Faixas:
01. Magic Carpet Ride
02. The Sun Keeps Shining
03. Shake
04. It's Been Too Long
Bonus:
01. Magic Carpet Ride
02. The Sun Keeps Shining
03. Shake
04. It's Been Too Long
Bonus:
05. When Summer Is Gone
Os Analfabitles contabilizavam três anos de existência em 1968. No início eram um quarteto e atendiam pelo nome de The New Kings. Uma fase curta, movida por uma aparelhagem incipiente e muita disposição. Logo, o pretensioso nome foi abolido, substituído pelo trocadilho com o qual a banda viria a tornar-se numa lenda no Rio de Janeiro.
Mimetizando os grupos ingleses e norte-americanos, dos quais sugavam o repertório, os Analfabitles seguiam uma rota divergente do estilo predominantemente popular da jovem guarda. De fato, compartilhavam com outras bandas beat e de garagem, como The Outcasts, The Bubbles, The Trolls, The Divers e The Crows, entre outras, um nicho distinto e exclusivo, porém sem muita atenção das TVs e dos jornais e revistas, como recebiam os artistas daquela vertente.
No entanto, em 1968, já como um sexteto, a banda atravessava um momento efervescente. Os seus bailes sempre concorridos mantinham o grupo em permanente circulação pelos clubes da Zona Sul, com esticadas a Tijuca, ao Grajaú e a Niterói, do outro lado da baía. Mas foi no Caiçaras, um clube de elite às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas - na verdade, situado numa ilha - que a coisa começou a aquecer. Ali, as suas "tardes dançantes de domingo" foram se tornando tão disputadas durante o segundo semestre do ano que os bailes tiveram que ser transferidos do salão para o ginásio do clube. Com a fama se espalhando rapidamente entre os jovens atentos da cidade, não foi preciso muito tempo para Danilo, Léo, Maran, Luiz Carlos, Fernando e Daniel desfrutarem da reputação de pertencerem à melhor banda da região, ao lado de The Bubbles.
Foi no meio desse panorama que os Analfabitles tiveram a chance de gravar um compacto simples para a RCA Victor. Chance essa proporcionada pelo gaitista e violonista Rildo Hora que, naquele momento, se iniciava como produtor musical da gravadora. Reunidos no estúdio da CBS, no Rio, o grupo registou os dois temas para o compacto (single) numa curta sessão de gravação. Ao final de uma tarde de trabalho, depois de gravadas as bases, seguidas dos vocais em overdub, Rildo Hora dava por encerrada a sessão.
A escolha dos Analfabitles recaiu sobre dois números absolutamente obscuros, conhecidos apenas pelos frequentadores mais assíduos dos bailes da banda. Foram eles "Sunnyside Up" e "She's My Girl". O primeiro, de uma banda de garagem de Boston (EUA) de pouca expressão fora de sua região de origem, chamada Teddy and The Pandas. A segunda, dos Coastliners, outro grupo norte-americano cujo legado discográfico se limita a alguns compactos.
De certa forma, uma escolha surpreendente, pois contrariava a tendência da maioria dos artistas (e de bandas de sua época) em copiar os sucessos mais óbvios ou refazer temas de artistas já consagrados internacionalmente, quando da gravação de covers. Com inteligência, os Analfabitles evitaram comparações com as gravações originais que, no caso, ninguém conhecia, e tornaram "seus" os temas gravados. Portanto, se sucesso fizessem, seriam conhecidos como uma assinatura exclusiva da banda e de ninguém mais.
"Sunnyside Up" é um número em mid-tempo, com destaque para um "caprichado" vocal do grupo, em arranjo diferente, melhor e de efeito superior ao registado por Teddy and The Pandas. Outro carimbo da banda presente na gravação é o atrevido solo de Maran ao órgão Hammond. Já "She's My Girl", escolhida para ocupar o lado 2 do compacto, é uma balada delicada, cantada em falsete por Fernando tal qual a gravação original dos Coastliners, lançada nos Estados Unidos em 1966 através da etiqueta Back Beat.
O disco, cujo lançamento foi celebrado com uma festa no Teatro Casa Grande em 13 de outubro de 1968, chegou às rádios através do legendário DJ Big Boy, que incluiu os dois números na programação da Rádio Mundial. Mas foi "She's My Girl" que caiu no agrado dos ouvintes. O sucesso foi tanto que a música acabou invadindo o dial de outras estações cariocas, garantindo a RCA vendas de dez mil cópias do compacto. Um enorme alento para um grupo sem presença alguma na televisão e cuja fama ainda atingiria o ápice no ano seguinte.
