Resenha
Barclay James Harvest
Álbum de Barclay James Harvest
1970
CD/LP
Barclay James Harvest é uma banda que por ter feito diversos álbuns, se tornou uma banda relativamente conhecida. O fato é que essa banda surgiu já bombando. Em 1966, John Lees, jogou recortes de um sombreiro pro alto e caíram as palavras Barclay James Harvest, e decidiu que seria esse o nome do grupo formado em 1964 por John Lees (guitarra e vocal), Les Holroyd (Baixo e Vocal), Wooly Wolsteinholme (bateria) e Mel Pritchard (teclados). Em 1968, algumas demos foram enviadas a BBC que gravou o material para as rádios. O sucesso de algumas dessas músicas, rendeu um contrato de alguns anos com a Polydor, na qual gravaram todos os seus álbuns até 1978. Por meio desse contrato que foi gerido o primeiro álbum auto intitulado da banda no ano de 1970. É um álbum que gira em torno de uma esfera alegre, sombria e medieval. Começamos dançantes com "Taking Some Time On", uma canção com pegadas medievais acolchoadas no pop, mas sem soar enjoativa. As linhas de guitarra de Lees pegam bem nessa música e todo o conjunto faz parecer que todo o álbum tenha uma orquestra (ou talvez tenha, não sei). "Mother Dear" é uma canção melancólica escrita por John Lees. Tem um ritmo 'real' baseado em violões e violinos, sendo uma canção autenticamente acústica, altamente folkeada. O sentimento de alegria e festividade retorna em "The Sun Will Never Shine". Tudo tá em festa na música, começando em níveis mais calmos até despontar de vez. A instrumental seria uma boa pra soundtrack em Senhor dos Anéis. Aqui temos nossa primeira canção sombria com instrumentação pesada. "When The World Was Woken/The World Was Woken" (não, a música não tem esse anexo, e sim, um título mais alternativo), mostra esse tom sombrio terminando num solo orquestral muito bom, com uma passagem clássica, que anos mais tarde virou a estrutura musical para a canção Fantasia Barroca de Flávio Venturini. Temos então, um Hard Rock simples chamado "Good Love Child" que é assim como When The World Was Woken é vocalizada por Les Holroyd (ou Wooly Wolsteinholme). Com uma passagem de Hard Rock psicodélico, essa canção tem camadas de sintetizador, baixo e bateria, fazendo jus ao ELP que tem essa fórmula como matriz, além de um coral dos membros ressoando o título com voz distorcida de rádio. "The Iron Maiden" que não é a banda, é mais uma canção sombria que me lembra uma avenida da cidade grande numa tarde chuvosa com o céu acinzentado. Agora, chega o espetáculo principal que me lembra um musical de teatro, e que foi o grande ganho da banda. "Dark Now My Sky", se desenvolve nos seus 12 minutos, começando com uma espécie de abertura de um musical da Broadway, com Lees recitando um discurso sob o acompanhamento de um bumbo de bateria. Depois de Lees e um coro gritar "i could i know" com uma risada aterradora finalizando o recital, a música finalmente começa com piano, guitarra, baixo e bateria acompanhados de uma orquestra. Depois a música entra num grave de baixo pulsante onde Les Holroyd entra com os vocais. A música possui do mesmo segmento até determinada parte, onde entra num solo triste (de ritmo e pegada, não que seja ruim, claro) de guitarra, onde termina a desilusão, partindo pro Gran Finale totalmente em orquestra. Bom... Como salientado no início, esse álbum se deu em circunstâncias da banda ter feito relativo sucesso na rádio, e como a partir de 2000 e 2010, virou comum relançar álbuns, esse não fugiu a regra. Há pelo menos quatro versões de Taking Some Time On, tirando a original, cinco de Dark Now My Sky, tendo uma de aproxima
damente quatro minutos (uma versão de rádio), e os lançamentos em outros países conferem duração diferente para a música, numa tracklist original. O mesmo vale pra The World Was Woken e The Sun Will Never Shine (cuja versão preliminar é MUITO diferente, sendo bem curta e completamente acústica). Assim como canções inéditas da época (67-71) como Poor Wages, Brother Thrush, Eden Unobtainble, Early Morning, Mr. Sunshine, So Tomorrow, Night (com duas versões), Small Time Town, entre outras que foram enviadas como demo pra BBC, outras que não saíram no LP final
Bom... É um álbum que eu gosto bastante apesar de algumas canções como Good Love Child e Taking Some Time On não me agradarem tanto... No mais, é isso...
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