quarta-feira, 7 de junho de 2023

CANTORES FRANCESES

 

Julien Clerc

Paul Alain Leclerc (nascido em 4 de outubro de 1947), conhecido por seu nome artístico Julien Clerc ( pronunciado  [ʒyljɛ̃ klɛʁ] ), é um cantor e compositor francês.

Vida 

Nascido em Paris, Clerc cresceu ouvindo música clássica na casa de seu pai Paul Leclerc, enquanto sua mãe Évelyne Merlot o apresentou à música de cantores como Georges Brassens e Edith Piaf . Começou a aprender piano aos seis anos e, aos 13, começou a tocar de ouvido tudo o que ouvia no rádio. [1]

Durante o ensino médio e a universidade, conheceu Maurice Vallet e Etienne Roda-Gil, dois de seus principais compositores, e começou a compor suas primeiras canções. [1] Ele mudou seu nome para Julien Clerc ao assinar um contrato com a Pathé Marconi, lançando seu primeiro álbum em maio de 1968.

O álbum ganhou o prêmio Académie Charles Cros Record. Em 1969, Clerc subiu ao palco do Olympia pela primeira vez para abrir o show de Gilbert Becaud. Apesar de estar no show business há apenas um ano, sua atuação foi um grande sucesso. [2] Mais tarde, ele voltaria repetidamente ao Olympia para uma série de concertos.

De maio de 1969 a fevereiro de 1970, ele estrelou a temporada de grande sucesso do musical Hair em Paris , que aumentou seu perfil.

Aos 24 anos, Clerc era uma grande estrela e havia gravado inúmeros sucessos, muitos dos quais vendidos no exterior, traduzidos e distribuídos em outros idiomas. [2]

Julien Clerc em Amsterdã, 1976

Em 1979, ele participou de dois novos empreendimentos colaborativos, cantando a música-título do musical infantil "Emilie Jolie" e participando de "36 Front Populaire", um álbum duplo musical sobre um período histórico turbulento . Ao longo dos anos, o repertório de Clerc variou de suas próprias composições a clássicos franceses como "Comme Hier" de Brassens e "L'hymne à l'amour" de Edith Piaf. Ele já se apresentou na África, nas Américas e na Europa. [2]

Em janeiro de 1999, Clerc subiu ao palco no Théâtre des Champs-Elysées e apresentou um set acústico unplugged que estava muito longe dos shows baseados em rock / pop que ele vinha dando ao seu público há alguns anos. [2] Em 2000, ele apareceu, junto com muitos outros artistas, em uma série de concertos beneficentes para Restaurants du Coeur, um banco de alimentos beneficente de inverno.

Em 2003, Clerc gravou um novo álbum de clássicos americanos "standards", em francês. Em outra frente, Clerc foi nomeado Embaixador da Boa Vontade do ACNUR [3] em uma cerimônia em Paris em novembro de 2003, depois de trabalhar por quase dois anos com a agência em vários projetos beneficentes para refugiados. Em março de 2004, ele empreendeu sua primeira missão de campo para se encontrar com refugiados e trabalhadores humanitários no Chade. Sua missão foi documentada pelo Envoyé spécial e foi transmitida em um canal de TV nacional francês em abril de 2004.

Família 

Clerc tem cinco filhos: as filhas Angèle (adotiva) e Jeanne Herry com a atriz francesa Miou-Miou ; filha Vanille e filho Barnabé com a então esposa Virginie Coupérie; [4] e filho Léonard com Hélène Grémillon , com quem se casou em 2012. [5]

Prêmios 

  • 1974: Cinco discos de ouro

Discografia 

Julien Clerc em 2008.

