O guqin (chinês: 古琴) é um instrumento musical chinês de sete cordas dedilhadas, da família da cítara. É tocado desde a antiguidade e tradicionalmente apreciado por eruditos e literatos como um instrumento de grande sutileza e refinamento, como ilustra a frase "um cavalheiro não se desfaz de seu qin ou se sem um bom motivo", além de ser associado ao antigo filósofo chinês Confúcio. Às vezes, é chamado pelos chineses de "o pai da música chinesa" ou "o instrumento dos sábios". O guqin não deve ser confundido com o guzheng, outra cítara longa chinesa também sem trastes, mas com cavaletes móveis sob cada corda.
Diz a lenda que o qin, o mais reverenciado de todos os instrumentos musicais chineses, tem uma história de cerca de 5.000 anos, e que figuras lendárias da pré-história da China — Fuxi, Shennong e Huang Di, o "Imperador Amarelo" — estiveram envolvidas em sua criação. Quase todos os livros e tablaturas sobre qin publicados antes do século XX afirmam isso como a verdadeira origem do instrumento, embora hoje seja considerado um mito. Há menções a ele em escritos chineses que datam de quase 3.000 anos, e exemplares foram encontrados em tumbas de cerca de 2.500 anos atrás. A origem exata do qin ainda é um tema de intenso debate nas últimas décadas.
Em 1977, uma gravação de "Água Corrente" (Liu Shui, interpretada por Guan Pinghu, um dos melhores tocadores de qin do século XX) foi escolhida para integrar o Disco de Ouro da Voyager, um LP banhado a ouro contendo música de todo o mundo, enviado ao espaço pela NASA nas sondas Voyager 1 e Voyager 2. É o trecho mais longo incluído no disco. A razão para selecionar uma obra tocada neste instrumento específico reside no fato de que a estrutura tonal do instrumento, sua escala musical, deriva de leis físicas fundamentais relacionadas à vibração e aos harmônicos, representando a capacidade intelectual do ser humano sobre o assunto. Em 2003, a música do guqin foi proclamada Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Sem comentários:
Enviar um comentário