Em 1983, depois de uma digressão com o New York Jazz Ensemble, uma série de sessões em estúdio com os produtores Chris Barbosa e Mark Liggett levaram a cantora Brenda Shannon Greene e uma canção inicialmente nascida com o título de trabalho “Fire and Ice” a um caso de inesperada popularidade global. Surgiu em disco em setembro desse ano com o título “Let the Music Play”, assinada por Shannon, e não só cativou atenções nas pistas de dança como se fez, na reta final do ano, um tremendo fenómeno de vendas em vários territórios, com classificações destacadas nas tabelas de vendas nos EUA, Reino Unido, Canadá ou Alemanha.
Num terreno que não escondia heranças recentes do disco e do hi-nrg, a canção foi moldada com a ajuda dos sons de baixo de um Roland TB-303 e uma caixa de ritmos Roland TR-808, definindo um corpo rítmico musculado que ajudou a moldar o clima ‘electro’ que catacterizaria alguma da música de dança que se escutaria por aqueles dias, que acabaria conhecido como “freestyle”.
Apesar do enorme impacte do single, o seu sucessor “Give Me Tonight”, editado em fevereiro de 1984, manteve a presença de Shannon nas rádios e nas pistas de dança, mas sem repetir o efeito pop de “Let The Music Play”, cabendo aos imediatamente sucessores “My Heart’s Divided” e “Sweet Somebody”, também lançados em 1984, um papel ainda mais discreto. Todas estas canções surgem no alinhamento de “Let The Music Play”, álbum de estreia de Shannon lançado pela Mirage (uma etiqueta da Atlantic Records) em 1984. A sua carreira (ainda hoje ativa) envolveu já vários outros discos, mas o impacte ímpar do single de estreia fez de Shannon um nome que hoje é recordado na lista de grandes one hit wonders dos anos 80.
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