molhados.” “Disco Rosa”… mais um dos grandes momentos do Rock Nacional.