Portugal no Festival Eurovisão da Canção
Portugal | |
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Estação Televisiva Representante | |
Selecção Nacional | Festival RTP da Canção |
País Anfitrião | 2018 |
Participações | |
Participações | 53 (2022) |
Primeira Participação | 1964 |
Não participou em | 1970, 2000, 2002, 2013, 2016 |
Última Participação | 2022 |
Melhor resultado nas finais | 1º Lugar: 2017 |
Pior resultado nas finais | Último lugar: 1964, 1974, 1997, 2018 |
Melhor resultado nas semifinais | 1º Lugar: 2017 |
Pior resultado nas semifinais | 19º lugar SF: 2006 |
Ligações Externas | |
RTP | |
Portugal na Eurovisão |
Portugal participou, até à data, 53 vezes no Festival Eurovisão da Canção (não incluindo a canção que representaria o país no ano de 2020, quando o festival foi cancelado), tendo sido a primeira em 1964. O país só não compareceu no concurso cinco vezes desde a sua estreia, tendo-se retirado então nas edições de 1970, 2000, 2002, 2013 e 2016.
A RTP, estação televisiva representante do país, conseguiu pela primeira vez a vitória no concurso com a sua participação no Festival Eurovisão da Canção 2017, realizado em Kiev, Ucrânia[1], com a canção "Amar pelos Dois" interpretada por Salvador Sobral.
Apesar de ter uma longa história no Festival, Portugal nunca tinha sido particularmente bem-sucedido com as canções que foram apresentadas ao longo de todos estes anos, visto que, até 2017, apenas 9 tinham ficado dentro do top 10 das posições finais, enquanto que as outras obtiveram classificações quase sempre baixas e, em algumas edições, até ficaram em último lugar.
Para além disso, Portugal nunca havia conseguido até 2017 superar o 6.º lugar da representação de 1996 — a canção "O meu coração não tem cor", de Lúcia Moniz. Em 2022, Portugal volta a conseguir um lugar no top 10 com a canção "Saudade, Saudade" de MARO a terminar em 9.º lugar.
História
Primeira década de participação e primeira desistência
A primeira participação em 1964 foi bastante dececionante. Portugal envia ao concurso António Calvário e a canção "Oração", que não recebe qualquer ponto, ficando o país, assim, em último lugar, logo no primeiro Eurovisão em que participou. Todavia, este começo aziago seria seguido por outra infeliz classificação no ano seguinte com Simone de Oliveira, apenas com 1 ponto, com a música "Sol de Inverno"; no ano a seguir, em 1966, com Madalena Iglésias com a música "Ele e Ela"; em 1967, com Eduardo Nascimento com a música "O Vento Mudou"; em 1968, "Verão" de Carlos Mendes e em 1969, Simone de Oliveira pela segunda vez, com a música "Desfolhada Portuguesa".
1970 marca a primeira desistência de Portugal no Eurovisão, justificada pelo facto de não se concordar com o resultado do ano anterior, onde foram anunciados 4 vencedores.[2] Por esta razão, Sérgio Borges, que tinha sido selecionado para representar o seu país, acabou por não fazê-lo.
Alguns sucessos, a Revolução dos Cravos e os anos 80
O país regressa ao Festival Eurovisão da Canção em 1971 com a cantora Tonicha e "Menina do Alto da Serra", terminando em 9.º lugar com 83 pontos e tornando-se, assim, o primeiro sucesso português no Festival. Contudo, no ano seguinte, Carlos Mendes e a canção "A Festa da Vida" alcançam um resultado ainda melhor, conseguindo o 7.º lugar com 90 pontos. Em 1973, Portugal consegue permanecer outra vez dentro das primeiras 10 posições com Fernando Tordo com a canção "Tourada", que ficou em 10° lugar.
