sexta-feira, 5 de maio de 2023

BIOGRAFIA DE Marisa Monte

 Marisa Monte


Marisa de Azevedo Monte OMC (Rio de Janeiro1 de julho de 1967) é uma cantoracompositoramulti-instrumentista e produtora musical brasileira.

Marisa já vendeu mais de 10 milhões de álbuns e ganhou inúmeros prêmios nacionais e internacionais, incluindo cinco Grammy Latino, sete Video Music Brasil, nove Prêmio Multishow de Música Brasileira, cinco APCA e seis Prêmio TIM de Música. A revista Rolling Stone Brasil a listou como a décima primeira maior cantora brasileira,[3] e incluiu dois de seus álbums (MM e Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão) na lista dos 100 melhores discos da música brasileira.[4]

Em outubro de 2021, Marisa foi agraciada na 44ª edição do Prêmio Tenco, pelo conjunto de sua obra como cantora e compositora, tornando-se a primeira artista feminina brasileira a receber tal honraria.[5]

Início

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, filha do engenheiro Carlos Saboia Monte e de Sylvia Marques de Azevedo Monte. O pai foi diretor da Portela até 1975, levando-a a um frequente contato com os sambistas de tal escola, à qual ainda apoia. Os pais se divorciaram quando Marisa tinha 10 anos.[6] Marisa é descendente de Branca Dias, uma Cristã-nova e senhora de engenho do período colonial brasileiro em Pernambuco. Esta foi processada pelo Santo Ofício sob a acusação de praticar secretamente o judaísmo.[7][8]

Estudou cantopiano e bateria na infância. Iniciou o estudo de canto lírico aos catorze anos chegando a ter aulas quase todos os dias da semana. Em 1982, participou do musical The Rocky Horror Show, dirigido por Miguel Falabella, com alunos do Colégio Andrews. No ano seguinte esteve no musical Azul, de André Di Mauro, onde começou a ter contato com músicos que pediam ajuda como backing vocals.[6]

Em 1983, depois de ouvir uma fita com músicas de jovens talentos, Roberto Menescal, então diretor artístico da extinta gravadora PolyGram, se encantou com Marisa e propôs a gravação de um disco, mas tal proposta foi recusada pela jovem que não se sentia preparada para o projeto na época.[9] Já aos 18 anos, em 1985, Marisa grava oficialmente sua primeira música em estúdio para o filme Tropclip. A música "Sábado à Noite" foi escrita por Sérgio Sá e marcou a estreia da cantora no cenário musical.[10]

Carreira

1985—1990: Início e primeiro álbum

Aos dezenove, Marisa abandonou o curso na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mudou-se para Roma, na Itália, onde durante dez meses estudou belcanto. Após esse período, passou a fazer apresentações em bares e casas noturnas cantando música brasileira, acompanhada de amigos. Um desses espetáculos foi assistido pelo produtor musical Nelson Motta, que se tornou diretor do primeiro show no Rio de Janeiro após o retorno de Marisa, em 1987.[6] O show Veludo Azul teve temporadas no Rio e em São Paulo, e mesmo que as casas noturnas não tivessem tanta fé em uma cantora sem nenhum disco gravado, foi um sucesso de público e crítica e despertou o interesse das gravadoras. Na época, Marisa foi convidada pela TV Manchete a gravar seu primeiro especial, que logo após foi lançado em dois formatos, LP e VHS, com o nome MM.[11] A este disco com repertório eclético pertence o primeiro grande sucesso de Marisa, "Bem Que Se Quis" (versão de Nelson Motta para E Po' Che Fa do compositor italiano Pino Daniele), que foi executada exaustivamente nas emissoras de rádio brasileiras e fez parte da trilha sonora da novela da Rede Globo O Salvador da Pátria, escolhida pela atriz Lúcia Veríssimo para ser o tema de sua personagem após sugestão de Marina Lima.[6] Lançado pela EMI, o álbum vendeu 500 mil cópias, um sucesso para uma artista estreante. O disco está na lista dos 100 melhores discos da música brasileira feita pela revista Rolling Stone Brasil na posição #62.

1991—1996: Desenvolvimento artístico

Marisa Monte em 2006.

Depois de um disco que considerou uma apresentação, com registro de músicas que gostava, para seu segundo álbum Marisa visava criar um estilo próprio ao colaborar com compositores de sua geração, no caso os Titãs Arnaldo AntunesNando Reis e Branco Mello,[12] e com a ajuda do produtor Arto Lindsay, um contato com a produção musical contemporâ­nea e a inserção da música brasileira no contexto da world music.[6] O disco Mais saiu em 1991, com críticas positivas, afirmando que a cantora tinha amadurecido do álbum anterior, e vendas ainda maiores, embaladas pela música de trabalho "Beija Eu", classificada como uma das melhores canções pop brasileiras, em pesquisa realizada pelo jornalista Zeca Camargo através do Portal G1.[13] Após a extensa turnê de 250 shows em um ano e meio, passou um ano entre viagens e colaborações com outros artistas buscando vivências que inspirariam o próximo disco.[6] Em 1994, lançou o terceiro álbum, Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão, que a própria cantora co-produziu com Lindsay. Foi muito bem recebido por crítica e público, sendo considerado o melhor da carreira da cantora e passando de um milhão de cópias vendidas.[14] Este disco está na lista dos 100 melhores discos da música brasileira na posição #87. Entre as canções lançadas está o single "Segue o Seco", que ganhou cinco MTV Video Music Brasil 1995, nas categorias Melhor Videoclipe do ano, Melhor Videoclipe de MPB, Melhor direção de Videoclipe, Melhor fotografia de Videoclipe e Melhor edição de Videoclipe.

