terça-feira, 6 de junho de 2023

Sérgio Godinho – À Queima-Roupa (1974)

 

O disco mais político de Sérgio Godinho, nascido bem no meio do 25 de Abril de 1974.

Depois de Paris e da Holanda, Sérgio Godinho foi, em 1972, viver para o Canadá. Antes disso vivia uma situação precária, sendo formalmente já um refratário, e o Canadá – o país da sua companheira, Sheila – surgia como uma via dupla: por um lado, mais um país novo, mais uma aventura; por outro, a chance de ser um cidadão novamente legal, se casasse. Assim foi que a vida de saltimbanco de Godinho atravessou o Atlântico, onde, entre outros trabalhos, se juntou a um grupo de teatro. Em 1974 estava prevista uma viagem à Europa, a pedido do pai Godinho, que queria juntar os filhos para comemorar o seu 60º aniversário. Não podendo Sérgio entrar em Portugal sem ser preso, o ponto de encontro era ainda vago…podia ser em Paris, ou Espanha, logo se via.

É neste momento que rebenta, em Lisboa, o 25 de Abril de 1974. Como a viagem para a Europa estava já paga, Sérgio fez-se ao caminho, chegando a Paris a 1 de Maio, na posse de informações ainda pouco claras sobre a situação em Portugal. Muitos dos portugueses na capital francesa já tinham vindo a correr para celebrar a liberdade no seu país e Sérgio, depois de lhe assegurarem que não havia perigo (era difícil de acreditar!), veio então para Lisboa. Na mala, trazia algumas canções que andava a preparar para o seu terceiro disco; no peito, a emoção de ser finalmente um homem livre, e mais: ver o seu país em delírio coletivo.

Como conta a Nuno Galopim no incontornável livro “Retrovisor”, Sérgio chega a Lisboa e é logo “metido na água a ferver”. Era o tempo dos cantos livres, em que os artistas iam a todo o lado em “concertos” relativamente espontâneos, sem grande condições, Era frequente no mesmo dia darem-se espectáculos em dois ou três sítios diferentes, e em palco encontravam-se alguns dos grandes vultos da música portuguesa, como os inevitáveis Zeca Afonso e José Mário Branco, já companheiros de estrada e de discos de Godinho.

Foi no meio desta abençoada confusão que foi nascendo À Queima-Roupa. Com músicas vindas do Canadá e outras nascidas em pleno 25 de Abril e pouco depois. Após ver a família e viver intensamente aqueles dias, Sérgio volta a Vancouver. Sheila estava grávida (de Jwana, a primeira filha de Sérgio Godinho), havia ainda compromissos com o grupo de teatro e a ideia era gravar lá o disco. Mas já não havia proibição de voltar a Portugal e tudo se conjugou quando Sérgio é convidado por Raul Solnado para representar na peça “Liberdade, Liberdade”, no Teatro Villaret. Regressou, de vez. “Trazia então o disco meio feito e, de Setembro a Novembro, preparei o resto”, ilustra no mesmo livro já referido.

À Queima Roupa é assim, uma mistura de temas já alinhavados e outros que nasceram depois, uns do Canadá, outros de Lisboa, e outros dos dois lados do grande mar. O histórico “Liberdade”, por exemplo, nasceu em Portugal logo após o 25 de Abril, mas foi gravada aquando do breve regresso ao Canadá. Este tema, cujo slogan inesquecível “A paz, a pão, habitação, saúde, educação” é descrito por Godinho como “um grafiti posto em rock” e tinha de abrir o disco deste tempo novo.

É apenas um de vários petardos políticos, como “O grande capital”, “O meu compadre”, “Independência” (sobre os movimentos de libertação africanos e a indecisão sobre o que fazer com as colónias) ou “Os pontos nos iis”, esta última sobre a ocupação de terras por parte de cooperativas criadas no momento. “De coração e raça” é um caso curioso, e não apenas pelo recurso ao pontuado da guitarra eléctrica. Gravada no Canadá, é uma espécie de declaração de intenções: “agora ou vai ou racha”, e um abraço de um português emigrado e fugitivo ao seu povo, mais do que ao seu país. Um momento fraterno e ao mesmo tempo determinado, de um tipo que nunca embarcou em nacionalismos.

