domingo, 2 de outubro de 2022

BIOGRAFIA DE Raul Seixas


 

Raul Santos Seixas (Salvador28 de junho de 1945[3] — São Paulo21 de agosto de 1989) foi um cantorcompositorprodutor e multi-instrumentista brasileiro, frequentemente considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da CBS, durante sua estada na cidade do Rio de Janeiro e, por vezes, é chamado de Pai do Rock Brasileiro e Maluco Beleza. Sua obra musical é composta por dezessete discos lançados durante 26 anos de carreira. Seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como Let me Sing, Let me Sing.[4] Seu álbum de estreia, Raulzito e os Panteras (1968) foi produzido quando integrava o grupo Raulzito e os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com músicas como Ouro de ToloMosca na Sopa e Metamorfose Ambulante, do álbum Krig-ha, Bandolo!, de 1973. Raul Seixas tinha um estilo musical que era chamado de "contestador e místico". Isso se deve aos ideais que defendia, como a Sociedade Alternativa apresentada no álbum Gita, lançado em 1974, influenciado por figuras como o ocultista britânico Aleister Crowley.

Cético e agnóstico,[5][6][7] Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologiahistórialiteratura e latim. Algumas ideias dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso.[8] Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida. Nos anos 80, continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Abre-te Sésamo (1980), Raul Seixas (1983), Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989), esse último em parceria com o também baiano e amigo Marcelo Nova.[9] Sua obra musical tem aumentado continuamente de tamanho, na medida em que seus discos (principalmente álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos anos. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul Seixas na 19.ª posição, superando nomes como Milton NascimentoMaria BethâniaHeitor Villa-Lobos e outros.[10] No ano anterior, a mesma revista promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde dois de seus álbuns apareceram: Krig-ha, Bandolo!, na 12.ª posição e Novo Aeon, na 53.ª posição.[11]

Biografia

Infância

“Quando eu era guri, lá na Bahia, música para mim era uma coisa secundária. O que me preocupava mesmo eram os problemas da vida e da morte, o problema do homem, de onde vim, para onde vou (...)”

— Raul Seixas[12]

Raul Santos Seixas nasceu às 8 horas da manhã em 28 de junho de 1945 numa família de classe média baiana, a qual vivia na Avenida Sete de SetembroSalvador.[3][13] Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas. Em julho de 1945, foi registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador com o nome do pai e do avô paterno. Em 16 de setembro, batizaram-no na Igreja Matriz da Boa Viagem. Em 4 de dezembro de 1948, nasceu o único irmão de Raul, Plínio Santos Seixas, com quem teria um bom relacionamento durante sua infância. Seus estudos começaram em 1952, quando passou a frequentar o curso primário, estudando com a professora Sônia Bahia, e depois de concluído o curso em 1956, fundou o Club dos Cigarros com alguns amigos.[13]

O sofrível desempenho escolar de Raul se iniciaria em 1957, quando ingressou no Colégio São Bento, onde foi reprovado na 2.ª série por três anos.[14] Um dos motivos da reprovação, segundo alguns biógrafos, é que ele, em vez de ir assistir as aulas, ouvia rock and roll — em seus primórdios — na loja Cantinho da Música. Em 13 de julho de 1959, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão.[15] Segundo a jornalista Ana Maria Bahiana, foi através de Serrão que Raul Seixas começou a sair de casa e a manter uma vida social mais ampla.[16] Segundo Raul, o encontro com Serrão foi fantástico: "me preparei todo, botei a gola pra cima, botei o topete, engomei o cabelo, e fiquei esperando ele, mascando chiclete".[17] O Elvis Rock Club era como uma gangue, que procurava brigas na rua, fazia arruaça, roubava bugigangas e quebrava vidraças. Embora Raul não gostasse muito disso, "ia na onda, pois o rock (pelo menos a meu ver) tinha toda uma maneira de ser".[16]

Então, a família resolveu matricular Raul num colégio de padres, o Colégio Interno Marista, onde chegou à 3.ª série em 1960, mas acabou repetindo o estágio em 1961. Nessa época, Raul começou a se interessar pela leitura,[14] pois seu pai, que amava livros, possuía uma vasta biblioteca em casa.[18] Tão logo decifrou o mistério das letras, o garoto pôs-se a ler os volumes que encontrava na biblioteca do pai e assim, as histórias que lia na biblioteca fermentavam sua imaginação e, com os cadernos do colégio, fazia desenhos, criava personagens, enredos, para depois vender ao irmão 4 anos mais novo, que acabava ficando interessado e comprava os esboços.[18][19] Segundo Raul, um dos personagens principais dessas histórias era um cientista maluco chamado "Melô" (algo como "amalucado"), que viajava para diversos lugares imaginários como o "Nada", o "Tudo", "Vírgula", "Xis ao Cubo" e "Oceanos de Cores".[20] Segundo Raul, "Melô" era sua "outra parte, a que buscava as respostas, o eu fantástico, viajando fora da lógica em uma maquinazinha em que só cabia um só passageiro... Melô-eu." Plínio ficava horas ouvindo o irmão contar suas histórias, dentro do quarto dos dois, e Raul frequentemente encenava os personagens como um ator.[20] Ambos tinham algo em comum: adoravam literatura, mas odiavam a escola.[19] Mais tarde, já maduro, Raul Seixas diria: "Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que aprendia era nos livros, em casa ou na rua. Repeti cinco vezes a segunda série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la.".[carece de fontes] De um modo ou de outro, Raul Seixas precisava frequentar a escola vez ou outra. Em uma determinada ocasião, o pai perguntou como ele ia na escola e pediu o seu boletim. Raul mostrou um boletim falsificado, com todas as matérias resultando em um 10.[21] O pai questionava se ele havia estudado, mas a mãe Maria Eugênia interrompia, dizendo algo como "Estudou nada, ficou aí ouvindo rock o tempo inteiro, essa porcaria desse béngue-béngue, de élvis préji, de líri ríchi e gritando essas maluquices."[22] Os pais de Raul, como toda a geração da época, estranhavam o rock e ele não era muito bem-vindo entre as famílias.[22]

Anos 1960: Os Panteras

Raulzito e os Panteras (1968), o debute de Raul Seixas.

