sexta-feira, 2 de junho de 2023

BIOGRAFIA DOS Cressida

 



Cressida é uma banda inglesa de sonoridade semelhante à do Moody Blues (alguns apontam semelhanças com Caravan, o que também procede), principalmente pela voz maravilhosa de Angus Cullen, muito parecida com a de Justin Hayward (e, um pouco menos, com a de Richard Sinclair, do Caravan). Podemos dizer, na verdade, que Cressida é mais progressivo (com alguns toques jazzísticos) que o Moody Blues, graças ao trabalho do órgão de Peter Jennings, ainda que neste primeiro disco eles estejam com um pé preso na psicodelia dos anos 1960. Há, contudo, uma tendência ao sinfônico, atenuada pelas melodias suaves e a duração das faixas (geralmente mais curtas que o habitual no rock progressivo). Enquanto no Moody Blues a coisa pende mais para o space rock, com um inacreditável wall of sound transposto para esse universo.

Difícil apontar destaques. O disco é tão coeso e inspirado que parece uma coletânea muito bem escolhida de alguma banda clássica do final dos anos 60. Pressionado, posso indicar “Home and Where I Long to Be”, que vira e mexe invade meus pensamentos com muita força, graças à guitarra levemente funkeada do ótimo John Heyworth (e também à sua linda introdução dedilhada), e à voz que a ficha técnica credita excepcionalmente a Heyworth, mas que parece demais a de Cullen. Ou a faixa título (do álbum e da banda), com seu refrão inacreditável. Ou ainda a magnífica “Depression”, que começa lembrando o Genesis do primeiro disco, From Genesis to Revelation (1969), mas revela uma guitarra ensandecida de Heyworth (inimaginável na estreia da banda de Peter Gabriel), e acaba sendo uma das mais progressivas do disco. Mas não posso esquecer da mágica “One of a Group”, ou da melancólica “Down Down”. E mesmo da antológica faixa final, de nome emblemático: “Tomorrow is a Whole New Day”.

Quer saber? O destaque vai para todas, e para o fato de um disco delicado e bonito desses ter sido lançado em 1970, no começo do reinado do rock pesado de Led Zeppelin e Black Sabbath, que por sinal também era da Vertigo (aliás, o primeiro do Sabbath e o primeiro do Cressida foram ambos lançados em fevereiro).

O segundo e último LP do Cressida, Asylum, é mais progressivo, com proeminência do mellotron e faixas mais longas. E apesar de não ser tão bom quanto esta estreia (o que seria bem difícil), compõe brilhantemente uma das carreiras mais consistentes e lamentavelmente curtas do gênero. 

 
Integrantes.

Angus Cullen (Vocais Principais, Violão, Percussão,1968-1970)
Kevin Mccarthy (Baixo, 1968-1970)
Iain Clark (Bateria, Percussão, 1968-1970)
John Heyworth (Guitarras, Vocais, 1968-1970)
Lol Coker (Órgão, 1968-6969)
Peter Jennings (Órgão, Piano, 1969-1970)
John Culley (Guitarras, 1970)
Roger Niven (Guitarras, desde 2011)



The Vertigo Years Anthology 1969-1971 (2012)

CD 1.

01. One Of A Group (3:41)
02. Winter Is Coming Again (4:45)
03. Lights In My Mind (2:48)
04. Home Is Where I Long To Be (4:08)
05. Time For Bed (2:21)
06. Depression (5:07)
07. Down Town (4:18)
08. To Play Your Little Game (3:24)
09. Cressida (4:00)
10. The Only Earthman In Town (3:38)
11. Tomorrow Is A Whole New Day (5:23)
12. Spring '69 (2:20)
13. Lights In My Mind (Demo) (3:14)
14. Mental State (Demo) (3:40)
 

CD 2.

01. Survivor (1:33)
02. Reprieved (2:33)
03. Summer Weekend Of A Lifetime (3:25)
04. Lisa (5:08)
05. Asylum (3:33)
06. Goodbye Post Office Tower Goodbye (2:50)
07. Let Them Come When They Will (11:48)
08. Munich (9:38)
09. Situation (Previously Unreleased) (3:35)
10. Depression (BBC Radio 1 Session) (4:27)
11. Winter Is Coming Again (BBC Radio 1 Session) (4:40)



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