Mas Sérgio Godinho nunca foi apenas um músico político. O amor é outro dos seus grandes temas, presente em todos os seus discos, e aqui também, em “A minha cachopa” e na terna “Como um postal para o Canadá”, em que este homem cuja vida estava há anos espalhada pelo mundo, canta “já vou, meu amor, já venho, se o despertador tocar, estarei contigo ao jantar”.

E há esse clássico que é “Etelvina”, tema que conheceu muitas vidas até hoje e nunca deixou o repertório de Godinho. É uma das vinhetas clássicas do músico portuense, que cria personagens e as suas histórias, como contos apenas esboçados mas que se desenham completos na nossa cabeça. É um registo que Sérgio mantém até hoje, com muito sucesso. A importância de “Etelvina” vai para além da própria canção, que é marcante, diga-se. Foi com esta que Godinho furou uma espécie de bloqueio criativo que o apoquentava, ainda no Canadá, longe da sua terra e das suas referências. Foi encontrá-las na personagem de Etelvina, menina-mulher rude e despachada, que podia de facto ter vivido nas ruas do Porto. Foi o seu nascimento que reconciliou Sérgio com a composição, numa altura em que “as coisas não estavam a sair nada bem”.

Com o regresso a Portugal em pleno período revolucionário, Sérgio Godinho pôde, finalmente, apresentar ao vivo as suas canções, que tanto serviam de banda sonora do que se passava como se alimentavam disso mesmo. Foi o início de uma longa e feliz relação do músico com os concertos, depois do traquejo de palco adquirido no teatro.

À Queima Roupa é o testemunho desse momento, em que tanto o país como o homem viveram rupturas e transformações sísmicas. E um clássico da música portuguesa.


ROCK ART

 


Sérgio Godinho – De Pequenino se Torce o Destino (1976)


 

O disco português mais interessante feito durante o turbulento PREC, albergando pérolas como “O Namoro” e “Os Demónios de Alcácer Quibir”.

Estamos em ’75, em pleno Verão Quente. Como já tinha sucedido com À Queima-Roupa, também De Pequenino se Torce o Destino espelha o clima revolucionário que então se vivia. Os discos de música popular portuguesa feitos no PREC costumam ser os menos interessantes, sacrificando subtilezas artísticas em nome da urgência de intervir. Cremos que não é o caso desta rodela, toda ela composta de canções memoráveis e viciantes.

É certo que os arranjos são simples, dominados pela viola, mas acontece que é Fausto o principal responsável pela direcção musical, com tudo o que isso implica de perfeccionismo e bom gosto. Fausto encontra sempre as soluções mais apropriadas para cada canção, como a flauta melancólica que abre o disco ou a delicadeza do xilofone em “O Namoro” (cuja música é, aliás, da sua autoria).

Muitas canções políticas feitas no pós-25 de Abril têm uma grandiosidade épica pomposa, para não dizer balofa. Ora, o que é interessante nos temas de intervenção deste disco é justamente o seu lado leve e despretensioso, retirando peso dramático à luta de classes. A Godinho sempre lhe interessou mais o quotidiano do que o excepcional, e De Pequenino se Torce o Destino não foge à regra: mesmo os seus chavões políticos são coloquiais, reflectindo as discussões ideológicas acesas que marcavam o quotidiano de então.

Godinho é um apaixonado pelo teatro e pelo cinema, e esse lado dramatúrgico contamina a sua música desde o seu primeiro disco. Aqui vai mais longe, reciclando duas colaborações suas para um filme de José Fonseca e Costa: “A Canção do Camolas” e “Os Demónios de Alcácer Quibir” (tema-título do filme). O olhar controverso sobre D. Sebastião, e a linguagem quase grosseira com que o ridiculariza, não pertencem ao autor mas sim à personagem que tão bem encarna: um saltimbanco rude e estroina chamado Camolas. Entretanto, o filme apagou-se da memória colectiva e só a canção que lhe deu nome perdura. As grandes canções são eternas.


Classificação dos 10 melhores álbuns de estúdio de Sammy Hagar

 Sammy Hagar

Ele pode ser mais conhecido por seu trabalho com Van Halen , mas Sammy Hagar também conseguiu forjar uma carreira solo de enorme sucesso. Depois de experimentar o sucesso pela primeira vez com o grupo de hard rock Montrose na década de 1970, ele lançou sua estréia solo em 1976. Não foi a lugar nenhum nas paradas, mas cinco anos depois, ele entrou no mainstream com o mega-vendido Standing Hampton. Agora com 74 anos, ele continua balançando forte e rápido como sempre. Aqui, relembramos seus melhores momentos com nossa escolha dos 10 melhores álbuns de Sammy Hagar de todos os tempos.