Álbuns e singles 

  • 1970: Julien Clerc - Álbum Premier
  • 1970: Des jours entiers à t'aimer
  • 1971: Julien Clerc
  • 1971: Olympia 70
  • 1971: Niágara
  • 1972: Liberté, égalité, fraternité ... ou la mort
  • 1973: Ca fait pleurer le bon dieu
  • 1974: Terra de França
  • 1974: Nº 7
  • 1976: A mon âge et à l'heure qu'il est
  • 1978: Jaloux
  • 1979: 36 Front populaire (comédie musicale)
  • 1980: Quand je joue
  • 1980: Sans entracte
  • 1982: Femmes, indiscrição, blasfêmia
  • 1984: Aime-moi
  • 1987: Les aventures à l'eau
  • 1990: Fais-moi une place
  • 1992: Útil
  • 1994: Julien
  • 2000: Si j'étais elle
  • 2003: Studio (álbum de reprise 13 títulos)
  • 2005: Enfance duplo
  • 2008: Où s'en vont les avions ?
  • 2009: Tour 09 (ao vivo)
  • 2011: Fou, Peut-être
  • 2011: Hôtel des Caravelles (individual)
  • 2012: Le temps d'aimee (single)
  • 2012: Symphonique - À l'Opéra national de Paris - Palais Garnier (ao vivo)
  • 2014: Partout la musique vient
  • 2014: On ne se méfie jamais assez (single)
  • 2016: Entre elle et moi (single)
  • 2016: Fãs, je vous aime (single)
  • 2017: À nos amores
  • 2021: Terrien See More
  • 2021: Les Jours Heureux

Cooperação em





Fotos







Faixas principais

terça-feira, 6 de junho de 2023

POEMAS CANTADOS DE CAETANO VELOSO


Bom É Batuta

Caetano Veloso

Bom É Batuta
Caetano Veloso

Estou na rua de novo, meu bem
Cantando, girando sem parar
Pedindo passagem
Sou eu o campeão
Espalho alegria a todo folião
Nesse país do carnaval
Bom é batuta
E como eu não tem igual

Porque na troça da folia
No batuque dos três dias
Eu digo quem sou
E como é
Isso vai dar o que falar
Pra ser batuta
É preciso só cantar
As glórias



Branquinha

Caetano Veloso

Branquinha
Caetano Veloso

Eu sou apenas um velho baiano
Um fulano, um caetano, um mano qualquer
Vou contra a via, canto contra a melodia
Nado contra a maré
Que é que tu vê, que é que tu quer,
Tu que é tão rainha?
Branquinha
Carioca de luz própria, luz
Só minha
Quando todos os seus rosas nus
Todinha
Carnação da canção que compus
Quem conduz
Vem, seduz
Este mulato franzino, menino
Destino de nunca ser homem, não
Este macaco complexo
Este sexo equívoco
Este mico-leão
Namorando a lua e repetindo:
A lua é minha
Branquinha
Pororoquinha, guerreiro é
Rainha
De janeiro, do Rio, do onde é
Sozinha
Mão no leme, pé no furacão
Meu irmão
Neste mundo vão
Mão no leme, pé no carnaval
Meu igual
Neste mundo mau







ROCK ART

 


Resenha Hate Über Alles Álbum de Kreator 2022

 

Resenha

Hate Über Alles

Álbum de Kreator

2022

CD/LP

O décimo quinto álbum de estúdio do Kreator era para ter chegado antes. Mas, a saída do baixista Christian "Speesy" Giesler e principalmente a pandemia do Coronavírus atrapalharam um pouco as coisas. Após um longo período de parceria com a banda Giesler deu lugar a Frédéric Leclercq. E enfim o Kreator conseguiu entregar, em 2022, "Hate Über Alles".

Com uma longa e notável carreira dividida basicamente em três fases: Kreator clássico, Kreator experimental e Kreator que faz o que tem vontade, a última fase é a que vem perdurando por mais tempo, com discos que mesclam muito do que os puristas gostam, o puro thrash, com passagens mais melódicas e até mesmo cadenciadas. Para mim, toda a carreira da banda funciona muito bem e "Hate Über Alles" vai direto ao ponto considerando o momento atual. O grupo liderado por Mille Petrozza entrega sua mensagem ácida com críticas ao mundo moderno com peso, agressividade e execução primorosa.

