Larry Coryell é um guitarrista com reputação crescente. É preciso dizer que além de ter integrado por algum tempo o quarteto do xilofonista Gary Burton, seus discos com o Vangard misturam habilmente jazz e hard rock. Famoso que lhe permitiu se apresentar no prestigioso festival de jazz de Montreux, na Suíça, em 18 de junho de 1971, em modo trio, com Chuck Rainey no baixo e Bernard Purdie na bateria, ambos conhecidos na esfera do soul e do funk.
Este serviço dará origem ao Fairyland impresso pela Mega, nas lojas logo em seguida. Este disco ao vivo é uma boa continuação de At the Village Gate, também em concerto e impresso no mesmo ano. No entanto, Fairyland é menos espetacular. Falta pode ser um título como o destrutivo e heróico “Beyond These Chilling Winds”. Mas mesmo assim continua fascinante. Porque tal como o seu antecessor, o fantasma de Jimi Hendrix paira sobre este conjunto composto por 4 peças. Um disco que será mais desenfreado, stoner, experimental, perturbador para acabar por nos dar um LP onde se misturam improvisações de metalóide jazz fusion e acid rock blues desestruturado.
O baile abre com a única música cantada, “Souls Dirge” com 10 minutos de duração, começando em um clima fresco com um registro de folk blues psicodélico levemente funky onde o texano tenta desenvolver melodias com sua voz. Então a decoração escurece. O ritmo aumenta. O dubleto rítmico se aventura em um groove pesado. Por sua vez, as seis cordas elétricas voam em solos de blues acid, muitas vezes prolixos. Ela apresenta riffs esticados, grossos e cheios de querosene com uma homenagem a “Whole Lotta Love” do Led Zep. Como sempre, Larry Coryell mostra uma destreza incrível.
Mais estranho vem o vaporoso e angustiante “Eskdalemuir” com aromas orientalizantes. O guitarrista tortura seu instrumento, torcendo as cordas para produzir sons assustadores, dissonantes e tensos. Experiências esfumaçadas e vulcânicas que lembram o delírio dos Grateful Dead, mas também do Pink Floyd pós Syd Barrett.
Para o lado B, o ritmo irá acelerar um pouco. Em loop, o baixo embarca em um bolero alucinatório na funky “Stones” transformando a bateria em um metrônomo perfeito. Pretexto para Larry Coryell ter refrões longos, volúveis e agressivos. Para finalizar vem “Further Explorations for Albert Stinson” onde o trio se envolve em um ritmo e blues pulsante, pesado e devastador.
Provavelmente o álbum mais sombrio de Larry Coryell.
Títulos:
1. Souls Dirge
2. Eskdalemuir
3. Stones
4. Further Explorations For Albert Stins
Músicos:
Larry Coryell: guitarra, voz
Chuck Rainey: baixo
Bernard Purdie: bateria
Produzido por: Bob Thiele
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