10. Ten 13


O décimo álbum de estúdio de Hagar, Ten 13, chegou às prateleiras em outubro de 2000. Descrito pelo tprs.com como "o renascimento de Hagar no mundo do rock 'n roll pesado e pesado", é um tumulto de guitarras esmagadoras, riffs de levantar o teto e tambores batendo. A energia às vezes é quase exaustiva, mas mesmo que você precise tirar uma soneca depois, ainda é uma audição extremamente agradável.

9. Space Between

 

Em 2019, Hagar marcou um sucesso no final da carreira com seu décimo oitavo álbum solo, Space Between. O álbum estreou no número 4 na parada da Billboard 200 dos EUA - sua segunda posição mais alta na parada até o momento. Hagar está no seu melhor quando está atirando do quadril com rock and roll magro, pesado e divertido, e aqui, ele serve uma tonelada disso. As principais faixas que valem a pena dar uma volta incluem o Bottom Line pesado de gancho, o revigorante Free Man e o poderoso Trust Fund Baby.

8. Musical Chairs

 

Musical Chairs pode apresentar três quartos de Montrose, mas ainda é um álbum solo de Sammy Hagar, e muito bom nisso. Magro, mesquinho e agressivo de derreter o rosto, é um dos álbuns mais crus e intransigentes de seu catálogo anterior. Ele oscila um pouco em músicas como Crack in the World, onde ele exagera nas letras, mas há muitas coisas boas acontecendo em outras partes do álbum para que um estranho passo em falso o faça tropeçar.

7. Not 4 Sale


Não há nada que diga que cães velhos não podem aprender novos truques, mas às vezes é melhor para todos se eles se limitarem ao que sabem. Hagar manteve a mesma fórmula básica durante a maior parte de sua carreira ... algo que nem sempre foi visto com bons olhos pelos críticos, mas que em álbuns como Not 4 Sale vem como um alívio abençoado. Ao contrário de certas estrelas do rock envelhecidas que tentaram e falharam em acompanhar os tempos em seus álbuns posteriores, aqui, Hagar simplesmente oferece outra porção do mesmo som que ele vem vendendo há anos - e, com alguma sorte, continuará a vender. para mais alguns para vir.

6. Marching To Mars


Se você estava por aí na década de 1990 e sintonizava as rádios de rock de vez em quando, há uma boa chance de você ter tocado Little White Lie em seu tempo. Lançado como o single principal de Marching To Mars, dominou as paradas em 1997, passando cinco semanas impressionantes no topo da parada de faixas de rock mainstream. O resto do álbum também não é peru, o que provavelmente explica como ele chegou ao número 18 na Billboard 200.

5. Sammy Hagar

 

O segundo álbum autointitulado de Hagar foi lançado em julho de 1977. Ele não quebrou exatamente as paradas, parando em um decepcionante número 89 na parada de álbuns da Billboard, mas se alguma vez houve prova de que o sucesso comercial não é tudo, é isso. Inquestionavelmente, seu melhor esforço solo da década de 1970, sua lista de faixas está repleta de joias, com Rock 'n' Roll Weekend, Cruisin 'e Boozin' e o hino Red (uma música que All Music descreve como um dos hinos de rock mais eficazes da banda de Hagar carreira solo) classificando-se entre os mais brilhantes.

4. VOA


Depois de ganhar seu sucesso comercial com Standing Hampton em 1983, Hagar continuou seu ataque individual nas paradas até que uma banda chamada Van Halen jogou uma chave inglesa nos trabalhos ao contratá-lo. Seu último disco como artista solo antes de ingressar na banda foi VOA. Uma grande explosão de rock de alta octanagem, é tão sutil quanto uma marreta... o que provavelmente é o que o torna tão divertido. Lançado em julho de 1984, atingiu o número 32 nas paradas da Billboard antes de eventualmente ser certificado como platina.

3. Livin’ It Up


Em Livin' It Up, Hagar faz sua melhor imitação de Jimmy Buffett enquanto fala sobre as alegrias de ser um vagabundo de praia. Um álbum descontraído e pronto para festas que exige ser ouvido com areia sob os dedos dos pés e uma tequila Cabo Wabo na mão, é um pouco bobo, um pouco óbvio e absolutamente nada que deva ser levado a sério. É também uma explosão absoluta que merece ser tocada com a maior frequência e o mais alto possível. Lançado em julho de 2006, chegou ao número 50 nas paradas da Billboard.

