terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O baterista que Eddie Van Halen disse ser um dos melhores


 Além de ter aulas de piano quando jovem, por incentivo do pai, que também era músico, Eddie Van Halen começou a tocar bateria e seu irmão mais velho, Alex, guitarra. Mas os dois finalmente perceberam que seriam muito melhores se trocassem os instrumentos. O resto da história é bem conhecido, já que Eddie mudou o rumo da guitarra. Ele mostrou ao mundo que havia muito mais que poderia ser feito com o instrumento.

Embora Eddie não tenha tocado com muitos outros artistas ou bandas durante sua carreira, porque o grupo tinha uma política rígida de focar apenas em seu próprio material na maior parte do tempo, ele estava sempre prestando atenção e saindo com outros grupos. Ele até disse uma vez quem era um dos melhores bateristas do mundo em sua opinião.

O baterista que Eddie Van Halen disse ser um dos melhores

Além de ser conhecido por suas incríveis habilidades na guitarra e composição, Eddie Van Halen também é lembrado como um cara muito legal, que sempre tinha um grande sorriso no rosto. Embora tenha sido descrito como uma pessoa tímida, teve a oportunidade de fazer muitos bons amigos ao longo de sua carreira. Um deles foi o guitarrista do Toto Steve Lukather e a amizade o aproximou dos integrantes do Toto. Conheceu o baterista Jeff Porcaro , que disse que em sua opinião era um dos melhores do mundo, chamando-o também de "mestre do groove".

Porcaro faleceu em 1992, aos 38 anos, vítima de um problema cardíaco. Mas sua morte também é creditada ao fato de ele ter passado mal após borrifar inseticida no quintal de sua casa. No mesmo ano, seus companheiros de banda prepararam um show-tributo. Teve artistas com quem Porcaro tocou durante sua carreira, já que ele também era um talentoso baterista de estúdio.

Um dos artistas convidados foi Eddie Van Halen e durante a coletiva de divulgação do show, elogiou o saudoso baterista. (Transcrito por Rock and Roll Garage) “Bem, para mim ele foi definitivamente um dos melhores bateristas do mundo. (Ele era) definitivamente o mestre do groove e vamos lá, você tem que fazer uma homenagem a um gato como esse. Ele era muito pesado, você sabe. É por isso que estou aqui e ele era um amigo”, disse Eddie Van Halen.

Durante esse show, Eddie Van Halen apareceu e tocou três músicas com a banda. Eram “Fire” de Jimi Hendrix, “Ain't Talkin' 'Bout Love” do Van Halen e “Hold The Line” de Toto.

O Van Halen disse que Toto era “provavelmente o melhor músico coletivamente em qualquer banda”.


Não muito depois de seu falecimento, em entrevista à revista Guitar FTPM em 1993, quando Eddie e Lukather se entrevistaram. Durante a conversa o guitarrista holandês-americano elogiou Porcaro.

“Sério, cara, eu nunca vi uma banda tocar tão firme quanto vocês. Você, Paich , o Porcaros. Descanse em paz, Jeff – somos provavelmente os melhores músicos de qualquer banda. Vocês ganharam uns oito Grammys em um ano! Por que a imprensa te deu essa merda? Eddie Van Halen disse.

Porcaro foi curiosamente o baterista do “Beat It” de Michael Jackson . Além de seu colega de banda Steve Lukather, a faixa também contou com o solo de guitarra de Eddie Van Halen.

O incrível trabalho como baterista de sessão

Jeff Porcaro nasceu em 1954 em Hartford, Connecticut, em uma família que tinha vários músicos. Ele iniciou sua carreira musical em 1971 como músico de estúdio. Ele gravou com muitos artistas incríveis como Steely Dan , Hall & Oates, Pink Floyd , Peter Frampton , Bee Gees e muitos mais.