Embora Raul mantivesse um gosto muito sincero pela música, seu sonho maior era ser escritor como Jorge Amado. Na sua cidade, escutavam Luiz Gonzaga todos os dias, nas praças, nas casas, em todos os estabelecimentos. Enquanto isso, Raul junta-se à cena do Rock, que se formava em Salvador. "Em 54/55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e me atirava no chão imitando Little Richard."[23] Com o passar do tempo, a banda que chegou a ter diversos nomes, como Relâmpagos do Rock, formadas então pelos irmãos Délcio e Thildo Gama,[24] passa por várias formações e, em 1963, passa a se chamar The Panters, banda que agora já se tornara sensação de Salvador. A fama se espalha e a banda é rebatizada pelo nome Os Panteras, tendo em sua formação definitiva além de Raulzito, os integrantes Mariano Lanat, Eládio Gilbraz e Carleba. Em 1967, Raul Seixas começa um relacionamento com Edith Wisner, filha de um pastor protestante americano. O pai de Edith não aceita o namoro da filha. Em 6 meses, completa o segundo grau, faz cursinho pré-vestibular e passa em Direito, Psicologia e Filosofia. Com isso, casa-se com Edith. Logo em seguida, abandona os estudos, volta a reunir os Panteras e aceita o convite de Jerry Adriani para ir para o Rio de Janeiro.[25]

Em 1968, Raulzito e os Panteras gravam o seu primeiro e único disco, Raulzito e os Panteras. Assinando contrato com a gravadora EMI-Odeon, após encontrarem Chico Anysio e Roberto Carlos, que os reconheceu nos corredores de uma grande gravadora.[26] O disco no entanto não teria sucesso de critica nem de público. Eládio Gilbraz, um dos panteras, diria: "De um lado, havia a inexperiência de quatro rapazes, recém-chegados da Bahia, falando em qualidade musical, agnosticismo, mudança de conceitos e sonhos. Do outro lado, uma multinacional que só falava em "comercial". Talvez não tenha sido o disco que o grupo imaginara, mas o nosso sonho era gravar um disco.[26] A partir daí, Raulzito e os Panteras passariam sérias dificuldades no Rio de Janeiro. Raul morava em Ipanema e ia a pé até o centro da cidade, para tentar divulgar as suas músicas, não obtendo sucesso.[26] Algumas vezes, os Panteras recebiam ajuda de Jerry Adriani, tocando como banda de apoio, o que, segundo o próprio Raul, lhe deu muita experiência e lhe ajudou a descobrir como se comunicar, pois suas "músicas eram muito herméticas".[26] Raulzito passaria então fome no Rio de Janeiro[26] (como mais tarde escreveria em Ouro de Tolo).

Transição: Produtor musical

Raul Seixas estava totalmente abalado pelo fracasso com Os Panteras, e a sua volta a Salvador. Escrevia ele: "Passava o dia inteiro trancado no quarto lendo filosofia, só com uma luz bem fraquinha, o que acabou me estragando a vista [...] Eu comprei uma motocicleta e fazia loucuras pela rua." [27] No entanto a sorte começaria a mudar, um dia, conhece na Bahia um diretor da CBS Discos. Mais tarde ele convidaria Raul para ser produtor da gravadora. Sem pensar duas vezes, ele faz as malas, junto a Edith, e volta para o Rio.[26] Raul volta ao Rio para usar seus enciclopédicos conhecimentos de música como produtor fonográfico. Nos cadernos de composições de Raul começaria a ser alimentada uma revolução.[28] Esta seria a segunda chance de Raul, apostando no talento do amigo, Jerry Adriani convence o então presidente da CBS, Evandro Ribeiro, a dar a Raulzito um emprego de produtor. Raulzito trabalhou anonimamente por um bom tempo.[29]

Raul após ter entrado na CBS, fez grandes aliados e amigos. Ainda em 1968, a dupla Os Jovens e a banda The Sunshines apostaram em suas letras. No entanto, Raul faria um grande amigo e parceiro: Leno, da dupla Leno e Lilian. "Raulzito sempre esteve 20 anos adiante de seu tempo e Leno o compreendia; na verdade, sempre houve uma grande admiração mútua". Diria Arlindo Coutinho, da relações públicas da CBS. Em seu compacto duplo Papel Picado, lançado em 1969, Leno registrou Um Minuto Mais, versão de Raulzito para I Will (nada a ver com a canção de Paul McCartney). Também não se pode esquecer de Mauro Motta, outro grande parceiro de Raul nesta fase.[29] Jerry Adriani decide convocar Raulzito para ser o produtor de seus discos. No álbum de 1969, aproveitou para gravar uma de suas músicas, Tudo Que É Bom Dura Pouco. Naquela mesma época, outros ídolos da Jovem Guarda também apadrinharam Raulzito gravando suas letras como Ed WilsonRenato e seus Blue CapsJerry AdrianiOdair José. O ano de 1970 marcou o início de uma fase muito ativa na carreira de Raulzito, como produtor da CBS. Primeiramente, suas composições passaram a ser gravadas pelos artistas do cast da gravadora. Passou o ano produzindo discos para Tony & Frankye, Osvaldo Nunes, Jerry Adriani, Edy Star e Diana, além de escrever uma quantidade enorme de músicas para os colegas da gravadora.[29] Algumas de muito sucesso, como Doce doce amor (Jerry Adriani), Ainda Queima a Esperança (Diana) e Se ainda existe amor (Balthazar). Raulzito nessa época passa a ter um bom emprego de respeitado produtor, que conseguira lançar suas composições como Hits na voz de outros cantores e produzir grandes artistas. Mas, Raulzito não se conformava apenas com isso, ainda mais quando conheceu o amigo e parceiro Sérgio Sampaio, passando cada vez mais a realimentar os sonhos de quando ainda morava em Salvador, que era ser um cantor. Ao lado de Leno, Raulzito participa do disco Vida e Obra de Johnny McCartney, disco solo de Leno, em que ambos buscam novos caminhos e experimentações. Juntos assinam letras e composições em parcerias. Foi o primeiro Lp gravado em oito canais no Brasil.[29] As letras do disco foram censuradas que acabou não sendo lançado na época.

Outro projeto mal sucedido seria o LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, lançado em 1971, com a parceria de Sérgio SampaioMiriam Batucada e Edy Star, onde Raul Seixas deu início a produção de um projeto de ópera-rock, tendo as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. O Sociedade Grã Ordem Kavernista era um disco Anárquico, inspirado em Frank Zappa e o então cultuado Disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles misturado a elementos brasileiros, como samba, chorinho, baião. Quando lançado, o disco não obteve sucesso de público e nem de crítica. Foi abandonado à própria sorte até mesmo pela gravadora, cujos executivos tanto no Brasil como na matriz, nos Estados Unidos não gostaram do resultado final. Com isso, não houve investimento em divulgação do trabalho nas rádios e programas musicais da época. Muitas lendas cercam esse disco que traz 11 faixas intercaladas por vinhetas. A principal delas diz que Raul, Sérgio, Edy e Míriam gravaram as músicas às escondidas, à noite, sem que ninguém na CBS soubesse e que por esse motivo, Raul Seixas, então um bem-sucedido produtor da gravadora, teria sido demitido. No entanto, segundo Edy Star, único sobrevivente dos quatro artistas, o trabalho foi profissional e feito com o conhecimento da gravadora. E Raul não foi demitido. Tanto que no ano seguinte, em 1972, produziu o compacto Diabo no Corpo, de Míriam Batucada, e o LP de estreia da cantora Diana, na própria CBS. Raul só saiu da gravadora meses depois desse último trabalho, sendo contratado pela RCA Victor.[30][31]

Anos 1970: Auge e repercussão nacional

Krig-ha, Bandolo! (1973), primeiro disco de Raul Seixas com repercussão crítica e de público.

