sexta-feira, 15 de novembro de 2024

BEGGARS OPERA ● Act One ● 1970 ● Reino Unido [Heavy Prog]

 


Eis um dos melhores e dos mais obscuros grupos da Escócia, seu nome deriva de uma novela de 1728 do poeta John Gray. A banda foi formada por Martin Griffiths (vocais), Rick Gardiner (guitarra ,vocais), Alan Park (keyboards), Gordon Sellar (bass, acoustic guitar and vocals), Virginia Scott (Mellotron and vocals) and Raymond Wilson (drums and percussion). Este seu album de estréia ”Act one” foi lançado em 1970 pelo selo "Vertigo". 

álbum abre com “Poet and Pesant” com teclado percussivo e muito embalo. Uma espécie de trilha sonora de filme mudo de aventura. Impossível não se render. O vocal de Martin Griffiths é muito bom, um timbre muito legal, um tanto grave. O som ora psicodélico, ora virtuoso, ora melódico, é bastante incomum e interessante. O órgão de Alan Park é outro achado. Sempre muito bem tocado e totalmente essencial, um belo diferencial. A seguinte faixa, “Passacaglia” é um tanto clássica de início e meio medieval. Os efeitos de voz junto com a melodia da guitarra ficaram perfeitos. Uma das melodias mais legais que ouvi! No meio, um pequeno e bem tocado solo de baixo. Na sequência, uma bela passagem instrumental de guitarra e uma certa pressa dos caras, quase uma música atrasada. Se na faixa de abertura quem dava as cartas era o órgão, aqui quem manda é a guitarra de Ricky Gardiner. Depois da loucura toda, voltamos ao sensacional tema da música. No fim o teclado volta a comandar. Igreja total!!

A mais curta do disco vem a seguir. “Memory”  nem um pouco me lembra o que deveria ser a canção comercial do disco, aquela que deveria ser tocada na rádio. O que temos aqui é um instrumental apurado, melodias rebuscadas, wha wha no órgão, passagens de vocal e pausas sensacionais. Uma guitarra quase acústica e um baixo maravilhosamente bem tocado por Marshal Erksine“Raymond’s Road” começa totalmente louca. Instrumental tipo trem passando sem ver pra onde vai com urgência de chegar ao destino. É um esplendido tributo aos clássicos contendo referências à Mozart (a la turka), Bach (Toccata in d-fuga) e Grieg’s Peer Gynt (Suite on the Hammond organ). A bateria marcial de Raymond Wilson trabalhando perfeitamente ao lado do baixo e a guitarra sempre aparecendo sem dúvida do que deve ser feito, formam uma bela coletânea de psicodelia sem limites (a não ser os quase 12 minutos ao qual foi destinada).

disco encerra com “Light Cavalry”. Essa é meio Cavalaria mesmo (como o nome diz). Mais uma vez, com uma série de melodias conhecidíssimas de todos. Tem uma série de bateria bem poderosa e uma melodia vocal excelente! Muito empolgante com variações climáticas até o final. Aliás, como em praticamente todo o disco.

A versão remasterizada e apresentada aqui, ainda tem de bônus a maravilhosa "Sarabande", cujo refrão é hipnotizante e marcante.

Tracks:
01. Poet and Pesant (7:10)
02. Passacaglia (7:04)
03. Memory (3:57)
04. Raymond's road (11:49)
05. Light Cavalry (11:57)




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