Assim como Jimmy Page , por exemplo, Porcaro também se tornou um músico estabelecido antes de se tornar famoso como membro de uma banda. Durante sua carreira ele trabalhou em centenas de álbuns e tocou em milhares de sessões.

Ele também foi, claro, uma parte fundamental do sucesso do Toto e isso é inegável quando, por exemplo, é tocado o maior sucesso da banda “África”. Ele foi um membro fundador da banda e tocou em todos os seus álbuns até falecer. “Kingdom of Desire”, seu último álbum com eles, foi lançado em 1992, mesmo ano em que ele faleceu. Curiosamente, Toto tinha muitos outros parentes de Jeff, como Steve Porcaro (sintetizadores, teclados), Mike Porcaro (baixo) e Joe Porcaro (percussão).

Toto é uma das bandas americanas de maior sucesso de todos os tempos e já vendeu uma quantidade estimada de mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Recentemente, eles alcançaram mais de 1 bilhão de streams de seu hit “África” no Spotify.

"Raise!" (ARC/Columbia,1981), Earth, Wind & Fire

 


O álbum Faces do Earth, Wind & Fire, lançado em 1980, recebeu críticas desfavoráveis da imprensa e do público devido a várias razões. As mudanças nas tendências musicais, a saída de membros-chave da banda e comparações com trabalhos anteriores contribuíram para a insatisfação. Muitos críticos viram esse álbum como um trabalho repetitivo e menos inovador. Embora tenha conquistado vendas respeitáveis, Faces não atingiu o sucesso dos álbuns anteriores da banda. Apesar disso, o Earth, Wind & Fire continuou a evoluir e se adaptar, mantendo sua influência duradoura na música.

Após o lançamento de Faces em 1980, a pressão estava sobre eles para criar algo que revitalizasse sua sonoridade característica. Foi nesse contexto que a banda lançou Raise!, um álbum que se tornaria um marco na história do funk e R&B.

Raise! foi gravado em um momento de transformação para a Earth, Wind & Fire. A banda estava passando por mudanças em sua formação, com a saída de alguns membros-chave. No entanto, o líder Maurice White estava determinado a manter a chama acesa e continuou a buscar a excelência musical que a banda sempre representou. A gravação do álbum foi um processo desafiador, mas frutífero, com Maurice White desempenhando um papel significativo na produção e arranjos.

O álbum começa com os vocais robóticos abrindo a faixa "Let's Groove", a mais importante do álbum e um dos maiores sucessos da carreira do Earth, Wind & Fire. A música traz elementos de pós-disco, pop, funk. Além dos efeitos robóticos vocais, a música incorporam tam bém sintetizadores, instrumentos que se mostrarão presentes ao longo da faixa. "Let's Groove" reflete muito bem o momento em que a banda passava, um processo de transformação musical, uma transição da decadente disco music com a chegada de um nova década, que trazia novas tendências dentro cenário da música pop.

"Lady Sun" mantém o alto astral da faixa anterior. É um funk contagiante, com um balanço irresistível e que traz versos dotados de romantismo, onde eu lírico vê a mulher que ama como um sol radiante, que lhe apresentou o amor e trouxe alegria para a sua vida. As harmonizações vocais e o naipe de metais são um espetáculo à parte nesta música, o que só comprova o alto nível musical do Earth Wind & Fire. 

Earth, Wind & Fire no auge da carreira.


A faixa seguinte, "My Love", começa com uma conotação jazzística por causa dos naipes de metais, mas depois a canção toma um caminho mais voltado para uma balada romântica, dotado de arranjos muito sofisticados. Vozes masculinas e femininas se revezam, mas é Maurice White, vocalsta do Earth, Wind & Fire, que canta os versos sobre sobre amor e reconciliação de casal após um período de separação. 

