O tempo, esse estranho elemento das nossas vidas, indispensável, escasso e demasiado valioso. Um bem que nos foge por entre os dedos e que nos afronta com a sua presença. O tempo não pára, não morre, não quebra e é através dele que conseguimos crescer enquanto pessoas.
Não sabemos se é possível viajar no tempo nem se isso nos ia ajudar ou ser mais uma arma letal, mas existe um paradoxo que se foca na possibilidade de influenciar o tempo passado enquanto viajamos no tempo. Aqui focamos o facto de, ainda que pudéssemos viajar no tempo, a história não mudar pois estas mudanças já estão contidas auto-consistentemente na linha do tempo passado. Um viajante do tempo que tenta alterar o passado neste modelo, intencionalmente ou não, só está a cumprir o seu papel na criação da história e não o modifica.
A isto se chama “Paradoxo Bootstrap” e é este o foco do mais recente disco de Vircator.
Após um percurso de 7 anos, “Bootstrap Paradox” representa o início de uma nova era para a banda, que atinge um novo patamar sonoro adicionando mais elementos à sua composição.
Com uma produção aprimorada, mais polido e complexo mantendo todos os bons sabores que definem a banda na sonoridade mais pesada, este quarto disco é uma viagem intensa e densa com guitarras poderosas de riffs imponentes com uma força igual aquela que o tempo consegue exercer sobre as nossas vidas.
Com uma sonoridade mais arrojada e agressiva, “Bootstrap Paradox” tem como tema, para além do tempo, as civilizações antigas, fundindo o mundo contemporâneo com civilizações anciãs imaginando um cruzamento de acontecimentos no espaço temporal. O álbum conta com 6 músicas, todas elas intituladas por uma civilização antecedentes à era moderna. Estas 6 músicas são, no fundo, 6 viagens que começam com uma introdução de nome B.C. e terminam com a conclusão A.C. tendo como objetivo transpor o ouvinte para os locais e as suas vivências mais obscuras.
“Bootstrap Paradox” é lançado esta sexta feira, 31 de março, com o selo da Raging Planet e apresentado no Village Underground, em Lisboa com os Desert’Smoke.
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