terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Disco Imortal: Deep Purple – Burn (1974)


Disco Inmortal: Deep Purple – Burn (1974)

Purple Records, 1974

 Em meados dos anos 70, o Deep Purple já havia se estabelecido como a banda de rock mais barulhenta da cena (Guiness World Record incluído), viajando mais longe do que o Zeppelin e mais quilômetros por hora do que o Sabbath, mas bem no meio desse passeio. componentes importantes saíram do trem: Ian Gillan e Roger Glover, o primeiro por suas diferenças com Ritchie Blackmore e o segundo demitido sem maiores explicações. Em meio a tanta tensão, Glenn Hughes entrou no baixo e um então desconhecido David Coverdale nos vocais.

Com as coisas em ordem, a banda começa a gravar "Burn", o álbum renascentista da banda roxa, as sessões foram realizadas novamente na sempre musical Montreux, Suíça e novamente com o estúdio móvel dos Rolling Stones. Aqui é possível perceber claramente a influência do soul de Hughes e do blues de Coverdale que resultariam em novos clássicos no setlist da banda, a começar pela música de mesmo nome "Burn" que embora mantenha a linha que vinham trabalhando em passado, é perfeito para abrir o disco com os riffs poderosos de Blackmore, o surround sound das teclas de Jon Lord, Ian Paice na bateria e como introdução a poderosa dupla vocal de Coverdale e Hughes, mandando uma mensagem de que não tem nada a inveja Ian Gillan.

Começando com "Might Just Take Your Life", apoiado pelas camadas sonoras de Jon Lord, David Coverdale começa a mostrar algo em que é muito bom: criar dinâmicas com sua voz indo facilmente do claro ao escuro, ele também nota a mistura fluida de vozes com Glenn Hughes, tão bom que este último conduz uma parte da música, algo que repetiria ao longo do álbum em canções como "Lay Down, Stay Down" ou a funk "Sail Away" onde a nova direção da banda em um nível criativo que também se vê em "You Fool No One" outra música que os tira da sua zona de conforto mas ao mesmo tempo mostra a sua versatilidade principalmente Ian Paice que assume a música a nível rítmico.


“What's Goin' on Here” parece ter sido gravada em jam pela espontaneidade, ou melhor, às 2h da madrugada em algum bar de blues de Chicago, onde Jon Lord aproveita para mandar trechos tremendos do Órgão Hammond. Em “Mistreated” foi perpetuado mais um clássico da banda em que Coverdale brilha e a banda faz a coisa certa ao dar um passo atrás para melhor servir a música, exceto pelo solo emocionante de Blackmore (ele nunca foi de ficar de lado), e finaliza esse curto mas intenso trabalho com o progressivo “'A' 200” onde Lord ousa experimentar sintetizadores por minutos e Ritchie se acomoda atrás do pescoço também para fechar a produção.

Sem dúvidas Burn levou o Deep Purple a outro patamar e mostrou que apesar de sua curta vida o MK III é uma das encarnações mais sólidas da banda, depois disso viriam discos mais experimentais que causariam desconforto no onipresente Ritchie Blackmore dando como como resultado, seu primeiro divórcio da banda e sua primeira dissolução. A turnê foi igualmente interessante principalmente o clássico show California Jam 74 lançado em DVD onde além de ver essa formação em ação, está registrado como Blackmore (ao saber que Emerson, Lake & Palmer se encarregaria de fechar e não eles), Ele decide colocar fogo no equipamento no final do show, causando fúria entre os fãs e fúria entre os produtores, o que obrigou a banda a fugir do estádio para não ser levada para a cadeia... assim eram aqueles dias ,

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