A excelente produção ficou por conta de Arthur Rizk, com novo lançamento pela Nuclear Blast. Sami Yli-Sirniö (g) e principalmente Ventor (d) estão absurdos, com uma pegada matadora. O disco fui de maneira fenomenal, com "Hate Über Alles", que é perfeita para os palcos, e "Killer of Jesus" trazendo a veia clássica da banda, há momentos memoráveis também nas faixas mais cadenciadas como "Crush the Tyrants" e "Dying Planet". É necessário mencionar "Strongest of the Strong", que ganhou vídeo, e "Become Immortal" (com solo espetacular de guitarra), ambas mais diretas. Na verdade, tudo aqui funciona bem e certamente cada ouvinte terá seu destaque, de tão bom que é o material.

É bom demais ver o Kreator pulsando, mesmo diante das adversidades. Com "Hate Über Alles", está claro que a aposentadoria está longe ainda, deixando também curiosidade sobre o que virá adiante.

Resenha Showdown Álbum de Rise Of The Northstar 2023

 

Resenha

Showdown

Álbum de Rise Of The Northstar

2023

CD/LP

“Showdown” (2023), novo disco do RISE OF THE NORTHSTAR, me prendeu primeiro pela sua capa azulada com letras amarelas em japonês no topo, lembrando os estojos dos (hoje antigos) jogos do Playstation I. Com uma apresentação dessas, que som que esses caras devem fazer? 

Logo depois de dar o play na bolachinha, veio a resposta: um bom crossover de metal, hardcore e hip-hop. Na verdade, todo o RISE OF THE NORTHSTAR é um crossover ambulante: o grupo é francês, suas letras são em inglês e se inspiram na cultura japonesa. A ideia de formar o grupo, em 2008, foi do vocalista e hoje único membro original, Vithia, sendo seu batismo inspirado na série japonesa de mangás “Fist Of The North Star”. A ligação com o Japão é tanta que seus cinco integrantes adotaram nas apresentações uniformes personalizados inspirados no estilo urbano fuyo e, em 2011, o grupo participou de uma campanha para arrecadar fundos para ajudar as vítimas do terremoto e tsunami de Tohoku e o desastre nuclear de Fukushima.
O som do grupo tem muito do que BIOHAZARD, KORN, SLIPKNOT, P.O.D. e MACHINE HEAD e também da postura confrontadora de grupos de hip hop como ONYX, BOO-YAA T.R.I.B.E. e WU-TANG CLAN faziam lá nos 90s. Você vai encontrar afinações baixas na guitarra, batidas quebradas de bateria, vocais dobrados e muitos trechos para bater cabeça, pular e cantar junto o refrão. Tanta mistura de influências é algo perigoso, mas os caras se saíram muito bem, o disco é bem empolgante e tem ótimos momentos, como em “Showdown”; a pra cantar junto “Crank It Up”; “One Love”, bem na linha do P.O.D. e na faixa “Rise” [ライズ], essa com um bom solo e uma continuação secreta alguns minutos após seu fim, mas com outra letra e batizada de “Arayashiki”. Muito bem produzido pela própria banda, a mixagem ficou com Johann Meyer e masterização por Ted Jensen (ALICE IN CHAINS, AMEBIX, AS I LAY DYING, CHIMAIRA, DOWN, FEAR FACTORY, GHOST e mais uma pancada de grupos). A versão nacional, em slipcase, é bem caprichada: tem um encarte gordo com fotos dos integrantes e as letras das músicas com tradução para o japonês (surpresa!). Lançado no Brasil pela Shinigami Records em parceria com a Atomic Fire Records, assim como o debut “The Legacy Of Shi” (2018), “Showdown” (2023) é um bom disco que vai fazer a alegria dos saudosistas dos 90s (ou antigos, como eu).
Formação:
Victor "Vithia" Leroy: vocais 
Erwan "Air One" Menez: guitarra
Brice "Eva-B" Gauthier: guitarra
Phantom: bateria
Yoru: baixo

Faixas:
01 The Anthem (intro)
02 Showdown	
03 Third Strike	
04 Crank It Up	
05 One Love
06 Shogun No Shi
07 Clan
08 Raijin
09 Golden Arrow
10 Rise [ライズ]

Resenha Joyride Álbum de Roxette 1991

 

Resenha

Joyride

Álbum de Roxette

1991

CD/LP

Hoje não é mais novidade para ninguém, mas, foi gratificante ver um grupo sueco dominar as paradas mundiais, inclusive vendendo 1 milhão e meio de cópias só nos Estados Unidos. "Joyride" era apenas o terceiro disco do Roxette e hoje é um dos 100 álbuns mais vendidos do mundo.

