Crítica: “Dawn of Dreams” de Enetron, o mais recente EP do prodigioso guitarrista mexicano

 

Enertron está de volta com um ótimo EP intitulado Dawn of Dreams, que foi uma grata surpresa para este servidor receber este excelente trabalho. A banda tem seu início em 2019 sendo um projeto solo de Christopher González. Ao longo de sua carreira combinou estilos como Prog, Math, Metal, Djent, Blues e Jazz, entre outros, produzindo assim três trabalhos de alta qualidade.

Daquele que foi seu primeiro EP intitulado “Have You Dreamed of Androids?”, a música Serial Number 050993 rendeu-lhe a participação no Guitar War Mexico 2019, onde dividiu o palco com o próprio Guthrie Govan. Em 2022, a banda se consolidou como um trio incorporando Alex Azagthoth na guitarra e Michel López na bateria, e assim juntaram suas ideias que foram resumidas no terceiro EP da banda, que hoje nos interessa, e do qual falaremos sobre seu músicas abaixo.

Este EP começa com a música homônima com uma bela introdução de guitarra espanhola, mas imediatamente explode com licks técnicos, bateria avassaladora no mais puro estilo Power Metal e riffs cheios de fúria. E apesar de mostrar calma em certos momentos, o assunto não para de ter grande contundência. Seus solos, por sua vez, embora não sejam rápidos como o resto da instrumentação, atingem seu objetivo e são perfeitamente criativos para o que a música exige. O final da música é sem dúvida a coisa mais divertida e envolvente que podemos ouvir em muito tempo.

Letter to my Destiny mostra-se muito calmo, ao contrário do tema anterior. Seu início orquestrado baseado em piano torna a música impossível de não parar de ouvir, pois dá a sensação de querer saber o que vem a seguir. Tudo é baseado em peças orquestrais e de piano quase como uma trilha sonora de videogame com uma temática fantástica e épica. É facilmente a melhor faixa do EP.

Por fim, From Light mostra outra faceta mais ligada ao Thrash Metal. Segue a linha da primeira música, mas com mais força e melhores melodias. O que eu mais gosto nesse tema? Ele lida muito bem com o peso dos riffs. Não procura ser chato só porque, mas com um motivo para isso. Outro detalhe a destacar são os solos harmonizados bem conduzidos. Apesar de abusar da palhetada trêmula, não há como perder em ouvir essa grande música do começo ao fim.

Enertron criou um EP espetacular com o qual é sua melhor carta de apresentação para toda a comunidade prog. Tem todos os elementos de que podemos gostar e que nos fazem ouvir inúmeras vezes esta obra sem nos cansarmos. Dos momentos rápidos e pesados ​​aos mais tranquilos e épicos que em apenas doze minutos foram suficientes para nos dar um dos melhores trabalhos da comunidade latino-americana de 2022 e que lhe valeu o merecido reconhecimento dos diversos meios especializados. Uma salva de palmas para a Enertron pelo excelente trabalho.