Em 1996, Marisa lançou Barulhinho Bom - Uma Viagem Musical, seu primeiro álbum duplo. O trabalho traz o registro ao vivo de alguns sucessos dos trabalhos anteriores, além de canções inéditas, gravadas em estúdio. Barulhinho Bom também provocou grande polêmica pela capa, um desenho do artista de quadrinhos pornô-naif Carlos Zéfiro, que foi censurado ao ser lançado nos EUA.[15] Este CD marcou uma aproximação maior de Marisa com diversas escolas e gerações do samba carioca. No mesmo ano, ela abre sua editora a Monte Songs Edições Musicais Ltda.

1998—1999: Conquista de independência musical

Em 1998, conquista sua independência musical durante a renovação de seu contrato com a EMI, comprando todas as fitas matrizes de suas músicas, desde seu álbum de estreia até Barulhinho Bom, enquanto estabelecia que a gravadora apenas distribuiria os álbums a serem registrados em um selo próprio, a Phonomotor Records.[16] Como produtora, atua em Omelete Man (1998), segundo disco de Carlinhos BrownTudo Azul (1999), da Velha Guarda da Portela, que incluiu uma canção gravada pela própria Marisa, e colabora com a cantora cabo-verdeana Cesária Évora em seu disco Café Atlantico, produzindo a faixa "É Doce Morrer No Mar", na qual também participa.'[17][18]

2000—2001: Carreira musical consolidada

Em 2000 Marisa lança o disco Memórias, Crônicas e Declarações de Amor, trabalho centrado no tema amor.[18] Trabalhando juntamente com Arnaldo Antunes, Cury, Carlinhos Brown, entre outros. Com ele, Marisa ganha um Disco de Diamante, concedido pela venda superior a 2 milhões de cópias no Brasil. Este álbum foi puxado pelo hit "Amor I Love You", música mais tocada do ano de 2000 que rendeu um MTV Video Music Brasil 2000 na categoria Melhor Videoclipe de MPB. Teve cinco indicações: Melhor Website de Artista, Videoclipe do Ano, Melhor Fotografia em Videoclipe, Melhor Direção de Arte em Videoclipe e Melhor Direção em Videoclipe. No mesmo ano, Marisa inicia sua quarta tour mundial Memórias, Crônicas e Declarações de Amor Tour, iniciada em Curitiba e durando mais de um ano e 150 shows.

O álbum ganhou vários prêmios, sendo o mais importante deles um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro. Além disso, a faixa "Amor I Love You" foi indicada como Melhor Canção Brasileira. O clipe "O Que Me Importa" ganhou ainda o MTV Video Music Brasil 2001, na categoria Melhor Videoclipe de MPB. O álbum ganhou ainda dois Prêmio Multishow de Música Brasileira.

Em 2001, Marisa lança o DVD gravado ao vivo no Rio de Janeiro, com um orçamento de 1,5 milhão de reais.[19] Para divulgar o DVD, a sua gravadora lança um EP com duas faixas, incluindo a então inédita "A Sua", uma das mais tocadas de 2001, que ajudou o DVD a se tornar um sucesso de vendas. Após vender mais de 100 mil cópias, o DVD obteve o certificado de diamante.

2002—2003: Tribalistas

Marisa Monte apresentando-se em 2007.

Em Novembro de 2002 a cantora lançou seu sexto álbum, em parceira com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, trio que adotou o nome de TribalistasO álbum homônimo foi gravado entre 8 e 24 de abril daquele ano no estúdio na casa de Marisa no Rio de Janeiro, com o registro das gravações resultando em um DVD. Mesmo que o trio tenha recusado a fazer shows, tocando apenas no Grammy Latino e em uma ocasião no Sarau do Brown, o único show que foi aberto ao público, e apenas uma entrevista à época do lançamento no site oficial do grupo, a venda do CD alcançou a marca de 1,5 milhão de cópias no Brasil, alçado pelas canções "Já Sei Namorar" em 2002, "Velha Infância" em 2003, e "É Você", trilha sonora da novela Da Cor do Pecado, em 2004. Tribalistas também conseguiu alcance internacional, com "Já Sei Namorar" entrando em diversas paradas e o disco vendendo 300 mil cópias em 46 países, levando a uma breve apresentação em Paris no fim de 2003.[20] Em 2003, o trio ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro. Além disso, o disco recebeu outras três indicações, nas categorias Gravação do Ano e Melhor Canção Brasileira para "Já Sei Namorar" e Álbum do Ano.

2006—2009: Retorno depois de seis anos

Marisa Monte em 2007, durante uma apresentação da Tour Mundial Universo Particular

Três anos e meio após o lançamento de Tribalistas e seis anos após seu último disco solo, Marisa voltou ao cenário musical no primeiro semestre de 2006, quando lançou simultaneamente dois discos: Infinito Particular e Universo ao Meu Redor, o primeiro dedicado a canções inéditas pop, feitas em parceria com Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Pedro BabySeu Jorge, entre outros. O segundo com um repertório de samba, incluindo canções inéditas e regravações de D. Yvone LaraMoraes MoreiraArgemiro Patrocínio, entre outros. Cada disco vendeu 450 mil cópias, o que fez Marisa ultrapassar a marca de 10 milhões de discos vendidos no Brasil.

No mesmo ano, Universo ao Meu Redor ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba ou Pagode. Além disso, Marisa recebeu duas outras indicações para o Grammy LatinoMelhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro para "Infinito Particular" e Melhor Canção Brasileira para "O Bonde do Dom".

Ainda em 2006, a artista inicia sua quinta turnê mundial, Universo Particular, que durou quase dois anos, e gerou o documentário Infinito ao Meu Redor. O DVD registra os dois anos de trabalho de Marisa, desde o lançamento dos discos até o fim da turnê, mostrando os bastidores com viagens, ensaios, relação dos fãs com seu trabalho e alguns registros dos shows, que também foram lançados em um CD bônus no mesmo estojo do DVD. É neste disco que foi lançada a música "Não é Proibido", incluída na trilha sonora da novela global, Três Irmãs.