"Look Sharp" pavimentou bem o caminho para o Roxette, soando como um disco que permitiu ao duo formado por Per Gessle e Marie Fredriksson encontrar seu som, introduzindo cada vez mais o rock em seu pop, deixando os sintetizadores em segundo plano. Somando isso com a fase fenomenal de Gessle na composição, foram hits e mais hits figurando nas paradas, turnê mundial e o mundo a seus pés. Em todas as rádios da época ouvia-se suas pegajosas e melódicas canções.

Do lado mais rocker temos as excelentes "Joyride", "Hotblooded", "The Big L.", "I Remember You" e a balada "Church of Your Heart", com Gessle liderando a parte vocal. Marie brilha durante toda a audição do álbum, mas destaca-se ainda mais nas belíssimas baladas "Fading Like a Flower (Every Time You Leave)" e "Spending My Time", dois hinos da banda, além de "Watercolours in the Rain" (composta por Marie), "(Do You Get) Excited?" e "Perfect Day", esta última que fecha o álbum de maneira lindíssima. Ainda há algo remanescente dos dois álbuns anteriores nas também ótimas "Things Will Never Be the Same" e "Small Talk". Há também uma regravação de "Soul Deep", lançada primeiramente no álbum de estreia, "Pearls Of Passion", como uma tentativa de reintroduzir a canção mundo afora.

Agora uma curiosidade bacana: o título do álbum veio de uma entrevista de Paul McCartney do qual ele mencionou que trabalhar com John Lennon foi como "a long joyride", ou, uma longa e divertida viagem. Não é curioso que os grandes compositores de pop rock sejam todos fãs de Beatles? Pois é, foi ali onde tudo começou.

Não tenho muito mais a falar de "Joyride" a não ser: ouça. Se você gosta de pop rock extremamente acessível, comece por aqui, em um dos grandes álbuns da década de 90.
Faixas:

Joyride	4:30
Hotblooded	3:23
Fading Like A Flower (Every Time You Leave)	3:54
Knockin' On Every Door	4:00
Spending My Time	4:39
I Remember You	3:55
Watercolours In The Rain	3:39
The Big L.	4:29
Soul Deep	3:35
(Do You Get) Excited?	4:18
Church Of Your Heart	3:20
Small Talk	3:54
Physical Fascination	3:31
Things Will Never Be The Same	4:29
Perfect Day	4:06

Resenha So Alive Álbum de Lonnie Plaxico 2005

 

Resenha

So Alive

Álbum de Lonnie Plaxico

2005

CD/LP

Lonnie Plaxico  nasceu em Chicago Illinois, e por pertencer uma família extremamente musical, começou logo cedo no contrabaixo. Aos 14 anos o músico já tocava profissionalmente na banda de sua família.

Aos 20, se mudou para Nova Iorque, procurou seu lugar no meio musical e ganhou notoriedade tocando ao lado de lendas como Wynton Marsalis o Jazz Messengers de Art Blakey, com quem gravou doze álbuns entre 83 e 86.  

Lonnie pode ser considerado uma dos mais experientes e dinâmicos baixistas de sua geração, tendo gravado participado de gravações e shows com os maiores artistas do cenário jazzístico mundial. 

Tanto talento o levou a formar seu próprio grupo e ingressar em carreira solo ainda nos anos 90, quando colocou no mercado o primeiro álbum que levava seu sobrenome.

