: De boas no antro-bolha ao som do LP Hallelujah, 4º álbum do Canned Heat, lançado em 1969 pela Liberty Records. É o último trabalho do grupo com a formação clássica: Bob Hite (vocal e harmônica), Alan Wilson (vocal, guitarra, piano e harmônica), Henry Vestine (guitarra), Larry Taylor (baixo) e “Fito” de la Parra (bateria). Gosto muito deste que foi o meu primeiro disco da banda, adquirido em meados dos anos 80, numa edição nacional que anunciava na capa o boogie lunático de “Poor Moon” como faixa bônus. Esta aqui é uma outra edição que só saiu na Alemanha, com capa diferente da tradicional. Os dois discos estão na última photo desta postagem.
Item indispensável, traz o bom e velho blues-rock acelerado pela pegada nervosa da banda que trabalha arranjos envenenados, mergulhados em oceanos de psicodelia. A cada onda sonora são revelados compassos alternados, mudanças de andamento, distorções, levadas tortas e dissonantes, mostrando as tendências da banda. A cozinha – comandada por Fito e Taylor – está em máxima sintonia, criando uma unidade perfeita, com ambos tocando muito. Alan Wilson está brilhante, empregando belos arpejos de gaita na maioria das faixas.
Outro fator importante é o equilíbrio fantástico entre Hite e Wilson que dividem os vocais irmanamente, cada qual com suas características: o primeiro, é um poço de energia, com sua voz áspera e poderosa expelindo um evidente sentido de humor nas interpretações; o segundo, exala um timbre de voz agudo e débil, num misto de fragilidade e timidez, como mostram as essênciais “Change My Ways”, “Time Was” ou “Do Not Enter”. Um falsete fantasmagórico que lembra o de Skip James, um bluesman do Delta Blues.
Contando com os convidados especiais Mark Naftalin e Ernest Lane nos pianos, Mike Pacheco na percussão e Elliot Ingber, Javier Baitz e Skip Diamond nos vocais de apoio, o play exibe um apanhado de belas composições, num passeio revigorante pelas vias do blues, do boogie e do rock’n’roll. Discaço! Da série “Bandas do Coração”.
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