Em 1972, Raul Seixas decide participar do Festival Internacional da Canção, sendo convencido por Sérgio Sampaio. O cantor compõe duas músicas, "Let Me Sing, Let Me Sing", defendida pelo próprio Raul e "Eu Sou Eu e Nicuri é o Diabo", defendida por Lena Rios & Os Lobos. Ambas chegam a final, obtendo sucesso de critica e de público. Rapidamente, Raul foi contratado pela gravadora Philips.[32] Na época, ele também se interessa por um artigo sobre extraterrestres publicado na revista A Pomba e tem o seu primeiro contato com o escritor Paulo Coelho, que mais tarde, se tornaria seu parceiro musical.[33]

No ano de 1973, Raul consegue um grande sucesso com a música Ouro de Tolo, do álbum Krig-ha, Bandolo!. Em entrevista à Folha de S.Paulo (junho de 1973) e à revista Amiga (julho de 1973), Raul declarou que a inspiração para compor "Ouro de Tolo" teria vindo depois de ter passado uma tarde de "meditações e visões de um disco voador alaranjado" na Barra da Tijuca.

"Precisamente a 7 de janeiro deste ano [1973], às 16 horas, quando houve um eclipse parcial,[nota 1] estava eu na Barra da Tijuca, perto do Recreio dos Bandeirantes, e avistei um disco cujos lados havia [sic] uma auréola cor de fogo em propulsão. Quando surgiu e consegui visualizá-lo, uma coisa estranha me tocou e só então percebi que era um predestinado e as coisas começaram a clarear para mim, sedimentando-me este conceito. Simbolicamente, pareceu-me viajar no tal disco-voador e consegui ver a Terra com toda sua problemática. Ao retornar da viagem espacial, não sei explicar o personagem que encarnei por alguns minutos, mas pareceu-me um jacobino, dentro daquela Revolução Francesa. Refeito, voltei à casa e passei a interessar-me pelo cósmico. Dois meses depois, acordei bem cedo, com vontade de escrever. Era uma espécie de ânsia. Telefonei a um amigo e ele me aconselhou a voltar ao local do disco-voador. Voltei e, lá chegando, tive um sentido amplo do que era a terra, o fogo, a água, e o ar, esses quatro elementos que compõem um todo a ser vivido por mim, mas por etapas."

— Raul Seixas sobre a inspiração para compor "Ouro de Tolo", em entrevista publicada na revista Amiga em julho de 1973.[35]

O mesmo LP, continha outras músicas que se tornaram grandes sucessos, como: "Metamorfose Ambulante", "Mosca na Sopa" e "Al Capone". Raul Seixas finalmente alcança grande repercussão nacional, graças a divulgação da imagem do cantor como ícone popular. Porém, logo a imprensa e os fãs da época, foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor.

Ainda em 1973, Raul resolve homenagear algumas músicas clássicas do rock americano e brasileiro no disco Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock. Raul foi, no entanto, proibido pela gravadora de assinar seu nome no disco de covers, pois ela achou que o álbum poderia prejudicar as vendas de Krig-ha, Bandolo!. A solução foi creditar o álbum a uma certa banda chamada Rock Generation, com o nome de Raul presente apenas na contracapa, como diretor de produção. O álbum não teve qualquer tipo de divulgação e acabou inicialmente sendo esquecido nas lojas, porém com os sucessos posteriores de Raul, alcançando grandes vendagens, a gravadora Philips acabou por divulgar melhor o trabalho.[36]

Documento de Censura avaliando a música "O Exercício" de Raul Seixas e Paulo Coelho, 1973. Arquivo Nacional.

No ano de 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criam a Sociedade Alternativa, uma sociedade baseada nos preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley, praticamente repetindo o chamado Livro da Lei. O cantor foi levado pelo escritor a conhecer uma ordem filosófica baseada na Lei de Thelema, desenvolvida por Crowley.[37] A Sociedade Alternativa, com sede alugada, papel timbrado e relatórios mensais, chegou a anunciar a aquisição de um terreno em Minas Gerais, para a construção da Cidade das Estrelas, uma comunidade onde a única lei era: “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei.” Em todos os seus shows, Raul divulgava a Sociedade Alternativa com a música de mesmo nome.[38]

A obsessão de Raul Seixas e Paulo Coelho em construir “uma verdadeira civilização thelêmica”, evidentemente, trouxe problemas com a Censura. A letra da música "Como Vovó já Dizia" composta pelos dois, teve de ser mudada. Logo no show de lançamento, a polícia apreendeu o gibi-manifesto "A Fundação de Krig-Ha" e o queimou como material subversivo. A Ditadura, então, através do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) prendeu Raul e Paulo, pensando que a Sociedade Alternativa fosse um movimento armado contra o governo.[37]

“"Veio uma ordem de prisão do Exército e me detiveram no Aterro do Flamengo. Me levaram para um lugar que não sei onde era. Imagine a situação: estava nu, com uma carapuça preta. E veio de lá mil barbaridades. Tudo para eu dizer os nomes de quem fazia parte da Sociedade Alternativa, que, segundo eles, era um movimento revolucionário contra o governo. O que não era. Era uma coisa mais espiritual. Preferiria dizer que tinha pacto com o demônio a dizer que tinha parte com a revolução. Então foi isso, me escoltaram até o aeroporto." (...)”

— Raul Seixas sobre o exílio ocorrido em 1974, em uma entrevista publicada na revista Bizz, em março de 1987.[39]

Depois de torturados, Raul e Paulo foram exilados para os Estados Unidos, com suas respectivas esposas, Edith Wisner e Adalgisa Rios. Muitas histórias são contadas sobre a estadia de Raul Seixas nos Estados Unidos, como seu encontro com John Lennon, mas ninguém sabe ao certo se são verdadeiras.[31] No entanto, o LP Gita gravado poucos meses antes faz tanto sucesso, que forçou a Ditadura a trazê-los de volta para o Brasil. O álbum Gita rendeu à Raul um disco de ouro, após vender 600 000 cópias, sendo considerado o LP de maior sucesso de sua carreira. Ainda neste ano, Raul separa-se de Edith, que vai para os Estados Unidos com a filha do casal, Simone.[40]

Em 1975, Raul Seixas casa-se com Glória Vaquer, e grava o LP Novo Aeon, onde compôs junto com Paulo Coelho, uma de suas músicas mais conhecidas, "Tente Outra Vez", que seria creditada juntamente com Marcelo Motta, por quem eram discipulados na Astrum Argentum (AA).[37] O LP, porém, vendeu menos de 60 mil cópias. Ainda em 1975, Raul lê um manifesto e canta a Sociedade Alternativa no documentário Ritmo Alucinante, que foi um festival de rock realizado no Rio de Janeiro, gravado no álbum Hollywood Rock, lançado no mesmo ano. Em 1976, Raul supera a má-vendagem do disco Novo Aeon com o álbum Há Dez Mil Anos Atrás. Neste mesmo ano, nasce sua segunda filha, Scarlet. Chega então ao fim, o seu contrato com a gravadora Philips e sua parceria com Paulo Coelho, embora continuassem amigos (ou inimigos íntimos).[40]

Em 1972.