No ano seguinte (1969) gravaram o EP (compacto duplo) que aqui se apresenta.
Mimetizando os grupos ingleses e norte-americanos, dos quais sugavam o repertório, os Analfabitles seguiam uma rota divergente do estilo predominantemente popular da jovem guarda. De fato, compartilhavam com outras bandas beat e de garagem, como The Outcasts, The Bubbles, The Trolls, The Divers e The Crows, entre outras, um nicho distinto e exclusivo, porém sem muita atenção das TVs e dos jornais e revistas, como recebiam os artistas daquela vertente.
No entanto, em 1968, já como um sexteto, a banda atravessava um momento efervescente. Os seus bailes sempre concorridos mantinham o grupo em permanente circulação pelos clubes da Zona Sul, com esticadas a Tijuca, ao Grajaú e a Niterói, do outro lado da baía. Mas foi no Caiçaras, um clube de elite às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas - na verdade, situado numa ilha - que a coisa começou a aquecer. Ali, as suas "tardes dançantes de domingo" foram se tornando tão disputadas durante o segundo semestre do ano que os bailes tiveram que ser transferidos do salão para o ginásio do clube. Com a fama se espalhando rapidamente entre os jovens atentos da cidade, não foi preciso muito tempo para Danilo, Léo, Maran, Luiz Carlos, Fernando e Daniel desfrutarem da reputação de pertencerem à melhor banda da região, ao lado de The Bubbles.
Foi no meio desse panorama que os Analfabitles tiveram a chance de gravar um compacto simples para a RCA Victor. Chance essa proporcionada pelo gaitista e violonista Rildo Hora que, naquele momento, se iniciava como produtor musical da gravadora. Reunidos no estúdio da CBS, no Rio, o grupo registou os dois temas para o compacto (single) numa curta sessão de gravação. Ao final de uma tarde de trabalho, depois de gravadas as bases, seguidas dos vocais em overdub, Rildo Hora dava por encerrada a sessão.
A escolha dos Analfabitles recaiu sobre dois números absolutamente obscuros, conhecidos apenas pelos frequentadores mais assíduos dos bailes da banda. Foram eles "Sunnyside Up" e "She's My Girl". O primeiro, de uma banda de garagem de Boston (EUA) de pouca expressão fora de sua região de origem, chamada Teddy and The Pandas. A segunda, dos Coastliners, outro grupo norte-americano cujo legado discográfico se limita a alguns compactos.
De certa forma, uma escolha surpreendente, pois contrariava a tendência da maioria dos artistas (e de bandas de sua época) em copiar os sucessos mais óbvios ou refazer temas de artistas já consagrados internacionalmente, quando da gravação de covers. Com inteligência, os Analfabitles evitaram comparações com as gravações originais que, no caso, ninguém conhecia, e tornaram "seus" os temas gravados. Portanto, se sucesso fizessem, seriam conhecidos como uma assinatura exclusiva da banda e de ninguém mais.
"Sunnyside Up" é um número em mid-tempo, com destaque para um "caprichado" vocal do grupo, em arranjo diferente, melhor e de efeito superior ao registado por Teddy and The Pandas. Outro carimbo da banda presente na gravação é o atrevido solo de Maran ao órgão Hammond. Já "She's My Girl", escolhida para ocupar o lado 2 do compacto, é uma balada delicada, cantada em falsete por Fernando tal qual a gravação original dos Coastliners, lançada nos Estados Unidos em 1966 através da etiqueta Back Beat.
O disco, cujo lançamento foi celebrado com uma festa no Teatro Casa Grande em 13 de outubro de 1968, chegou às rádios através do legendário DJ Big Boy, que incluiu os dois números na programação da Rádio Mundial. Mas foi "She's My Girl" que caiu no agrado dos ouvintes. O sucesso foi tanto que a música acabou invadindo o dial de outras estações cariocas, garantindo a RCA vendas de dez mil cópias do compacto. Um enorme alento para um grupo sem presença alguma na televisão e cuja fama ainda atingiria o ápice no ano seguinte.
No ano seguinte (1969) gravaram o EP (compacto duplo) que aqui se apresenta.
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