O ano de 2008 marcou a estreia de Marisa como produtora de cinema. É que neste ano é lançado o filme "O Mistério do Samba", que retrata a história e o cotidiano dos integrantes da Velha Guarda da Portela e o trabalho de pesquisa de Marisa no resgate de composições quase esquecidas e que existiam apenas na tradição oral, já que os antigos bambas não tinham o costume de registrá-las. Esse filme fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes. "O Mistério do Samba", lançado nas salas de cinema em 2008, foi lançado também em DVD em 2009. Além disso, a faixa "Não é Proibido" recebeu uma indicação ao Grammy Latino em 2009, na categoria Melhor Canção Brasileira.

2011 - 2013: "O Que Você Quer Saber de Verdade" e a sexta turnê

Cinco anos após seus dois últimos discos solo, em outubro de 2011 foi lançado o nono álbum de sua carreira: O Que Você Quer Saber de Verdade, sendo o oitavo álbum da cantora que debutou em primeiro lugar na posição de discos mais vendidos no Brasil. "Ainda Bem", o primeiro single, recebeu críticas geralmente positivas e ganhou um clipe contando com a participação especial do lutador Anderson Silva. O disco foi produzido pela própria Marisa, e co-produzido pelo seu parceiro de anos, Dadi Carvalho. As faixas do álbum foram compostas com novos e antigos parceiros, como Arnaldo AntunesCarlinhos Brown e Rodrigo Amarante, integrante da banda Los Hermanos, que também canta com Marisa em uma das faixas, além de uma regravação de Jorge Ben Jor e uma versão da canção "El Panuelito" feita por Haroldo Barbosa.

Começando em Curitiba em junho de 2012, a tour mundial "Verdade, Uma Ilusão" traz Marisa de volta aos palcos cantando novos e velhos sucessos de seu repertório. A turnê foi encerrada após 1 ano e meio, em dezembro de 2013, com 116 apresentações.

Em agosto de 2012, ela participou da Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012 para apresentação formal dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro. Ela cantou um trecho da Ária Cantilena de Villa-Lobos (retirada da Bachiana Brasileira nº 5) interpretando a rainha do mar Iemanjá, e "Aquele Abraço" com BNegão e Seu Jorge.

Em 20 de novembro de 2013, a cantora participou de um show ao lado de Caetano Veloso. Intitulado Somos Todos Amarildo, toda a renda obtida foi revertida ao Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos. O show foi feito com o intuito de dar mais visibilidade ao caso do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza e de dar oportunidade para mais pessoas ajudarem na causa. Durante o show, Marisa cantou: Vide GalGentilezaDança da SolidãoPale Blue Eyes (em homenagem ao recentemente falecido Lou Reed), VilarejoCarnaváliaEu Sei e A Menina Dança sozinha e CajuínaLua, Lua, LuaOração ao Tempo, e De Noite na Cama dividindo os microfones com Caetano, além de realizarem um cover de Canta, Canta, Minha Gente (de Martinho da Vila).[21] O espetáculo foi apresentado no Circo Voador, casa de shows localizada na cidade do Rio de Janeiro e terminou em dezembro de 2013.

2014 - 2019 : Coleção

Pouco antes do lançamento oficial do DVD "Verdade Uma Ilusão", foram divulgados singles promocionais como "Ilusão" e "Verdade, Uma Ilusão". Em 17 de abril de 2014 a capa e o título do DVD (Verdade, Uma Ilusão Tour 2012/2013) foram divulgados pela cantora em seu Facebook oficial. O último DVD da cantora foi lançado em maio de 2014 em uma sessão de cinema exclusiva para fãs no Cine Leblon, no Rio de Janeiro. Após a exibição do DVD, Marisa apareceu de surpresa no cinema, conversou com a plateia e respondeu a algumas perguntas enviadas por fãs pelo Instagram.[carece de fontes]

A versão em CD de Verdade, Uma Ilusão recebeu, ao final de 2014, uma indicação ao Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de MPB, sendo a primeira indicação da cantora em 5 anos. A sua última indicação foi em 2009 pela canção Não É Proibido.[22] Em 20 de novembro de 2014, a cantora venceu a disputa e levou o prêmio.[23]

Em março de 2016, a cantora recusa um convite para se apresentar com os velhos parceiros Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes na cerimônia de abertura das XXXI Olimpíada, que acontecerão em agosto.

O disco mais recente da cantora, Coleção, foi lançado em abril de 2016 e é a primeira compilação da cantora, que sempre se mostrou avessa ao formato. O disco traz em seu repertório músicas que a cantora gravou para trilhas sonoras ou projetos pouco conhecidos fora da carreira principal. O formato dessa coletânea foi originalmente criado pelo grupo Kid Abelha em 2000, com o lançamento do homônimo, Coleção. O primeiro single de Coleção, uma releitura de Nu com a minha música (de Caetano Veloso), cantada em trio com Rodrigo Amarante e Devendra Banhart, foi lançado no dia 01 de abril do mesmo ano.[24]

Em novembro de 2016 é lançado o disco Silva Canta Marisa, do capixaba Silva. O disco é uma homenagem à cantora fluminense, que participa como autora e artista convidada de uma das faixas, Noturna (Nada de novo na noite).