Jay Vaquer, músico e cunhado de Raul na época, coletou material para fazer um novo disco, Raul Rock Seixas, que diziam ser um álbum feito de resto de gravações, mas na verdade a história era outra. Raul escolheu as músicas, e Jay começou a fazer os arranjos. Porém, antes de Raul Seixas e Jay terminarem de mixá-lo devido à suas ausências por causa dos shows, a Philips lançou o disco sem avisá-los, sob o selo da Fontana/Phonogram, mixando-o por conta própria. Segundo Jay, isso prejudicou o trabalho que ambos haviam planejado anteriormente, destruindo o LP, porque finalmente seu nome estava num LP de Raul como produtor, arranjador, e guitarrista, e seu trabalho foi muito mal representado.[41]

Em 1977, nasce no Brasil uma nova gravadora, a WEA, que se interessa em contratar Raul Seixas. Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto, com quem Raul compôs várias de suas canções mais conhecidas. Juntos, realizaram o LP O Dia Em Que A Terra Parou. A crítica não gostou. Foi dito que não mantinha o mesmo nível dos trabalhos anteriores. Mas os fãs se deliciam com “Maluco Beleza”, “Sapato 36” e a faixa-título.[40]

Naquele final de década as coisas começaram a ficar ruins para Raul. A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de saúde devido ao alcoolismo lhe causando a perda de 1/3 do pâncreas. Raul passa alguns meses numa fazenda na Bahia, para se recuperar da pancreatite.[31] Ele separe-se de Glória, que, assim como Edith, também voltou aos Estados Unidos, levando a filha Scarlet. Neste ano, conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver. Lança o LP Mata Virgem que conta com a volta de Paulo Coelho, porém, ambos chegam a conclusão, de que essa parceria já não tinha mais como dar certo. Além disso, a má divulgação atrapalhou as vendas do disco e a crítica também não ajudou.[42]

No ano de 1979, Raul separa-se de Tania. Começa então, a depressão de Raul Seixas junto com uma internação para tratar do alcoolismo. Conhece Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira. Lança seu último LP com a WEAPor Quem os Sinos Dobram, em parceria com o amigo Oscar Rasmussen e logo após, rescinde o contrato com a gravadora.[43]

Anos 1980: Altos e baixos

Em 1980, assina novamente contrato com a CBS (desta vez como cantor) lançando mais um álbum, Abre-te Sésamo, que contém outros sucessos e têm as faixas "Rock das 'Aranha'" e "Aluga-se" censuradas. Logo depois, o contrato é rescindido. Em 1981, nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika. Em 1982, faz um show na praia do Gonzaga, em Santos, reunindo mais de 150 mil pessoas. No mesmo ano, Raul apresenta-se bêbado em CaieirasSão Paulo, e é quase linchado pela platéia que não acredita que Raul é o próprio, mas um impostor. Desde 1980, Raul estava sem gravadora e agora também sem perspectiva de um novo contrato. Mergulhado na depressão, Raul afunda-se nas drogas. Porém, em 1983, Raul é convidado para gravar um disco pelo Estúdio Eldorado. Logo depois, Raul é convidado para gravar o especial infantil Plunct, Plact, Zuuum da Rede Globo, onde canta a música "Carimbador Maluco". O álbum Raul Seixas (1983), que continha a canção, dá à Raul mais um disco de ouro. Em 1984, grava o LP "Metrô Linha 743" pela gravadora Som Livre, com a maior parte das composições em parceria com sua companheira Kika Seixas e uma das faixas, Mas I Love You (Pra Ser Feliz), em parceria com seu guitarrista Rick Ferreira, que teve participação em todos os discos de Raul, a partir de Gita.[44] Mas depois, Raul teve as portas fechadas novamente, devido ao seu consumo excessivo de álcool e constantes internações para desintoxicação. Também em 1984, a Eldorado lança o disco Ao Vivo - Único e Exclusivo.

Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show em 1 de dezembro 1985, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova. Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana, em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que foi lançado somente no ano seguinte, devido ao alcoolismo de Raul. O disco Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! faz grande sucesso entre os fãs, chegando a ganhar disco de ouro e estando presente até em programas de televisão, como o Fantástico. Nesta época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua companheira. A partir desse ano, estreita relações com Marcelo Nova (fazendo uma participação no disco Duplo Sentido, da banda Camisa de Vênus). Um ano mais tarde, 1988, já separado de Lena, faz seu último álbum solo, A Pedra do Gênesis. A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco. No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical, totalizando 50 apresentações pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a primeira metade é feita somente por Marcelo Nova.

Morte

As 50 apresentações pelo Brasil resultaram naquele que seria o último disco lançado em vida por Raul Seixas. O disco foi intitulado de A Panela do Diabo, que foi lançado pela Warner Music Brasil no dia 22 de agosto de 1989. Na manhã do dia 21 de agosto, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama, por volta das oito horas da manhã em seu apartamento em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. O LP A Panela do Diabo vendeu 150 000 cópias, rendendo a Raul um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova, tornando-se assim um dos discos de maior sucesso de sua carreira. Raul foi velado pelo resto do dia no Palácio das Convenções do Anhembi. No dia seguinte seu corpo foi levado por via aérea até Salvador e sepultado às 17 horas, no Cemitério Jardim da Saudade.[45][46]

Após a morte

Festival em Belo Horizonte, realizado em 2009 em homenagem a Raul Seixas. Dois participantes estão caracterizados segundo a fisionomia de Raul.

Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Raul Vivo (1993 - Eldorado), Se o Rádio não Toca... (1994 - Eldorado) e Documento (1998). Inúmeras coletâneas também foram lançadas, como Os Grandes Sucessos de Raul Seixas de (1993), a grande maioria sem novidades, mas algumas com músicas inéditas como As Profecias (com uma versão ao vivo de "Rock das 'Aranha'") de 1991 e Anarkilópolis (com "Cowboy Fora da Lei Nº2") de 2003. Sua penúltima mulher, Kika, já produziu um livro do cantor (O Baú do Raul), baseado em escritos dos diários de Raul Seixas desde os seis anos de idade até a sua morte. Em 2002, o cantor paraibano Zé Ramalho lançou o DVD Zé Ramalho Canta Raul Seixas: Ao Vivo contando com algumas canções de Raul no repertório. Em 2004, o canal a cabo Multishow promoveu um show especial de tributo a Raul, intitulado O Baú do Raul: Uma Homenagem a Raul Seixas. O show, gravado na Fundição Progresso (Rio de Janeiro) e lançado em CD e DVD, contou com artistas como Toni GarridoCPM 22Marcelo D2Gabriel o PensadorArnaldo BrandãoRaimundosMaurício BaiaNasiCaetano VelosoPitty e Marcelo Nova (os três últimos baianos, como Raul). Mesmo depois de sua morte, Raul Seixas continua fazendo sucesso entre novas gerações. Vinte anos depois de sua morte, o produtor musical Marco Mazzola, amigo pessoal de Raul, divulgou a canção inédita "Gospel", censurada na década de 1970. A canção foi incluída na trilha sonora da telenovela Viver a Vida, da Rede Globo. Em 2013, o cantor americano Bruce Springsteen cantou "Sociedade Alternativa" na abertura de seu show no Rock in Rio 2013. Em junho de 2014, a Rede Record definiu a música "Tente outra vez", como tema de abertura da novela Vitória.[47] Em 2015, a gravadora Som Livre lançou o DVD e em formato CD O Baú do Raul – 25 Anos Sem Raul Seixas, gravado em agosto de 2014 na Fundição Progresso no mês em que se completaram exatos 25 anos da morte do cantor e que contou com a participação dos seus sucessos nas vozes de Jerry AdrianiNação ZumbiBaíaAna CañasForfunZeca BaleiroMarcelo NovaMarcelo JeneciDigãoTico Santa CruzCachorro Grande, entre outros, além da presença da banda original do músico, Os Panteras.[48] Desde 2002, o nome de uma de suas canções mais famosas, "Maluco Beleza", é utilizada para dar nome a uma rádio em Campinas que é feita por pessoas com problemas de saúde mental e usuários de drogas, visando as reintroduzir na sociedade.


                


IK Multimedia disponibiliza os incríveis Total Studio 3.5 MAX e Total VI MAX!

 

IK Multimedia disponibiliza os incríveis Total Studio 3.5 MAX e Total VI MAX!

IK Multimedia lançou o Total Studio 3.5 MAX  e o Total VI MAX, oferecendo 2 novas maneiras dos utilizadores obterem acesso ao vasto catálogo de processadores de efeito e instrumentos virtuais da IK, proporcionando economia inigualável comparado à compra destes títulos de software individualmente. Esta é mais uma coleção suprema de software de estúdio que oferece um vasto catálogo de processadores de efeito e instrumentos virtuais IK com o máximo de conveniência e economia!

Total Studio 3.5 MAX é a nova atualização e a mais extensa edição até hoje da popular suíte de software da IK para criação e produção musical, enquanto o Total VI MAX é a mais nova e completa coleção já feita focando exclusivamente em instrumentos virtuais.

Se gosta de música e, sobretudo, se aprecia fazer música com software musical e plugins VST, em vez de usar sites como o 20Bet login, continue a ler este artigo até ao final!

 

 

 

Total Studio 3.5 MAX

Em adição à imensa coleção de equipamentos da versão anterior, a versão 3.5 adiciona o SampleTron 2, 8 novas bibliotecas SampleTank das coleções Electromagnetik e Cinekinetik, todos os 4 novos pedais virtuais X-GEAR para AmpliTube 5 junto com 6 novos módulos T-RackS, incluindo o novo FAME Studio Reverb, Comprexxor e a TASCAM Tape Collection completa.

Estes produtos se juntam ao AmpliTube 5T-RackS Sunset Sound Studio ReverbMODO BASS e a todos os mais recentes e mais cobiçados softwares de criação musical da IK. Com impressionantes 143 produtos ao todo, o Total Studio 3.5 MAX cobre cada estágio da produção musical: composição, produção, sound design, mixagem, masterização e performance.

E com mais de 470 GB de sons ricos e autênticos, mais 497 efeitos ultrarrealistas, Total Studio 3.5 MAX é a mais abrangente solução tudo-em-um para criação musical em qualquer estilo.

 


Total VI MAX

Total VI MAX é a mais completa coleção da IK dedicada a Instrumentos Virtuais, uma coleção que anteriormente era disponível somente como parte do Total Studio MAX. Indo do baixo e bateria a uma imensa variedade de teclados e sons orquestrais, cada instrumento virtual do Total Studio 3.5 MAX está aqui.

A coleção traz mais de 15,500 instrumentos, incluindo o SampleTank 4 MAX da IK com 16 bibliotecas adicionais, o novo SampleTron 2, Miroslav Philharmonik 2 e Syntronik Deluxe, os quais trabalham tanto como aplicação standalone quanto como bibliotecas dentro do SampleTank 4. Acompanha também o Hammond B-3X, MODO DRUM e MODO BASS.

Preço e disponibilidade

Total Studio 3.5 MAX e Total VI MAX já estão disponíveis para compra na loja online da IK Multimedia e nas revendas autorizadas IK de todo o mundo por um preço especial de lançamento por tempo limitado de US$/€599.99** (preço regular de US$/€1099.99) para o Total Studio 3.5 MAX e US$/€399.99** (preço regular de US$/€699.99) para o Total VI MAX.

   

 

O Terno – Melhor do Que Parece (2016)


 

Melhor do Que Parece é uma elegante peça de apoio emocional, sem julgamentos, pronta a amparar a queda de quem se sente atirado para o mundo sem preparação.

O Terno, trio composto por Tim Bernardes, Guilherme D’Almeida e Biel Basile, nasceu em 2009 enquanto banda de covers e tem-nos deixado acompanhar de perto a sua evolução para a vida adulta, com todas as dores de crescimento e os questionamentos sobre o mundo que isso implica. O rock de 66, álbum de estreia lançado em 2012, começou a ganhar personalidade própria no disco que se seguiu, homónimo da banda, com toques mais psicadélicos e a premissa do que viríamos a conhecer bem como a identidade O Terno. Esta chega com Melhor do Que Parece, de 2016, em jeito de auto-afirmação, acabando por se manifestar plenamente em atrás/além, o último álbum, lançado em 2019, que apresenta fortes influências do estilo pessoal de Tim Bernardes. Melhor do Que Parece é o álbum coming of age do trio, com letras e sonoridades que assentam que nem uma luva.

Teen Angst

A primeira e mais célebre experiência de um jovem adolescente é a raiva que sente por sentir que o mundo se ordenou contra si. A guitarra protagonista de “Lua Cheia” ganha relevância sobre a letra que se vai repetindo ao longo dos minutos e triunfa no fim, caso alguém ainda não tivesse dado conta da sua ira.  “O Orgulho e o Perdão” surge como um manifesto de auto-respeito, casa de sintetizadores e de um trombone que se faz ouvir, roubando todas as atenções e desviando-nos de qualquer esperança de perdão no fim.

