Um disco óptimo mas irrelevante. Bem-vindos ao século XXI.
O novo milénio é esquisito. Nunca se lançaram tantos discos maravilhosos por segundo, ao mesmo tempo que é raríssimo aparecer um álbum realmente relevante. Ora Hot Motion, terceiro capítulo dos britânicos Temples, é um espécimen típico deste fenómeno. O seu bom gosto é indiscutível e as melodias são bonitas e orelhudas, mas… ninguém quer saber. Porquê? Porque a sua falta de originalidade estética é demasiado clamorosa para poder ser ignorada: devem tudo ao psicadelismo inglês de ’66-’67, roubando tudo aos Beatles de Revolver e aos Floyd de Barrett. O facto de aqui e ali pincelarem umas guitarradas prog ou uma elegância glam só confirma a sua obsessão revivalista. Estimado século XXI, desculpa-nos a sinceridade mas não basta nos dares boas canções. Queremos também um pouco de desconhecido. Será pedir muito?
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