2020: Cinephonia

Após trinta anos entre as gravadoras EMI e Universal, a cantora carioca assinou com a Sony. Para iniciar os trabalhos na nova gravadora, Marisa lançou em três partes, um projeto chamado "Cinephonia", com músicas inéditas e regravações. A primeira parte foi liberada digitalmente em 11 de junho de 2020; as outras duas partes foram lançadas respectivamente nos dias 19 de junho e 26 de junho. "Cinephonia" é um projeto inicialmente audiovisual, que segundo a cantora "nunca foi lançado em áudio streaming e é uma forma de liberdade para cada um criar suas próprias imagens".[25] No "Cinephonia" foram liberados os álbuns "Princípios", que tem participação especial do cantor Ed Motta na primeira faixa, "Hotel Tapes" com participação especial de Novos BaianosMoraes Moreira e Davi Moreira, em algumas canções; e Memórias 2001, álbum proveniente do registro audiovisual da turnê do CD Memórias, Crônicas e Declarações de Amor.[26]

A chegada de Marisa à Sony é considerado pelo crítico musical Mauro Ferreira da Globo, um movimento surpreendente da artista, pois hoje em dia não é preciso mais gravar álbuns com um selo fonográfico atrelado.[27]

2021: Portas

Depois de mais de dez anos sem lançar um álbum inédito, Marisa lançou em 1.º de julho o álbum Portas. O trabalho conta com composições de Nando Reis, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, e Seu Jorge, com o último também participando da faixa "Pra Melhorar", que encerra o disco. O álbum deveria ser lançado em 2020, mas o projeto foi adiado devido à pandemia da COVID-19. No processo de produção, as gravações aconteceram em encontros presenciais e virtuais.[28] A turnê do disco começaria em janeiro de 2022, mas sofreu um adiamento após Marisa contrair COVID-19,[29] abrindo em fevereiro no Espaço das Américas, em São Paulo.[30]

Vida pessoal

Marisa tem três irmãs: Lívia, Letícia e Carolina. Letícia foi casada com o produtor e diretor Luiz Buarque de Hollanda.[31]

Entre 1988 e 1990 namorou o cantor Nasi.[32] No início da carreira, no começo dos anos 1990, namorou o cantor e compositor Nando Reis.[33] O término do relacionamento, que durou poucos anos, inspirou a música "Resposta", que Nando compôs junto com Samuel Rosa, que gravou com sua banda Skank em 1998.[34][35]

De 1996 a 2001, Marisa se relacionou com o cantor e instrumentista Davi Moraes, que integrou a banda da cantora durante o período do relacionamento.[9][36]

Marisa foi casada com o músico Pedro Bernardes, e dessa união tiveram um filho, Mano Wladimir. Marisa também é mãe de Helena, de seu casamento com o empresário Diogo Pires Gonçalves, seu marido desde 2008.[37][38]

Discografia

Ver artigo principal: Discografia de Marisa Monte

Turnês

Prêmios e indicações

Grammy Latino

O prêmio Grammy Latino é realizado desde 2000, para homenagear os artistas da música da América Latina. Marisa Monte foi premiada em cinco oportunidades (incluindo uma com os Tribalistas).

AnoNomeaçãoCategoriaResultado
2000Tudo Azul[39]Melhor Álbum de Samba/PagodeIndicado
2001"Amor I Love You"Melhor Canção BrasileiraIndicado
Memórias, Crônicas e Declarações de AmorMelhor Álbum de Pop Contemporâneo BrasileiroVenceu
2003"Já Sei Namorar"Gravação do AnoIndicado
Melhor Canção BrasileiraIndicado
TribalistasÁlbum do AnoIndicado
Melhor Álbum de Música Popular BrasileiraVenceu
2006"O Bonde do Dom"Melhor Canção BrasileiraIndicado
Universo ao Meu RedorMelhor Álbum de Samba/PagodeVenceu
Infinito ParticularMelhor Álbum de Música Popular BrasileiraIndicado
2009"Não é Proibido"Melhor Canção BrasileiraIndicado
2012O Que Você Quer Saber de VerdadeMelhor Álbum de Música Popular BrasileiraIndicado
"Ainda Bem"Melhor Canção BrasileiraIndicado
2014Verdade, Uma IlusãoMelhor Álbum de Música Popular BrasileiraVenceu
2017"Noturna"[40]Melhor Canção BrasileiraIndicado
2018"Aliança"Melhor Canção BrasileiraIndicado
"Convite para Nascer de Novo"[41]Indicado
2022PortasMelhor Álbum de Música Popular BrasileiraIndicado
"Vento Sardo"Melhor Canção BrasileiraVenceu

Prêmio Tenco

Prêmio Tenco é um reconhecimento à carreira de artistas que deram suporte à canção autoral mundial. A cerimônia, promovida pelo Club Tenco, ocorre anualmente desde 1974 na cidade de San Remo na Itália. Na edição de 2021, Marisa Monte foi premiada na categoria "per cantautore", pelo conjunto de sua obra como cantora e compositora, tornando-se a primeira artista feminina brasileira a ser agraciada com tal honraria.

Monte apresentou-se na cerimônia de premiação na companhia de sua banda e do musicista vencedor do Óscar Jorge Drexler (pelo filme Diários de Motocicleta, de 2004, na categoria "Melhor Canção Original"), e que colaborou em seu álbum de estúdio Portas, de 2021.[42]

MTV Video Music Brasil

O prêmio MTV Video Music Brasil é realizado desde 1995, para homenagear os clipes lançados em cada ano. Marisa Monte ganhou no total oito VMB, incluindo Clipe do Ano.