2. Standing Hampton

 

Em uma crítica para a Kerrang , Dante Bonutto tinha muitas coisas positivas a dizer sobre a faixa de abertura de Standing Hampton, There's Only One Way to Rock, mas nenhuma palavra gentil para o resto do álbum. O que leva você a suspeitar que ele nunca foi além do abridor. Mesmo tirando There's Only One Way to Rock da equação, este é um ótimo álbum, com ameaça enxuta o suficiente para satisfazer seus fãs e apelo comercial suficiente para render a Sammy o primeiro sucesso de platina em sua carreira solo.

1. Three Lock Box

 

Standing Hampton foi um ótimo álbum, mas seu sucessor, Three Lock Box, foi ainda melhor. Lançado em novembro de 1982, o sétimo álbum de estúdio de Hagar se tornou seu maior sucesso comercial até aquele momento, subindo para o número 17 na parada de álbuns da Billboard 200 e gerando seu primeiro (e até agora, único) hit solo entre os dez primeiros, Your Love is Driving Me Crazy. . Um caso elegante e elegante com um som orientado para o pop e uma grande dispersão de joias, é irresistível

DARKSIDE ANUNCIAM DISCO AO VIVO… “LIVE AT SPIRAL HOUSE”

 



Os Darkside de Nicolás Jaar e Dave Harrington acabam de anunciar um novo álbum chamado “Live at Spiral House”.

O LP será lançado esta sexta-feira, 9 de junho, via Matador, no dia do concerto do Primavera Sound no Porto, inclui material gravado durante as sessões no espaço de ensaio da banda em Los Angeles, o Spiral House.

É o primeiro lançamento dos Darkside com o novo membro do grupo, o baterista Tlacael Esparza.



Crítica: Oktrad apresenta seu novo single LID, uma música que expressa perfeitamente o sentimento de perda, luto e resignação.


OKTRAD é uma banda mexicana formada em 2019, mas encontrou seu ritmo e se estabeleceu como um projeto formal em 2022. Seu som de metal alternativo e progressivo foi bem recebido pela cena local, que recebeu calorosamente seu primeiro single Disgusting e que agora está ansioso ao lançamento de LID, seu novo single. 

O conceito por trás do LID é triste, pois relata os pensamentos mais profundos de uma pessoa que testemunha a morte trágica de um ente querido e desenvolve a síndrome de estresse pós-traumático como consequência. 


Começa suave e com um toque de mistério até que arpejos com um tom sombrio dão lugar à voz. A bateria desencadeia uma escuridão melancólica. Um certo tom de tristeza é percebido como linha geral, sentimento que é exaltado pela execução e pelos arranjos vocais. 

De repente, um riff pesado irrompe e traz consigo uma dose de força que se integra perfeitamente à linha previamente estabelecida, que se expressa em um solo bem executado e solene.

Ao fundo, percebe-se um leve acompanhamento de cordas que exalta o tema do luto e da perda com uma bela e comovente melodia enquanto a voz continua a carregar a força expressiva até concluir. 

LID É um tema sombrio e melancólico que expressa perfeitamente um sentimento de perda, luto e resignação.

As guitarras sabem construir uma atmosfera dark que é decorada pela intenção vocal, enquanto as rajadas de distorção acabam por engrandecer uma canção bem redonda e cheia de emoção que comunica perfeitamente o seu conceito e convida à reflexão sobre a morte, o luto e a morte. 

Grande single que acaba mostrando o crescimento e a evolução de um grupo que tem uma longa carreira pela frente e que, após abrir para o SOEN em sua turnê latino-americana, está mais inspirado do que nunca. 

O single vem acompanhado de um videoclipe que mostra o processo de gravação da música em estúdio e nos dá um vislumbre do trabalho criativo da banda.

OKTRAD é:

Sebastián Trejo - baixo 

Hannah Mizrahi - Guitarra

Javier Lardizábal- Voz

Roberto Ferro - bateria 

Crítica: "Black & Cold" de Delta, álbum que consolidou a banda para se posicionar como referência do prog metal chileno



Três anos após o lançamento do seu álbum de estreia, a banda Delta lançou "Black & Cold", álbum fundamental no seu catálogo. A banda sofreu as primeiras mudanças em sua formação no que diz respeito à formação de "Apollyon is Free", Jorge Sepulveda deixou a banda e Andrés Rojas foi adicionado na bateria, juntamente com os membros fundadores Benjamín Lechuga nas guitarras elétricas, Santiago Kegevic no 6 baixo de cordas, Nicolás Quinteros nos teclados e segundas vozes e Felipe del Valle como vocalista principal.

