quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Classic Rock - Curiosidades (Em 12/11/1971: Nazareth lança o álbum Nazareth )

Em 12/11/1971: Nazareth lança o álbum Nazareth
Nazareth é o álbum de estreia da banda de hard rock escocesa Nazareth, foi lançado em novembro de 1971. O álbum trazia o single "Dear John" e um cover de " Morning Dew ".
Lista de faixas:
Todas as faixas foram escritas por
Manny Charlton, Dan McCafferty,
Pete Agnew, Darrell Sweet.
Lado um:
1. "Witchdoctor Woman": 4:09
2. "Dear John": 3:48
3. "Empty Arms, Empty Heart": 3:15
4. "I Had a Dream": 3:23
5. "Red Light Lady": 6:00.
Lado dois:
6. "Fat Man": 3:25
7. "Country Girl": 4:05
8. "Morning Dew" (Bonnie Dobson cover): 7:06
9. "King Is Dead": 4:47.
Faixas bônus do 30º aniversário
10. "Friends" (B-side): 3:23
11. "Dear John" (single edit): 2:42
12. "Morning Dew"
(alternate edited version): 4:50
13. "Friends" (alternate edit of B-side): 3:26
14. "Morning Dew"
(extended single version): 8:07
15. "Witchdoctor Woman"
(previously unreleased version): 4:31.
Pessoal Nazareth
Dan McCafferty - vocal principal
Darrell Sweet - bateria , backing vocals
Pete Agnew - baixo , guitarra , back vocal,
vocal principal (4)
Manny Charlton - guitarra, backing vocals
Músicos adicionais
Dave Stewart - órgão (5)
Pete Wingfield - piano (2, 7)
Pete York - congas , maxilar , pandeiro (9)
BJ Cole - guitarra slide (7)
Colin Frechter - arranjos de cordas e
metais (5, 9).



Classic Rock - Curiosidades (Em 30/11/1982: Sammy Hagar lança o álbum Three Lock Box)

Em 30/11/1982: Sammy Hagar lança o álbum Three Lock Box
Three Lock Box é o sétimo álbum de estúdio
do vocalista de rock americano Sammy Hagar, lançado em 30 de novembro e 6 de dezembro de 1982 pela Geffen Records.
Este álbum tem participações de Mike Reno do Loverboy, Jonathan Cain do Journey e Richard Page do Mr. Mister. Alcançou a posição 17 nas paradas de álbuns da Billboard 200 em 9 de abril de 1983. Seu único hit solo no top 20,
" Your Love Is Driving Me Crazy ", alcançou a posição # 13 na Billboard Hot 100 em 1983 e # 3 em a parada de canções de rock mainstream da Billboard.
Lista de faixas:
Todas as faixas foram escritas por
Sammy Hagar.
1. "Three Lock Box": 3:22
2. "Remote Love": 3:54
3. "Remember the Heroes": 5:58
4. "Your Love Is Driving Me Crazy": 3:30
5. "In the Room": 3:42
6. "Rise of the Animal": 5:30
7. "I Wouldn't Change a Thing": 3:19
8. "Growing Up": 3:16
9. "Never Give Up": 3:14
10. "I Don't Need Love": 3:08.
Pessoal Banda:
Sammy Hagar – vocal principal, guitarra
Gary Pihl – guitarra
Bill Church – baixo
David Lauser – bateria
Convidados
Jonathan Cain – teclados e backing vocals
em "Remember the Heroes"
Mike Reno – vocais em
"Remember the Heroes"
Pessoal adicional
Alan Pasqua – teclados
Patrick Gleason – efeitos sonoros
Richard Page – backing vocals adicionais
Tom Kelly – backing vocals adicionais.