AnoNomeaçãoCategoriaResultado
1995"Segue o Seco"Melhor Videoclipe do AnoVenceu
Melhor Videoclipe de MPBVenceu
Melhor DireçãoVenceu
Melhor EdiçãoVenceu
Melhor FotografiaVenceu
2000"Amor I Love You"Videoclipe do AnoIndicação
Melhor Videoclipe de MPBVenceu
Melhor Direção em VideoclipeIndicação
Melhor Direção de Arte em VideoclipeIndicação
Melhor Fotografia em VideoclipeIndicação
Marisa MonteMelhor Website de ArtistaVenceu
2001"O Que Me Importa"Melhor Videoclipe de MPBVenceu

Outros prêmios

AnoPrêmioCategoria
1989Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCARevelação Feminina
1990Troféu ImprensaMelhor cantora[43]
3º Prêmio Sharp de MúsicaRevelação Feminina MPB - Marisa Monte
1994Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCAMelhor disco do ano - Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão
Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCAMelhor compositora (junto com Carlinhos Brown e Nando Reis)
1996Troféu ImprensaMelhor cantora[44]
199710º Prêmio Sharp de MúsicaMelhor Cantora Pop Rock
1998Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor cantora
2001Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor cantora
Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor CD - Memórias, Crônicas e Declarações de Amor
2002Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCAMelhor CD - "Tribalistas"
Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor DVD - "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor"
2003Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor DVD de música - "Tribalistas"
Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor música - "Já Sei Namorar"
Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor CD - "Tribalistas"
Prêmio TIM de MúsicaMelhor Grupo MPB - "Tribalistas"
Prêmio OndasMelhor Grupo Latino - "Tribalistas"
Prêmio Austregésilo de Athaíde - Academia Brasileira de LetrasMelhor CD - "Tribalistas"
Prêmio Amigo - Indústria Fonográfica da EspanhaMelhor Álbum Latino - "Tribalistas"
Italian Music AwardsArtista Revelação - "Tribalistas"
FestivalbarPrêmio Internacional - "Tribalistas"
2006Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCAMelhor Artista de 2006
2007Prêmio TIM de Música BrasileiraMelhor Cantora Pop - "Infinito Particular"
Prêmio TIM de Música BrasileiraMelhor Cantora Samba - "Universo ao meu Redor"
Prêmio TIM de Música BrasileiraMelhor Cantora Voto Popular
2009Prêmio da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no BrasilMelhor Trilha Sonora - Marisa Monte por "O Mistério do Samba"
4 °Cineport - Festival de Cinema de Países de Língua PortuguesaMelhor Produção Não-ficcional - "O Mistério do Samba"
Grande Prêmio Vivo do Cinema BrasileiroMelhor Longa-metragem Documentário - "O Mistério do Samba"
Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor DVD - "Infinito ao Meu Redor"
Prêmio Multishow de Música BrasileiraMelhor Cantora
2012Prêmio da Música BrasileiraMelhor Cantora de Pop/rock/reggae/hip-hop/funk
2015Prêmio da Música BrasileiraMelhor Cantora de Pop/rock/reggae/hip-hop/funk
2018Melhores do Ano Guia FolhaMelhor Show Nacional (com Tribalistas)[45]

Comenda

Em 2014, Marisa Monte foi agraciada com a insígnia de Comendadora na Ordem do Mérito Cultural.





CRONICA - NINA HAGEN BAND | Unbehagen (1979)

O primeiro álbum da Nina Hagen Band teve seu pequeno efeito, traduzindo-se em ótimas vendas na Alemanha e genuína adulação no meio da contracultura. No entanto, quando chega a hora de gravar um sucessor, nada acontece, as relações entre a cantora e seu grupo são execráveis. O ego dos músicos suporta bastante que apenas Nina está sob os holofotes. Ao mesmo tempo, dado o nome do grupo, eles deveriam saber. Eles também o criticam por seguir sozinho em projetos paralelos (cinema, performances). Isso toma tais proporções que parece que as duas facções gravaram seus jogos separadamente. Se eles não tivessem um contrato para gravar um segundo álbum, é até possível que Unbehagen(desconforto em alemão, título das circunstâncias) nunca teria visto a luz do dia.

E isso teria sido uma pena! Para nós, claro, mas também para o grupo que vai com “African Reggae”, que abre o álbum, experimentar o seu primeiro – e único – sucesso internacional. O nome fala por si, é um Reggae. Africano, não sei, mas certamente fascinante. A produção é enorme, com reverberação na medida certa, e homenageia perfeitamente o talento dos músicos. Neste tapete luxuriante e confortável, Nina arrota, vocaliza, yodeles, em suma, faz seu Hagen das grandes noites. "Alptraum" volta ao Rock com a guitarra afiada de Bernhard Potschka para um mid-tempo bem agradável com uma Nina bem iluminada como a gente gosta. Não é o mais memorável do grupo, mas o suficiente para nos manter felizes. Assim como eles adaptaram um título de The Tubes para o alemão, eles fazem o mesmo com uma das cantoras americanas Lene Lovich com quem Nina simpatizava. E “Lucky Number” torna-se assim “Wir leben immer… noch”, um Rock cativante que já mostra a influência da então nascente New Wave.

Encontramos então uma versão ao vivo de “Wenn Ich Ein Junge Wär”, uma canção alemã dos anos 60 que mantém o seu lado inocente e retro rock, cujo interesse é sem dúvida preencher o álbum. A excelente "Herrmann Hiess Er" é sem dúvida o outro destaque de UnbehagenDepois de uma introdução misteriosa, é um Rock furioso e cativante que nos é oferecido e onde cada um está no seu lugar. Um título que o grupo já executava antes de seu afastamento e isso é entendido pela falta de conexão de outras peças do álbum. Rock 'n' Roll com molho Post-Punk, "Auf'm Rummel" está em total consonância com os títulos mais mordazes do primeiro álbum, ainda que lhe falte um bocadinho para ser tão cativante como um “Rangehn”. Punk impulsionado, "Wau Wau" é ainda mais louco do que o habitual com seus ruídos de animais e Nina que pensa que é uma Minnie Mouse possuída. Paródia do rock adolescente do início dos anos 60, "Fall in Love mit Mir" oscila entre a farsa e a abordagem artística, mas a performance do grupo é mais uma vez irrepreensível. Terminamos com "No Way",

Se fica um pouco abaixo do primeiro álbum pelas circunstâncias (sentimos as duas partes nem sempre em osmose), Unbehagenpermanece altamente recomendável para os fãs de Barred Rock e é um dos sucessos da carreira muito irregular de Nina Hagen. Inquestionavelmente, é lamentável que a relação entre a cantora e seus músicos tenha se deteriorado. Por um lado porque o álbum teria sido reforçado com mais títulos do nível de "African Reggae" e "Herrmann hiess er", por outro porque os quatro músicos do grupo eram excelentes intérpretes e compositores muito convincentes, algo que Nina álbuns posteriores muitas vezes faltariam. O álbum é apesar de tudo um sucesso ainda maior que o anterior, levado pelo seu single, e ofereceu a Nina a carreira internacional que conhecemos. Quanto aos outros, continuaram a aventura sob o nome de Spliff que viria a produzir vários discos na primeira metade dos anos 80.