Otimismo e superação são temas presentes nas canções do Earth, Wind & Fire. A letra de "Evolution Orange", faixa que fecha o lado A do disco, e que traz mensagens de autoconfiança, evolução e paciência. Ressalta a importância do indivíduo acreditar no seu potencial, ter confiança em si mesmo, ter paciência para assim alcançar os seus objetivos. "Evolution Orange" é uma música dançante, impulsionada por uma bateria reta, e sintetizadores dividindo espaço com o naipe de metais. 

O lado 2 de Raise! abre com uma vinheta, "Kalimba Tree", faixa curtíssima, de pouco mais de 25 segundos. Trata-se de um vinheta eletrônica dominada por sintetizadores e bateria eletrônica programada, e que prepara caminho para a faixa seguinte, "You Are Winner", um funk envolvente, dançante, mas que em determinado trecho, riffs de guitarras roqueiras invadem a música e surpreendem o ouvinte A letra traz uma mensagem em seus versos de autoconfiança e superação de obstáculos. 

"I've Had Enough" é um funk cheio de balanço onde umoutro vocalista da banda, Philip Bailey, com o seu famoso falsete, canta versos que tratam sobre frustração, desejo de escaparade pressão e rotina. O romantismo retorna com a balada "Wanna Be With You", em que o eu lírico revela que após encontrar a mulher de sua vida, a sua existência passou ater um sentido. 

Arte gráfica na área interna da capa dupla de "Raise"

O álbum termina com o embalo de "The Changing Times", faixa onde o Earth, Wind & Fire flerta com o pop rock ao explorar mais as guitarras, seja através de riffs intensos ou de solos mais distorcidos na reta final da música. A letra de "The Changing Times" nos alerta que devemos estar preparados para as mudanças nas nossas vidas: "Vida tem tanto para lhe mostrar / Você deve estar pronto para o novo". 

Lançado em 14 de novembro de 1981, Raise! não decepcionou comercialmente. O álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias nos Estados Unidos e alcançou o 11º lugar na parada de álbuns da Billboard. Foi um retorno triunfante para a banda, que demonstrou que ainda tinha muito a oferecer.

Em comparação com seu álbum anterior, Raise! trouxe uma energia renovada à banda Earth, Wind & Fire. Faces havia sido um álbum mais introspectivo, explorando temas pessoais, enquanto Raise! voltou-se para o som característico da banda, repleto de ritmo e brilho.

O single de "Let's Groove", alcançou o 1° na parada Billboard Hot Soul Songs e o 3° lugar na parada Billboard Hot 100, e vendeu mais de 1 milhão de cópias nos Estados Unidos. Raise! rendeu ainda mais dois singles, "Wanna Be with You" e "I've Had Enough". 

A crítica musical recebeu Raise! foi positiva. Os críticos elogiaram a fusão contagiante de funk, R&B e elementos de música pop, que definiu o som distintivo da Earth, Wind & Fire. As letras das músicas, muitas vezes carregadas de mensagens espirituais e otimistas, também foram bem recebidas. Com mais de 1 milhão de cópias vendida no mercado americano, Raise! foi aclamado pela crítica, o que comprova que a banda conseguiu superar a má impressão deixada por Faces.

Faixas

Lado 1

  1. "Let's Groove" (Wayne Vaughn - Maurice White)
  2. "Lady Sun" (Bernard "Beloyd" Taylor)
  3. "My Love" (Wayne Vaughn - Maurice White)
  4. "Evolution Orange" (David Foster - Nan O'Byrne - M. White)

Lado 2

  1. "Kalimba Tree" (Maurice White - Verdine White - Jerry Hey)
  2. "You Are a Winner" (Beloyd Taylor)
  3. "I've Had Enough" (Philip Bailey - Greg Phillinganes - Brenda Russell)
  4. "Wanna Be with You" (Wayne Vaughn - Maurice White)
  5. "The Changing Times" (Beloyd Taylor - Wayne Vaughn - Maurice White)

Earth, Wind & Fire
Maurice White – vocais principais, backing vocals, kalimba, bateria
Philip Bailey – vocais principais, vocais de fundo, percussão
Verdine White – baixo, vocais de fundo adicionais
Larry Dunn – teclados, piano, sintetizador, programação de sintetizador
Fred White – bateria, percussão
Ralph Johnson – bateria, percussão, vocais de fundo adicionais
Roland Bautista – guitarra
Johnny Graham – guitarra
Andrew Woolfolk – saxofone tenor

Ouça na íntegra o álbum Raise!