 


Crítica Beirut: “Hadsel”

 Image

Crítica

Beirut

 : "Hadsel"

Ano: 2023

Selo: Pompeii

Gênero: Indie Pop, Pop de Câmara

Para quem gosta de: Fleet Foxes e Devendra Banhart

Ouça: So Many Plans e Arctic Forest

Em meados de 2019, enquanto excursionava para divulgar o álbum Gallipoli, Zach Condon foi acometido por uma laringite severa e teve de cancelar o restante da turnê que estava marcada. Como forma de se tratar, o cantor e compositor norte-americano se isolou na região de Hadsel, na Noruega, onde alugou um chalé e foi autorizado a ter acesso ao órgão da igreja local. Vem justamente desse período de isolamento o estímulo para o repertório do sexto e mais recente trabalho de estúdio do Beirut, obra que leva o título da cidade onde foi composto e mostra uma nova abordagem no tipo de som produzido pelo instrumentista.

Como indicado logo na imagem de capa do trabalho, com uma ilustração minimalista da igreja onde o músico compôs parte das canções, Hadsel (2023, Pompeii) é uma obra marcada pelo reducionismo dos elementos. Tendo no órgão o principal instrumento de criação, Condon deixa de lado ao direcionamento grandioso dos primeiros registros da banda, caso de Gulag Orkestar (2006) e The Flying Club Cup (2008). Em geral, são composições que avançam em uma medida própria de tempo, destacando a sobreposição das teclas em uma abordagem lenta, porém, nunca desinteressante, evidenciando o refinamento do artista.

É como um regresso aos temas incorporados pelo músico em obras como The Rip Tide (2011) e No No No (2015), quando Condon passou a incorporar os sintetizadores em primeiro plano e não mais como um componente de base. A diferença está na forma como o compositor deixa de lado o caráter festivo de outrora para investir em um trabalho de essência contemplativa, como uma representação do período de isolamento na Noruega. Exemplo disso fica mais do que evidente na melancolia fina e sutileza que ganha forma na já conhecida The Tern, composição que se revela aos poucos, sem pressa, cercando o ouvinte.

Se por um lado esse direcionamento contido favorece a construção dos versos e sentimentos expressos por Condon ao longo do trabalho, por outro, prejudica o andamento rítmico dado ao disco. São canções que partem sempre de uma base estrutural bastante similar, causando a sensação de um material que custa a avançar ou que se estende para além do necessário. O próprio encontro entre composições puramente instrumentais e faixas que seguem em ritmo lento parece contribuir para essa forte morosidade. Perfeita representação desse resultado pode ser percebida na sequência formada por Melbu e Stokmarknes.

Não por acaso, sobrevive nos momentos de maior euforia e fuga desse ambiente comum o estímulo para algumas das principais composições do disco. É o caso de Arctic Forest, música que preserva o caráter atmosférico do registro, porém, estabelece na construção das batidas, reforço das vozes e percussão a passagem para um novo território criativo. Surgem ainda preciosidades como So Many Plans, faixa que mais se aproxima dos antigos trabalhos do artista, vide o destaque dado aos arranjos acústicos e metais que surgem de forma complementar, como um indicativo do meticuloso processo de criação de Condon.

Toda essa combinação de elementos resulta na entrega de uma obra que preserva a identidade criativa do músico norte-americano, porém, longe de esbarrar nas mesmas repetições estilísticas que marcam os dois registros que o antecedem. Com exceção do ritmo lento que soa como um bloqueio na porção central do trabalho, Hadsel se projeta como o álbum mais complexo e musicalmente atrativo de Condon nos últimos dez anos. Um exercício poético e instrumental que parte de um período de melancolia para estimular o nascimento de composições que mais uma vez destacam a riqueza do repertório produzido por Beirut.



Crítica Aysha Lima: “Ín.ti.mo”

 Image

Crítica

Aysha Lima

 : "Ín.ti.mo"

Ano: 2023

Selo: Undersoil

Gênero: R&B

Para quem gosta de: Duquesa e Karen Francis

Ouça: Amor e Som, 24 Horas e Segredos e Amor

Ín.ti.mo (2023, Undersoil), escrito assim mesmo, ressaltando a divisão silábica, serve de passagem para um universo guiado em essência pelas emoções. Primeiro álbum de estúdio da cantora e compositora carioca Aysha Lima, o registro dividido em três partes funciona como um delicado estudo sobre as diferentes fases de um relacionamento. Instantes em que a artista, sempre acompanhada pelo produtor André Miquelotti, responsável pelo meticuloso cruzamento de estilos e referências que rompem com o R&B tradicional, se entrega por completo, confessa sentimentos e acaba encontrando no amor a principal fonte de inspiração.

