CARACA!!!! Daqui para frente não é necessário ler mais nada, apenas escutar o álbum, mas como sou muito teimoso vou continuar escrevendo, pois quando a gente imagina que o cidadão está à beira da aposentadoria, já vestido com pijama listrado e o famoso chinelão de couro, ele nos brinda com um álbum cheio de boas surpresas e com convidados muito interessantes.
As surpresas vão desde algumas músicas que não conheço a autoria, mas são excelentes, até a alguns covers para lá de alucinados, pois passam por obras do The Who, Yes (quase um cover dele mesmo), Pink Floyd, The Doors, Supertramp e até o 10CC, reescritos sob a ótica de Rick Wakeman com resultados alarmantemente positivos no álbum de nome muito sugestivo, “Starship Trooper”, lançado no último dia 15 de abril deste mesmo ano.
Rick Wakeman é um gênio por tudo o que já criou e executou, mas temos que reconhecer que ao longo de sua brilhante carreira, ele sempre esteve muito bem acompanhado de músicos de primeiríssima linha para poder dar vida a suas complexas criações desde os seus primórdios nos idos da década de setenta e agora não foi diferente.
Na linha de frente dos convidados temos Billy Sherwood, Tony Levin, Steve Hillage, Tony Kaye, Willian Shatner (o Capitão Kirk), Steve Howe, Carmine Appice, Jürgen Engler, Colin Moulding, Jerry Goodman, Nik Turner, Jimmy Haslip, Huw Lloyd-Langton, Mickey Thomas e para completar o time, o Nektar.
Tem música para tudo quanto é gosto, pois além de suas próprias composições que estão realmente muito interessantes, com ares setentistas em seus arranjos , ele de forma muito eclética, selecionou vários clássicos da música como, “Love Reign O'er Me” do The Who que se em sua origem já era genial, agora com um pequeno toque progressivo, ganhou mais alguns predicados, pois realmente nunca tinha imaginado escutá-la em uma versão instrumental sem a magnífica VOZ de Roger Daltrey, poderia ser tão linda quanto o seu original.
Botar as mãos em uma música como “The Great Gig in the Sky” é uma temeridade equivalente a abrir a porta de um Boeing a 18.000 pés de altitude, pois a chance de acontecer uma catástrofe é muito grande, entretanto, estamos nos referindo a Rick Wakeman, e ele como sempre, com sua generosidade faz uma grande homenagem ao Pink Floyd, pois a música manteve o seu encanto agora pelas suas mãos e pelas mãos não menos generosas de Steve Howe, só aplaudindo de pé.
Continuando seu tributo ao Pink Floyd, agora com a música “Nobody Home”, veio a minha mente a imagem de Roger Waters a interpretando juntamente com Rick Wakeman, o que seria algo muitíssimo bem-vindo e inusitado, pois seria juntar duas forças de magnitude estratosférica da música em um único espaço, quase uma fusão nuclear musical.
Interessante ouvir “Crime of the Century”, um Mega clássico do Supertramp, em um formato
mais sinfônico, diferente de seu original, criando uma nova atmosfera, provando que música boa, é ilimitada, que mexendo aqui e ali, ela se adapta, se recria e que pode atrair magicamente.
mais sinfônico, diferente de seu original, criando uma nova atmosfera, provando que música boa, é ilimitada, que mexendo aqui e ali, ela se adapta, se recria e que pode atrair magicamente.
Uma bela homenagem a música pop do século passado, um clássico do 10CC, “I'm Not in Love” que tanto embalou os casais românticos, agora mais uma vez envolto em um cenário romântico que manteve o espírito da música, pode sem sombra de dúvidas embalar os casais deste novo século.
Nos últimos anos, não é incomum vê-lo executando “Starship Trooper” em suas apresentações, um Yes, música integrante do “Yes Album” que ele não participou, entretanto, como é um poço de generosidade, coloca a seu lado Tony Kaye que a época de seu lançamento era o tecladista oficial da banda para mais uma vez reviver este sonho de música e logicamente dar o seu toque mágico em “Wurm” onde é o momento em que Rick Wakeman claramente se diverte ao dedilhar seu teclados, pois cada vez que ele a executa, uma nova variação surge sobre o mesmo tema, mais uma vez provando que música boa, é metamórfica.
Não satisfeito, pega um Hiper clássico do rock, como “Light My Fire” do The Doors e o eleva a um outro plano musical completamente diferente de seu formato original, mas ela está lá, intrigante, magnética, agora totalmente sinfônica e a conclusão que chego é que mais uma vez a música venceu o tempo, os preconceitos, está acima do bem e do mal e não aceita desaforos se tiver origem, berço, pois a aura de encanto que a envolve permanece intacta.
Deixei propositadamente para o final, tecer alguns comentários sobre algumas músicas do álbum, uma vez que escutei pouco esse álbum e ainda não tenho uma opinião formada sobre elas, entretanto, não posso me furtar do direito de alertar sobre a música que abre este álbum, “Sober”, pois tinha muito tempo que não escutava algo parecido, tão rock progressivo, música de raiz, visceral, Space Rock e mais uma série de adjetivos que vão surgindo à mente a cada viajante audição.
No caso de Rick Wakeman, sou extremamente suspeito e parcial, portanto desconfiem de tudo o que disse e tirem suas próprias conclusões escutando esse álbum, que para mim provavelmente será o melhor de 2016 e se não for, será um prêmio para todos nós, pois para superá-lo o esforço vai ter que ser hercúleo e o resultado inesperado.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!
Tracks:
01. Sober (feat. Billy Sherwood & Jürgen Engler)02. Are We to Believe? (feat. Steve Hillage, Billy Sherwood & Jürgen Engler)
03. Random Acts (feat. Jerry Goodman, Nik Turner, Jimmy Haslip, Billy Sherwood & Jürgen Engler)
04. Dynamics of Delirium (feat. Jürgen Engler)
05. Love Reign O’er Me (feat. Huw Lloyd-Langton & Carmine Appice)
06. Crime of the Century (feat. Tony Levin & Billy Sherwood)
07. The Great Gig in the Sky (feat. Steve Howe)
08. I’m Not in Love (feat. Nektar)
09. Starship Trooper (feat. Tony Kaye, Mickey Thomas & Billy Sherwood)
10. Check Point Karma (feat. Colin Moulding & Billy Sherwood)
11. Change (feat. William Shatner & Billy Sherwood)
12. Nobody Home (feat. Billy Sherwood)
13. Light My Fire (feat. Steve Howe & Jürgen Engler)
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