“So Alive” é o oitavo disco solo gravado em estúdio pelo músico, que é acompanhado por  Kenny Grohowski na bateria; Sam Bar-Sheshet no piano, órgão e teclados; Gary Thomas no sax tenor e Alexander Norris no trompete;

Musicalmente, o quinteto de Lonnie apresenta um jazz dinâmico e vigoroso, alternando faixas autorais com  releituras de grandes clássicos como acontece em “Maiden Voyage”, tema de Herbie Hancock, que ganhou uma versão mais moderna e menos cadenciada; O standart absoluto “My Funny Valentine” de Richard Rogers, recebeu uma versão a sua altura, onde os metais fazem uma a harmonização principal do tema tendo como base o piano de Sam;

Dos temas próprios vale destacar: “DeJohnette”, uma clara homenagem ao baterista Jack DeJohnette. O tema de Plaxico é enérgico como seu homenageado, com destaque para o trompete de Norris; “Juke Joint”, uma canção sincopada com certa influência de salsa em sua base; E ainda a faixa titulo, que abre o disco, trazendo doses de soul e funk americano com destaque para o órgão de Bar-Sheshet;

Alias, o tecladista é um dos destaques do álbum, alternando harmonias de piano ou órgão, dependendo do que pede cada canção com um bom gosto inigualável.

Uma coisa relevante a se destacar é que o ouvinte não vai encontrar aqui aqueles solos de contrabaixo intermináveis em cada canção, muito comum em discos solo de baixistas e que servem apenas como exercício de exibicionismo sem qualquer contexto musical. O ego de Lonnie é domado e o baixista trabalha em prol das canções e não o contrario.

“So Alive” apresenta Lonnie Plaxico como um músico completo, entregando o que de melhor se pode esperar de um baixista, compositor e arranjador. 

Resenha Cities Of The Heart Álbum de Jack Bruce 2021 ao Vivo

 

Resenha

Cities Of The Heart

Álbum de Jack Bruce

2021

CD/LP ao Vivo

Jack Bruce foi um dos maiores baixistas de todos os tempos, sendo considerado um precursor por trazer novos elementos musicais ao instrumento. O músico fez história à frente do Cream, o primeiro supergrupo conhecido, integrou os grupos de John Mayall, a Graham Bond Organisation  e lançou vários álbuns dos mais diversos estilos. 

Em 1993 Bruce completou 50 anos de vida, e para comemorar meia década em grande estilo, realizou dois grandes shows na cidade de Cologne, na Alemanha, em um evento promovido pela Rockpalast, que contou com a participação de sua família, amigos e quase todos seus parceiros musicais.

As apresentações, que ocorreram em 2 e 3 de novembro e repassam toda a prolífica carreira de Bruce, com a incursão por todos os seus estilos musicais, do jazz ao rock, passando pelo blues e experimentalismos. As apresentações foram gravadas na integra e os melhores momentos deram origem a este álbum ao vivo, um dos melhores lançados na década de 90.

Embora o álbum comece com uma versão intimista de “Can You Follow?” trazendo o músico somente no piano e vocal, o lado Jazzy do baixista logo aparece com as instrumentais “Over The Cliif” e “Statues”, onde o baixista pode demonstrar toda sua técnica ao lado do seu parceiro de Cream, Ginger Baker e do saxofonista Dick Heckstall-Smith que além de ter tocado ao seu lado na a Graham Bond Organisation, fez fama no Colloseum;

Outros destaques: Uma versão empolgante para "First Time I Met the Blues", clássico de Buddy Guy com a participação de  Clem Clempson (Colosseum,  Humble Pie); A releitura de "Neighbor, Neighbor" com um grande naipe de metais, Clempson e o baterista Simon Phillips (Toto, Jeff Beck, Gary Moore); E a balada "Ships in the Night", onde Bruce divide os vocais com a vocalista escocesa Maggy Reilly;

A quantidade de músicos que participam da apresentação é realmente longa, vários parceiros de Bruce apareceram para prestigia-lo, inclusive seus filhos Simon e Jonas, que aparecem ao piano e violão em várias faixas;

