sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Discografias comentadas: Warrant

 

Formação clássica do Warrant: Steven Sweet, Joey Allen, Jani Lane, Erik Turner e Jerry Dixon
O Warrant é uma banda norte-americana formada em Hollywood no ano de 1984, exatamente no auge do hard rock dos anos 80 e junto com a mega-exposição dessas bandas na MTV, ou seja, um prato cheio para os especialistas de plantão terem motivos de sobra para não gostarem do grupo e gastarem saliva com críticas prontas sem nunca sequer terem ouvido um disco. O visual exagerado, as baladas e as letras totalmente hard rock levam qualquer pessoa a associá-los ao Poison e ao Mötley Crüe, entre outras bandas do estilo. O Warrant não está longe disso, mas se destacapor seus guitarristas e por ser uma banda mais pesada que o Poison, além de não ter as influências punk do Mötley, ou seja, mais próximos do heavy metal. Vamos à discografia e detalhar um pouco dos álbuns para quem quiser conhecer ou comparar suas opiniões:
Dirty Rotten Filthy Stinking Rich [1989]
O disco de estreia já mostra a banda indo direto ao ponto, sem enrolações e despejando músicas que se tornaram clássicas para a banda, como “32 Pennies”, “Down Boys” e “Heaven”. Os guitarristas, muito influenciados pelo Thin Lizzy, dão um show à parte: nada de virtuosismo, mas jogam para o time com peso e técnica. A principal característica da banda é o vocal de Jani Lane e a maneira como executam os backing vocals. Resumindo, um disco muito bem feito, com músicas clássicas e marcando presença em um mercado concorrido na época.
Cherry Pie [1990]
Cherry Pie é “O” disco do Warrant. Não adianta comparar, tudo o que fizeram ou farão não superará o que foi feito nesse disco, um clássico do rock em minha opinião. Esse álbum é daqueles para se colocar hoje em dia, mais de vinte anos depois, e mostrar como tem muita gente que critica sem ouvir. O disco começa com a faixa-título e seu ritmo empolgante. O que dizer de “Uncle Tom’s Cabin”? Essa vale o disco! Destaco ainda “Mr. Rainmaker”, “Love in Stereo” e a pesadíssima “Sure Feels Good to Me”. O disco ainda traz uma série de baladas que se tornaram a referência do estilo. É o disco com a banda no auge da empolgação e do sucesso, tudo funciona e mixagem e produção são fantásticas!

Dog Eat Dog [1992]

Não conheço detalhes da história da banda para explicar esse disco, mas eles modificaram o visual glam e exagerado, adotando um visual mais voltado ao heavy metal. Musicalmente falando, o que foi descrito acima reflete diretamente nas faixas. “Machine Gun” já começa quebrando tudo com sua levada pesada e o vocal mais agressivo que o normal praticado pela banda. Já no refrão os backings característicos aparecem com tudo. O disco segue a linha mais madura e pesada, com letras que não falam de garotas e festas. A segunda canção, “Hole in My Wall”, com seu talk box, é uma música que resume o disco. O que mais me agrada nesse álbum é que a banda tentou (e consegiu) soar mais pesada e mais adulta do que nos dois primeiros discos. Os destaques são as faixas “Bonfire”, “Bitter Pill” (e seus vocais separados em dois canais), a festeira “Hollywood”, a balada “Let it Rain” e a última faixa, “Sad Theresa”. Não poderia deixar de citar a pancada heavy que é “Inside Out”. Com vocais gritados e backings urrados, essa música é um show a parte!

Ultraphobic [1995]

Nesse disco, com o hard rock em baixa, a banda veio com uma sonoridade moderna, se distanciando do estilo que os consagrou. É um álbum que talvez seja indicado para alguém que tenha escutado algum dos três primeiros e não tenha se convencido. Gravação e mixagem deixam o disco bem denso, que chega a ser o oposto dos dois primeiros, que têm um clima mais para cima, tanto é que o vocal de Jani Lane em muitos momentos recebe efeitos “sinistros”. O disco traz bons momentos, mas não me convenceu, pois não é o que procuro ouvir quando lembro do Warrant. É o primeiro disco sem a formação clássica que gravou os três primeiros. O destaque é a balada com toques country “Stronger Now”, além de “Crawl Space”, que poderia entrar sem medo em Dog Eat Dog.
Belly to Belly [1996]
Esse é o disco onde parece que tudo deu errado, pelo menos para mim. Nada funciona. Tem uma ou outra coisa legal, bem pouco mesmo, e perto do que a banda lançou anteriormente, é uma tragédia.

Greatest & Latest [1999]

Depois do fiasco, muitas bandas lançam uma coletânea, e aqui não foi diferente. O diferencial aqui é que as músicas foram regravadas (algumas com pequenas diferenças nos arranjos) pela formação da banda à época. Destaco a faixa “Thin Disguise”, um lado B, além de todas as clássicas regravadas. O que estraga o disco são as faixas remixadas no final, uma mais tosca e estranha que a outra.

Under the Influence [2001]

A banda desapareceu depois de 1996. Lancou a coletânea com regravações e no meio de muita briga lançaram esse disco com covers e duas inéditas. O que dizer de um álbum com faixas de Aerosmith, Thin Lizzy, Queen, David Bowie, Cheap Trick e AC/DC, entre outras? Só pode ser bom. O curioso desse disco é que as músicas acabaram ficando com a cara do Warrant, pois a banda sempre apresentou características marcantes em toda a sua discografia.

Born Again [2006]

Com a saída de Jani Lane, a banda retornou com todos os integrantes dos primeiros discos, agora liderada pelo vocal de Jaime St. James, ex-Black n’ Blue. O disco é excelente, mas não é Warrant. Não há outra forma de definir o disco, pois a voz e as composições de Jani Lane sempre foram a marca registrada da banda. É o mesmo caso de um Twisted Sister sem Dee Snider. Considerando-se o exposto, o disco atende às demais expectativas e garante bons momentos do mais puro hard rock oitentista.
Atualmente a banda conta com o vocalista Robert Mason (ex-Lynch Mob), tendo lançado o álbum Rockaholic.

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