Apesar destes três anos de sucesso, Portugal volta depressa aos maus resultados. Em 1974, ano de revolução, o país termina novamente em último lugar com a canção "E Depois do Adeus", de Paulo de Carvalho. A canção tornou-se um símbolo da história portuguesa, tendo sido um dos sinais de rádio para o início da Revolução dos Cravos que derrubou o Estado Novo, regime estabelecido pelo estadista António de Oliveira Salazar. Os anos seguintes foram igualmente medíocres para Portugal, que terminou sempre no meio da tabela.
Só em 1979 e 1980 é que o país consegue obter o 9.º e 7.º lugares, respetivamente, com "Sobe, Sobe, Balão Sobe", interpretada por Manuela Bravo, e "Um Grande, Grande Amor", de José Cid. Após alguns anos de manutenção de resultados, Maria Guinot e a canção "Silêncio e Tanta Gente" conquistam um 11.º lugar, em 1984, ficando assim muito perto do top 10 de posições no Festival Eurovisão da Canção.
Os anos 90 e início de 2000: sucesso e declínio
Com a década de 1990, Portugal inicia um novo período de sucesso no Festival. Em 1991, pela primeira vez em 11 anos, Dulce Pontes, com a balada "Lusitana Paixão", consegue um prestigiante 8.º lugar no concurso. Dois anos mais tarde, Anabela termina em 10.º lugar com "A Cidade (até Ser Dia)". Em 1994, Portugal garante outro 8.º lugar com "Chamar a Música", na voz de Sara Tavares.
Apesar destes resultados, o auge do sucesso ocorre em 1996, quando Lúcia Moniz participa com a canção "O Meu Coração não Tem Cor" e conquista um 6.º lugar, o melhor resultado obtido por Portugal até ao momento no concurso.
Este período significava, assim, para Portugal, uma glória que o país poderia aproveitar para obter melhores resultados. No entanto, ele termina abruptamente em 1997 com a música "Antes do Adeus" de Célia Lawson, em que Portugal retorna ao último lugar com uma pontuação nula, tendo sido a terceira vez que o país terminava no fim da tabela.
Este resultado de 1997, juntamente com uma série de resultados modestos nos anos seguintes, ("Se eu te pudesse abraçar" de Alma Lusa em 1998, ficando em 12° lugar, e "Como Tudo Começou" de Rui Bandeira em 1999, ficando em 21° lugar) levaram Portugal a não participar no Festival Eurovisão da Canção 2000, sendo a primeira desistência desde 1970 e a segunda em toda a sua participação no Festival. Mesmo assim foi feito o Festival RTP da Canção de 2000, ganhando Liana com a música "Sonhos Mágicos". Dois anos depois, em 2002, Portugal recua novamente, mas desta vez por problemas internos da delegação, tendo sido o seu lugar tomado pela Letónia, que sairia vitoriosa da edição.
Introdução das semifinais e ausências (2004-2016)
Após a inserção das semifinais na competição em 2004, Portugal procura melhorar os seus resultados, apostando em novas propostas que surgiram logo em 2005, quando o país enviou pela primeira vez, na sua história de participações, uma canção bilingue (em Português e parcialmente em Inglês). Não obstante o facto de o país, em certos momentos da história do Festival, ter sido autorizado a utilizar idiomas de outros países, este sempre se tinha apresentado com canções escritas totalmente em Português.
Em 2006, Portugal torna a levar uma canção bilingue, desta vez "Coisas De Nada (Gonna Make You Dance)", que, à semelhança da canção do ano anterior, obtém uma classificação final fraca, a pior pontuação que Portugal alguma vez teve nas semifinais. Em 2007, Portugal apresenta a cantora Sabrina e o tema "Dança Comigo (Vem Ser Feliz)", onde predomina o Português, embora contendo pequenas frases noutras línguas como o Inglês, o Espanhol e o Francês. A canção, que termina em 11.º lugar na semifinal, a 3 pontos do último finalista, foi a primeira que o país levou com tantas línguas juntas.