Confira videoclipe original
do álbum Raise!

+ MÚSICA PORTUGUESA: Ouve aqui as novidades dos VELHA CONDESSA, JOSÉ CAMILO & SEUS CÚMPLICES, RITA DIAS E RÖ, MADALENA PALMEIRIM COM JOHN D'BRAVA, RAFA., BOÉMIA, JOANA ALMEIDA e HELENA CASPURRO

 

Novo disco homónimo da banda Velha Condessa sai no dia 19 de janeiro. Inspirados por diversos movimentos musicais, desde a estética do Rock Progressivo dos anos 70 até ao Rock Português dos anos 90, a sonoridade da banda combina elementos mais tradicionais do rock com traços progressivos e experimentais. As composições pretendem transmitir histórias inspiradas em experiências do quotidiano, narrativas cinematográficas e mitológicas. O álbum foi gravado em Sintra nos estúdios Blacksheep entre novembro e dezembro de 2022, sob a orientação de Carlos BB e Francisco Dias Pereira, misturado também por Francisco Dias Pereira e masterizado por Guilherme Gonçalves.

 

 

Depois do lançamento do tema “Sangue Beirão, Faca no Coração”, José Camilo & Seus Cúmplices acabam de disponibilizar “Turismo”, segundo single de antecipação ao seu futuro disco agendado para 2024 e com selo da editora Brava Marítima. “Turismo” é o segundo single retirado deste próximo álbum, sendo a faixa em que José Camilo & Seus Cúmplices mostram ao que vêm - se o primeiro single soava a um turbilhão no mar, “Turismo”, soa a rock alternativo clássico em formato canção pop e cheia de ganchos que nos agarram logo à primeira audição. “Há aqui ecos de rock português antigo de lírica cuidada e riffs bem esgalhados, com arranjos cheios de detalhe, com enfoque para os sons de teclado e para os coros femininos” - sublinha a editora Brava Marítima sobre o novo trabalho de José Camilo, acrescentando que “todos os dias são perfeitos e estamos todos fartos de fazer turismo à beira de um abismo”.

 

 

A canção "Maria Rita" é uma viagem desde o momento da sua criação. Uma viagem de dentro para fora, que existe e permanece pela repetição, como se a dor e a lucidez se diluíssem quando se sentem mais vezes, quando se conhecem. É a possibilidade de se sentir sem medo e com amparo. As palavras não falam sozinhas. Fazem uma declaração de resistência em cada passo que julgamos dar para trás. Maria do Rosário Pereira (Rö) e Rita Dias são duas mulheres de universos musicais diferentes, que nesta canção se fundem pela vontade, pela cumplicidade, pela libertação, pelo amor nos seus sentidos lato e estrito. Coabitam o inglês e o português, a mística eletrónica e a densidade do fado, a espontaneidade e o detalhe. Juntaram-se, também no nome, e hoje são "Maria Rita". Chamaram o Graciano Caldeira (ukulele), o Diogo Mendes (guitarra portuguesa de Coimbra), o Iuri Oliveira (percussão) e o Ricardo Fialho (produção) para vestirem uma canção que nasceu numa jam caseira, entre lágrimas e silêncio, junto à lareira, com o ukelele da Rita e o microfone com efeitos da Maria. Em 9 meses, de março a novembro de 2023, foi a simplicidade e a realidade que guiaram Maria e Rita no processo de gravação, produção e concepção do vídeo, concretizado com a edição de Joana Linda, com imagens de uma viagem concreta feita pela Costa Vicentina no verão de 2023.