Se esperarmos uns anos, no entanto, essa raiva vai desvanecendo até que chegamos ao patamar que nos apresenta “Vamos Assumir”, mais maduro, ainda que com resquícios da desilusão de crescer. É sobre nunca estarmos satisfeitos com o que temos, sobre vivermos sempre a pensar no futuro sem prestarmos atenção ao presente e sobre sermos reféns das nossas próprias ilusões, projetando nos outros o que queremos que eles sejam.

Dor de pensar

Não só de cabeças confusas são feitos os pré-adultos. A divertida “Culpa” é sobre o chamado overthinking. Todos conhecemos a sensação de que toda a gente em nosso redor está a questionar as nossas palavras e os nossos gestos, condenando ainda a nossa preocupação demasiada sobre o seu julgo, quando mais ninguém pensa tanto sobre nós como nós próprios. É engraçada, porque simultaneamente critica os limites da sociedade vigilante e mostra a fragilidade de quem quer estar no sítio certo. Com uma melodia bem-disposta, é abordado o pensamento constante na cabeça de alguém com pouca auto-confiança, que quer fazer tudo bem mas que ainda está a aprender como se vive segundo a sociedade, quando deveria estar a usar essa energia para se exprimir em plenos pulmões e mostrar ao mundo o que tem para oferecer.

A otimista “Melhor do Que Parece” é simplesmente complexa e é nas suas repetições ao longo dos 6 minutos que fazem a faixa que interiorizamos que “faz tempo que está tudo certo”, ainda que os nossos olhos vejam a realidade deturpada. Começa com violinos que acompanham a apatia descrita na letra, mas tem lado B, introduzido por uma guitarra que não esconde a sua presença. É quase como se, atingido o nível de exaustão de desnorte, sejam aceites as coisas como são e se parta daí para o bem-estar que quem cresce tanto procura. Dá-se festa com a entrada do saxofone barítono e assim aprendemos a lição de vida nº12 que o álbum nos promete.

(Re)conforto

Acima de tudo, o fim do mundo não está próximo e é também essa a missão deste álbum, a de confortar quem se vê em pânico. Uma harpa e violinos passam a fazer momentaneamente parte da banda para uma bonita canção de luta contra a autocomiseração, em “Nó”. Intercalados com uma pianola despreocupada, relembram-nos que tempos escuros vêm sempre com uma luz no fim e que a vida só é feita de baixos para que os altos também possam ter o seu espaço. É um elegante jogo a duas vozes, a que junta uma terceira, a voz harmoniosa de Tim Bernardes, tornando esta uma das faixas mais lindas de todo o álbum.

Um baixo sorrateiro abre “Depois Que a Dor Passar”, que é depois aquecida pelos coros e pelos violinos que nos garantem que, independentemente da situação, tudo acaba bem. Afinal, é sobre isto que é crescer, é perceber que as lágrimas e a aflição vêm com uma lupa de ampliação dos problemas e que tudo o que parece tremendo por fim se revela pequenino. Não só no conforto que confere, mas também musicalmente, esta música é muito belamente trabalhada. No entanto, o prémio de faixa mais encantadora é da fofinha “A História Mais Velha do Mundo” – e sim, fofinha é a palavra.

Os (des)amores de juventude

Claro que num álbum que ecoa a vida jovem, há mais do que espaço para declarações de amor, como é o caso de “Volta”, com a bonita voz de Tim em primeiro plano, a que se juntam, em crescendo, violinos, flautas, uma harpa e um contrabaixo. Já “Minas Gerais” é uma carta de amor ao passado, ao presente e ao futuro. Um hino da juventude, dos sentimentos bons, do sonho com um futuro em que se possa fazer apenas as coisas que sabem bem. É uma ode à beleza das montanhas de Minas Gerais, ao banco de trás de um carro cheio de amigos, ao pão com café, à magia da incerteza dos becos da madrugada, ao calor e som de um bar.

Se “Não Espero Mais” é música de comemoração de alguém que até ao momento se procurou na procura do amor verdadeiro, “Deixa Fugir” é música de festa, em jeito de celebração da liberdade e do descompromisso com tudo além do próprio, que sente quem ultrapassa um desgosto de amor e que volta a ver a vida sem desfoques.

Melhor do Que Parece é uma elegante peça de apoio emocional, sem julgamentos, pronta a amparar a queda de quem se sente atirado para o mundo sem preparação. É mais ou menos isso que acontece a todos: certo dia acordamos e percebemos que estamos por nossa conta, o que pode dar azo a grande aflição. O trio O Terno não escapou a essa fase crítica, porém crucial, do crescimento humano e compôs esta peça de doze faixas, algumas onde se descreve dito sofrimento, outras onde este é afastado ou, no mínimo, amenizado. As músicas deste álbum contam autênticas histórias, com princípio, meio e fim, character develpment e descrição detalhada do ambiente, por meio de sinestesias, jogando com a musicalidade de forma a que se sintonize com as emoções.

Gabriel o Pensador – Ainda é Só o Começo (1995)


 

Numa relação que pode parecer pouco óbvia, a música de Gabriel o Pensador é uma amálgama de MPB.

Um exercício curioso que podemos fazer com este disco: mostrá-lo a alguém que não conheça nem nunca tenha ouvido e pedir para tentar adivinhar o ano em que saiu. Sem qualquer pista, isto podia ser tanto de 1995 como de hoje em dia. Por um lado, a produção e samples dão uma sonoridade perene. Por outro, as letras reflectem um Brasil que, infelizmente, continua a padecer hoje de grande parte dos males de há 27 anos.

Mas a intemporalidade é apenas um dos méritos deste disco, o segundo álbum de originais de Gabriel o Pensador, na altura um jovem de 21 anos, oriundo da classe média/alta brasileira (isso existe?), bem pensante e bem falante, com um contexto sócio-cultural mais favorável do que boa parte dos seus conterrâneos. Estudou em bons colégios, teve acesso a cultura e boa vida, começou até por ser um playboy surfista mas ainda em adolescente ganhou consciência social e virou para aí as suas atenções. Conviveu com gente das favelas e daí veio também o seu primeiro contacto com o universo do rap.

Bom observador das práticas e costumes do seu país, de quem lá vive e sobretudo de quem governa, Gabriel nasceu dotado de uma eloquência que lhe permitiu tornar-se numa das vozes mais importantes, mais activas e com maior impacto não só na música brasileira mas também na vida de milhões de pessoas. Via crítica mordaz e pertinente, denúncia feroz ou retrato quase humorístico, Gabriel põe o dedo em várias feridas que o Brasil tinha e, infelizmente, ainda tem: violência policial, corrupção em vários níveis, machismo tóxico, seitas que sugam os crentes até à medula, sistema educacional débil e, omnipresente, a miséria financeira (de uns) e moral (de outros). Embora seja um disco bastante coeso em que a fasquia está sempre num nível bem alto, podemos destacar canções como “FDP³” (filhadaputa filhadaputa filhadaputa), “Mentiras do Brasil” (que devia estar impresso e publicado em todas as paragens de autocarro) e “Faça o Diabo Feliz” (talvez a melhor música do disco e que tem um surpreendente sample de um tema dos Soundgarden).

