quarta-feira, 31 de maio de 2023

Disco Imortal: Jane’s Addiction – Ritual de lo habitual (1990)

Immortal Disco: Jane's Addiction - Ritual of the Usual (1990)

Warner Bros., 1990

Antes de mais nada, dizer que este álbum do Jane's Addiction ainda é grande parte da personalidade de seu vocalista e líder Perry Farrell, que sempre amou expor sua vida em cartas, e claros exemplos disso são registrados, noites de boemia, junkie aventuras, a matéria espiritual e muito sexo recolhido em toda a sua essência, o claro ritual do que lhe era habitual, sobretudo naqueles anos de loucura.

É um disco disperso, mas que apaixona como um todo, tem essa parte lúdica, riffs, rock das primeiras faixas e tem aquele fator meio onírico, nostálgico, romântico e certeiro que compõem as baladas e o tipo da trilogia final.

Era a inauguração da banda, que já havia deixado muitas coisas interessantes em evidência com a ótima “Nothing Shocking” de 1988, mas aqui havia uma solidez que partia da arte, das intros bizarras e de uma potência nas guitarras cortesia do soberbo Dave Navarro que iam carimbá-lo como uma clara referência do rock alternativo dos anos 90, e aliás deixar o mainstream notar a capacidade furiosa de seu estilo de interpretar o grande guitarrista.

Talvez o melhor de fazer esse tipo de especial seja esclarecer dúvidas eternas como de onde diabos saiu aquela introdução em espanhol " senhores e senhoras/nós temos mais influência sobre seus filhos do que vocês/mas nós os amamos... criamos e irrigado por Los Angeles: Juana's Addiction!” algo que soa incompreensivelmente legal e ainda não está totalmente claro, mas podemos decifrar que as primeiras linhas aparecem no álbum no poema "To the Mosquitoes" escrito por Farrell, talvez essa introdução tenha conquistado corações latinos apesar de sua péssima tradução e pronúncia, um curioso prelúdio de uma bomba para quebrar o recorde.

Há um desejo ritualístico no álbum, a mística de Farrell imposta e cercada de acenos a entes queridos, como Xiola Bleu, sua amiga heroína que morreu de overdose na música "... Then She Did", e sua mãe que morreu por suicídio quando Perry I era muito jovem. A razão das imagens da Santeria em torno deste trio sexual também explicam e revelam aquela que é claramente a composição mais complexa e genial deste álbum: «Three Days», onde Farrell narra muito bem o seu interminável fim de semana de sexo e drogas. , que realmente aconteceu, acentuado com viagens intermináveis ​​em uma música progressiva, longa e estranha, que se encarnou como um gênio da banda para sempre.

É preciso dizer que a formação foi entendida como luxuosa, o baixo predominante de Eric Avery não foi ofuscado pelas tremendas guitarras de Navarro, nem a furiosa bateria de Stephen Perkins, tudo temperado na medida certa. No superhit "Been Caught Stealing" pode ser exemplificado plenamente, uma música bacana, bilheteria, funky e muito bem montada ao mesmo tempo, linhas de baixo temíveis. Além de ser uma ode ao roubo das formigas, de como pode ser adrenalina roubar qualquer besteira no supermercado.

Tem “Obvious” e “Ain’t no Right” que encarnam o melhor JA que poderíamos ter tido historicamente: inteligente, solto e descomprometido com o mundo, acenos ao reggae em ambos para plantar uma marcha que faz explodir, principalmente no em segundo lugar, pois O resto pode ser canções de peso do funk rock de primeira linha, mas o espírito hippie está em toda parte. Era um lado diferente dos americanos, e também diferente de tudo o que se ouvia até então.

Não tem um tema mau, cada uma das suas músicas apresenta coisas interessantes, foi claramente o álbum que trouxe a banda para o mainstream e que de alguma forma influenciou tudo o que os Red Hot iriam desenvolver nos anos 90 (é uma coisa para ouvir o grande "One Hot Minute" onde o próprio Navarro participou) e dar-lhes esse crédito é quase tão valioso quanto o fato de que mais de 20 anos se passaram e estamos tão emocionados quanto no primeiro dia em que o ouvimos.

 

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