terça-feira, 11 de março de 2025

FADOS do FADO...letras de fados...

 



A voz da cotovia

Joaquim Sarmento / Filipe Pinto *fado meia noite*
Repertório de Helena Sarmento

Cantaste pela noite dentro
As agruras do destino
Não há amor sem desatino
Nem amantes sem lamento

Cantaste pela noite dentro 
A ancora da tua cor
E na memória do vento 
Descobri um grande amor

Minha faúlha, lareira 
Face de gotas e de algas
Minha boca feiticeira 
De rosas brancas e malvas

Amantes nunca estão sós 
Nem que estejam no degredo
Movem na força da voz 
Toda a raiz do segredo

Cantochão, canções de rua 
Meu rio da fantasia
Minha barca de ternura 
Minha voz de cotovia

A voz da poesia

Kátia Guerreiro / Rui Veloso
Repertório de Kátia Guerreiro


Eu dei a minha voz à poesia
E ao fado asas para eu voar
Encontrei no teu amor a alegria
Que me dá esta coragem para cantar

Tens sonho, tens cor e liberdade
Tens tudo o que eu queria p’ra viver
És ternura e conforto, és verdade
Sou mais forte e segura, mais mulher

Veio a vida ensinar-me que o destino
É traçado em cada passo que eu der
E que o fado não é mais do que um caminho
Que os poetas traçam ao escrever


No meu fado sinto todo o nosso amor
P’ra ti canto e solto a minha voz
Sou gaivota, mas contigo sou maior
No poema, somos mais, nós somos nós


Voz d'Amália

Mário Rainho / João de Vasconcelos
Repertório de Maria Armanda

Nossa senhora do fado
Chamou-te Ary com ternura
Já não estás ao nosso lado
Ó meu limão d'amargura

Mas que nome te hei-de dar
Ao poeta perguntei
Gaivota ou Canção do Mar
Não sei, não sabe ninguém

Partiu e deixou-nos sós
A voz d'Amália
Da terra subiu aos céus
A voz d'Amália
Partiu, mas ficou em nós
A voz d'Amália
Partiu sem dizer adeus
Foi por vontade de Deus
Ai... a voz d'Amália


Se uma Gaivota viesse
Do céu, em desassossego
O desenho que fizesse
Talvez fosse um Barco Negro

Onde à proa a tua voz
Que ao cais de outrora se amarra
Talvez chorasse por nós
Meia-noite e uma guitarra



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