 

 

Durante a pandemia, quando tudo parou, Madalena Palmeirim fugiu Atlântico fora com o seu cavaquinho e cercou-se entre o mar-a-toda-a-volta e as montanhas-cima-abaixo na ilha de São Vicente, onde recuperou a respiração, a canção. Começava a preparar o seu 2º disco Morna mansa quando conheceu John D’Brava, nesta que era uma das suas muitas ilhas. E foi num desvio, enquanto trocavam coisas de lá com coisas de cá, que compuseram “É bô”, sem sequer se darem conta disso. Não fora o acaso, feito arquivista, lembrar-se de um registo que regressou no bolso, de avião, talvez esta canção lhes tivesse escapado entre os dedos que tocavam aquelas cordas mornas: o John D’Brava na guitarra; a Madalena Palmeirim no cavaquinho; e as suas vozes num passo trocado, entre o crioulo e o português. Vinda da errância, do desvio, “É bô” avança agora como 1º single deste álbum, gravada ao vivo no estúdio Vale de Lobos pela Suse Ribeiro.

 

 

Uma canção que surge durante o concurso musical “MÚSICA JÁ”, amadrinhado pela cantora Aurea, do qual rafa. foi consagrado vencedor ao apresentar “voa.” ao vivo nas Festas da Moita. Depois do seu single de estreia, “a gente canta.”, rafa. apresenta uma canção mais calma mas com a mesma intenção de passar uma mensagem. “Voa, salta do ninho, não tenhas medo do caminho”, é a frase que inicia o refrão para nos levar a acreditar em nós e na força que cada um tem dentro de si. "voa.", segundo single de rafa., com uma sonoridade Pop Ligeiro, escrita pelo próprio, composta em conjunto com Francisco Mascarenhas e o produtor Tom Oakley. Inspirado pela mudança drástica da sua vida no último ano, rafa. canta que “somos ensinados a viver, mas obrigados a sobreviver”, dando voz e força a todos aqueles que querem arriscar de forma a ultrapassar “o medo que é persistente e domina toda a gente”. “Dei por mim num concurso de música, acompanhado por mais 20 pessoas que partilhavam o mesmo sonho que eu, a música. Estávamos todos sentados a ouvir como se conquista um sonho, a teoria, as regras para vingar na música… reparei que chegávamos, ouvíamos e no dia seguinte havia mais. Senti que tinha de criar algo do que estava a ouvir, criei a “voa.”. Acabou por ser a canção que apresentei na final do concurso. Foi tão bom ouvir a Áurea anunciar o meu nome como vencedor, foi um empurrão para começar a arriscar mais na minha arte.”

 

 

“Com Passaporte de Coelho” é um tema que fala de emigração, conta a história do Salto. Entre 1950 e até 1974 estima-se que cerca de dois milhões de Portugueses abandonaram o país, para fugir à fome e miséria, e sobretudo escapar à guerra Colonial. As duas formas que existiam para o fazer seriam através de um visto turístico, acessível a muito poucos, ou pela mão de um contrabandista, um passador! A quem o fazia dizia-se, por graça, que tinha tirado o passaporte de Coelho.

 

 

O primeiro single de Joana Almeida é uma carta em forma de canção, dedicada a alguém que tanto deu à música portuguesa. O videoclip, escrito e realizado por Fábio Lopes, com cobertura fotográfica de bastidores de Luís Miranda, conta a história de uma jovem criativa e sonhadora que se deixa inspirar por vidas passadas, ou simplesmente por uma canção que ouve numa velha cassete, e canta o melhor que sabe e pode como gesto de gratidão. Demora-se num baloiço, transforma as memórias em pintura e lança na água uma garrafa que lá dentro leva uma mensagem – “se me ouves cantar esta canção, pintada de saudade dos versos por escrever…”. “É na música que vejo o meu futuro, é o que quero para a vida. Quero sempre cantar e transmitir através da música histórias de vida e estados de alma. Ainda desejo que a minha voz e as canções que canto ajudem os outros a serem felizes, por isso "Se me ouvires Cantar" canta comigo”.