Partindo dessa abordagem fracionada, com três atos bem definidos, a cantora sustenta no bloco inicial a descoberta de um novo amor. Em geral, são composições marcadas pela fluidez das batidas, como uma representação do desejo explícito nos versos. “Essa energia que me faz dançar / Invade meu corpo feito ar … Vem cá, que eu quero sentir o seu corpo no meu / Sinta, o calor da batida entre você e eu“, canta em Amor e Som, música que sintetiza a euforia que move o trabalho nesses primeiros minutos. Canções que destacam a entrega sentimental de Lima na mesma medida em que evidenciam a riqueza de elementos explícita na produção caprichada de Miquelotti, sempre interessando na colorida combinação de ritmos.

Passado esse momento de maior exaltação que ainda conta com a colaboração de nomes como Negalli, Duquesa e Izy Castelano, Lima abre passagem para a porção seguinte do disco. A partir desse ponto, o desejo passa a se misturar com a incerteza dos sentimentos vividos pela artista. E é aqui que o trabalho cresce. Enquanto os versos transitam por diferentes sensações, temas e experiências emocionais, batidas desaceleram de forma a valorizar a construção dos arranjos. Da linha de baixo suculenta e destacada, passando pela sobreposição dos teclados e bases atmosféricas, tudo ganha novo e delicado tratamento.

O resultado desse processo está na entrega de músicas como Segredos e Amor, parceria com Torres e OriginalDé, mas que em nenhum momento diminui o brilho e permanente entrega de Lima em estúdio. Esse mesmo refinamento no processo de criação fica ainda mais explícito com a sequência de faixas entregue logo em sequência. Enquanto PFP (Para Fazer Pretinhos) parte do R&B para mergulhar em uma doce combinação entre reggae e rock, 019 e Estar No Amanhã destacam o reducionismo dos elementos. Canções que se revelam ao público em pequenas doses, reforçando o aspecto sentimental dado ao disco.

Com a chegada de 23 de Novembro, música precedida de um dos muitos interlúdios que ajudam Lima a construir a narrativa do disco, a cantora abre passagem para a porção final do trabalho. Contraponto ao material entregue nos minutos iniciais do registro, em essência regido pela força das emoções e desejo explícito nos versos, a trinca de canções que pontua o álbum destaca de forma melancólica a temática do rompimento. São criações marcadas pelo apuro dos versos, reforçando a vulnerabilidade da artista, porém, musicalmente limitadas quando próximas do restante da obra, vide o fechamento moroso em A Última.

Ainda assim, quando observado em totalidade, esses tropeços em nada prejudicam a grandeza explícita durante toda a execução do trabalho. Embora monotemático, Ín.ti.mo estabelece nessa divisão em três atos um precioso componente de dinamismo e nítida distinção quando próximo de outros exemplares do gênero. Mesmo quando voltamos os ouvidos para as criações de estrangeiros como KehlaniJorja Smith e demais protagonistas dentro do estilo, Aysha Lima em nada deixa a desejar, fazendo do repertório entregue no presente disco um delicado exercício criativo que encanta, provoca e emociona na mesma proporção.



