Dá pra classificar o Arch/Matheos como uma espécie de dream team do prog metal. Liderado pelo vocalista John Arch (que gravou os três primeiros álbuns do Fates Warning e saiu em 1987) e pelo guitarrista Jim Matheos (que continuou no Fates Warning, um dos pilares do metal progressivo norte-americano ao lado do Dream Theater), a banda é completada por Frank Aresti (também guitarrista do Fates Warning), Joey Vera (baixista experiente e que chegou ser cotado para assumir o posto de Cliff Burton no Metallica, e que construiu carreira no Armored Saint e com o Fates Warning) e Bobby Jarzombek (baterista com longa rodagem e discos gravados com Riot, Halford, Sebastian Bach, Demons & Wizards e mais uma turma, e atualmente no Fates Warning). De modo geral – e literal -, o Arch/Matheos é o Fates Warning com John Arch no lugar de Ray Alder, atual vocalista da banda.
Winter Ethereal é o segundo álbum do grupo e o sucessor de Sympathetic Resonance, estreia do projeto e aclamado como um dos grandes discos de 2011. Esse segundo capítulo segue pelo mesmo caminho. Trazendo o refinamento instrumental e a inquietude características do progressivo, devidamente unidas por um vocalista muito acima da média e que sabe dosar interpretações mais delicadas com momentos mais agressivos, Winter Ethereal é um daqueles discos que você pode usar como exemplo para apresentar um estilo – no caso, o prog metal – para um novo ouvinte.
A abertura com as mudanças de dinâmica de “Vermilion Moons” mostra que o nível será altíssimo. Matheos segue despejando riffs em “Wanderlust”, e dá o tom do nível melódico do trabalho ao lado de Arch. O peso é uma constante e não é nada sutil. A sensibilidade assume o protagonismo na ascendente “Tethered”, enquanto o lado metal do projeto toma a frente em “Straight and Narrow”, a faixa mais curta do disco, onde o destaque é Jarzombek. O encerramento, com a longa suíte “Kindred Spirits”, atesta o ditado de que se a primeira impressão é a que fica, a última é a que segue com a gente.
Talvez Winter Ethereal não tenha o mesmo impacto de Sympathetic Resonance, afinal o disco de 2011 marcou o reencontro entre John Arch e Jim Matheos após uma longa separação. Mas o fato é que, musicalmente, trata-se de um disco similar ao debut e um dos grandes álbuns de prog metal lançados nos últimos anos.
Se você é fã do gênero – e do Fates Warning -, encare sem medo.
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