terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

SPIRIT OF THE BEEHIVE – ENTERTAINMENT, DEATH (2021)


 

ENTERTAINMENT, DEATH, quarto álbum dos SPIRIT OF THE BEEHIVE, oscila entre insanidade e delicadeza, eletrónica e psicadelismo, ácidos e sonolência.

Tal qual um jogo de spectrum a carregar, ENTERTAINMENT, DEATH arranca com um chinfrim de sons digitais. Felizmente, o upload é mais rápido durando apenas 50 segundos, após os quais começa verdadeiramente a música, “ENTERTAINMENT” de seu nome. No fundo, o título do disco dos SPIRIT OF THE BEEHIVE é bastante directo – arranca com “ENTERTAINMENT”, acaba com “DEATH”. No entretanto, existem mais 9 músicas estranhíssimas, uma das melhores viagens na maionese que tive o prazer de apanhar nos últimos tempos, as canções vão passando e nunca se sabe o que vai acontecer no instante seguinte. Há para ali laivos da insanidade de um Ariel Pink misturados com delicadeza shoegaze de uns My Bloody Valentine, há drone a aparecer quando menos se espera, há riffs de guitarra rápidos e barulhentos com fuzz no máximo, sintetizadores hipnóticos e, sobretudo, há claramente muito ácido na cabeça do trio Zack Schwartz, Rivka Ravede e Corey Wichlin.

A amálgama de sons é recebida como um verdadeiro estupefaciente, que nos embriaga e faz pedir mais uma dose, mais não seja porque não deu para perceber bem o que se passou, apenas que há por aqui muita coisa a acontecer ao mesmo tempo e que requer nova audição, mais atenta a cada momento. “WAKE UP (IN ROTATION)” será possivelmente a música mais convencional, indie pop sem muitos devaneios, bem esgalhada, mas logo a seguir vem “I SUCK THE DEVIL’S COCK”, caos total. Se quiserem só ter uma ideia ao que vão, ouçam esta (video abaixo). Será só uma música de 7 minutos ou uma colagem de momentos, acoplados sem nexo? Não sei responder a isto, cada um que descubra por si, mas o que é facto é que há aqui matéria bastante intrigante. Esta é, no fundo, a toada geral do álbum, a constante insegurança de quem não sabe o que fazer dele. Terá sido tudo só uma alucinação ou uma insónia filha da mãe que nos fez rebolar e revirar na cama a noite toda, sonhos estranhos, uma salgalhada de situações sem nexo? Certo é que é impossível ficar indiferente a ENTERTAINMENT, DEATH. Ora experimentem e vejam por vós.



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