Jack volta ao piano para apresentar uma versão passional de "Theme for an Imaginary Western", um dos seus maiores sucessos. Mas o baixista deixou o melhor para o final. Para apresentar os grandes sucessos do Cream, o baixista se juntou ao seu colega de banda Ginger Baker e para as guitarras trouxe o grande Gary Moore, uma vez que Eric Clapton se recusou a participar da celebração;

O trio apresenta versões dos grandes clássicos do grupo como "Politician", "Spoonful", "N.S.U." e outras, com uma integração quase telepática. Moore faz jus ao legado do trio, entregando uma de suas melhores performances;

Essa apresentação motivou o trio a continuar junto, formando o BBM Bruce Baker e Moore e gravando um disco antológico. 

“Cities of the Heart” apresenta Jack Bruce no palco em sua melhor forma e repassando de maneira soberba todas as fases de sua carreira. O álbum foi lançado em março de 1994 em formato duplo, pela CMP Records e se encontra atualmente fora de catalogo e ausente nas plataformas de música. 

Resenha Fear City Álbum de Them 2022

 

Resenha

Fear City

Álbum de Them

2022

CD/LP

É muito legal o que a banda Them vem construindo. Começando como quase um derivado de King Diamond, o projeto liderado por Troy Norr ganhou asas em seu último trabalho, trazendo sinais claros de uma busca pela própria identidade. E acertou. E agora, com "Fear City", o grupo mostra que também é possível atingir infinitas possibilidades para o personagem KK Fossor, que acabou se tornando uma figura até de certa forma carismática em sua abordagem de terror à lá Freddy Krueger.

KK Fossor agora invade o perímetro urbano. São os anos 80, o mundo está desabando e KK ressurge com dois de seus cúmplices para detonar de vez linhagem familiar de Peter Thompson, outro personagem abordado nos trabalhos anteriores. A aventura traz um ambiente interessante, mais cômico, com vinhetas esquisitas e uma aventura que dá mais errado do que certo. Uma espécie de esquadrão suicida misturado com Deadpool.

Musicalmente falando, temos mais evolução aqui. As guitarras soam modernizadas, a abordagem sonora é ainda agressiva, mas transita bem entre o acessível, o divertido e o pesado e brutal. Troy é novamente um grande destaque em sua interpretação que, mesmo tendo sido no passado um vocalista de banda cover de King Diamond e fortemente influenciado por ele, trouxe uma nova roupagem e personalidade. Guitarras, baixo e bateria soam muito bem também.

Vale conferir a épica "The Crossing of Hellgate Bridge", que pode ser classificada como uma das melhores composições do grupo. "Death on the Downtown Metro" é matadora. Pesadíssima. "Welcome to Fear City" segue também a linha pesada e se assemelha bastante às músicas dos trabalhos anteriores. Outro destaque, agora do lado oposto, é "Retro 54". Uma composição interessante porque faz uma banda metal/thrash mostrar seu lado acessível com grande êxito. No mais, o disco fui bem demais, crescendo após cada audição, tornando-se um álbum ao pé da letra mesmo.

"Fear City" é o melhor trabalho da banda, pois saiu de vez da sombra de suas influências e abriu inúmeras possibilidades para o personagem KK Fossor. Espero que o Them tenha forças para seguir adiante, pois merece.

Tracklist:

1		Excito	1:48
2		Flight Of The Concorde	3:48
3		Welcome To Fear City	4:12
4		Retro 54	4:54
5		An Ear For The Action	0:29
6		Graffiti Park	4:06
7		191st Street	5:30
8		Home Stretch	0:54
9		The Crossing Of Hell Gate Bridge	9:19
10		Death On The Downtown Metro	3:42
11		Stay Tuned	0:23
12		A Most Violent Year	0:57
13		The Deconsecrated House Of Sin	3:43
14		In The 11th Hour	3:17

Banda:

Alexander Palma	Bass
Richie Seibel	Keyboards
Troy Norr	Vocals
Markus Ullrich	Guitars
Markus Johansson	Guitars
Steve Bolognese	Drums