 

 

"Madalena" é o novo single da pianista e cantautora Helena Caspurro já disponível. Helena Caspurro explica-nos de onde surge este novo tema "Madalena" " é uma carta autobiográfica dedicada à minha avó, quase quarenta anos após a sua morte – um canto em busca pela saudade da infância e da plenitude de existir, qual homenagem ao amor eterno. Maternal." Lembramos que Helena Caspurro já tem uma carreira com 20 anos de atividade artística iniciada em 2003 com o EP Mulher Avestruz, depois com o álbum Colapsopira em 2009 (de onde foi retirado o single de sucesso em rádio e tv, Se) e em 2013 com o álbum conceptual Paluí. Helena Caspurro é professora auxiliar na Universidade de Aveiro no Departamento de Comunicação e Arte.

 

 

MÚSICA NOVA DO DIA: Os Quatro e Meia - Guarda a Tua Alma

 

“PONTAS SOLTAS” É O PRIMEIRO SINGLE DE VITOR CARRACA TEIXEIRA COMO OPUTOVITOR

 

Nos últimos 10 anos, Vitor Carraca Teixeira tem vindo a tornar-se um nome conhecido no panorama musical português como produtor e engenheiro de som. Foi responsável por várias músicas de artistas e bandas conhecidas do público em geral, seja na produção, como na mistura e masterização, tendo trabalhado com projectos como Rita Onofre, LEFT., iolanda, projecto AVALANCHE, Meses Sóbrio e Dream People, entre outros.

No início de 2023 houve uma necessidade pessoal do artista de voltar a fazer música própria e de se mostrar para além das vozes de outros. Dessa necessidade nasce o primeiro single “Pontas Soltas”, música produzida, gravada e misturada pelo próprio, com masterização de Michael “Mic” Ferreira e conta com videoclipe no YouTube, realizado por Bruno Moreira e com produção da Filtro.

“‘Pontas Soltas’ é sobre os loops auto-destrutivos e sabotadores da minha cabeça. É uma conversa caótica comigo. No videoclipe, eu e o Bruno (Moreira) tivemos a ideia de eu comer o meu cérebro, para simbolizar esses mesmos pensamentos. Admito que não tenho comido esparguete desde que filmámos.” – oputovitor

“Dá-me um pouco de tempo e de paciência” é o nome do primeiro EP do produtor e engenheiro de som como oputovitor, onde o primeiro single “Pontas Soltas” se insere e – se houver tempo e paciência – ficará disponível neste ano de 2024.

 

“JACARÉ” É O NOVO SINGLE DE PEDRO DO VALE

 

Pedro do Vale despede-se de 2023 com a estreia de um tema inédito: “Jacaré“.

Esta é uma canção que segue a linha da sua discografia, numa reflexão sobre a identidade e o lugar de cada um no mundo. Em “Jacaré“, deixamo-nos levar pelas texturas aveludadas da voz de Pedro do Vale, com um instrumental quente que nos consegue transportar para subtis ritmos tropicais. Estamos perante uma canção pop sublime, de uma das mais recentes revelações da música nacional.

 

A letra, assinada por Pedro do Vale em parceria com Pedro da Silva Martins, «reflete a sensação de desconforto em ambientes sociais, onde a pressão para nos encaixarmos e a luta contra a falsa expressão podem transformar-nos em jacarés em terra firme.», explica Pedro do Vale.

 

“Por vezes, encontramo-nos em lugares que não são o nosso habitat natural, sentindo-nos como jacarés fora de água.

Dói-me a cara do sorriso, e a mão de acenar…” Quem nunca se sentiu preso num sorriso falso para agradar aos outros? A música abraça a vulnerabilidade e a honestidade, reconhecendo que nem todas as festas são do nosso tipo. 