Crítica Pangaea: “Changing Channels”

 Image

Crítica

Pangaea

 : "Changing Channels"

Ano: 2023

Selo: Hessle Audio

Gênero: Eletrônica, Techno, House

Para quem gosta de: Floating Points e Daphni

Ouça: Installation, If e Hole Away

Produtor conhecido pela criação do selo Hessle Audio, por onde passaram artistas como Olof DreijerAnz e Shanti Celeste, Kevin McAuley está de volta com mais um novo trabalho de inéditas como Pangaea. Com o título de Changing Channels (2023), o registro de sete canções se apresenta por completo logo nos minutos iniciais, em Installation. São pouco mais de três minutos em que o artista londrino destaca a construção das batidas enquanto espalha fragmentos de vozes e camadas de sintetizadores que apontam para a produção da década de 1990 sem necessariamente corromper a identidade criativa e a própria originalidade.

São movimentos rápidos, sempre calculados, como uma fuga das criações extensas que tradicionalmente embalam obras do gênero. Exemplo disso fica ainda mais evidente com a chegada da canção seguinte, Hole Away. Tão imediata quanto a composição que a antecede, a faixa marcada pela firmeza das batidas e vozes ritmadas funciona como um aceno para a cena eletrônica inglesa. Instantes em que McAuley evoca nomes como MJ Cole a Disclosure em uma abordagem que destaca o lado acessível e dançante do artista. É como uma simplificação de tudo aquilo que o produtor havia testado no trabalho anterior, In Drum Play (2016).

Embora descomplicado e capaz de dialogar com uma parcela ainda maior do público, Changing Channels em nenhum momento deixa de encantar o ouvinte pelos detalhes. Exemplo disso fica bastante evidente em If. Um pouco mais extensa do que as canções que a antecedem, porém, marcada pelo mesmo dinamismo, a faixa chama a atenção pela forma como McAuley lida com a sobreposição dos elementos. São incontáveis camadas de sintetizadores e texturas que ampliam os limites da composição sem necessariamente reduzir o destaque dado aos vocais, componente que continua a reverberar mesmo após o encerramento da obra.

Vem justamente desse maior aproveitamento das vozes o estímulo para a composição seguinte, The Slip. Partindo da voz como um elemento de marcação rítmica, McAuley garante ao público uma criação talvez simplista quando próxima de outras músicas apresentadas ao longo do disco, mas não menos interessante. É como uma interpretação particular daquilo que os conterrâneos da dupla The Chemical Brothers haviam explorado no ainda recente For That Beautiful Feeling (2023), vide a forte similaridade com músicas como No Reason e todo o potente repertório assinado em conjunto pelos produtores Ed Simons e Tom Rowlands.

Com a chegada da própria faixa-título do registro, McAuley mantém a fluidez dos elementos, porém, utiliza de uma abordagem completamente distinta em relação ao restante da obra. É como se o produtor deixasse de lado o caráter emergencial e dinamismo explícito na abertura do trabalho para investir em uma canção marcada pelo caráter imersivo, por vezes íntima das criações de The Field e outros nomes do gênero. Não se trata de uma composição ruim, mas de uma quebra em relação ao restante do material. Nada que Squid, vinda logo em sequência, com suas batidas e sintetizadores sempre em destaque, não dê conta de resolver.

Esse mesmo direcionamento criativo, porém, partindo de uma abordagem totalmente reformulada, acaba se refletindo na música de encerramento do disco, Bad Lines. Enquanto parte da canção dialoga com os mesmos elementos incorporados ao bloco inicial do trabalho, difícil não perceber no caráter eufórico dos sintetizadores e vozes uma forte similaridade com a obra de Two Shell e demais representantes da nova cena inglesa. É como se McAuley proporcionasse uma viagem musical que vai dos primórdios da produção eletrônica ao presente cenário em uma excitante combinação de estilos, diferentes ritmos e referências.



Review: Crobot – Motherbrain (2019)

 


Fundada em 2011 na Pensilvânia, o Crobot é uma das bandas mais interessantes da atual cena pesada norte-americana. O quarteto já chamou a atenção com o seu disco de estreia, Legend of the Spaceborne Killer (2011), e seguiu atraindo os holofotes com Something Supernatural (2014) e Welcome to Fat City (2016). Após três anos de silêncio o grupo retorna com Motherbrain, que acaba de ser lançado no Brasil pela Hellion Records.