Com o primeiro disco, homónimo, deu-se a conhecer através de um hino anti-Collor de Mello (actualmente, amigo de Bolsonaro; na altura, presidente que tinha acabado de ser deposto, via impeachment), responsável por uma governação desastrosa que fez disparar o desemprego e aumentar as desigualdades sociais. Nesse disco, de 1993, Gabriel o Pensador já revela ao que vem, mas ainda de forma um pouco mais crua. Em Ainda É Só o Começo, alarga o espectro – lírico, vocal e musical – e assina um disco essencial que extravasa as fronteiras do hip hop.

Se por um lado, bandas norte-americanas como Public Enemy ou Run-DMC foram grandes influências, Gabriel também vai buscar muita da sua estrutura musical ao reggae de Bob Marley, à vertente mais rock da pop de Michael Jackson e, num sem fim de estilos que lhe correm no sangue, toda a tradição da música Brasileira. Desde os deuses Gil ou Buarque à instituição rock Legião Urbana, a música de Gabriel o Pensador é um verdadeiro tributo à brasilidade. Nas músicas deste disco encontramos samples ou citações de nomes como os Mutantes, Milton Nascimento, Rita Lee, Azimuth ou até de uma ópera de Carlos Gomes. A homenagem à música brasileira, em seus diversos estilos e facetas, vai ser alargada nos discos posteriores de Gabriel, mas por agora já temos um bom ponto de partida. Numa relação que não parece nada óbvia, sem MPB não haveria o rap de Gabriel o Pensador, ele bebeu essa tradição toda, digeriu e absorveu, e mesmo quando não é declarada a citação, a influência está lá.

Outro grande mérito deste disco – já tinha começado com o primeiro álbum mas com este foi mais expressivo – foi o carácter diplomático, Gabriel foi uma espécie de embaixador em Portugal. Trouxe a música do Brasil a uma geração de miúdos que estavam fartos dos pais que só ouviam o “Leãozinho” ou das paroladas que chegavam através das telenovelas. Gabriel era novo, fresco, com uma linguagem mais próxima da dos adolescentes que, finalmente, encontraram um representante da música brasileira à sua medida.

É certo que Gabriel, mais tarde na carreira, divergiu para outras paragens mais popularuchas, também é certo que a dada altura se tornou presença mais do que habitual em festas populares, de Lisboa a Trás-Os-Montes. Mas antes de atingir essa saturação, Gabriel foi altamente relevante. E mesmo depois, apesar da saturação, continua a merecer um lugar nos nossos corações e continuamos a ostentar orgulhosamente alguns discos (e livros) nas nossas estantes.

Erasmo Carlos – Carlos, ERASMO… (1971)

Um disco com mais de cinquenta anos e que permanece fresco e fofo como poucos, Carlos, ERASMO… é um dos pontos altos da música feita em terras de Vera Cruz.

Na minha infância um dos momentos altos lá em casa era ver o especial anual do Roberto Carlos e lembro-me como se fosse hoje da sua versão de 1991, onde aparece Erasmo num saudoso medley com o seu parceiro de longa data. Sendo um cantor sobejamente conhecido e querido no Brasil, poucos o reconhecerão por causa da música encontrada neste disco – antes é visto como o parceiro da verdadeira estrela da música do país irmão, Roberto Carlos. Qual Batman e Robin, Roberto e Erasmo interpretaram um papel essencial na música popular brasileira dos anos 60, especialmente através do seu programa televisivo Jovem Guarda que levou toda uma geração a descobrir música nova. Isto, até o tropicalismo chegar e tudo ter mudado.

Chegando em 1971, enquanto Caetano e Gil ainda estavam no exílio, Rita Lee havia acabado de sair d’Os Mutantes e Gal Costa havia procurado novos caminhos para o seu som, o álbum de Erasmo de 1971 foi o que mais se aproximou da Tropicália. Carlos, ERASMO… foi co-produzido pelo produtor da Tropicália, Manoel Barenbein, incluindo uma nova composição de Caetano (“De Noite na Cama”), alguns arranjos cortesia de Rogério Duprat e o talento musical de nada menos que três Mutantes: o guitarrista Sergio Dias, o baterista Dinho Leme e o baixista Liminha, não para mencionar o indiscutível mestre do psicadélico do Brasil, Alexander Gordin, também conhecido como “Lanny”. Carlos, ERASMO… é portanto uma equipe virtual de estrelas de tropicalistas que sobreviveram ao exílio forçado. Este álbum é considerado um disco de rock dentro do cenário do rock brasileiro e uma notável entrada tardia na tradição da Tropicália, balançando mais forte do que qualquer álbum em seu catálogo, mas também incluindo canções de amor finas, movimentos de soul e funk, músicas pop atrevidas e uma marimba – ode dirigido à maconha.

Arrancando com a excelente já referida “De Noite na Cama”, cedida por Caetano, passando da suave e doce “Masculino, Feminino”, a um portentoso riff em “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, estamos perante um sem fim de músicas orelhudas que nos cativam desde o início. “Gente Aberta” será a mais maior de todas, a beleza pura da simplicidade, mas há que também referir “Maria Joana”, “26 anos de vida normal” e a ledzeppeliana “Ninguém Chora Mais”.

Será porventura o álbum mais criativo, consistente e pessoal de Erasmo e, ao mesmo tempo, um dos menos bem sucedidos comercialmente e subestimados de sua longa carreira, pelo menos até recentemente. Abraçando a liberdade artística da contracultura global do final dos anos sessenta e início dos anos setenta, Erasmo evoluiu de seu início de pastilha elástica para um sofisticado cantor e compositor nos anos setenta. Erasmo Carlos E Os Tremendões (1970), Carlos, ERASMO… (1971) e Sonhos E Memórias 1941-1972 (1972) demonstram toda a maturidade do cantor e, em conjunto, encontram este teeny-bopper a evoluir para uma mistura de psicadelismo, rock n’ roll, Soul, Funk, Folk, Bossa Nova e Samba-Rock para um público brasileiro que não soube como o acolher. Importa não deixar a memória esquecer o portento que este disco é.


Crítica do álbum: The Offspring – Let the Bad Times Roll

Depois de quase 10 anos longe da produção de discos, Dexter Holland está de volta com um PhD em Biologia Molecular – ah e o resto do The Offspring. Será que a mesma força punk vai aguentar em 2021, ou a última década entorpeceu os roqueiros?

Este revisor lembra-se firmemente de The Offspring. Conspiracy of One foi, ao lado de 'All Killer, No Filler' do Sum 41, uma de suas primeiras exposições ao punk americano. Com o punk em si carregado de nostalgia, estou indo para isso com grandes expectativas para manter feliz o menino de oito anos de bater cabeça na minha cabeça.