Dez faixas e uma faixa bônus compunham a nova proposta da Delta. 

"Man Behind the Masquerade" é a introdução poderosa que marca o início de "Black & Cold". Desde os primeiros acordes, fica evidente a qualidade sonora que caracteriza Delta. Solos de guitarra e teclado, somados a refrões épicos nos trazem uma sonoridade dinâmica que contrasta com as letras sombrias que nos mergulham em uma história de frustração e desespero.

«Choir of Loss» é um curto interlúdio em que o jogo de voz é o elemento principal, letras sinistras com versos curtos que permitem que a música se concentre na harmonia e emoção transmitidas pelas vozes. Serve como uma transição para a enérgica "My Turn", que continua a narrativa do álbum. Na terceira faixa, a letra nos leva ao campo de batalha, onde você sente o cheiro do medo e a sensação de que é tarde demais para voltar atrás. 

A quarta faixa "Two Bullets" começa com o som de uma arma recarregando, desencadeando três minutos de puro rock. Saindo dos elementos mais progressivos, “Two Bullets” vem com a essência do rock clássico, riffs de guitarra poderosos e cheios de atitude, enquanto a seção rítmica fornece uma base sólida e contundente.

«Song for the Oppressed» é uma música com um andamento rápido e intenso onde na primeira metade o teclado implacável arrasta para baixo o resto dos instrumentos e depois dá lugar a formidáveis ​​solos que são os mais marcantes da música. As letras expressam a luta contra a opressão e o desejo de justiça. 

“I Can't” continua, uma brilhante balada carregada de emoção. A melodia do piano se torna o elemento distintivo da música, criando uma atmosfera melancólica e cativante que complementa perfeitamente o tema da letra. O trabalho vocal da música é notável, transmitindo cada palavra da letra com muita intensidade e emoção. A voz da cantora reflete poderosamente a frustração e o desamparo sentidos na música, acrescentando uma camada extra de profundidade e conexão emocional.

“Solfreludio” é a sétima música que volta a ganhar ritmo, com um teclado vibrante intercalado com guitarras, baixo e piano, construindo várias paisagens sonoras. Esta música animada tem influências clássicas e é apresentada como uma faixa instrumental onde cada instrumento tem o seu momento de destaque. Ponto alto do disco. 

Os primeiros segundos de “Black & Cold” sugerem outro episódio de rock, mas a sétima faixa é muito mais. Os elementos progressivos, nos quais se destaca um ótimo solo de teclado, elevam a música a outro patamar. Explorando uma luta interna e a resistência em se entregar ao mal, a música que dá nome ao álbum continua com o tema do álbum.


"Contrapunto 1" é a oitava faixa do álbum e foge totalmente do esquema musical estabelecido em "Black & Cold". Com pouco mais de um minuto e 15 segundos de duração, a música é um ensaio musical que busca explorar a melodia e a harmonia. O próprio título, "Contraponto 1", sugere a técnica empregada.

«On a Thread» coloca-nos no terreno certo no final do álbum, sendo propriamente a última música de “Black & Cold” se não contarmos com a faixa bónus. Demonstrando mais uma vez a sua mestria musical, o décimo tema explora na letra um sentimento de unidade perdida e de fragilidade da vida, transmitindo a nostalgia e a incerteza do nosso destino. 

"Burning Soul" serve como faixa bônus para fechar o álbum, mantendo a linha musical geral do álbum. No entanto, o que diferencia essa música é o tom otimista da letra. Ao contrário de algumas das canções anteriores que exploram temas mais sombrios ou emocionais, "Burning Soul" transmite uma atitude positiva e enérgica.

Diferenciando-se de “Apollyon is Free”, o segundo álbum da banda é um trabalho musical que apresenta uma atmosfera mais dark e, até certo ponto, pode ser considerado conceitual. Ao longo do álbum, você pode sentir um tema ou narrativa abrangente percorrendo as músicas, ajudando a criar coesão e uma experiência de audição mais envolvente. Temas como luta interna, superação de obstáculos e emoções profundas marcam o álbum. 

