sábado, 10 de agosto de 2024

Connan Mockasin – Jassbusters (2018)

 

Snail Mail – Lush (2018)

 

Crosby, Stills, Nash & Young – Déjà Vu (1970)

 

Unknown Mortal Orchestra – IC-01 Hanoi (2018)

 

Red Hot Chili Peppers – Blood Sugar Sex Magik (1991)


 

Blood Sugar Sex Magik foi editado em 1991, no início de uma década em que o grunge arrasava como um furacão e num ano de discos históricos como Ten, dos Pearl Jam ou Nevermind, dos Nirvana.

De Seattle a Los Angeles vai uma grande distância e um modo de viver bem diferente mas problemas como as dependências e as perdas, geram sentimentos semelhantes, ali como em todo o lado. Diferentes são também as maneiras de ultrapassar as dificuldades e angústias: uns exorcizam através de gritos exasperantes e guitarras dissonantes e pesadas, outros fazem-no através de um groove funk/soul e rimas saltitantes e transbordantes de sexo.

Blood Sugar Sex Magik nada tinha de grunge, mas possuía algo que unia uma geração: uma atitude diferente perante a vida e perante um mundo em mudança. Uma geração que transportava angústia e alienação e que se distanciava de ideais racistas e sexistas. Trazia igualmente peso na sonoridade e força nas palavras, o que resultava em descargas brutais de energia. Os Red Hot Chili Peppers acrescentavam ainda algo diferente: divertimento, uma festa funk/rock. O mestre e produtor de música Rick Rubin, fundador de uma das primeiras casas do hip-hop, a Def Jam, levou os quatro rapazes para uma antiga mansão conhecida por ter sido habitada pelo ilusionista Houdini, onde viveram durante todo o período das gravações. O ambiente de camaradagem naquela mansão transformada em estúdio gigante (que também parece ter albergado os Beatles e Jimi Hendrix) foi um dos fatores apontados por todos os elementos da banda (inclusive pelo produtor) que terá contribuído para o resultado perfeito do disco. Foi preciso chegar ao quinto álbum para que a banda, com equipa certa, Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith, depurasse a sonoridade multifacetada que até ali os caracterizava – funk, punk, rock, metal, pop – agora elevada a um nível superior, produzindo o seu álbum mais generoso.

Todos os discos de Red Hot são festivos e este também o é mas foi enriquecido com uma estrutura mais trabalhada, do princípio ao fim, notória nas baladas mais intensas, como “Breaking the Girl” e “I Could Have Lied”, onde experimentam pela primeira vez o formato acústico. A qualidade instrumental é inegável – há poucos baixistas como Flea e poucos guitarristas como Frusciante – mas aquilo que mudou realmente com este álbum foi a contribuição lírica de Kiedis (incitado por Rubin) em praticamente todos os temas do disco e a compreensão simbiótica que os restantes membros da banda tiveram ao ouvir as letras. São letras que se ocupam de assuntos como o sexo (quase obsessivamente), amor, o estado do mundo, do Homem, do ambiente, de perda, de dependências e de divertimento, claro.

O resultado é uma deliciosa miscelânea de estilos que tem o poder de nos fazer saltar como doidos, com “Give it Away”, ou de chorar como bezerros desmamados em “Under the Bridge”. Dá que pensar, porque é que os Peppers não se enfiaram numa mansão assombrada com o Rick Rubin mais vezes? Não era a minha banda de eleição antes deste álbum nem passou a ser com os álbuns seguintes mas Blood Sugar Sex Magik é arte. Arte funk e arte rock.


Kamasi Washinton – Heaven and Earth (2018)

 

The Midnight Hour – The Midnight Hour (2018)


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