O som do Crobot pode ser definido como um hard pesadíssimo, com alguma influência de grunge aqui e ali, sempre adornado por uma aura de southern rock e por bases que não escondem o groove. Percebe-se ecos de nomes como Alice in Chains (ouça “Drown”) ao mesmo tempo em que a banda às vezes soa como uma espécie de Lynyrd Skynyrd super turbinado (“Burn” vai nessa linha). O destaque vai para a dupla formada pelo vocalista Brandon Yeagley (que também toca harmônica) e para o guitarrista Chris Bishop. Enquanto o primeiro possui um timbre que agrada sem esforço e entrega interpretações viscerais, o segundo vem com riffs muito bem feitos e que sustentam a densa parede sonora do grupo. Completam o time o baixista Eddie Collins e o baterista Dan Ryan.

As onze músicas de Motherbrain preservam uma das principais qualidades do Crobot, que é a capacidade de “viciar” o ouvinte com composições fortes e sempre cativantes, que equilibram como poucos uma dose enorme de peso com melodias e linhas vocais que facilitam a assimilação. Isso faz com que o disco desça como uma cerveja bem gelada, sem esforço. A produção, com timbres espessos, graves e gordurosos, é outro ponto que chama a atenção de maneira positiva. Entre as músicas destaque para “Burn”, “Drown”, “Low Life” e “Gasoline”.

Parabéns pela Hellion por lançar a banda aqui no Brasil – este é o primeiro disco dos caras a ganhar edição nacional -, equilibrando o seu catálogo com nomes clássicos mas sem perder o foco em artistas que estão levando o legado do hard e do metal em frente.



Review: Wolftooth – Wolftooth (2018)

 


O quarteto inglês Wolftooth é o tipo de banda que consegue agradar gregos e troianos. Bebendo tanto em sonoridades clássicas como em ingredientes contemporâneos, o grupo formado por Chris Sullivan (vocal e guitarra), Jeff Cole (guitarra), Terry McDaniel (baixo) e Johnny Harrod (bateria) une a paixão pela New Wave of British Heavy Metal e o amor pelo peso monolítico proporcionado pela guitarra de Tony Iommi em uma sonoridade forte e promissora.

Fundado em 2017, o Wolftooth é a derradeira cartada quatro músicos com uma longa trajetória no metal extremo britânico, que aqui se afastam do death, hardcore e grindcore de outrora e encontram a sua cara definitiva em um som mais universal e não tão segmentado. Além do Sabbath e da NWOBHM, a própria banda admite influências de nomes clássicos como Led Zeppelin e Soundgarden e referências mais contemporâneas como Wolfmother e High on Fire - dá pra colocar um pouquinho de The Sword, Kadavar e Orchid na mistura. Traduzindo: é um som pesado, bastante pesado, porém cadenciado e construído a partir de riffs muito bem feitos, cozinha sólida e vocal que traz algumas influências do grunge ao lado da onipresença de Ozzy. O Wolftooth não descamba para andamentos super acelerados e blast beats em nenhum momento, não apela para vocais guturais. Ao contrário: em muitos momentos os caras soam como uma banda criada nos anos 1970 mas que conseguiu gravar o seu disco de estréia apenas agora – ouça a ótima “Sword of My Father” e entenda o que eu estou falando.

Lançado em 2018 lá fora e celebrado pela crítica, o auto intitulado primeiro disco da banda acaba de sair no Brasil em uma bonita edição digipack pela Hellion Records. E aqui eu quero fazer um elogio também à gravadora: em um mercado cada vez mais nichado como o do heavy metal e do próprio consumo de mídia física - especialmente CDs -, acho fundamental reconhecer o esforço de empresas como a Hellion Records em continuar investindo em novos títulos, trazendo material de qualidade para Brasil e não apenas de nomes consagrados. Encontrar uma edição nacional de um disco como esse do Wolftooth é uma belíssima surpresa, porque a banda é ótima e desconhecida no Brasil, porém com potencial para crescer e alcançar um público muito maior no futuro. Identificar esses talentos e investir nesses nomes ao mesmo tempo em que abastece os acervos dos metalheads com pérolas clássicas do metal mostra a amplitude do trabalho da Hellion, que está prestes a comemorar 30 anos de vida e segue fundamental para a cena da música pesada brasileira.