Felizmente, a faixa de abertura 'This Is Not Utopia' é um retorno imediato a esta era - muitos acordes poderosos e vocais quase gritados. Há uma diferença agora para 2000. Enquanto todo o power-pop/punk ainda está lá em forma, a substância é mais melancólica. Há mais desse arrependimento e confusão em 'The Opioid Diaries', apropriadamente nomeado após a atual crise da América em torno das drogas de mesmo nome. A faixa é repleta de nomes pessoais suficientes (Shannon, Sean) que dão uma sensação de intimidade à faixa, apesar de sua velocidade e tom abrangente.

 

Pode ser um pouco no nariz, mas 'Let Them Bad Times Roll' destaca isso como o título do álbum e a faixa-título. Destacando o erro de Trump 'pós-verdade' com ganchos de som como 'Agora era tudo mentira, mas essa vadia não vai ficar no meu caminho, continue gritando o que eu gosto (tranque-a, prenda-a )' – é um espeto direto e oh-tão punk do estado atual da América. Isso continua com a raiva e frustração mal contidas em 'Coming For You', uma batida de bateria em marcha leva as letras carregadas até o fim, e há até um solo de poder estridente para uma boa medida.

Claro que nem tudo é politicamente carregado – há uma boa e velha angústia nostálgica também! 'Behind Your Walls' e 'Breaking These Bones' estão abordando a saúde mental - tanto no cantor quanto em outros, se tomados um pouco abaixo do valor nominal. Essas faixas não são tão impressionantes quanto a faixa recente de Alice Cooper sobre o assunto , mas parecem não ter o mesmo sentimento adolescente de 21 anos atrás. No entanto, estou disposto a deixar isso para lá, pois pode ser minha própria falta de raiva adolescente.

Embora não haja uma queda notável no ritmo ao longo do álbum, mantendo um ritmo acelerado em (quase) todas as faixas, o mesmo infelizmente não pode ser dito do calibre lírico ou musical. 'Army of One' mantém a mesma velocidade e energia do punk, mas apesar da empolgação, não consegue prender a atenção necessária. Hassan Chop, como uma das últimas faixas, infelizmente segue o mesmo tema. 100% punk, 100% energia, mas 0% de foco.

Eu digo 'quase' no sentido de que o ponto médio quase perfeito é uma calmaria e uma justaposição estranha a alguns de seus catálogos anteriores. 'We Never Have Sex Anymore' é uma faixa estranha, estranhamente discordante (obrigado trompetes...) que pega tudo de bom em 'Want You Bad' de Conspiracy of One – e prontamente joga a fórmula no lixo. Mesmo se trabalharmos na suposição de que a banda pretendia mostrar o que aconteceu com os punks frenéticos em seus anos 40 e 50 e lançar uma luz cômica sobre isso, não dá certo.

Esta faixa então se transforma em uma versão punk instrumental de Hall of the Mountain King – já foi dito o suficiente, você provavelmente pode juntar aquela sinfonia estranha em sua cabeça.

As faixas finais do álbum, 'Gone Away' e 'Lullaby', parecem um pouco diferentes do resto do álbum. Eles são silenciados, tristes e perdem a energia em segundos. Enquanto 'Gone Away' parece um estranho, mas não ruim, híbrido de Behind Blue Eyes e Mad World (eu juro que posso ouvir samples lá), 'Lullaby' é um sample literal das faixas anteriores, todas entrelaçadas em um paisagem de sonho chocante e menos boa.

O álbum nunca seria totalmente coeso, é punk. Mas ainda é um trabalho de rock sólido com uma alma politicamente carregada – apesar de alguns erros. 

Universo do Vinil

 

As feiras de vinil   

Uma características muito legal do revival do vinil são as feiras de vendas que acontecem cada vez mais em várias cidades brasileiras.

Estes eventos vão além da simples venda direta dos discos e acabam trazendo outras atrações. Normalmente tem shows, quiosques com comidinhas variadas e tudo que está no entorno do vinil, como camisetas, pôsteres e uma infinidade de coisas – mas, existem feiras que vendem somente discos!

Não faz muito tempo que uma reportagem de uma grande emissora brasileira que o Facebook do UV postou, apontou o vigor financeiro destas feiras. São cifras elevadíssimas! Ou seja, são bons negócios para quem vende e quem compra. Sem contar que a maioria permite a presença de vendedores pessoa física ou jurídica (vendedores autônomos ou lojistas).

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As feiras permitem um contato direto e frente a frente entre os variados setores da economia do vinil: comprador, vendedor de discos, vendedor de moda (camisetas, vestidos e outras), de decoração (pôsteres, almofadas, arte em vinil e etc) e tudo que couber neste tema. É quase um termômetro para verificarmos a efervescência e a diversidade deste mercado.

No artigo inaugural do “Conversa de Vinil” do Portal UV (Quem pensa que o Vinil morreu) apontamos que o “Record Store Day” é o que, de fato, inaugurou as grandes vendas de vinil, mas podemos dizer que  também ajudou a alastrar este “fenômeno” das feiras.

O Record Store Day, na verdade, é um dia para celebrar o artista, seus discos, suas gravadoras, selos e lojas e não propriamente uma feira, já que tudo acontece em vários endereços distintos, porém, foi este evento que praticamente relançou a forma comercial de impacto dos vinis e demonstrou que esta mídia de música poderia ser um bom negócio. Seu ensinamento para as feiras ocorreu a partir do momento que perceberam que uma data específica poderia ser especialmente importante para esta economia (houveram outros fatos que auxiliaram na expansão deste tipo de acontecimento, porém seria  exaustivo enumerar todos num artigo deste tamanho e desta natureza)

Além das feiras, outro fenômeno interessante deste mercado são as “manhãs”, “tardes” ou noites” do vinil que vem ocorrendo em espaços como universidades, bares, clubes, restaurantes e locais similares. Estes, diferente das feiras, são acontecimentos onde geralmente é um vendedor que promove e os produtos expostos são específicos deste vendedor – também podem ter outras atrações além da simples venda de discos – e, normalmente, rola muito som proveniente dos discos para venda ou apreciação.

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No Brasil basta darmos uma olhada na Internet e veremos que as feiras estão pipocando em várias cidades. Dos pequenos municípios aos grandes, muitos estão com suas feiras acontecendo com certa regularidade. Há feiras que já estão na sua décima edição ou até maior. É o vigor do vinil mostrando que ele é bom para as finanças especializadas em artigos ligados à música.

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Procure ver onde ocorrem as feiras de discos de sua cidade e vá lá prestigiar. Tenho certeza que você não se arrependerá! E dê uma passadinha no VinylHub – um site colaborativo onde você pode colocar sua feira predileta ou loja no mapa mundial de vendas de vinil e descobrir locais e eventos interessantes. 

Destaque

ROCK AOR - ABBY JAYE - Demo

  Abby Jaye, além de linda, manda muito bem no vocal, mostrando também uma performance incrível na guitarra. Para fãs de Lita Ford, Laos e W...