
Por vários momentos, o rock mundial alcançou status de arte. Daria pra citar dezenas de bons exemplos, mas esse não é o caso. Não que a estreia fonográfica do grupo em questão esteja isenta de caráter artístico, pelo contrário. O mote apenas é reavivado para ilustrar as linhas iniciais daquilo que percebo do CD de estreia da banda paranaense Trem Fantasma.
Pra início de conversa, uma boa arte de um álbum sempre faz a diferença, e Lapso, que foi lançado em 2016 (mas só conheço agora) tem a assinatura do artista Pietro Domiciano, com ilustrações interessantíssimas ao estilo do que o poeta francês Jean Cocteau se utilizou em Ópio, livro lançado aqui no país nos anos 1980 pela Brasiliense. O cuidado e a coerência estética das artes do CD já nos instigam a começar a audição com o encarte na mão, isso segundos depois de rasgar o celofane que envolve o produto. Foi que fiz.
E essa correlação com outros gêneros artísticos segue, já que em duas músicas o grupo pinça poemas do escritor curitibano Paulo Leminski para compor "O Silêncio e o Estrondo" e "Lua Alta". Num país onde letras de canções são tão maltratadas (falando principalmente daquilo que se ouve nas FMs pelo público médio), o sumo poético é também uma das virtudes do quarteto composto por Marcos Dank (guitarra, violão e voz), Leonardo Montenegro (violão, guitarra, piano, órgão, synth e vocais de apoio), Rayman Juk (baixo, piano, órgão, synth e voz) e Yuri Vasselai (bateria, percussão e voz).
Lançado pelo Selo 180 Fonográfico, o disco é produzido a quatro mãos por Sanjai Cardoso e Beto Bruno (Cachorro Grande), com arremate final a cargo da masterização de Rob Grant, na Austrália, mesmo nome que já assinou álbuns de nomes importantes do rock atual como Tame Impala.
Em pouco mais de 30 minutos, Lapso é um álbum que bate na pinha do ouvinte acostumado (e carente) por boas bandas/artistas ligados ao rock progressivo cantado em português. E a opção em tingir o vocal principal de um reverber onipresente, não apenas carimba o disco com ares saudosos dos anos 1970 como ainda nos conecta a diversas lembranças do gênero. Além das já citadas faixas rebuscadas com esboços poéticos de Paulo Leminski, ouça com atenção temas como "Tua Nuvem", "Sem Rumo", "Antimatéria" e "Pesadelo", essa última composta em parceria com Pedro Pelotas (Cachorro Grande), que também toca piano na faixa.
Ouça na íntegra.
Pra início de conversa, uma boa arte de um álbum sempre faz a diferença, e Lapso, que foi lançado em 2016 (mas só conheço agora) tem a assinatura do artista Pietro Domiciano, com ilustrações interessantíssimas ao estilo do que o poeta francês Jean Cocteau se utilizou em Ópio, livro lançado aqui no país nos anos 1980 pela Brasiliense. O cuidado e a coerência estética das artes do CD já nos instigam a começar a audição com o encarte na mão, isso segundos depois de rasgar o celofane que envolve o produto. Foi que fiz.
E essa correlação com outros gêneros artísticos segue, já que em duas músicas o grupo pinça poemas do escritor curitibano Paulo Leminski para compor "O Silêncio e o Estrondo" e "Lua Alta". Num país onde letras de canções são tão maltratadas (falando principalmente daquilo que se ouve nas FMs pelo público médio), o sumo poético é também uma das virtudes do quarteto composto por Marcos Dank (guitarra, violão e voz), Leonardo Montenegro (violão, guitarra, piano, órgão, synth e vocais de apoio), Rayman Juk (baixo, piano, órgão, synth e voz) e Yuri Vasselai (bateria, percussão e voz).
Lançado pelo Selo 180 Fonográfico, o disco é produzido a quatro mãos por Sanjai Cardoso e Beto Bruno (Cachorro Grande), com arremate final a cargo da masterização de Rob Grant, na Austrália, mesmo nome que já assinou álbuns de nomes importantes do rock atual como Tame Impala.
Em pouco mais de 30 minutos, Lapso é um álbum que bate na pinha do ouvinte acostumado (e carente) por boas bandas/artistas ligados ao rock progressivo cantado em português. E a opção em tingir o vocal principal de um reverber onipresente, não apenas carimba o disco com ares saudosos dos anos 1970 como ainda nos conecta a diversas lembranças do gênero. Além das já citadas faixas rebuscadas com esboços poéticos de Paulo Leminski, ouça com atenção temas como "Tua Nuvem", "Sem Rumo", "Antimatéria" e "Pesadelo", essa última composta em parceria com Pedro Pelotas (Cachorro Grande), que também toca piano na faixa.
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