Títulos:
1. African Reggae
2. Alptraum
3. Wir leben immer… noch (Lucky Number)
4. Wenn ich ein Junge wär
5. Herrmann hiess er
6. Auf'm Rummel
7. Wau Wau
8. Fall in Love mit mir
9 .No Way

Músicos:
Nina Hagen: Vocais
Bernhard Potschka: Guitarra
Reinhold Heil: Teclados
Manfred Praeker: Baixo
Herwig Mitteregger: Bateria

Produção: Tom Muller, Ralf Nowy e Nina Hagen Band



 

Resenha: "Another Place" de Edenya, o novo álbum da dupla francesa de rock progressivo atmosférico (2023)

 


Agora formado como um duo, Edenya vem até nós de Montgeron, França. Como toda banda, sua formação sofreu mudanças ao longo desses 6 anos de carreira, mas atualmente são formados por Marco (guitarras, sintetizadores, piano e produção ) e Clélia Lenoble (voz e backing vocals). Edenya tem um EP e dois álbuns em seu currículo, sendo “Another Place” o segundo. Chama a atenção o fato de o álbum ter sido nomeado exatamente como a última música de seu EP "Edenya"

, do ano de 2017. Com um total de 10 temas com a duração de 51:37 minutos, é um álbum com uma variedade de sonoridades que vão desde o atmosférico, passando pelo pós-rock e folk. Está disponível a partir de 13 de janeiro na gravadora M&O e nas plataformas digitais. 

A viagem musical começa com “Impossible Meeting”, uma faixa instrumental com uma bela guitarra acústica à qual se juntam mais cordas com violinos e belas harmonias vocais com uma voz que quase descreveria como “sereia”. Todos os elementos proporcionam uma sensação muito relaxante e pacífica.

Com as primeiras notas da guitarra elétrica de Marco e as batidas da bateria de Julien Perderau (músico convidado), “Somewhere in my dreams” começa.e então ouve-se a voz de Clélia, agora cantando alguns versos sobre a esperança e a ilusão de encontrar aquele amor que muitos consideram ser "uma alma gêmea". Ele fala do ponto de vista de um homem ou de uma mulher, ele é intercambiável, o importante é que ele tenha um tom jubiloso e muito sonhador, claramente.  “Em algum lugar nos meus sonhos. Em algum lugar do meu coração. Em algum lugar da noite. Procurando os sinais. Sempre que eu sonho Sempre que eu durmo Estou ansioso por este encontro. Você e eu. Quando vamos nos encontrar? Um rei para uma rainha. você existe? Na realidade? Quando vou tocar em você? Anseio por ti."

Isso me lembra um pouco a música de “Precious Illusions” de Alanis Morissette ,(As gerações mais novas podem não saber, então procurem se tiverem curiosidade)  por causa do tema e do vídeo, que é sobre um romance idílico. A voz de Clélia tem um timbre lindo, e junto com a guitarra e a bateria dão um ar de pop-rock que resulta numa música muito bonita.

Continuando para o terceiro tema com “A Árvore”,Ouço alguns teclados e uma guitarra produzindo um som que soa um pouco como um loop e a voz de Lenoble canta sobre um homem que dorme sentado na sombra de uma árvore enquanto as folhas caem e sonha com uma canção, tempos nostálgicos, voltando a um tempo onde ele era feliz. A atmosfera desta faixa é perfeita para evocar isso: os sintetizadores e a voz que sobe para um agudo que desaparece pouco antes dos sons doces dos sintetizadores, como uma flauta e uma harpa.

Até este ponto, antes da quarta música, estou convencido de que este será o tom do álbum e estou pronto para ouvir o que vem a seguir. Sempre fico um pouco surpreso quando não ouço bandas cantando em sua língua nativa, mas esperava algo alcestesco e Clélia cantando em francês.