Em 2008, Portugal consegue, finalmente, a primeira qualificação para as finais, desde a alteração do formato em 2004, com Vânia Fernandes e a canção "Senhora do Mar (Negras Águas)". Além disso, o tema conquista um honroso 2.º lugar na semifinal, a melhor posição do país nas semifinais desde a alteração já referida. Na final, contudo, atinge apenas o 13.º lugar, muito inesperado pelo público que, em geral, considerava Portugal o vencedor do Festival Eurovisão da Canção 2008.
Em 2009, Portugal faz-se representar pelo grupo Flor-de-Lis e a canção "Todas as Ruas do Amor", conseguindo passar a semifinal pelo segundo ano consecutivo e obtendo um 15.º lugar na final. Em 2010, é a vez da cantora Filipa Azevedo e a canção "Há Dias Assim" que, mais uma vez, passa à final, onde conquista o 18.º lugar, tendo sido 4.ª classificada na semifinal. Em 2011, Portugal vai com os Homens da Luta com a música "A Luta É Alegria", mas infelizmente não chegaram à final. Em 2012, Portugal vai a concurso com o tema "Vida Minha", interpretado por Filipa Sousa, mas não consegue a passagem para a final.
Em 2014, após a ausência do Festival no ano anterior, Portugal regressa com Suzy e a canção "Quero ser tua", mas volta a não passar à final. Em 2015, Portugal volta a participar com Leonor Andrade e a canção "Há um mar que nos separa", mas também não passa à final.
O insucesso do país no concurso levou a que Portugal se ausentasse do Festival nas edições de 2013 e 2016, ambas organizadas na Suécia, coincidindo com "questões financeiras".
Primeira vitória (2017- presente)
Em 2017, após um "renascimento" do formato do Festival da Canção português, Portugal regressa ao Eurovisão e quebra uma sequência de 7 anos de não qualificações para a final após a passagem da canção "Amar pelos dois", de Luísa Sobral e interpretada por Salvador Sobral. Ainda melhor do que isso torna-se a conquista, na final do dia 13 de maio, do 1.º lugar nessa edição do Festival com 758 pontos, o que fez então com que Portugal ganhasse o concurso pela primeira vez e com o maior número de pontos alguma vez conseguido por um vencedor (devido a uma alteração no sistema de votação a partir desse ano).
Em 2018, na primeira edição do Eurovisão organizada em Portugal, a canção representante do país "O jardim", interpretada por Cláudia Pascoal, obtém o resultado menos feliz de um último lugar, com 39 pontos, tendo sido a terceira vez na história do concurso em que o país anfitrião fica na última posição (as vezes anteriores foram em 1958, com os Países Baixos, que ficaram em último lugar com 1 ponto para a canção "Heel de wereld", interpretada por Corry Brokken, e em 2015, quando a Áustria obteve uma pontuação nula e ficou em último lugar com o grupo The Makemakes, com a canção "I Am Yours").
Em 2019, Portugal não passou à final, com a música "Telemóveis" de Conan Osíris.
Em 2020, Elisa foi a vencedora do Festival RTP da Canção com a música "Medo de Sentir", no entanto devido à pandemia o festival Eurovisão foi cancelado.[1]
Em 2021, Portugal é representado pela banda The Black Mamba com a canção "Love is On My Side", sendo a primeira vez que Portugal apresenta uma música totalmente em inglês. Portugal atuou na segunda semifinal onde acabou num honroso 4º lugar com 239 pontos passando assim à grande final. Na votação final dos júris, Portugal ficaria em 7º lugar. Já quando apurados e somados os votos do júri e do televoto, Portugal terminou em 12º lugar com 153 pontos.
Em 2022, Portugal é representado por Maro com a canção "Saudade, saudade" cantada em inglês e português. Atuou na primeira semifinal onde acabou num honroso 4º lugar com 204 pontos, passando à grande final. Na grande final, apurados os votos dos júris de todos os países, Portugal ficaria em 5º lugar. Quando apurados e somados os votos do júri e do televoto, Portugal terminou num honroso 9.º lugar com 207 pontos, conquistando assim um lugar no top 10 de entre os 25 países que participaram na final.
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