Fado: 6 álbuns memoráveis do património imaterial da humanidade
Desde 27 de novembro de 2011 que o fado é oficialmente Património Imaterial da Humanidade. A distinção oficializada pela UNESCO tem aberto deste então novas portas, a nível internacional, aos autores, músicos e intérpretes de fado. Nomes como Gisela João, Ana Moura, Carminho e Cuca Roseta têm desde então conquistado os corações e ouvidos dos portugueses. Alguns destes artistas têm até passado além das fronteiras lusitanas!
De regresso a 2011, temos obrigatoriamente de citar Mariza e Carlos do Carmo, os dois fadistas que levaram até à UNESCO a campanha que consagrou o fado e que foi classificada como exemplar. Entretanto, em Bali, na Indonésia, decorreu a cerimónia, e os festejos foram no mínimo originais.
O fado, que foi apresentado à UNESCO como símbolo da identidade nacional e a ‘mais popular das canções urbanas portuguesas’, faz agora parte do conjunto de formas de arte que são Património Imaterial da Humanidade, como já é o caso do tango argentino, do flamenco andaluz e do mexicano mariachi, também distinguido em 2011.
Para celebrar o que há de melhor no fado, agarramos por isso no violão e recordamos alguns dos melhores álbuns da música da saudade.
6 álbuns que imortalizam o fado
Alfredo Marceneiro
Estamos em 1960 quando, nos antigos estúdios da Valentim de Carvalho, na Costa do Castelo (Lisboa), Alfredo Marceneiro coloca a tradição em fita, de olhos vendados para que a luz não entre na noite que a sua voz revela. Considerado pela Blitz como o 11.º melhor disco português de sempre, The Fabulous Marceneiro foi uma das poucas gravações deste icónico fadista. Para quem julga não conhecer o homem, relembramos que foi o compositor do êxito A Casa da Mariquinhas, ainda hoje um clássico do fado nacional, cantando e (re)cantado por muitos artistas.
Amália Rodrigues
É em Busto que nasce a relação de Amália Rodrigues com Alain Oulman, o responsável por levar a diva ‘às óperas’. Decorria o ano de 1962 e chega então o álbum que traz consigo alguns dos maiores clássicos da rainha do fado: Abandono, Maria Lisboa, Povo que lavas no rio são obras-primas tocadas por uma voz única, que elevou o fado a uma dimensão nunca antes ouvida.
Carlos do Carmo
Carlos do Carmo canta sobre a modernidade no seu álbum de 1977, mostrando com a sua voz uma Lisboa pintada a novas cores. Um Homem na Cidade é por isso um disco singular, aprofundando a relação de um homem que nasceu na tradição do fado mas que soube pôr os olhos para o futuro. O amarelo da carris ou O homem das castanhas, tão bem conhecidos dos portugueses, integraram pela primeira vez este álbum.
O melhor de Maria Teresa de Noronha
Maria Teresa de Noronha
Senhora do fado, Maria Teresa de Noronha deixou claro desde muito cedo que esta forma de cantar e sentir não é exclusiva do povo e das tabernas, mas que também fazia sentido nos salões mais nobres. Com ascendência aristocrática, a fadista criou um estilo muito próprio, com uma dicção brilhante que vive em clássicos como Fado da Defesa, o eterno Pintadinho e o Fado da Verdade.
Camané
Ao estrear-se como Uma Noite de Fados, em 1995, Camané mostrou que tinha voz e sabia cantar. Na linha da vida, três anos mais tarde, vem confirmar o sucesso daquele que é hoje um dos mais importantes fadistas da atualidade. Neste álbum, que conta com a produção de José Maria Branco, conhecemos pela primeira vez um Camané adulto, seguro e consciente da sua voz.
Mariza
O talento de Mariza voltou a unir o fado às rotas internacionais, assumindo essa embaixada de levar a canção nacional pelos palcos do mundo. Transparente foi o 3.º álbum de estúdio da fadista e aquele onde a encontramos num nível avançado de maturidade, pronta para partir à conquista do mundo. Meu Fado Meu e Medo mostram a sua voz arrebatada submersa num carismático sabor novo. Hoje, na casa dos 40 anos, já vendeu mais de 1 milhão de discos, recebeu 2 globos de ouro e a sua discografia conta com 5 álbuns originais.
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