Não podia estar mais longe daquela tranquilidade nostálgica que já me fez beber um delicioso café enquanto relaxava no sofá se arrisca com o tema disruptivo de "Inside your walls"começa com o baixo e a bateria de Julien para dar lugar à voz de Clélia. Soa como um baixo no início, seguido por perseguições e a voz doce. Esta música é a mais longa do álbum com duração de mais de 9 minutos. À medida que avança e ouço a letra, percebo as mudanças que tem porque fala daquilo que soa como uma despersonalização num indivíduo que, por um lado, se desculpa por ter esquecido o "outro", enquanto este "outro" que por outro lado, meu entendimento nada mais é do que sua parte oposta, afirma que ele esqueceu seu nome e não reconhece seu amigo, portanto há uma luta interna sobre o que ele realmente sente. Mas o conflito é certo e tudo se desenrola uma após a outra: “Você é um mentiroso, um traidor. A liar, a traitor” e então vem um super solo de guitarra de rock progressivo. Que bela execução do Marco e que grande sonoridade para romper com essa linha que o álbum carregou até agora. Parece que você está ouvindo outra banda com esse solo. E Julien não fica atrás, entregando exatamente a mesma potência nas percussões. Então o violão soa e a doce voz de Clélia volta com a contraparte que quer se desculpar com a amiga esquecida. Sua harmonia vocal evoca sentimentos de tristeza e implorando por perdão. Para complementar vem a dupla infalível de violino e piano. E para encerrar, Mario e Julien voltam com seus respectivos instrumentos. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. Parece que você está ouvindo outra banda com esse solo. E Julien não fica atrás, entregando exatamente a mesma potência nas percussões. Então o violão soa e a doce voz de Clélia volta com a contraparte que quer se desculpar com a amiga esquecida. Sua harmonia vocal evoca sentimentos de tristeza e implorando por perdão. Para complementar vem a dupla infalível de violino e piano. E para encerrar, Mario e Julien voltam com seus respectivos instrumentos. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. Parece que você está ouvindo outra banda com esse solo. E Julien não fica atrás, entregando exatamente a mesma potência nas percussões. Então o violão soa e a doce voz de Clélia volta com a contraparte que quer se desculpar com a amiga esquecida. Sua harmonia vocal evoca sentimentos de tristeza e implorando por perdão. Para complementar vem a dupla infalível de violino e piano. E para encerrar, Mario e Julien voltam com seus respectivos instrumentos. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. Então o violão soa e a doce voz de Clélia volta com a contraparte que quer se desculpar com a amiga esquecida. Sua harmonia vocal evoca sentimentos de tristeza e implorando por perdão. Para complementar vem a dupla infalível de violino e piano. E para encerrar, Mario e Julien voltam com seus respectivos instrumentos. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. Então o violão soa e a doce voz de Clélia volta com a contraparte que quer se desculpar com a amiga esquecida. Sua harmonia vocal evoca sentimentos de tristeza e implorando por perdão. Para complementar vem a dupla infalível de violino e piano. E para encerrar, Mario e Julien voltam com seus respectivos instrumentos. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. A guitarra parece ocupar o centro do palco com essas notas quase no final. Maravilhoso, do início ao fim. Antecipo que será um dos favoritos de quem ouvir esta obra. 

E como depois de toda tempestade, a calma volta com a quinta música de “I Hope”.  Um belo violão e teclados carregam a melodia enquanto as falas de Clélia contam sobre a perda de um ente querido e a esperança de acreditar que estão no céu. E é aqui que esta autora sente o coração partido por se lembrar de uma amiga que partiu há uns anos e de quem sinto saudades todos os dias. Um consolo para a mente é como eu o descreveria. Aqui está o link do vídeo oficial: 


“Garden” é uma peça instrumental curta com um piano e cordas calmos, muito atmosférico e melancólico, perfeito para ler um trecho do seu livro favorito ou assistir ao pôr do sol.

A sétima música, "Another Place",Começa com os teclados e alguns sons ambientes lentos. A voz de Lenoble, aquela voz que às vezes é hipnotizante, oferece alguns vibratos agradáveis ​​enquanto ele canta o que soa como uma resposta a “I Hope”. Nesta música, eles falam sobre palavras de encorajamento para um ente querido que fica para trás: “Aceite o fim, você tem que ceder. Você tem que me deixar ir." Que direito eles acham que têm de apertar meu coração de novo? Permito apenas porque a guitarra elétrica já está tocando e os vocais são mais fortes em um crescendo a par da guitarra de Mario, enquanto a bateria e os sintetizadores fornecem o suporte perfeito. Apesar de ter gostado da voz da Clélia ao longo de todo o álbum, acho que entre os graves e a forma como canta os agudos, a sua voz destaca-se neste.

"O abrigo"
abertura com guitarra elétrica e teclados. Nisso a voz tem um pouco mais de efeito que a faz ressoar mais como um eco. A letra parece perder o fio com os temas anteriores, pois fala sobre buscar refúgio dos horrores do mundo porque "Os demônios estão perto da porta". Isso me faz pensar na guerra que estamos vivendo este ano. E para intensificar a aura da música, a percussão e a guitarra explodem novamente num som bem prog rock, um bom riff e umas batidas bem ritmadas, depois um baixo discreto irrompe e todos juntos, inclusive a voz, escalam para um tom mais som estridente e saturado que intensifica o terror e o desespero. Mais uma vez, Marco destaca o quão bem ele toca seu instrumento e o quanto ele certamente gosta de soar assim. 

A penúltima música de “The Other Side” abre com um violão e uma letra que fala sobre o cansaço e a sensação de que você está sonhando acordado, sem ter certeza de que está aqui. Mas aqui, quase no meio da música, tem uma sonoridade bem diferente das anteriores tanto e é uma grata surpresa: alguns teclados que soam como um solo de saxofone, enquanto a guitarra oferece sons deliciosos bem do Oriente Médio e a bateria ele faz seu lance para fortalecer essa passagem que culmina com um solo e algumas notas bem rápidas que vão sumindo aos poucos.

Me deixar ir
marca o encerramento com algumas letras sinceras sobre o adeus final e a tristeza que vem com o abandono de quem amamos. Toda a atmosfera só é intensificada pela guitarra elétrica, os teclados e todos os sons atmosféricos que enchem os ouvidos enquanto a melancólica sereia Clélia canta “Deixe-me ir. Confie em mim. Eu vou continuar. Minha alma viverá." Haverá um final melhor para este álbum? Não acredito.

“Another Place” é uma jornada bastante emocional do começo ao fim. Pessoalmente, acho que é um disco que parece conectado em todos os aspectos e que todos os seus elementos são coerentes. Cada uma de suas canções evoca emoções e talvez até memórias em cada um que as ouve. É um álbum que vai fazer você sonhar acordado e dar consolo quando você precisar se refugiar em melodias que tocam aquelas partes sensíveis do seu ser, porque todos nós podemos nos relacionar com o amor, a perda e a angústia tão inerentes à nossa bela condição humana. 
Para os fãs de: Iamthemorning, Anneke Van Giersbergen, Lunatic Soul, Enya.

