For Ever é o mais recente disco dos Jungle, uma banda difícil de não gostar. Os londrinos Josh “J” Lloyd-Watson e Tom “T” McFarland regressam quatro anos depois do primeiro álbum, com um trabalho aparentemente mais consistente.
À primeira audição, For Ever soa fresco, soalheiro e dá vontade de dançar, ou pelo menos de nos abanarmos ligeiramente e forma quase imperceptível, como as folhas das árvores ao vento ligeiro, até que um colega fique a olhar fixamente para nós, porque claramente estamos a mexer-nos mais do que nos apercebemos. A vantagem para o duo é que, entre 2014 e 2018 ainda passam uns anos, as referências e a estética musical continuam boas, (sempre foram) e várias canções aguentam muito bem como singles, música ambiente ou parte de um qualquer dj set tocado ao pôr-do-sol ou junto à praia com um copo na mão e demasiada gente vestida em tons claros. O pior é que, mal voltamos ao primeiro álbum dos Jungle, sentimos imediatamente que pouco ou nada evolui nesta banda.
Quase seguindo a máxima de que em equipa que ganha não se mexe, o duo continua o seu soul-pop-disco com bons resultados auditivos e muito boa produção. Basicamente é uma banda difícil de não gostar. For Ever mantém a estética do anterior trabalho da banda e quase podia ter sido lançado com o primeiro disco. Éuma audição fácil mas que implica não ficarmos aborrecidos com falsettos durante 46 minutos, senão desistimos ao fim de três faixas.
Este mais recente trabalho dos Jungle foi gravado em Los Angeles, onde Lloyd-Watson viveu uma relação que não resultou. Reflexo da desilusão com o amor e a cidade, as letras são pouco optimistas, como “House In LA” (So ask me to stay/ oh God, in the hope that you can heal my pain), “Cherry” (Life won’t grow if we never change) ou mesmo a irónica “Happy Man” (Buy yourself a dream and it won’t mean nothing), o que dá uma camada extra de sentido aos mais atentos.
Contudo, sem uma abordagem mais profunda à audição, tudo soa bastante superficial, na medida em que as letras podiam na verdade ser sobre qualquer tema, tendo em conta que é o groove que carrega o peso do disco, e isso é muito bem feito, embora sem surpresas. O resultado é uma alegre dança ao sol sobre desilusões amorosas. Quem nunca?
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