Gostaria de fazer um pedido a todo leitor desse review: vá atrás desse disco do Wolftooth, ouça as músicas da banda e, se possível, compre esse CD. O som dos ingleses é realmente muito bom e acredito que agradará grande parte da turma que curte não apenas metal, mas também um rock pesado bem feito. Entre as músicas, destaques para “Sword of My Father”, “”White Mountain”, “Frost Lord”, “The Huntress” e “Season of the Witch”. Porém, todas as oito faixas do disco são fortes e merecem atenção.

É raro uma banda iniciante lançar um disco de estreia tão bom quanto esse. O Wolftooth conseguiu essa proeza e mostra que tem potencial para se destacar muito nos próximos anos. Aproveite que o álbum saiu no Brasil e dê esse presente para a sua coleção.

Excelente!




Review: Gallo Azhuu – Treva (2019)

 


Naturais de São Luís, os maranhenses do Gallo Azhuu chegam ao seu segundo disco com Treva, sucessor da ótima estreia Totem (2015). Apesar dos quatro anos que separam os dois trabalhos, temos mais uma vez um stoner regado a muito peso e que cativa de imediato.

Totalmente cantado em português, o som do Gallo Azhuu é denso, pesado pra caramba e agressivo na medida certa. As nove faixas de Treva enfatizam a pegada da banda formada por Patrick Abreu (vocal e guitarra), Ruan Cruz (guitarra), Eduardo Melo (baixo) e Denis Carlos (bateria) e trazem uma produção ligeiramente mais áspera que o debut, entregando uma parede sonora densa e corpulenta.

Além da óbvia influência de Black Sabbath, o Gallo Azhuu aproxima-se também de referências mais atuais do stoner como High on Fire e Orange Goblin com uma avalanche de riffs que coloca um sorriso em qualquer fã do estilo. A bateção de cabeça é imediata em músicas como “Fogo no Centro”, “Estrada” (na minha opinião, a melhor do disco), “Picabu” e “Kali Yuga”. A banda apresenta também toques mais psicodélicos e contemplativos em algumas passagens de “Mulher de Lua” e aproxima-se do doom em canções como “Picabu”.

O resultado é outra vez excelente, mostrando o quanto o Gallo Azhuu é uma banda diferenciada na cena nacional. Vá atrás do som do quarteto, siga suas redes sociais, ouça nos serviços de streaming e coloque essa ótima banda brasileira na trilha dos seus dias.



PEROLAS DO ROCK N´ROLL (SILOAH - Same - 1970)

 

Silhoah foi uma típica obscura pérola alemã de Krautrock. Formada em Munique no fim dos anos 60 o grupo lançou dois álbuns raríssimos (1970/72), com um número muito pequeno de cópias. Posto aqui o primeiro deles.
O disco homônimo de 1970 traz um som experimental, viajante e psicodélico, caracterizando o grupo como Krautrock. A maior diferença é o não uso de teclados e órgão (típicos dos outros grupos nesse estilo), sendo mais voltado para canções acústicas e "folk", tendo flauta e violão. As letras são em inglês e têm tema hippie. Destaque para as faixas Krishna's Golden Dope Show e Road to Laramy
Boa pérola, recomendado para fãs de psicodélico e krautrock.