Em "Black & Cold", Delta continua a seguir a linha musical estabelecida no seu antecessor, com Quinteros a liderar a vertente de composição musical e Felipe del Valle na voz. No entanto, o álbum mostra um salto notável em termos de qualidade e riqueza de som, consolidando a reputação da banda como uma das melhores bandas de rock progressivo da América Latina. Mal teve que esperar pelo terceiro trabalho que sairia um ano depois. 

Resenha do álbum: Millencolin – SOS

Os skatistas suecos Millencolin estão de volta com seu nono álbum de estúdio em uma longa carreira de 27 anos. Com a maior parte do skate rock caindo nos últimos anos, essa nostalgia é bem-vinda ou desejaríamos que eles pendurassem seus decks?

Soando mais como uma banda de skate rock dos Estados Unidos do que... bem, a maioria das bandas de skate rock dos Estados Unidos, o Millencolin faz isso há muito tempo. Isso não é uma coisa ruim. Saltando direto para uma faixa que se sentiria em casa no jogo Tony Hawk para Playstation (e sim, estou relembrando minha infância aqui) vem a faixa-título, “SOS”. É um festival de acordes de poder - exatamente o que você esperaria de qualquer banda de skate rock, se formos honestos. Muitas guitarras limpas e com overdrive, e indo muito rápido. Feche os olhos e você poderá ver um skatista profissional muito pixelado tentando fazer truques impossíveis em uma TV CRT. Se não puder, você pode se lembrar de dizer a seu filho para sair da TV ou abaixá-la. Nas próximas faixas, é quase a mesma coisa, instrumentalmente. Muitas batidas rápidas, muitos ritmos silenciados pela palma da mão para manter os vocais audíveis nos versos. Salve TODAS as letras de precisarem ser gritadas, isso não quer dizer que tudo soa literalmente igual.

“Nothing” pode manter o mesmo ritmo e estilo de guitarra, mas a letra é muito mais sombria. A música conta a história de um cara mais velho, bebendo e tomando pílulas para se distrair da decepção que sente que se tornou. Claro, se você está muito ocupado pulando com uma guitarra de ar para ouvi-la completamente, não há julgamento aqui. Falando em pular com uma guitarra de ar, “Sour Days” tem um riff de duelo que parece ter sido literalmente construído para isso. É fácil ver como esses roqueiros suecos conseguiram sediar seu próprio festival e, com um catálogo de mais de 25 anos, encabeçar as duas noites.

Tendo começado alguns anos antes de muitas das bandas de 'skate rock' mais conhecidas, como Sum 41, The Offspring e NOFX, Millencolin tem uma influência que atinge todo o gênero. Em “Do You Want War”, você pensaria que está ouvindo Blink-182 (se não fosse pela falta de vocais nasais de Tom DeLonge), repleto de riffs de bateria complexos e guitarras distorcidas mais melódicas. Na veia de influência mais canadense, “Trumpets and Poutine” está muito mais próximo do som do Sum 41 de seu álbum Chuck . O Sum 41 pode não estar mais entre nós, mas seu som continua vivo – apropriadamente por meio de um de seus próprios influenciadores. A receita geral de suas músicas pode não ter mudado em todos os anos em que estão juntos – mas se não está quebrada…

A banda não está totalmente sem o zeitgeist social atual. Eles até conseguiram nomear uma faixa em homenagem ao recente fenômeno da internet, Yanny & Laurel . Usando a amostra vocal confusa como ponto de referência no colapso furioso da música, a banda ataca aspectos da mídia social e da vida moderna. Nem tudo são parques de skate e namoradas. Também não é desgraça, melancolia e angústia, nunca foi disso que se trata o skate rock.

Talvez o melhor exemplo aqui venha de “Let It Be”. Como um grande exemplo de como o gênero deve ser visto, a banda aponta para o clima político, abrangendo problemas e negatividade em geral. Em vez disso, eles pregam para deixar isso de lado e pregam a positividade - já que simplesmente não é algo com o qual eles sempre querem se preocupar. Não há nada muito novo, muito inovador ou inovador no álbum, não que seja uma coisa ruim. Millencolin sobreviveu a quase todas as bandas em seu estádio (ou skatepark, se você quiser o trocadilho). Isso se deve à capacidade de manter o som, mas também amadurecer com ele; em nenhum momento soam infantis ou ultrapassados. É apenas um álbum muito bom.

 

Destaque

The Who

  Biografia The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger D...