Katia Guerreiro
Katia Duarte d'Almeida d'Oliveira Rosado Guerreiro ComIH (Vanderbijlpark, 23 de fevereiro de 1976), mais conhecida apenas como Katia Guerreiro, é uma fadista e médica oftalmologista portuguesa nascida na África do Sul.[1]
Biografia
Divide a sua vida entre as paixões pela música e pela medicina.[2] É uma das mais internacionais fadistas portuguesas. O seu fado caracteriza-se por uma grande riqueza lírica, cantando escritores portugueses contemporâneos, com destaque para António Lobo Antunes.
Teve um percurso geograficamente atribulado. Nasceu na África do Sul, cresceu nos Açores,[1] onde frequentou um rancho folclórico. Estudou e licenciou-se em Lisboa, em Medicina.[1] Nos anos 90 do século XX foi vocalista com o grupo Os Charruas. Trabalhou no Hospital Distrital de Évora e, mais tarde, regressou à capital. Foi durante o curso que descobriu a sua veia fadista, em convívio com colegas e, de forma um pouco mais séria, em concertos, após o desafio feito pela parelha de guitarristas formada por Paulo Parreira e João Veiga.
Com a mesma parelha e o viola-baixo Armando Figueiredo, e apadrinhada pelo fadista João Braga, estreou-se em 2001[3] com o disco Fado Maior. O álbum, editado pela Ocarina, conheceu grande sucesso internacional, tendo sido editado no Japão e na Coreia do Sul. Entre outros temas, inclui fados popularizados por Amália Rodrigues, a sua maior influência, e poemas musicados de Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen e António Lobo Antunes.
Em 2003, também pela Ocarina, lançou o álbum Nas Mãos do Fado.[4] O título é uma referência à mais característica das suas poses em palco: as mãos agarradas atrás das costas. Volta a cantar António Lobo Antunes e, pela primeira vez, visita outra das suas grandes referências, Dulce Pontes.
A presença de Dulce Pontes acentua-se no álbum seguinte, "Tudo ou Nada", de 2005, em que esta escreveu propositadamente o tema "Caravela".[5] Com edição da Som Livre, é o mais ousado dos discos de Katia Guerreiro até então, contando com uma versão de "Saudades do Brasil em Portugal", do brasileiro Vinícius de Morais, e de "Menina do Alto da Serra", versão do tema com que Tonicha venceu o Festival RTP da Canção de 1971.[5] O disco conta ainda com a participação do pianista de jazz Bernardo Sassetti, no tema "Minha Senhora das Dores" com letra de Jorge Rosa e música de Paulo Valentim. Mais uma vez canta António Lobo Antunes e homenageia a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen.[5]
Ainda em 2005 foi apresentada como mandatária da juventude da candidatura de Aníbal Cavaco Silva à Presidência da República para as eleições de 2006.
Em 2006 foi editada uma caixa com os seus primeiros dois discos e o álbum Tudo Ou Nada foi reeditado, destacando-se a colaboração do brasileiro Ney Matogrosso.[2]
Em 2008 lança pela Sony Music o álbum Fado Maior,[6] estreando-se como autora, ao lado de Rui Veloso. Este trabalho foi editado a 17 de Novembro.
Em 2010, faz uma participação especial, no primeiro álbum a solo, Karma Train, do guitarrista António Mão de Ferro.[7]
Katia Guerreiro recebeu em 2010 o prémio de "Melhor Intérprete" nos Prémios Amália 2010 da Fundação Amália Rodrigues. O galardão foi entregue na gala realizada no dia 4 de Novembro, no Coliseu dos Recreios, Lisboa.[8] [9][10]
Katia Guerreiro já deu concertos por todo o mundo, em locais tão diversos como Japão, Marrocos, Turquia, França, Países Baixos, Nova Caledónia, Suécia, Brasil, Bulgária, Macau, Rússia ou Espanha.[2]
A 27 de Janeiro de 2015 foi feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.[11][10]
Discografia
Álbuns de estúdio
- 2001 - Fado Maior (CD, Ocarina)[3]
- 2003 - Nas Mãos do Fado (CD, Ocarina)[4]
- 2005 - Tudo ou Nada (CD, Som Livre)[5]
- 2008 - Fado (CD, Sony Music)[6]
- 2009 - Os Fados do Fado (CD, JBJ & Viceversa)[12]
- 2014 - Até ao Fim (CD, UAU)[13]
- 2018 - Sempre (CD)
Ao vivo
- 2013 - Katia Guerreiro – Live At The Olympia (CD, UAU)[14]
Compilações
- 2010 - 10 Anos - Nas Asas Do Fado (CD duplo, JBJ & Viceversa)[15]
- 2012 - Património (2-CD)[carece de fontes]
- 2012 - Património (Edição Especial França)[carece de fontes]
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