Resenha Remixes Álbum de Kraftwerk 2020 Compilação

 

Resenha

Remixes

Álbum de Kraftwerk

2020

Compilação

Álbuns / coletâneas de remixes contumam ser o que existe de mais controverso quando o assunto é relançamento de catálogo na indústria fonográfica. É o equivalente, no meio musical ao campo minado - ou à roleta russa. A maior parte do público torce o nariz. Uma outra parte não deixa de comprá-los - e, nesse caso, são completistas que, via de regra, se incomodam mais com os buracos na coleção do que com a qualidade irregular do material. Apenas uma minoria tende a gostar. E a crítica musical, costumeiramente, tem por hábito detonar esse tipo de disco com toda fúria e ódio. 

Em se tratando de Kraftwerk, os padrinhos da dance music eletrônica, você até se pergunta qual o sentido de se incluir em sua discografia um LP só de remixes quando as versões originais lançadas há mais de quarenta anos já soavam modernas, atemporais e definitivas o suficiente. Mas se considerarmos que desde Tour De France Sountracks, de 2003, o quarteto alemão não solta nada inédito e que, de lá para cá, sua carreira vem se resumindo a turnês dedicadas ao velho catálogo, um disco inteiro de reconstruções / reinterpretações pode ter lá sua utilidade. Nesse caso em particular, só existem duas conclusões possíveis: ou as gravações oficiais seguem soando assustadoramente atuais, e em tal ponto que os remixes se parecem com tentativas fúteis e desnecessárias de upgrade, ou então fica claro que o Kraftwerk perdeu o trem e ficou para trás, a ponto de ter sido superado pela enorme legião de seguidores e imitadores que produziu. 

A primeira empreitada do Kraftwerk nesse tipo de projeto foi The Mix, de 1991. No final da década de 1980, os executivos da gravadora do grupo nos EUA haviam proposto aos Quatro Rapazes de Düsseldorf o lançamento de uma coletânea comum, uma espécie de The Best of Kraftwerk. Ralf Hütter, líder da banda, não era simpático a essa ideia. Todavia, como o Kraftwerk estava no meio do processo de transferência de sua biblioteca de sons para suportes digitais, Hütter ofereceu, como contraproposta, um disco de remixes feito por eles mesmos. O percussionista (e co-autor de várias músicas) Karl Bartos, que ainda estava com a banda na ocasião, até estava de acordo com Ralf, embora achasse que seria melhor um álbum com remixes feitos por outros produtores ou DJs, uma vez que a visão do quarteto já estava cristalizada nas mixagens originais. No entanto, foi Hütter quem ganhou a disputa. Bartos já havia deixado o Kraftwerk quando The Mix saiu e, mesmo tendo participado como programador em todas as faixas selecionadas, seu nome acabou não creditado no CD.

