A banda de Rock Progressivo instrumental VITRAL, conhecida no início dos anos 80, na época contando com a participação de integrantes como a pianista Elisa Wiermann e o baterista Cláudio Dantas (ambos do ), quase quatro décadas depois, lançou seu primeiro CD, “Entre as Estrelas”.
Formada no Rio de Janeiro no início dos anos 80, a banda VITRAL ficou aproximadamente dois anos em atividade, com pouquíssimos registros da época. Mas, graças à algumas partituras, raras fotos e fitas cassete com gravações domésticas encontradas por Eduardo Aguillar (baixo/teclado/guitarra) em seu velho arquivo, surgiu a ideia de produzir um álbum com suas músicas compostas para a banda. O que a princípio seria um trabalho solo se transformou na proposta de unir os antigos integrantes para participarem do projeto, proposta imediatamente abraçada pelo baterista Claudio Dantas (QUATERNA REQUIEM). Partiram então para as gravações de teclados, baixo e bateria, o seria um pulo para o desafio de relançar a banda, reconstruindo o grupo com novas ideias, experiências e inspirações. A formação original era composta ainda pelo guitarrista e tecladista Alex Benigno, pelo guitarrista e baixista Luis Bahia e pela tecladista Elisa Wiermann (tecladista do QUATERNA REQUIEM). Ao lado de Eduardo Aguillar e Cláudio Dantas, participam do CD, o guitarrista Luiz Zamith, Marcus Moura (flautas, teclados e acordeão - ex-BACAMARTE) e o baixista Vítor Trope (ORQUESTRA RIO CAMERATA). "Entre as Estrelas" foi um lançamento nacional, balizado também, a partir da jovem parceria entre a produtora Vértice Cultural, a Web radio BeProg e a Masque Records, responsável pela distribuição no Brasil e no exterior.
Completamente instrumental, o disco traz uma mistura de influências e inspirações em três maravilhosas peças, sendo uma delas, a faixa título, uma suíte de mais de 52 minutos, dividida em treze movimentos. Todas as composição foram criadas entre 1982 e 1985, com exceção das "Estações", pequenos movimentos que interligam toda a suíte, essas compostas em 2016. Com capa realizada pelo também artista plástico Claudio Dantas, o CD foi sido reconhecido como um dos melhores discos lançados no cenário Progressivo mundial. E consta entre os dez melhores lançamentos mundiais de 2017 pelo famoso site progarchives.com. Publicações sobre o álbum são encontradas nos Estados Unidos, Europa e Japão.
Esse excelente trabalho é um Prog instrumental sinfônico de alto calibre; bombástico sem ser exagerado; ótimo trabalho de guitarra e suporte de teclado perfeitamente sutil e as entradas agradáveis de um flautista talentoso e frequentemente inspirado. Os sons dos instrumentos, as melodias e as mudanças nos andamentos e movimentos são extremamente excelentes - cronometrados perfeitamente bem (nunca exagerados ou prolongados): verdadeiros sinais de veteranos inteligentes do Prog.
Abrindo o disco a cativante e memorável "Pétala de Sangue" (6:49), Prog sinfônico mid-tempo na veia do argentino NEXUS (órgão) e som e sensação de Mike Oldfield (guitarra principal e sinos tubulares). A suíte "Entre as Estrelas" (52:22) é verdadeiramente épica na qual a banda trabalhou em situações ao vivo por mais de um ano. É uma obra altamente pensada e bem construída, num caminho e orientação muito próximos das mais melódicas banda do Neo-Prog sinfônico e Rock Progressivo Italiano. A flauta, é claro, é uma adição maravilhosa, além disso, os teclados nunca são vistosos demais ou chamam a atenção, sempre de bom gosto e perfeitamente compatíveis com o todo e com os outros instrumentos, o que é extraordinário! Fechando o álbum, "Vitral" (5:12) abre com som barroco de "cravo", celeste, flauta de madeira e sons de órgão tocando em uma construção de tempo clássica. Muito adorável. Torna-se mais bombástica com o sintetizador Arp assumindo a liderança em 2:10 em um estilo MANNHEIM STEAMROLLER. Então, de volta aos sons instrumentais barrocos - com alguns sintetizadores modernos e baixo elétrico e, mais tarde, guitarra elétrica misturados. O Barroco e a música moderna aparentemente se fundiram aqui.
Conclusão: "Entre as Estrelas" faz jus a classificação de um dos melhores lançamentos de 2017, apresentando um excelente e competente Progressivo sinfônico instrumental onde se percebe a qualidade individual de músicos com alta capacidade.
INDISPENSÁVEL!
IMPERDÍVEL!
ALTAMENTE RECOMENDADO!
Tracks:
1. Pétala de Sangue ( 6:49 ) ◇
2. Entre as Estrelas ( 52:22 ) ◇
3. Vitral ( 5:12 )
Time: 64:23
Musicians:
- Luiz Zamith / electric & acoustic guitars
- Marcus Moura / flutes, accordion, keyboards
- Eduardo Aguillar / bass, keyboards
- Claudio Dantas / drums, percussion
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