Thom Argauer - Violão, guitarra e vocal
Wolfgang Görner - baixo
Manuela Freifrau - percussão, tamborim
Heinrich Stricker - vocal, shehnai

1. Yellow Puppets Hanging In The Sky (0:48)
2. Krishna's Golden Dope Show (6:13)
3. Road To Laramy (6:30)
4. Acid Eagle (2:42)
5. Aluminum Wind (18:22)
6. Pink Puppets Hanging In The Sky (0:46)




Piti – EP 7 – 1970

 PITI

RGE – CD 80.278
Tropicália – Psych – 1970

Piti - Compacto 1970 - Frente

Faixas:
Lado A
01 – A Luta Contra As Latas
02 – Espuma Congelada

Lado B
01 – Hall
02 – Nono Andar

Piti - Compacto 1970 - Verso

Em 1964, participou do espetáculo “Nós, por exemplo”, que marcou a inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador, onde se apresentou ao lado de Caetano, Gal Costa, Maria Bethânia, Djalma Corrêa, Alcivando Luz, Fernando Lona e Gilberto Gil. Nesse ano, o grupo ainda apresentou, no mesmo teatro, o show “Nova bossa velha, velha bossa nova”.

Nasci na chuva de um domingo, e só agora, sinto que as minhas pernas ficaram mais compridas que as do meu pai. E já a dôr se fêz ausente da cabeceira do meu peito de madeira.Ante os olhos, nego minha imagem retorcida, refletida no espélho, desprendendo cheiro de naftalina.Mas os insetos que passarem pela porta do portal, da sala do meu apartamento, não serão por mim atingidos…nem mortalmente feridos.
Piti
P.S.- O Pesô dos documentos fere a minha sensibilidade também.

Com os baianos , Augusto Boal e Macalé

piti

Com Janis Joplin na Bahia em 1970

Janis piti , lula martins

Beto Fae, Piti & Leno , show ” Alma e Carne”, direção: Sidney Miller.Sala Funarte, Rio de Janeiro – 1979

Piti beto fae

MUSICA&SOM

Fiquem com Hall e viva Maria Bethânia e Maria Joana


Tamba Trio – Tamba Trio (1975)

 tamba-trio-tamba-trio

1975
RCA Victor
Faixas
3 horas da manhã
(Waldemar CorreiaIvan Lins)
Visgo de jaca
(Sergio CabralRildo Hora)
Ou bola, ou búlica
(Aldir BlancJoão Bosco)
Beira-mar
(Ivan Lins)
Olha Maria (Amparo)
(Tom Jobim)
Chorinho nº 1
(Durval Ferreira)
Jogo da vida
(Danilo CaymmiSidney Miller)
Sanguessuga
(Toninho HortaFernando Brant)
10 Contra o vento
(Ana BorbaDanilo Caymmi)
11 Beijo partido
(Toninho Horta)

Companies, etc.

Credits

Notes

Recorded and mixed in RCA Studios, Rio de Janeiro, in 16 channels, between March 10 and May 5 in 1975.
Luis Eça – vocal, piano acústico e elétrico, sintetizador e arranjos
Bebeto – vocal, baixo acústico e elétrico, violão, flauta
Hélcio Milito – vocal, bateria e percussão
Participação de João Bosco fazendo voz solo e acredito que o violão na sua faixa  (Ou bola ou búlica)
Tem uma guitarra não creditada em algumas faixas que acredito ser Hélio Delmiro devido ao estilo e por ter uma canção sua no repertório.
Um disco com sonoridade mais eletrificada e moderna mas sem deixar de ser bem brasileiro.
Luíz Eça artista genial aqui toca piano elétrico além do acústico e sintetizadores dando um ar futurista ao disco, Bebeto toca baixo acústico e elétrico além de flauta e o mestre do ritmo Hélcio Milito toca sua bateria se forma suingada e com sua pegada meio africana lembrando mais uma percussão que um toque típico de bateria.
O disco tem uma sonoridade entre o samba jazz macumbeiro, o pop e o soul co os toques futuristas dos sintetizadores e guitarras em algumas faixas.
tambatrio_01_1269576993
Fiquem com a clássica Visco da Jaca

Destaque

Japan, “Nightporter” (1982)

  Lado A:  Nightporter (remix) Lado B:  Ain’t That Peculiar (Virgin, 1982) Se calhar o primeiro sinal de caminhos que no futuro seriam mais ...