Kraftwerk Remixes, lançado inicialmente em 2020 apenas para plataformas de streaming e relançado no ano passado em mídias físicas (LP triplo e CD duplo), é o disco que Bartos tinha em mente, mas que não chegou a ser feito. Ou quase. Temos ainda vários remixes assinados pelo próprio Kraftwerk (usando a “tag" Kling Klang Mix), mas também temos faixas desconstruídas / reconstruídas por nomes de peso da cena eletrônica dos anos 1990 e 2000, como François K., William Orbit, Orbital e a banda inglesa Hot Chip. Entretanto, nenhum dos remixes é, de fato, inédito. Eles já tinham aparecido antes em singles editados nos formatos vinil de 12” e CD entre 1991 e 2021. O que faltava era um álbum que os reunisse. A faixa de abertura, “Non Stop”, desmente aqueles que por ventura digam que o disco não traz nada realmente novo. A canção nasceu, originalmente, como uma vinheta de 30 segundos para a MTV na década de oitenta. O que o Kraftwerk fez foi pegar esse pequeno pedaço de ideia musical e transformá-la numa faixa completa com mais de oito minutos de duração. Foi a estratégia encontrada pela banda para fisgar os fãs que já tinham os singles e que não viam sentido em comprá-los novamente, só que agora em um álbum caro. Então, “Non Stop” é tão somente isso, uma isca. Não é, de modo algum, uma faixa ruim, mas peca pela mesma baixa inspiração vista nas últimas (e poucas) coisas inéditas que a banda produziu em sua história recente. Mas “Non Stop” é seguida de dois bons remixes de “The Robots” (“Die Roboter”) de autoria do próprio Kraftwerk: “Robotronik" e “Robotnik”. Os mais atentos perceberão que versões ao vivo mais recentes de “The Robot” incorporam elementos dessas duas remixagens. Não há motivos para os fãs entortarem os lábios aqui, pois são recriações feitas pelos próprios criadores. E exatamente por isso elas não soam tão descaracterizadas quando comparadas com o mix original. Ainda no “Disk 1” (aqui estou a me basear na edição em vinil), temos, no lado B, um edit de 2021 da versão de “Home Computer” lançada trinta anos antes, em The Mix. Mas é também nesse lado que temos as primeiras recriações alheias: dois remixes para “Radioactivity”, uma com pegada techno produzida por William Orbit, e a outra com ares house (cortesia de François Kervokian, também conhecido como François K.). Entre as duas, escolho a segunda. O “Disk 2” é totalmente dedicado a remixes do single “Expo 2000”. A faixa nasceu como um jingle “a cappella” (à moda Kraftwerk, é claro, com a ajuda de um vocoder) feito de forma comissionada para a Feira Mundial Expo 2000, realizada em Hannover no mês de outubro de 2000. Em 1999, um ano antes, portanto, a banda colocou no mercado um single com uma versão musicalmente mais estruturada de “Expo 2000”, dividido em dois discos: um só com os remixes do próprio Kraftwerk e outro com as reconstruções alheias. Em Kraftwerk Remixes temos duas das versões da banda e outras cinco produzidas por Orbital, François K., Rob Hives, DJ Rolando e o coletivo Underground Resistance. É desse ponto em diante que o disco começa a se mostrar mais desequilibrado. O lado C desce redondo, enquanto o que o lado D traz versões um pouco mais cansativas. No “Disk 3” temos, no lado E, um combo de remixes de “Aéro Dynamik”. A versão “Dynamix”, do próprio Kraftwerk, conserva quase toda a atmofera da mixagem original, o que certamente agradará aqueles que não gostam de remixes muito radicais. Entretanto, os mixes seguintes, de Alex Gopher / Ètienne De Crécy e François K., só garantem boa digestão se você estiver se largando na pista de dança com uns dois tabletes de ecstasy nas ideias. Não é fácil ouvi-los em disco, no conforto da sua casa e de cara limpa. Felizmente, o lado F traz um redentor e, ao mesmo tempo, solar remix do Hot Chip para “Aéro Dynamik” (uma banda que costuma acertar a mão quando trabalha em cima do material de outros artistas). O grupo também é o nome por trás da faixa que encerra este Kraftwerk Remixes, o mix de “La Forme”. Aqui, inclusive, temos uma daquelas exceções à regra, que é quando o remix é superior à versão original, já que essa é uma das canções mais chatas e sem brilho do CD Tour De France Soundtracks. Se você nunca ouviu Kraftwerk na vida (mas como assim?!), não faz sentido algum começar por um disco de remixes. Já os completistas, aqueles sobre os quais falei no começo e que não admitem ausências em suas coleções, certamente terão um disco que não ficará na estante apenas para a exibição, pois tem material bom nele o suficiente para justificar uma volta no toca-discos, pelo menos de vez em quando. Como quase todas as coletâneas do gênero, Kraftwerk Remixes está longe de ser um item essencial. Mas, e com relação às “conclusões possíveis” mencionadas parágrafos acima? Digamos que ainda não foi desta vez que o Kraftwerk foi ultrapassado. Mas a fonte da banda, essa sim, parece ter secado há tempos.

Destaque

The Who

  Biografia The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger D...