Edenya são:
Marco: Guitarras, sintetizadores, piano, produção

Clélia Lenoble: Vocais e backing vocals

Músicos convidados:

Julien Perdereau: baixo e bateria

Juliette Carradec: violinoSophie Clavier: backing vocals na música 5 

Resenha: "Traders Of Truth" de Kong, a fascinante banda holandesa que combina prog instrumental com música industrial e eletrônica (2023)

 


Kong, banda de rock industrial progressivo e metal de Amsterdã, já lançou em 2023, seu nono álbum de estúdio chamado “Traders of Truth”. Ela é conhecida por criar uma mistura vanguardista de rock, eletrônico e industrial. Quase toda a sua música de Kong é instrumental, e os únicos vocais são uma mistura eclética de samples. Como característica própria, ele adota uma abordagem quadrofônica em seus shows: as apresentações ao vivo são tocadas em uma configuração quadrifônica, com cada membro da banda tendo seu próprio palco independente e sistema de PA. A ideia da configuração quadrifônica ao vivo surgiu de um de seus primeiros shows. Na noite de abertura de uma exposição de arte em uma casa de banho ocupada em Amsterdã, havia muito pouco espaço para a banda tocar junto, então cada membro da banda estava em um canto diferente da sala, com seu próprio palco e sistema de som. Acabou sendo um arranjo mais do que interessante e criou uma experiência estranha para o público. Eles seguiram a mesma abordagem para seu próximo show no Melkweg em Amsterdã, e gradualmente o layout de quatro palcos se tornou uma das características mais reconhecíveis deles.


Um anúncio bem distorcido de “Radiance” inicia-nos nesta viagem contundente, imediatamente atormentada por bons grooves e dissonâncias. Um ar de suspense nos intercepta para respirar um pouco, mas as texturas se entrelaçam sem muita espera para recomeçar com peso. A bateria mantém um bom ritmo, e uma atmosfera poderosa é alcançada a cada riff apresentado. Assim, sem maiores intervenções, temos “Hit That Red” , que nos arrebata com um andamento um pouco mais animado. As polifonias se cruzam, formando construções musicais difíceis de assimilar por alguns momentos, mas o ouvido consegue se adaptar conforme os compassos vão passando. Aqui há ritmos suportáveis ​​bem batidos para que o gênero fique bem definido. “Fringing”leva tempo para começar, com uma série de sequências convincentes que desenvolve seu potencial. Ele se eleva a um grande potencial e intensidade. As trocas estruturais o tornam interessante, e é uma jornada cheia de surpresas. "Rök" já tem desde a sua entrada, um baixo melódico e ajustado a sucessões sonoras bem selecionadas. O riff de guitarra dá-lhe aquela força necessária para que mais dispositivos sejam adicionados a esta vertiginosa série de ideias consonantais. É um turbilhão imensamente criativo que desdobra toda a sua energia em eufonias sobrepostas onde a percussão conduz a base principal. 


“Mirrorizon” parece mudar um pouco o estilo, porém seu ímpeto é praticamente o mesmo. São liberadas múltiplas células melódicas e harmônicas que transitam sob vários sons sintetizados. Tudo isso, até definhar rumo ao seu inevitável fim, conectando-se com “Glasslands” , que começa de forma experimental e misteriosa. O andamento inevitavelmente cai, e um após o outro, os arpejos são adicionados, sempre mantendo o premeditado clima de laboratório. Cadeias pouco inspiradas são cruzadas, mas laboriosamente separadas. Agora, com um pouco mais de veemência, "Estripador" nos é exposto., que altera o modo tonal e as harmonias. Após o baixo introdutório, a guitarra toma as rédeas com a percussão assídua, e atrai todas as atenções possíveis. É uma fusão de passagens bem formadas e precisas umas com as outras. “Chaos as Las” parece ter a mesma dinâmica, aparece com vigor e não se limita a se expressar livremente entre todas as suas atmosferas. É uma pintura com vários matizes solícitos, e nos surpreende em meio a tanto delírio, um solo sólido e suculento, para nos levar inevitavelmente à conclusão. 


Em “Stray Marks” é possível apreciar uma certa chuva de imagens que se movem sem cessar. Atinge deliberadamente, a mente, desde o tímpano, até a vibração do corpo. É uma infinidade de caminhos rumo ao desconhecido e baluartes certos que só se ouvem nestes pouco mais de quatro minutos. "Flat Earth Sobriety" como a penúltima faixa, lentamente se apresenta a nós, à medida que avança, o baixo se mistura com variantes sonoras. Ao fundo, destacam-se algumas frases que lhe conferem qualidades diversas. Ele se sente conectado com “Destressed & Unrestricted”imediatamente, quase sem fôlego. O resultado desta portentosa e substancial obra já está previsto nos primeiros minutos. Desdobra-se com habilidade e uma montagem muito natural. Os sintetizadores de fundo são percebidos com delicadeza, e uma furtividade contínua transcende os arpejos e riffs até chegar ao último estágio de tudo.

Conclui-se definitivamente que se trata de um trabalho excepcional, com a formação atual de Tijs Keverkamp e David Kox nas guitarras, Mark Drillich no baixo e Oscar Alblas na bateria. Eles mantiveram sua essência inicial e, talvez sem a intenção de se mudar para outro lugar por gosto ou paixão, voltaram a produzir arte autêntica. Embora alguns digam que não, a arte ainda pode ser vendida e continuar fazendo sucesso, além de querer repetir certas fórmulas. Inevitavelmente nove anos se passaram, e todo esse tempo ele manteve a banda com algum material inédito com sua originalidade e particularidade únicas em suas mãos, hoje entre nós, claro. O álbum é bem equilibrado, com algumas partes mais calmas quando necessário, e um pouco mais de foco no eletrônico ou psicodélico. Apesar da consistência estilística, os temas tornam-se variados e diferentes. Uma joia.

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