Mas há esperança! À medida que a música avança, a narrativa sugere a libertação do jacaré interior. Não é o tipo de festa para todos, e está tudo bem! Às vezes, soltar o jacaré é o caminho para a verdadeira autenticidade. 

Esta música é um lembrete de que está tudo bem em sermos diferentes, de que está tudo bem não nos encaixarmos em determinados moldes. Convido todos vocês a partilharem o que “Jacaré” significa para vocês. Vamos mergulhar juntos nessas águas profundas e celebrar a beleza de sermos únicos!”, remata o cantautor

CRONICA - ANNEXUS QUAM | Osmose (1970)

 

Um krautrock maluco para ouvir nas manhãs de domingo enquanto você está de ressaca.

Anexo Quam surgiu de músicos tocando em uma banda evangélica local em Kamp-Lintfort, perto de Düsseldorf. Em 1967 o grupo era formado por multi-instrumentistas: Uwe Bick, Jürgen Jonuschies, Werner Hostermann, Peter Werner, Hans Kämper, Ove Volquartz e Harald Klemm. Construindo uma sólida reputação, o septeto tocou na Alemanha, mas também no Japão, incluindo uma participação na Exposição Universal de Osaka.

Em 1970, Anexos Quam lançou um álbum de estreia intitulado Osmose pelo selo de vanguarda Ohr, logo após Tangerine Dream's Electronic Meditation e Guru Guru's UFO .

Osmose é inteiramente instrumental e consiste em 4 faixas, duas faixas de abertura curtas e duas mais longas, uma das quais ocupa o lado B. Anexus Quam oferece krautrock que mistura alegremente música psicodélica e improvisações jazzísticas onde os instrumentos de sopro dominam. Cuidado, aqui não se trata de jazz-rock, mas muito mais de space rock.

Começa com “Osmose I”, um drogado antes do tempo. As intenções são claras: cair no delírio do ácido. Título pesado inflado com hélio, o som grave está saturado. Acompanhada ao fundo por um órgão, a guitarra equilibra pêssegos e esculpe efeitos sonoros. A bateria tem um ritmo lento imitando Nick Mason enquanto o trompete é vaporoso.

“Osmose II” é mais tribal e soa como um trecho de “Careful” do Floyd.

“Osmose III” de mais de dez minutos também tem um andamento lento, é feito de um solo de guitarra azul legal. É acompanhado por vocalizações, lamentações e uma flauta que evoca o primeiro álbum do Tangerine Dream. Vem um sax e uma flauta cativante enquanto o violão capta acordes dissonantes.

“Osmose IV”, de quase vinte minutos, revelar-se-á mais estranho com este piano vagamente perturbador que desenvolve uma aparência de melodia. Em seguida, acelera em um espírito de free jazz com metais e vocais fantasmagóricos. O resto torna-se tribal mas é salpicado de efeitos sonoros onde uma flauta hipnotiza o todo. Acalma, é mais melodioso, desencantado mas também dissonante para um final feito de ruídos misteriosos.

Este é um disco aparentemente obscuro, esquecido mas que acaba por ser um elemento essencial dos primórdios do krautrock, tanto atmosférico como experimental e muito mais atractivo do que o que se segue.

Títulos:
1. Osmose I
2. Osmose II
3. Osmose III
4. Osmose IV

Músicos:
Jürgen Jonuschies: Baixo, Percussão
Werner Hostermann: Clarinete, Órgão, Percussão
Uwe Bick: Bateria
Peter Werner: Guitarra
Harald Klemm: Flauta, Percussão
Ove Volquartz: Saxofone
Hans Kämper: Trombone, Guitarra

Produtor: Julius Schittenhelm



Destaque

Shame – Songs of Praise (2018)

  Começamos bem 2018, com o rock a emergir do canto escuro a que estava restringido e a mostrar as garras. É um exercício sempre estimulante...